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Transcender os Níveis de

Consciência. Caminhos
propostos pelo Dr. David
Hawkins.

*** Seção Um – Níveis de Calibragem Abaixo de 200: O Ego


Os níveis de consciência abaixo de 200 são aqueles onde há mais ilusão do que
alinhamento com a verdade. ****

Vergonha  
É um nível extremamente próximo da morte, podendo ser consequência de apegos
excessivos à zona de conforto. Entretanto, por mais que seja um nível de energia muito
baixa, também pode ser experienciado por pessoas em intenso trabalho espiritual. Quando
o ego está próximo de ser dissolvido (próximo ao estágio de iluminação), este pode vir a
experimentar o nível de vergonha, como se estivesse próximo da morte. Nesse contexto,
deve-se saber que apenas o ego está “ameaçado” de morte, já que o Ser permanece
seguro e intocado. Todo medo é uma ilusão, o que inclui o medo da morte vivido no nível
de consciência da vergonha.

Nesse estágio de consciência, como o contexto envolve um nível de energia muito baixo, a
saída para transcender esse nível é render-se à ajuda e misericórdia Divina.

Culpa e Ódio vingativo


É o nível onde muitas atitudes são vistas como pecado e onde ocorre autopunição. A culpa
é consequência de memórias de arrependimentos relacionados a ações passadas. Para
superá-la, é preciso recontextualizar o passado e compreender que erros são naturais e
impessoais, fazendo parte do aprendizado e desenvolvimento de todo ser humano.

Desde que encarada com observação, a culpa pode ser útil para que estejamos sempre
em evolução e transcendê-la, aprendendo com os erros ao invés de ficarmos presos a ela.

Apatia

Este nível representa bem a energia de inação (Yin, tamas). O mundo é visto como “sem
solução”. Não há energia para transcender, buscar alternativas ou oportunidades de
melhoria. Uma pessoa em apatia tem tão pouca energia que é muito importante participar
de grupos ancorados pela energia do Amor Incondicional, como o Alcoólicos Anônimos.

Fé, esperança e caridade também são ótimos caminhos para sair da apatia. Ajudar os
outros (incluindo animais) aumenta a autoestima, podendo contribuir para um ganho de
energia.
Tristeza

Esse é o nível do remorso e tristeza profunda (podendo estar associada à depressão),


muitas vezes causada pela perda de uma pessoa próxima. A tristeza ocorre quando
projetamos nossa felicidade no que é externo. Por isso, também tem ligação com os
sentimentos de desejo e de posse. O sentimento de perda ou tristeza profunda pode fazer
as pessoas recorrerem a práticas religiosas e espirituais, o que pode abrir oportunidade
para evolução.

Medo

Este nível já possui mais energia que os anteriores, mas ainda vê um mundo negativo,
amedrontador, cheio de ameaças. É fácil “se perder” no nível de medo. Afinal, quando uma
pessoa foca no medo, os eventos (tragédias, violência, etc.) do mundo alimentam esse
medo em um ciclo sem fim.

Assim, o medo se manifesta em todos os níveis: medo de perder dinheiro ou ficar doente;
medo de ser privado de seus prazeres; medo de não conseguir terminar tarefas no prazo;
medo de perder um relacionamento; medo de passar vergonha ou não ser aceito; medo de
não ter conhecimento suficiente; medo do desconhecido; e assim por diante. Enquanto
culpa, vergonha e arrependimento representam o passado, o medo foca no futuro.

Segundo Hawkins, uma técnica simples para transcender o medo é se perguntar “E daí?”.
Por exemplo: “Tenho medo de perder o emprego”. “E daí?” “Daí posso ficar sem dinheiro.”
“E daí?” “Daí posso passar fome”. “E daí?” – E assim por diante.

Logo se percebe que todo medo culmina no medo da morte física. Ou seja, é um medo
puramente do ego, e não do Ser (já que o Ser não morre junto com o corpo).

