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FISSURAS
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FISSURAS EM EDIFÍCIOS

PRINCIPAIS CAUSAS

MOVIMENTAÇÕES HIGROTÉRMICAS

ATUAÇÃO DE SOBRECARGAS

DEFORMABILIDADE EXCESSIVA DAS ESTRUTURAS

RECALQUES DAS FUNDAÇÕES

RETRAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CIMENTO

EXPANSÃO DE MATERIAIS
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ΔT → ΔL, ΔV com restrições dos vínculos


ΔL, Δ V = f (T, propriedades térmicas do material)
Δ σ = f (ΔL, efetividade da vinculação)
ΔL e Δ σ = f (tempo em que ocorre T)
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PRINCIPAIS PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS MATERIAIS

Absorbância (função da cor)


Emitância
Condutância térmica superficial (função da rugosidade)
Coeficiente de condutibilidade térmica
Coeficiente de dilatação térmica linear
Calor específico
capacitância térmica
Massa específica
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Temperaturas de serviço dos componentes (fonte: BRE)


Posição e/ou natureza Cores dos Temperatura (ºC)
do componente componentes mín. máx. amplit.
Telhados, pisos e paredes externas claras -25 60 85
escuras -25 80 105
Envidraçamentos em fachadas claras -25 90 115
escuras -25 40 65
Estruturas de concreto expostas claras -20 45 65
escuras -20 60 80
Estruturas metálicas expostas claras -25 50 75
escuras -25 65 90
Componentes internos em ambientes habitados 10 30 20
não habitados -5 35 40

Coeficiente de absorção solar


materiais não metálicos materiais metálicos
superfície de cor preta: a = 0,95 cobre oxidado: a = 0,80
superfície cinza escuro: a = 0,80 cobre polido: a = 0,65
superfície cinza claro: a = 0,65 alumínio: a = 0,60
superfície de cor branca: a = 0,45 ferro galvanizado: a = 0,90
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Coef. de di- Movim. Higroscópicas (%) Módulo de
MATERIAIS latação tér- IrreversívelFISSURAS
deformação
2
mica linear Reversível (+) expansão
prof. (kN/mm
ercio )
thomaz
-6
(ºC.10 ) (-) contração
Argamassa 10 - 13 0,02 - 0,06 0,04 - 0,10 (-) 20 - 35
Concreto (seixo rolado) 12 - 14 0,02 - 0,06 0,03 - 0,08 (-) 15 - 36
Concreto (brita) 10 - 13 0,03 - 0,10 0,03 - 0,08 (-) 15 - 36
Concreto celular 8 0,02 - 0,03 0,07 - 0,09 (-) 1,4 - 3,2
Cimento c/ fibra de vidro 7 - 12 0,15 - 0,25 0,07 (-) 20 - 34
Cimento-amianto 8 - 12 0,10 - 0,25 0,08 (-) 14 - 26
Blocos de Concreto 6 - 12 0,02 - 0,04 0,02 - 0,06 (-) 10 - 25
Concreto celular 8 0,02 - 0,03 0,05 - 0,09 (-) 3-8
Sílico-calcário 8 - 14 0,01 - 0,05 0,01 - 0,04 (-) 14 - 18
Barro cozido 5-8 0,02 0,02 - 0,07 (+) 4 - 26
direção das 0,45 - 2,0 5,5 - 12,5
4-6 (1) - (2)
Madeiras fibras
Leves direção 0,6 - 2,6 5,5 - 12,5
30 - 70 (1) - (2)
transversal
direção das 0,5 - 2,5 7 - 21
4-6 (1) - (2)
Madeiras fibras
Densas direção 0,8 - 4,0 7 - 21
30 - 70 (1) - (2)
transversal
Vidros planos 9 - 11 - - 70

(1) para teores de umidade de 60% e 90% (2) para teor de umidade de 12%
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Movimentações térmicas diferenciadas


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FATORES QUE INTERVÊM NA RESISTÊNCIA FINAL

Resistência mecânica dos componentes de alvenaria


Resistência mecânica da argamassa
Aderência componentes / argamassa
Espessura e tipo de juntas
Dimensões dos componentes
Geometria da seção dos componentes vazados
Rugosidade, porosidade e capilaridade do componente
Módulos de deformação (componentes e argamassa)
Geometria da parede, presença de aberturas
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EFEITO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DA ARGAMASSA

F,compressão (%)

