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8/10/2016

Curso Avanzado de Operaciones


Industriales de Ingenio

Fundamentos do Processo de Moagem


GUATEMALA
16 a 18 de Agosto de 2016

paulo@delfini.com.br
+ 55 19 98166-7000

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Fundamentos do Processo de Moagem


Objetivo da Moagem

O objetivo da moagem é separar o caldo que contém os


açúcares do restante da cana, ou seja separar o caldo
da fibra da cana, considerando que a cana é composta
basicamente de duas partes: fibra (sólidos insolúveis) e
caldo (água e sólidos dissolvidos)

A extração pode ser definida e medida de diferente


formas, tais como extração de pol, extração de ART,
extração de Brix e extração de caldo

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Fundamentos do Processo de Moagem


Modelo Volumétrico de moagem

Volume descrito (Vd):

Volume gerado na
unidade de tempo por
um par de rolos com
diâmetro D e
comprimento L, girando
a uma determinada
velocidade v, com uma
abertura em trabalho A
entre eles.

Vd = L x A x v

Fundamentos do Processo de Moagem


Modelo Volumétrico de moagem
Volume de caldo extraído
teórico (Vjet):

Diferença entre o volume


sem vazios de material
(Vm) entrando no par de
rolos e o volume descrito
pelo par de rolos (Vd)

Vm = Vfibra + Vcaldo

Vjet = Vm - Vd

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Fundamentos do Processo de Moagem


Modelo Volumétrico de moagem

Volume de caldo extraído (Vje):

Diferença entre o volume de


material (Vm) entrando no par de
rolos e o volume de bagaço na
saída do par de rolos (Vb)

Vje = Vm – Vb

Vb = Vd ?

Vjet = Vje ?

Fundamentos do Processo de Moagem


Modelo Volumétrico de moagem
Vb > Vd

Vb/Vd = k = Reabsorção
K > 1,0
Tipicamente k = 1,40

Vb = K x Vd

Vje = Vm – k x Vd

Vjet = Vm – Vd

Vje < Vjet

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Fundamentos do Processo de Moagem


Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Testes realizados pelo SRI e pela Universidade de Queensland


(Austrália) sob condições experimentais bem controladas
demonstraram que o volume de bagaço (sem vazios)
descarregado por uma moenda de alta compressão é maior
que o volume descrito na abertura no plano axial entre os rolos.
Este fenômeno é descrito como reabsorção e a relação entre o
volume de bagaço e o volume descrito é denominado fator de
reabsorção (k)

Fonte: Peter Rein, Cane Sugar Engineering – Ed. 2007 – Pág. 105

Fundamentos do Processo de Moagem


Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Vários pesquisadores já
estudaram, mediram e
discutiram os mecanismos
envolvidos neste processo

• A pressão no bagaço atinge o valor máximo um pouco antes da abertura e


o caldo não pode fluir contra o fluxo a partir deste ponto. A partir deste
ponto o caldo flui para a frente através da camada de fibra e/ou toda a
massa de caldo e fibra é extrusada através da abertura de trabalho a uma
velocidade maior que da superfície dos rolos. (Crawford)
• O pico de pressão normalmente é atingido numa posição entre 3° e 7º
antes da abertura de trabalho (Jenkins)

Fonte: Peter Rein, Cane Sugar Engineering – Ed. 2007 – Pág. 105

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo
• A pressão no bagaço permanece efetivamente constante até ser liberado
após a abertura de trabalho. Confirmado por medições da pressão na
superfície dos rolos (Murry & Holt)
• Confirmado que toda a massa de bagaço realmente é extrusada sob uma
condição de suficiente pressão(Holt)
• Um plano denominado de neutro foi definido como a posição na qual a
velocidade média do bagaço é igual à velocidade da superfície dos rolos
no plano axial. Após o plano neutro, o bagaço acelera numa velocidade
maior que a superfície dos rolos (Murry&Holt).
• A pressão máxima no bagaço ocorre no plano neutro e não há caldo livre
ou extração após este ponto (Murry & Holt).
Fonte: Peter Rein, Cane Sugar Engineering – Ed. 2007 – Pág. 105