Desejo

O nível de consciência de desejo é o motivador de grandes áreas da atividade humana,


incluindo a economia. É um nível constantemente explorado pela publicidade,
influenciando tomadas de atitudes e gerando demanda para produtos e serviços. Também
é o nível dos vícios críticos.

Ao contrário da verdadeira felicidade e satisfação, que é interna e vem do próprio Ser, o


desejo gera cada vez mais desejo em um ciclo interminável. Ao atender um mimo que é
objeto do desejo, a pessoa passa a buscar o próximo. Podemos perceber que o desejo é
motivado pelo ego, pois para uma pessoa ter, muitas vezes acredita-se que a outra deve
deixar de ter. Ou ainda usa a comparação: “se o outro tem, eu também preciso”. Ou seja,
inveja também é uma forma de desejo.

O desejo está ligado à glamourização, que é o ato de “supervalorizar” algo e projetar


nossa felicidade nesse objeto ou atividade, como se essa pudesse ser nossa fonte de
satisfação. Quando finalmente conseguimos algo que glamourizamos, mais cedo ou mais
tarde percebemos que aquela fonte externa não é suficiente para nos fazer felizes,
gerando frustração.

Em alguns casos, essa frustração “pós-desejo” leva ao nível de consciência de raiva, que
possui mais energia. Ao percebemos que nem todos os nossos desejos serão atendidos,
ficamos irritados e isso pode levar a uma mudança de atitude na busca de transcender
esse estado e quebrar de padrões.

Raiva
A raiva pode aparecer como uma conclusão construtiva de que nem sempre teremos
nossos desejos atendidos, abrindo caminho para o nível de consciência da coragem. Ou
ainda pode gerar comportamentos destrutivos quando o ser humano quer acabar com
aquilo ou aqueles que são diferentes dele.

Segundo Dr. Hawkins, os antídotos óbvios para transcender a raiva são: compaixão,
aceitação, amor e a disposição de perdoar. É preciso deixar de olhar para seus
ressentimentos como “injustiças” e apenas aceitar a realidade como ela é. Ao invés de
projetar insatisfações no mundo, a pessoa que pretende transcender o nível de raiva deve
buscar maneiras de mudar a si mesma. Como dizia Gandhi: “Seja a mudança que você
quer ver no mundo”.

É preciso compreender que a raiva é uma atitude da nossa “criança mimada”. Muitas
vezes achamos que todas as nossas vontades devem ser atendidas, ou que o mundo
deve se adaptar às nossas preferências. Transcender a raiva inclui perdoar, aceitar e
reeducar sua criança interior. É preciso ser o adulto responsável e tomar responsabilidade
por seus atos e emoções, o que também significa tomar responsabilidade pela sua própria
felicidade.

Orgulho

Comparado aos níveis anteriores, o nível de orgulho traz muito mais felicidade e
satisfação. Ainda assim, continua muito egocentrado. As chances de ter seu orgulho ferido
e cair em vergonha ainda existem. Apesar disso, esse é um nível extremamente
encorajado pela sociedade. O orgulho frequentemente é visto como algo positivo.

Os antídotos para transcender o orgulho são humildade e coragem. Ao invés de adotar


posicionalidades, é preciso buscar integridade. É necessário abrir mão do orgulho de estar
certo, de conquistar, de mostrar que sabe, etc.

Seção Dois – Níveis de Calibragem de 200-499 – A Fisiologia da


Verdade: Transição da Mente Baixa para a Mente Alta

Os níveis de consciência acima de 200 são aqueles onde a verdade prevalece. Nesses
níveis, já há mais consciência do que ego.

Coragem

É o nível de empoderamento, onde o ser humano se abre para experimentar coisas novas
e lidar com os desafios da vida. No nível de coragem existe energia suficiente para
aprender novas habilidades e encarar medos. É considerado o primeiro nível realmente
positivo de consciência. Ao invés de drenar energia do mundo (como ocorre até o nível de
orgulho), a pessoa no nível de coragem dá ao mundo tanta energia quanto ela toma dele.
Segundo Dr. David Hawkins, “Cruzar o nível de 200 é o passo mais crítico na evolução da
consciência humana”.

