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Saúde e bem-estar
A Organização Mundial de Saúde (OMS), agência subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em
1948 após a segunda guerra mundial tendo como seu objetivo “um completo estado de bem-estar físico, mental e
social, e não apenas ausência de doença ou enfermidade“.
O atual ensejo suscitou em um amplo debate acerca da disseminação da COVID-19, com mais de 1 milhão de
pessoas infectadas e sistemas de saúde em colapso no mundo todo foi a partir daí que vimos quão devastador é o
coronavírus. A falta de transparência e responsabilidade com a população tornou-se contrária ao objetivo inicial da
OMS desde a falta de monitoramento na investigação do primeiro caso de COVID-19 em Wuhan até a discrepância
no número de casos.
O fato é que a “expressão ‘completo estado’, além de indicar uma concepção pouco dinâmica do processo - uma vez
que as pessoas não permanecem constantemente em estado de bem-estar revela uma idealização do conceito, que
tornado inatingível, não pode ser usado como meta pelos serviços de saúde”.
Para Canguilhem, a saúde não poderá ser pensada como carência de erros e sim como a capacidade de enfrentá-los.
Apesar de todos os fracassos, erros, e mal-estar formamos parte constitutiva de nossa história, a qual passamos a
valorizar a vida e priorizar o coletivo, saindo dessa crise mais fortes como pessoas, como profissionais e como nação.
De acordo com Foucault (1982a), o surgimento do Estado Moderno coloca a saúde como um valor, como fonte de
poder e riqueza para o fortalecimento dos países. Consequência dessa perspectiva, a medicina do século XIX se
modifica, introduzindo o controle dos corpos através da normatização dos espaços, dos processos e dos indivíduos,
necessários para a sustentação do capitalismo emergente. Percebe-se, então, que foi preciso traçar medidas,
normas, para atenuar ou combater os problemas de saúde caudados por doenças, infecciosas ou parasitárias.
Essas medidas foram para ajudar no combate de doenças, na França, por exemplo, ouve uma reforma urbana, a qual
promoveu a remoção de amontoamentos de casas sobre as pontes, de cemitérios e matadouros localizados no
centro de Paris e a abertura de avenidas amplas e arejadas. Já Inglaterra a medicina social caracterizou-se como
medicina dos pobres, da força de trabalho e dos operários, conjugando um sistema de assistência e de controle
médico. À medida que os pobres eram beneficiados pelo tratamento gratuito ou de baixo custo, deveriam submeter-
se a vários controles médicos, inclusive a obrigatoriedade da vacinação.
Em comparativo com o ano de 2020, ano que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto causado pelo
o novo coronavírus (SARS-Cov2), uma pandemia global. Detectado pela primeira vez em dezembro de 2019, na
cidade de Wuhan, China, esse vírus causa uma doença denominada de COVID-19, cujo quadro clínico varia de
infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves.
As primeiras medidas de combate, utilizadas mundialmente, foram a quarentena e o distanciamento social, para
evitar a transmissão dessa doença. No entanto, outras medidas foram usadas para atenuar o progresso da doença,
como o uso de máscaras e a higienização das mãos (com água e sabão ou com álcool 70%). Nesse viés, observa-se
que as normas, utilizadas no mundo todo, são necessárias para combater essa problematização social, o covid-19.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), considerado o maior sistema público de saúde do mundo, mesmo tendo
sido subfinanciado desde sua criação, vem fornecendo a base necessária para as ações de enfrentamento da COVID-
19, como a vacinação, por dispor de uma rede de serviços, equipamentos e recursos humanos. Entretanto, a falta de
investimentos, seu desmonte e sua desestruturação ficam mais evidentes nos momentos de crise, denotando o
número insuficiente de recursos humanos na saúde; a falta de treinamento das equipes da atenção básica e da média
complexidade para lidar com as suspeitas e com os casos da COVID-19; o número insuficiente de equipamentos de
proteção individual (EPI); a falta de profissionais especializados em serviços de urgência; as poucas ações de
prevenção interna nos espaços de cuidado, dentre outras ações necessárias ao enfrentamento de situações
emergenciais de saúde pública, isso acaba se tornando um problema para o enfretamento dessa pandemia.
O novo coronavírus teve um avanço de forma exponencial devido seu alto nível de contágio, espalhando-se mais
rápido do que uma gripe comum. O risco de colapso de todos os sistemas de saúde ao redor do mundo é claro,
forçando até mesmo as maiores economias adotarem medidas de urgência numa escala com impactos sempre
precedentes.
Enquanto cientistas correm contra o tempo para encontrar um tratamento ou cura para COVID-19 e governos ao
redor do mundo buscar maneiras de passar por essa crise, o que implica na superação do modelo biomédico e na
adoção de outros princípios norteadores capazes de auxiliar na necessária reorganização do modelo de atenção à
saúde, ainda voltado as ações curativas e assistenciais. Contudo, buscando a criação de ambientes favoráveis à saúde
ambientes comunitários, como ginásios esportivos transformados em centrais de triagem, os quais são feitos testes
rápidos de COVID-19 para as pessoas que apresentam sintomas e avaliação médica. A tomada de decisões e a
definição e implantação de estratégias para alcançar o melhor nível de saúde também é primordial para o contexto
da pandemia, porém não houve uma garantia de acesso da população a informação sendo divulgadas fake news
durante a pandemia.
No que tange as condições de vida e de trabalho, algo que se expandi para além da doença, dos doentes, dos modos
de transmissão e dos fatores de risco houve a implantação de auxílios para aqueles que ficaram sem fontes de renda,
medida de proteção social que buscou atenuar a crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus.
Em suma, a operacionalização feita durante a pandemia, apesar de seus altos e baixos, nos trouxe a vacina que é
uma das consequências da capacidade mobilizadora dos atores sociais envolvidos, sejam profissionais de saúde, de
outros setores, ou a própria comunidade.