Fundamentos do Processo de Moagem


Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Por muito tempo se acreditava que o bagaço passando entre os rolos de


moenda se desloca com uma velocidade igual à periférica dos rolos que o
move. A primeira edição deste manual foi baseada nesta hipótese; porém
medições mais precisas demonstraram que isto não é correto. Já em 1928,
Egeter em Java estabeleceu que o volume do bagaço comprimido, à medida
que passa entre os rolos, é maior que o volume gerado pelos rolos. Ele
encontrou muito ceticismo, pois mesmo pessoal técnico achava difícil
imaginar um fluxo de material submetido a tais pressões. Mais medições
cuidadosas em moendas industriais e experimentos de laboratório,
particularmente aqueles de Bullock e de Murry na Austrália, demonstraram
decisivamente que dificilmente há uma igualdade entre o volume de bagaço
comprimido e o volume gerado pelos rolos

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

Fundamentos do Processo de Moagem


Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

Um novo fator entra no jogo, a permeabilidade da massa fibrosa. Esta


permeabilidade é muito alta no bagaço solto mas cai abruptamente quando a
pressão aumenta e se torna praticamente nula em pressões muito altas,
como demonstrado por Bullock e Murry. O caldo que não foi capaz de
escapar na zona de alta permeabilidade, ou baixa pressão, assim se
encontra preso. Chega então à zona de pressões muito elevadas, através
PQ, um material consistindo de caldo intimamente entremeado com fibra.
Este material assume, sob tais pressões o estado que Linley descreveu
como “semi-líquido” (Murry7); ele possui propriedades peculiares e o líquido
mostra uma forte tendência de espirrar através da primeira abertura
disponível, provavelmente levando consigo uma certa proporção de fibra

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

O caldo que foi então aprisionado no interior da camada de bagaço forma


uma bolsa que é bem retratada pelas faixas verticais distorcidas (Fig. 10.13).
Iremos agora considerar o que acontece com esta bolsa de material: quando
ela chega ao plano axial OO’, ela encontra à sua frente uma zona de
pressões decrescente. O líquido irá então obviamente ser jogado para frente
e encontrará um bagaço relativamente seco e expandindo como uma
esponja, na qual ele será imediatamente re-absorvido. Vemos aqui uma das
deficiências do rude sistema de extração proporcionado pelo processo de
moagem; uma enorme quantidade de energia é despendida para libertar o
caldo mas uma grande fração do caldo assim liberado é imediatamente
perdido novamente por reabsorção. Esta desvantagem é um assunto da
natureza dos materiais e seria muito difícil de ser superado.

Fonte: E. Hugot, Handbook of Cane Sugar Engineering – 3rd Edition – 1986 – Pág. 130/132

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Índice de Reabsorção – definição e mecanismo

A REABSORÇÃO É UM
DOS FATORES MAIS
IMPORTANTES QUE
LIMITAM A EXTRAÇÃO
DAS MOENDAS

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – Nível de compactação

A compactação pode ser expressa pelo Índice de Fibra (IF),


definida como a relação entre o peso de fibra passando e o
volume descrito pelo par de rolos na unidade de tempo:
IF = Qf / Vd
IF = Índice de Fibra (kg de fibra / m3 de vol. descr.)
Qf = Taxa de fibra (kg de fibra / min)
Vd = volume descrito na abertura em trabalho(m3/min)

O índice de fibra é a densidade aparente da fibra atingida em


qualquer ponto do processo de esmagamento.

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – Nível de compactação

• O Índice de Fibra a ser atingido em cada terno guarda relação

com o teor de fibra a ser atingido no seu bagaço.