Para transcender o nível de coragem, é preciso diminuir julgamentos e posicionalidades,


chegando assim à neutralidade como forma de ver o mundo.

Neutralidade

A partir do nível de neutralidade, existe a liberação do excesso de posicionalidade


existente nos níveis inferiores. A polarização diminui e, com isso, a vulnerabilidade
(proveniente do apego a posições extremas) também é reduzida. Por esses motivos, Dr.
Hawkins diz que neutralidade é o nível da segurança. O marco desse nível é uma
capacidade confiante de viver no mundo.

De acordo com Hawkins, o nível de neutralidade pode ser visto como um estágio de
recuperação do espírito/alma após passar por tantos desafios relacionados às energias de
vibração mais baixa. Porém, por causa disso, muitas pessoas passam o resto de suas
vidas nesse nível de recuperação e cura interior. É importante lembrar que, por mais
pacífico e agradável que seja, o nível de neutralidade ainda está muito distante do
verdadeiro Amor e Alegria Divina.

Ao buscar alinhamento com princípios espirituais e a vontade de evoluir, a tendência é


avançar naturalmente para o próximo estágio da escala de consciência. Para transcender
esse nível basta não resistir.

Disposição

É colocado por Dr. Hawkins como o portão de entrada para os níveis mais elevados de
consciência. No nível de disposição, o crescimento é rápido e a construtividade ganha
espaço. Há a vontade de contribuir com o mundo e com o bem da sociedade. Nesse
estágio, a pessoa entende que é responsável por sua própria vida, por seus resultados,
por seus relacionamentos, etc. O sucesso econômico e social tende a ocorrer
naturalmente.

A ilusão do nível de disposição é que o “eu” individual é o único responsável pelo próprio
sucesso. Para avançar até o nível de aceitação, é preciso abandonar a crença do eu
pessoal como realidade básica e lembrar-se de que o indivíduo é parte do Todo — por
isso, não controla seus próprios resultados.

Aceitação

O nível de aceitação é marcado pelo entendimento de que nada externo é capaz de fazer
alguém feliz. De que o amor não é algo que se recebe do mundo ou de outras pessoas,
mas sim é criado de dentro para fora. Aceitação significa dar o seu melhor
constantemente, porém sabendo que o mundo não tem a obrigação de atender aos seus
caprichos e vaidades.

Nesse nível, os objetivos de longo prazo são priorizados e a disciplina fica evidente. Há
ainda menos interesse em julgamentalismos. O que importa é o resolver problemas de
forma que todos sejam beneficiados. O outro ser humano é visto como alguém que tem os
mesmos direitos, resultando em menos discriminação e intolerância.

Para transcender o nível de aceitação e chegar a razão, é preciso abandonar o


julgamentalismo baseado em emoções pessoais. O perdão é uma ferramenta importante
nessa fase — tanto em relação a outros como a si mesmo.

Razão

É marcado pela inteligência e racionalidade em contraste com o “emocionalismo” dos


níveis anteriores. Razão não significa frieza, e sim a capacidade de analisar com clareza
um assunto ou situação, independentemente de suas emoções individuais. No nível de
razão, seres humanos são capazes de processar dados complexos e tomar decisões
rápidas e assertivas. Este é o nível da ciência, da medicina, dos ganhadores do Prêmio
Nobel, dos juízes da Suprema Corte e de grandes nomes como Freud e Einstein.

Apesar dos grandes benefícios deste nível, Hawkins comenta que é fácil perder-se na
racionalização, na linearidade e na objetividade, criando apego pela razão e privando-se
de avançar ao nível de Amor. Isso acontece quando a intelectualização torna-se um fim
em si mesma.