100

80

60

40

20

cimento 11 1 1 1 1
cal 2- 1/4 1 2 3
areia 33 3 6 9 12

resist. argamassa resist. alvenaria


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Momento de fissuração
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Distanciamento e abertura das fissuras

2σ s 2 −σ se
l max = φs w k = l max (ε sm −ε cm − ε cs )
4τ bk
τbk = tensão de aderência aço / concreto ε cs = retração do concreto
ε sm = deformação do aço tensionado ε cm = def. do concreto tensionado

σs2, σse = tensão na armadura conforme figura abaixo


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ACI

w k = 0,091 ( tb . A) . β . ( f s − 5) . 10− 3
1/ 3

onde:
tb = distância entre a face da viga e o baricentro da armadura (in)
A = área de concreto cobaricêntrica à armadura / nº de barras
β = relação entre f1 e f2, conforme figura abaixo
fs = tensão na armadura (ksi)
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LIMITAÇÃO DE FISSURAS - NBR 6118 / 2001 (17.2.2.1)


Região de
envolvimento de
⎧ φi σ si 3.σ si φi com area Acri
⎪ . . 7φi

⎪ 2.ηi - 0,75 E si f ct, m


Linha


ω= ⎨ ou
Neutra ≤ 7φi


⎪ φi σ si ⎛ 4 ⎞
. .⎜ + 45 ⎟⎟ φi
⎪⎩ (2.ηi - 0,75) E si ⎜⎝ ρ ri
Armadura de

⎠ pele tracionada
da viga φj

Classe de Exigências relativas ao e.l. de


Tipos de concreto estrutural
agressividade ambiente fissuração excessiva

ELS-W
I
Concreto armado ωk ≤ 0,4mm
(sem protensão) ELS-W
II a IV
ωk ≤ 0,3mm
ELS-W
Concreto protendido nível I Pré-tração I
ωk ≤ 0,2mm
(protensão parcial) Pós-Tração I e II
ELS-F
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Contextualização do problema

AÇOS ESPECIAIS

CIMENTOS DE ALTA RESISTÊNCIA ESTRUTURAS


----> +
REFINAMENTO DO CÁLCULO ESTRUT. FLEXÍVEIS

CONCRETOS DE ALTA RESISTÊNCIA

TIJOLOS PAREDES
PAREDES
CIMENTO - COLA + +
RÍGIDAS
JUNTAS VERTICAIS SEM ARGAMASSA RÍGIDAS
REVESTIMENTOS COM PASTA DE GESSO
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17.2.1.1.1 Flecha imediata em vigas de concreto armado


⎧⎛ ⎞
3 ⎡ ⎛M ⎞
3⎤ ⎫
⎪ Mr ⎥ Ι Π ⎪⎬ ≤ Ec ⋅ I 0
( EI ) eq = Ec ⎨⎜⎜ ⎟⎟ ⋅ I 0 + ⎢1 − ⎜⎜ r ⎟⎟
⎪⎩⎝ M a ⎠ ⎢ ⎝ Ma ⎠ ⎥ ⎪
⎣ ⎦ ⎭ f ctm ⋅ I 0
Mr =
yt
I0 é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
III é o momento de inércia da seção fissurada de concreto no Estadio II
Ma é o momento fletor na seção crítica do vão considerado
Mr Momento de fissuração da peça (reduzido à metade para barras lisas)
fct,m é a resistência média do concreto a tração
yt é a distância do centro de gravidade à fibra mais tracionada
Ec é o módulo de elasticidade secante do concreto (item 7.1.8)
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LIMITES DE FLECHAS ESTABELECIDOS PELA NBR 6118/2001

Razões da limitação Flecha limite Deslocamento a considerar


elementos estruturais visíveis: evitar
L/250 deslocamento total
insegurança psicológica
pisos: evitar vibrações que podem deslocamentos devidos a cargas
L/350
ser sentidas pelos usuários acidentais
coberturas e varandas: garantir a
L/250 (1) deslocamento total
drenagem da água
L/350 + contra-flecha (2) deslocamento total
ginásios e pistas de boliche: garantir
planaridade do piso deslocamento incremental após
L/600
a construção do piso
alvenarias, caixilhos e L/500(3) ou 10mm ou deslocamentos ocorridos após
evitar fissuras e danos a:

revestimentos θ = 0,0017 rad(4) construção da parede


divisórias leves e caixilhos deslocamentos ocorridos após
L/250(3) ou 25mm
telescópicos instalação da divisória
componentes de forro colados
L/350
diretamente nas lajes
deslocamentos ocorridos após
forros falsos, ou componentes construção do forro
L/175
colados mantendo-se juntas
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Fatores que afetam a deformabilidade dos solos