• Entretanto, a relação entre o índice de fibra e o teor de fibra no

bagaço não é linear, devido à tendência de aumento da

reabsorção com o aumento da compactação

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – Nível de compactação

Índice de Fibra X Reabsorção – 2º terno


Fonte: D.S. Shann -General Milling Notes – Technical Report Nº 105 – SRI - Austrália

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – Rugosidade superficial

• Rugosidade superficial é derivada do material utilizado na


camisa e das soldas aplicadas nos frisos, principalmente a
solda tipo chapisco.
• Rugosidade maior implica em redução da extrusão da camada
de bagaço reduzindo a reabsorção
• Com menor escorregamento a carga aplicada na camada de
bagaço pode ser mais efetiva.

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – Velocidade de operação

• Teoricamente a velocidade de operação da moenda é


inversamente proporcional à sua extração.
• Maior velocidade  redução do coeficiente de atrito dinâmico e
menor tempo para efetivar a drenagem do caldo.
• Uma moenda em boas condições de soldagem (chapisco) reduz
o efeito da velocidade no coeficiente de atrito.
• A prática tem mostrado que o tempo para efetivar a drenagem
não tem sido uma restrição para se obter bons níveis de
extração.

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade/condições de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – drenagem/embebição

• Nas condições normais de operação a capacidade de


drenagem dos rolos não parece ser uma restrição.
• Pode-se citar um fator negativo que se refere à retirada do
caldo já extraído em alguns pontos da moenda (caldo sobre o
rolo superior)
• Com taxas de embebição elevadas a capacidade de drenagem
não deve ser afetada  caldo extraído do 2º ao último terno
sempre será menor que o extraído no 1º terno
• Capacidade X Condições de drenagem

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – drenagem/embebição

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – regulagem/frisos

• A regulagem das moendas tem influência significativa no índice


de reabsorção
• Na regulagem é definido o nível de compactação esperado em
cada terno, fator com forte influência na reabsorção.
• Na regulagem se estabelece a proporção de caldo a ser
extraído em cada abertura (relação das aberturas)
• Relação de aberturas entrada/saída elevada favorece a
alimentação porém sobrecarrega o trabalho de deslocamento
de caldo na saída

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção – regulagem/frisos

• Ensaios experimentais efetuados na Austrália não mostraram


efeito significativo do passo dos frisos no índice de reabsorção
• Devido às condições distintas de drenagem que os diferentes
ângulos de frisos propiciam, certamente têm influência no
índice de reabsorção.
• A composição das forças de esmagamento se alteram em
função do ângulo dos frisos, alterando as condições de atrito
com efeitos distintos no índice reabsorção.

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Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção

• Nível de compactação aplicado (carga hidráulica)


• Rugosidade superficial dos rolos
• Velocidade de operação da moenda
• Capacidade de drenagem dos rolos
• Taxa de embebição utilizada
• Regulagem das moendas (compactação, relação aberturas)
• Passo e ângulo dos frisos dos rolos
• Nível de preparo da cana (tamanho das partículas)
• Variedade da cana (morfologia, relação medula/fibra, etc)
• Teor de impurezas minerais e vegetais na cana
• ...

Fundamentos do processo de Moagem


Parâmetros que afetam o índice de Reabsorção
Preparo/variedade/impurezas

• O nível de preparo tem influência direta na granulometria da


cana podendo assim afetar o comportamento do material
submetido à compactação.
• A variedade da cana apresentando estruturas fibrosas com
propriedades e proporções medula/fibra diferentes deve ter
efeito significativo na reabsorção.
• As impurezas minerais e vegetais também devem afetar o
índice de reabsorção  comportamento diferente da cana sob
compactação.
• Muito pouco conhecimento sobre estes fatores

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Fundamentos do Processo de Moagem


Conceitos de compactação, compressão, relação de compressão
Não há uma uniformidade adotada universalmente para os
termos relacionados com a compactação ou compressão
exercida pela moenda em qualquer de suas aberturas.
Alguns exemplos são descritos a seguir:

