Sumário
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O Brasil no mundo em transformação | Relações Brasil-América Latina
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Cepal, Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe – 2019,Brasília/Santiago,
2019, pág. 5 (https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/45085/1/S1901098_pt.pdf)
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World Bank, World Economic Prospects, 2020, Washington, EUA, pág 4
(https://www.worldbank.org/en/publication/global-economic-prospects)
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Paraguai. Entretanto, foi apenas com o Tratado Tripartite de Itaipu-Corpus, de 1979, que
se conciliaram os interesses argentinos, paraguaios e brasileiros” 3.
PONTO IMPORTANTE para o avanço dos entendimentos se deu em 1982, quando
o Brasil fez coro com a demanda argentina pelas ilhas Malvinas, um protetorado britânico
no Atlântico Sul. Buenos Aires declarou guerra à ex-potência hegemônica. Esboçando a
política que viria mais tarde a ser chamada de Sul-Sul, Brasília não apenas se colocou
contra Londres e Washington, como denunciou na ONU o caráter ilegítimo das pretensões
britânicas.
MAS O FATOR DECISIVO para uma real aproximação foi o fim das ditaduras
militares, na Argentina (1983) e no Brasil (1985). A democracia foi o grande fermento da
constituição do mais ousado projeto de integração até então, o Mercosul, com a adesão
de Paraguai e Uruguai, no Tratado de Assunção, em 1991. Tais fatores pavimentam as
pontes políticas entre o Palácio do Planalto e a casa Rosada, nos anos 1990 e 2000,
apesar de percalços como a desvalorização acidentada das moedas dos dois países
pouco antes da virada do século e a decisão brasileira de não apoiar a renegociação
forçada da dívida pública argentina, em 2004-05, que restringiu fortemente o acesso do
país ao mercado internacional de crédito.
QUAL O SENTIDO dessa brevíssima reconstituição histórica? Mostrar as
dificuldades e fragilidades de uma política de integração. Mesmo levando-se em conta
que Argentina e Brasil ocupam lugares semelhantes na divisão internacional do trabalho –
cada vez mais como fornecedores de commodities e importadores de manufaturas -, os
entendimentos bilaterais podem sofrer abalos, a partir de decisões de governos de turno.
AS VITÓRIAS ELEITORAIS de Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil, 2002), Nestor
Kirchner, (Argentina, 2003), Tabaré Vázquez (Uruguai, 2004), Rafael Correa (Equador,
2005), Evo Morales (Bolívia, 2005), Daniel Ortega, (Nicarágua, 2006), Fernando Lugo
(Paraguai, 2008) e de Michele Bachelet (Chile, 2006) alteraram por mais de uma década a
configuração política regional. Os países da América do Sul passaram a ter balanças
comerciais superavitárias naquele período. A Argentina viu crescerem fortemente suas
vendas de trigo e carne. A soja, o milho, a carne e minérios in natura tiveram papel
decisivo para o crescimento econômico do Brasil.
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WEBER, Leonardo et all, “O papel do Brasil como indutor do processo de integração energética
regional na América do Sul”, revista Perspectiva , v. 7, no. 13, pág. 105
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mesmo o Mercosul, bloco gestado desde a década de 1960 e concretizado três décadas
depois, conseguiu juntar forças para mudar qualitativamente a inserção internacional das
economias continentais. A maior parte das cadeias produtivas dos países não é
complementar entre si. Antes, seguem a rota e a estratégia de negócios traçada a partir
das sedes das transnacionais.
A AÇÃO DAS GRANDES CORPORAÇÕES privadas é francamente
desagregadora. A tentativa de integração parte muito mais do poder de Estado do que da
iniciativa privada. Com uma lógica global de procura por mercados e baixos custos de
produção, as transnacionais operam em faixas por vezes distintas aos das intenções do
poder público. Com isso, o risco de desagregação do Mercosul é grande. Os países do
bloco começam a buscar acordos bilaterais fora dele. Exemplos evidentes são as
tratativas Argentina-China, a aproximação da Venezuela com o país asiático e as
tentativas de acordo de Brasil e Uruguai com a União Europeia.
A PARTIR DE 2016, o continente entrou em nova fase, uma segunda onda
neoliberal, mais agressiva e ousada que a primeira, entre os anos 1980-90. A principal
mudança aconteceu no Brasil.
O GOLPE PARLAMENTAR de 17 de abril de 2016 teve como alvo visível o
segundo governo Dilma Rousseff, o quarto da chamada linhagem lulista. Uma
concentração de interesses financeiros, midiáticos e direitistas uniu as classes
dominantes, até então divididas ante a coalizão liderada pelo Partido dos Trabalhadores,
atraiu o centro político e tirou do poder uma agremiação que estava à testa do Executivo
federal havia 13 anos e quatro meses.
O PROJETO NORTE-AMERICANO para a América Latina ganhou uma nova face
com o início da administração Donald Trump, em janeiro de 2017. Ainda durante a
campanha presidencial, os países da América Central foram alvos constantes de ataques
xenofóbicos do então candidato, principalmente no que diz respeito ao fluxo de imigrantes
latinos para os Estados Unidos. Ainda candidato pelo Partido Republicano, Trump
assumiu a tarefa de conter a emergência da China e limitar o comércio norte-americano
com os países asiáticos e latino-americanos em resposta aos déficits comerciais com as
duas regiões, ideia posteriormente reforçada em 2018 pelo então Secretário de Defesa
James Mattis, que definiu a concorrência estratégica como a principal preocupação
relacionada à segurança nacional.
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Referências bibliográficas
Leitura mínima:
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Disponível em:
http://funag.gov.br/loja/download/148-Rio_Branco_-
_a_America_do_Sul_e_a_Modernizacao_do_Brasil.pdf
Leitura complementar:
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