A transcendência do nível de Razão é relativamente incomum em nossa sociedade, já que


exige uma mudança de paradigma. É necessário desapegar do descritivo e objetivo e se
abrir para o subjetivo e experiencial. Segundo Dr. Hawkins, a transição da Razão para o
Amor é a clássica passagem do “ter” para o “fazer” e finalmente para o “ser”. Segundo ele,
essa transição é facilitada quando abrimos mão de controlar o processo e, ao invés disso,
optamos por devoção e entrega.

Seção Três – Níveis de Calibragem de 500-599: Realidade Espiritual

Amor
Ao contrário do que ocorre até o nível de Razão, os campos de consciência a partir de 500
priorizam o significado, o propósito e a subjetividade como qualidades da experiência de
observação. Este nível traz o Amor como guia, dominando a maneira como o ser conduz
suas atitudes e sua forma de ver o mundo. Para o Amor, a oportunidade de servir ao
mundo e a satisfação de longo prazo prevalecem sobre os prazeres de curto prazo
buscados pelo ego. O Amor não vem da mente, do intelecto; ao invés disso, emana do
coração.

Quanto mais incondicional o Amor se torna, maior é o avanço na escala de consciência.


Segundo Dr. Hawkins, para aumentar a capacidade de amar, devemos abrir mão de julgar
e de desejar qualquer coisa vinda de outras pessoas. Podemos trocar esses apegos pela
apreciação de cada ser humano pelo que ele é, e não pelo que tem ou faz.

De acordo com David Hawkins, um ponto chave para tornar o Amor incondicional é
perdoar experiências passadas. Perdoar qualquer condição que possa fazer com que
vejamos alguém como não digno de ser amado. Com a intenção de expandir nosso Amor,
podemos recontextualizar o que julgávamos como “bom/ruim” para simplesmente
“preferível” ou “menos preferível”, sem julgamentos.

Amor Incondicional (540), Alegria (560) e Êxtase (575)


De acordo com Dr. Hawkins, quando o Amor se torna cada vez mais incondicional, ele
começa a ser experienciado como uma Alegria interna. Nesse estado, a Alegria vem de
dentro e é constante, não dependendo de nenhuma fonte externa. A própria vida torna-se
fonte de prazer. O nível de 540 é o nível da cura, de estudantes espirituais avançados e de
curadores espirituais. Esse nível dá origem a uma enorme paciência e atitude positiva
mesmo diante de adversidades. É um estado de compaixão.

Hawkins comenta que nos 500s altos (estágios mais avançados de Amor), o mundo é visto
como fonte de beleza e a perfeição da criação é admirada constantemente. Tudo acontece
por sincronicidade, sem esforço. A vontade individual une-se à vontade Divina. Há o
desejo de usar o próprio nível de consciência em benefício dos outros, e não de si próprio.
No nível de Êxtase, há um estado de energia incansável. Entretanto, pode tornar-se
complexo atuar no mundo “comercial” e pode haver a preferência de retirar-se do convívio
da sociedade ordinária.

As transcendências dos níveis de Alegria e Êxtase exigem render todas as crenças


limitantes, posicionalidades, dúvidas e apegos. Isso inclui o próprio estado de êxtase e até
mesmo as responsabilidades mundanas, como posições, cargos, relacionamentos, etc.

 
Seção Quatro – Níveis de Calibragem de 600-1000: Os Estágios de
Iluminação
 

Paz (600), Autorrealização (700) e Vazio (850)


Estes são os níveis de consciência da iluminação espiritual. Normalmente, pessoas
nesses estágios são professores espirituais. Dr. Hawkins coloca que a partir do nível de
Paz já não existem desejos, necessidades, avidez e aversão. Os apegos se desfazem,
incluindo o apego pelo corpo físico. Por esse motivo, 50% dos seres que atingem o estado
de Paz optam por deixar o corpo.

Os níveis de 700 a 850 são extremamente raros e normalmente correspondem a


professores espirituais muito avançados, os quais atraem discípulos e têm seus
ensinamentos espalhados pelo mundo. Já os níveis além de 850 são ainda mais raros,
representando o entendimento total do Divino.

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