Relação de compactação:
Relação entre o volume aparente de cana na alimentação (fibra +
caldo +ar) e o volume descrito na abertura em trabalho na
unidade de tempo = L x C x vc / L x A x v

Relação de compressão:
Relação entre o volume de cana sem vazios na alimentação (fibra
+ caldo) e o volume descrito na abertura em trabalho

Fundamentos do Processo de Moagem


Conceitos de compactação, compressão, relação de compressão
Relação de enchimento de fibra:
Relação entre o volume de fibra e o volume descrito na unidade
de tempo

Compactação ou índice de fibra (IF):


Relação entre o peso de fibra e o volume descrito na unidade de
tempo, ou a densidade aparente da fibra em qualquer ponto do
processo de esmagamento.
IF = Qf / Vd
IF = Índice de Fibra (kg de fibra / m3 de vol. descr.)
Qf = Taxa de fibra (kg de fibra / min)
Vd = volume descrito na abertura em trabalho(m3/min)

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Fundamentos do Processo de Moagem


Conceitos de compactação, compressão, relação de compressão

Relação de enchimento (filling ratio - Re):


Relação entre o Índice de Fibra e a densidade da fibra. Reflete a
proporção da abertura que é completamente preenchida por
material sólido. É obtido pela comparação do IF com a densidade
absoluta da fibra (~1530 kg/m3)
• Re = IF / 1530
• Re (1º terno) = 530 / 1530 = 0,35
• Re (último terno) = 880 / 1530 = 0,58

Fundamentos do Processo de Moagem


Aberturas das moendas definidas pela compactação

• O Índice de Fibra ou Compactação é o parâmetro mais utilizado


nos métodos de cálculo da regulagem das moendas, apesar de
que qualquer outro poderia ser utilizado com o mesmo efeito ou
resultado final.
• O Índice de Fibra a ser atingido em cada terno guarda relação
com o teor de fibra no seu bagaço.
• A relação entre o índice de fibra e o teor de fibra no bagaço não
é linear, com redução do gradiente de fibra no bagaço a medida
que se aumenta o índice de fibra, devido à tendência de
aumento da reabsorção com o aumento da compactação

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Fundamentos do Processo de Moagem


Aberturas das moendas definidas pela compactação

• O teor de fibra no bagaço de cada terno pode ser considerado

como uma representação do desempenho da moenda

(extração de caldo e consequentemente de pol ou de ART).

• O valor do índice de fibra, bem como do teor de fibra em cada

bagaço é crescente do 1º ao último terno

Fundamentos do Processo de Moagem


Aberturas das moendas definidas pela compactação
60

55
Ú ltim o T erno
50

45
Fibra % Bagaço (F) - %

40

35
1º Terno
30

25

20

15

10
20 0 3 00 400 50 0
530 6 00 7 00 80 0
880 90 0 10 0 0 1 10 0 1 2 00
Ín dice de F ibra (I) - kgf/m ³ vo l.d esl.

Resultados experimentais – Noel Deerr – Java - 1926

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Fundamentos do Processo de Moagem


Mecanismos para efetuar a compactação
• A compactação é obtida através da aplicação da carga hidráulica nas
moendas
• Originalmente os rolos das moendas eram fixos e a pressão aplicada era
consequência da camada de cana alimentada resultando em
variações da compactação e dos resultados
• A principio foram utilizadas molas para aplicar a pressão, porém seu uso só
era possível em moendas muito pequenas
• O próximo passo foi a utilização da pressão hidráulica utilizando um circuito
de óleo pressurizado com a carga mantida constante através de
pesos externos
• Posteriormente, o sistema de pesos foi substituído pelos acumuladores
hidráulicos, no interior do qual um balão com nitrogênio é comprimido
pelo óleo, mantendo a pressão com pequena variação
• Sistemas devem ser dimensionados para não permitir uma variação
maior do que 10 % da pressão de trabalho entre o zero e o máximo
de oscilação