• tipo e estado do solo (compacidade das areias e con-


sistência das argilas) → módulo de deformação do solo

• intensidade e tempo de atuação do carregamento

• profundidade da fundação (pré-adensamento de argi-


las, heterogeneidade das camadas)

• atrito negativo em estacas (efeito de grupo)

• dimensões e forma da placa carregada (fundações diretas)


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RECALQUES DE SAPATAS
APOIADAS EM ARGILAS ΔH = recalque
p = pressão de contato da sapata

⎛ 1− μ 2 ⎞ B = menor dimensão em planta da sapata

ΔH = p.B ⎜ ⎟.C d Es = módulo de deformação do solo

⎜ Es ⎟ μ = coeficiente de Poisson do solo


⎝ ⎠ Cd = coef. de forma e rigidez da sapata (tabela abaixo)

comprimento (L) Sapata flexível Sapata


Forma largura (B) centro canto média rígida
circular - 1,00 0,64 0,85 0,79
quadrada - 1,12 0,56 0,95 0,99
1,5 1,36 0,67 1,15 1,06*
2 1,52 0,76 1,30 1,20*
3 1,78 0,88 1,52 -
retangular 5 2,10 1,05 1,83 1,70
10 2,53 1,26 2,25 2,10*
100 4,00 2,00 3,70 3,40*
1000 5,47 2,75 5,15 -
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1. Relação água / cimento necessária

• 22 a 32% de água → reação química


a /c ideal ≈ 0,40
• 15 a 25% de água → formação do gel

• retração química da água


2. Formas de retração • retração de secagem
• retração por carbonatação

3. Fatores que influenciam a retração

• processo de cura
• temperatura, umidade relativa do ar
• relação volume / área exposta das peças
• taxa de armaduras das peças em concreto armado

• dosagem de água • consumo de cimento


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Dosagem de água Consumo de cimento

Retração (%) Retração (%)

C = 390 kg/m 3 a/c = 0,70


0,14 0,60
0,08 0,12 0,50
330
0,10 0,40
0,06 0,08

280 0,06
0,04 0,04

a (l/m 3 ) 0,02 C (kg/m 3 )


0,02
120 160 200 200 300 400 500 600
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EXPANSÃO DE MATERIAIS

1. HIDRATAÇÃO RETARDADA DE CALES


"Óxidos livres de cálcio e magnésio, presentes numa cal
mal hidratada, poderão reagir com água (percolada do
solo, proveniente de chuvas, limpeza, vazamentos etc),
aumentando em cerca de 100% o seu volume".
PROBLEMA TÍPICO → ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
2. ATAQUE POR SULFATOS 109

"O aluminato tricálcico, constituinte normal dos cimentos,


pode reagir com sulfatos em solução, formando o sulfo-
aluminato tricálcico (etringita); tal reação gera grande
expansão da massa".
Ca(OH)2 + Na2SO4.10H20 → CaSO4.2H2O + 2Na(OH) + 8H2O
1)))2)))3
gipsita (aumento ≈ 2 vezes)

C3A.12H2O + 3 ( CaSO4.2H2O ) 14H2O → C3A.3CaSO4.32H2O


1)))))2)))))3
etringita (aumento ≈ 2 vezes)
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DIAGNÓSTICOS DAS FISSURAS


ASPECTOS A SEREM ANALISADOS 115

Geometria da fissura (configuração, comprimento, abertura,


profundidade, localização, ângulo, regularidade, etc)
Idade da construção e época de aparecimento da fissura
Sazonalidade das fissuras, variações nas aberturas
Outras fissuras semelhantes (componentes próximos, pavimen-
tos contíguos, mesmas prumadas, edifícios vizinhos, etc)
Existência de tubulações com pouco cobrimento
Outras manifestações patológicas nas proximidades da
fissura (umidade anormal, descolamentos, bolor, eflorescências)
Alterações significativas nas proximidades da obra (esta-
queamentos, desconfinamento do solo, rebaixamento do lençol, etc)
Adequada utilização do edifício, etc.
REVISÃO DE CÁLCULOS E PROJETOS, ENSAIOS, PROVAS DE
CARGA, INSTRUM ENTAÇÃO DA OBRA, CONSULTORIAS, ETC.
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A - abertura/ deslocamento lateral


B - deslocamento na vertical
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RECUPERAÇÃO DE FISSURAS
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DESTAVAMENTOS
alvenaria estrutural
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