Fundamentos do Processo de Moagem


Mecanismos para efetuar a compactação

Sistema de pressão
hidráulica com pesos

Sistema com molas

Acumuladores com
balão de Nitrogênio

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Fundamentos do Processo de Moagem


Carga hidráulica e força atuante no rolo
• A carga hidráulica é aplicada normalmente no rolo superior da
moenda através dos cabeçotes
• Os cabeçotes possuem em seu interior um cilindro hidráulico no qual
o óleo exerce pressão em um lado e aplica uma força no caixa
do mancal superior
• A força aplicada no mancal superior (F) é proporcional à pressão
hidráulica (Ph) utilizada e ao diâmetro do pistão (Dp).
• A carga total aplicada no rolo superior é 2 x F, através dos 2 mancais
superiores
π x Dp2 0,454
F = Ph x x
4 1000

Onde:
Ph = carga hidráulica (psi)
Dp = diâmetro pistão (pol.)
F = Força aplicada em 1 mancal superior (t)

Fundamentos do Processo de Moagem


Exemplo de calculo da carga na moenda

Para uma moenda com um pistão de 12” de diâmetro e carga hidráulica de


4.000 psi, calcular a força em cada mancal e a carga total na moenda.

π x 122 0,454
F = 4.000 x x
4 1000

F = 205 t

Carga total na moenda (2 x F):

2F = 2 x 205 = 410 t

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Fundamentos do Processo de Moagem


Parâmetro para comparação da carga – Pressão hidráulica especifica

• A aplicação de uma carga total como do exemplo anterior de 410 t tem um


efeito completamente diferente se aplicada numa moenda com
bitola de 78” ou numa moenda com bitola de 54”
• Para podermos comparar cargas aplicadas em diferentes bitolas de
moenda temos que recorrer ao uso de algum parâmetro que nos
permita tal comparação.
• Uma tentativa foi a utilização de carga por unidade de largura, porém não
considerando diâmetros diferentes para a mesma largura de
moenda a comparação poderia ficar prejudicada
• Dessa forma desenvolveu-se o conceito da pressão hidráulica específica
(Phe) que considera a largura da moenda e o diâmetro do rolo
superior, admitindo-se que a carga se distribui em 10 % de sua área
projetada.
• A pressão hidráulica específica (Phe) é normalmente expressa em t/dm2

Fundamentos do Processo de Moagem


Cálculo da Pressão hidráulica específica
2F
Phe = (t/dm2)
0,1 x Dsup x Lsup

Onde:
2F = carga total na moenda (t)
Dsup = Diâmetro médio do rolo superior (dm)
Lsup = Comprimento do rolo superior (dm)
Phe = Pressão hidráulica específica (t/dm2)

Para o exemplo anterior, se considerarmos uma moenda com bitola de 78”


(1.981 mm) e diâmetro médio de 960 mm, teriamos o seguinte valor para a
Phe:
410
Phe = Phe = 21,6 t/dm2
0,1 x 9,60 x 19,81

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Fundamentos do Processo de Moagem


Carga hidráulica e carga equivalente em moendas de tamanhos diferentes

• Retornando ao exemplo, para a moenda com bitola de 54” (1.372 mm)


adotando a mesma carga total de 410 t, qual seria sua Phe?
• Considerando um diâmetro médio para esta moenda de 770 mm,
teríamos uma Phe de 38,8 t/dm2, muito acima da capacidade de
carga desta moenda
• Para a mesma Phe de 21,6 t/dm2 calculada para o exemplo da moenda 78”,
a carga total na moenda 54” deveria ser de:

2F
21,6 =  2F = 228 t
0,1 x 7,70 x 13,72

Fundamentos do Processo de Moagem


Critérios para definição da carga hidráulica e carga nos acumuladores
EXTRAÇÃO CORPORATIVA
MOENDA- 1ºe2ºT- 1175x2200 - 3ºT- 46"x84" 4ºao 6ºT- 42"x84"
Revisão: 7 Data: 21/12/2012
PRESSÃO HIDRÁULICA NA MOENDA

MOENDA Unidade: Junqueira Safra: 2013 VALOR


POSIÇÃO - LADO DO ACIONAMENTO 1º T 2º T 3º T 4º T 5º T 6º T RECOMENDADO

Pressão hidráulica de trabalho (psi) 3.900 3.900 2.900 2.900 3.100 3.100

Pressão de calibração das garrafas (psi) 2.900 2.900 2.200 2.200 2.300 2.300
Diâmetro do pistão (mm) 355,6 355,6 406,4 406,4 406,4 406,4

Diâmetro dos mancais (mm) 540,0 540,0 482,6 482,6 482,6 482,6

Comprimento dos mancais (mm) 700 700 650 650 650 650
Raio de arredondamento dos mancais (mm) 20 20 20 20 20 20

Comprimento útil dos mancais (mm) 660 660 610 610 610 610
Comprimento das camisas (mm) 2.200 2.200 2.133 2.133 2.133 2.133

Diâmetro médio das camisas (mm) 1.156 1.156 1.166 1.056 1.042 1.093
Pressão admissível nos mancais (kgf/cm2) 100 100 100 100 100 100
Força do pistão (kgf) 272.382 272.382 264.543 264.543 282.787 282.787

Pressão hidráulica específica - p.h.e.-(t/dm2) 21,42 21,42 21,27 23,49 25,45 24,26 20/22/23 t/dm2

Pressão nos mancais (kgf/cm2) 76,43 76,43 89,86 89,86 96,06 96,06 < 100 kgf/cm2
Pressão hidráulica máx. (Pmancal=100kgf/cm2) 5.103 5.103 3.227 3.227 3.227 3.227

P calibração / P trabalho (%) 74% 74% 76% 76% 74% 74% 70% a 80% P trabalho
Tipo de Acoplamento Acip Acip Acip Acip Acip Acip

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Fundamentos do Processo de Moagem


Critérios para definição da carga hidráulica e carga nos acumuladores
EXTRAÇÃO CORPORATIVA
MOENDA- 1ºe2ºT- 1175x2200 - 3ºT- 46"x84" 4ºao 6ºT- 42"x84"
Revisão: 7 Data: 21/12/2012
PRESSÃO HIDRÁULICA NA MOENDA

MOENDA Unidade: Junqueira Safra: 2013 VALOR


POSIÇÃO - LADO OPOSTO ACIONAMENTO 1º T 2º T 3º T 4º T 5º T 6º T RECOMENDADO

Pressão hidráulica de trabalho (psi) 3.300 3.300 2.500 2.500 2.700 2.700

Pressão de calibração das garrafas (psi) 2.500 2.500 2.000 2.000 2.000 2.000
Diâmetro do pistão (mm) 355,6 355,6 406,4 406,4 406,4 406,4

Diâmetro dos mancais (mm) 540,0 540,0 482,6 482,6 482,6 482,6

Comprimento dos mancais (mm) 700 700 650 650 650 650
Raio de arredondamento dos mancais (mm) 20 20 20 20 20 20

Comprimento útil dos mancais (mm) 660 660 610 610 610 610
Comprimento das camisas (mm) 2.200 2.200 2.133 2.133 2.133 2.133

Diâmetro médio das camisas (mm) 1.156 1.156 1.166 1.056 1.042 1.093
Pressão admissível nos mancais (kgf/cm2) 100 100 100 100 100 100
Força do pistão (kgf) 230.477 230.477 228.054 228.054 246.298 246.298

Pressão hidráulica específica - p.h.e.-(t/dm2) 18,12 18,12 18,34 20,25 22,16 21,13 20/22/23 t/dm2

Pressão nos mancais (kgf/cm2) 64,67 64,67 77,47 77,47 83,67 83,67 < 100 kgf/cm2
Pressão hidráulica máx. (Pmancal=100kgf/cm2) 5.103 5.103 3.227 3.227 3.227 3.227

P calibração / P trabalho (%) 76% 76% 80% 80% 74% 74% 70% a 80% P trabalho
Tipo de Acoplamento Acip Acip Acip Acip Acip Acip

Fundamentos do Processo de Moagem


Critérios para definição da carga hidráulica e carga nos acumuladores
EXTRAÇÃO CORPORATIVA
MOENDA- 1ºe2ºT- 1175x2200 - 3ºT- 46"x84" 4ºao 6ºT- 42"x84"
Revisão: 7 Data: 21/12/2012
PRESSÃO HIDRÁULICA NA MOENDA
MOENDA Unidade: Junqueira Safra: 2013 VALOR
POSIÇÃO - MÉDIA 1º T 2º T 3º T 4º T 5º T 6º T RECOMENDADO
Pressão hidráulica de trabalho (psi) 3.600 3.600 2.700 2.700 2.900 2.900

Pressão de calibração das garrafas (psi) 2.700 2.700 2.100 2.100 2.150 2.150
Diâmetro do pistão (mm) 355,6 355,6 406,4 406,4 406,4 406,4
Diâmetro dos mancais (mm) 540,0 540,0 482,6 482,6 482,6 482,6
Comprimento dos mancais (mm) 700 700 650 650 650 650
Raio de arredondamento dos mancais (mm) 20 20 20 20 20 20
Comprimento útil dos mancais (mm) 660 660 610 610 610 610
Comprimento das camisas (mm) 2.200 2.200 2.133 2.133 2.133 2.133
Diâmetro médio das camisas (mm) 1.156 1.156 1.166 1.056 1.042 1.093
Pressão admissível nos mancais (kgf/cm2) 100 100 100 100 100 100
Força do pistão (kgf) 251.430 251.430 246.298 246.298 264.543 264.543
Pressão hidráulica específica - p.h.e.-(t/dm2) 19,77 19,77 19,81 21,87 23,80 22,69 20/22/23 t/dm2

Pressão nos mancais (kgf/cm2) 70,55 70,55 83,67 83,67 89,86 89,86 < 100 kgf/cm2
Pressão hidráulica máx. (Pmancal=100kgf/cm2) 5.103 5.103 3.227 3.227 3.227 3.227
P calibração / P trabalho (%) 75% 75% 78% 78% 74% 74% 70% a 80% P trabalho
Tipo de Acoplamento Acip Acip Acip Acip Acip Acip

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Critérios para definição da carga hidráulica e carga nos acumuladores

EXTRAÇÃO CORPORATIVA
MOENDA- 1ºe2ºT- 1175x2200 - 3ºT- 46"x84" 4ºao 6ºT- 42"x84"
Revisão: 7 Data: 21/12/2012
PRESSÃO HIDRÁULICA NA MOENDA

Unidade: JOTA Safra: 2013

POSIÇÃO - LADO DO ACIONAMENTO 1º T 2º T 3º T 4º T 5º T 6º T


Pressão hidráulica trabalho (psi)-LADO ACIONAMENTO 3.900 3.900 2.900 2.900 3.100 3.100

Pressão de calibração N2 (psi) - 70 % 2.730 2.730 2.030 2.030 2.170 2.170

Pressão de calibração N2 (psi) - 80 % 3.120 3.120 2.320 2.320 2.480 2.480


Pressão hidráulica trabalho (psi)-LADO OPOSTO 3.300 3.300 2.500 2.500 2.700 2.700

Pressão de calibração N2 (psi) - 70 % 2.310 2.310 1.750 1.750 1.890 1.890

Pressão de calibração N2 (psi) - 80 % 2.640 2.640 2.000 2.000 2.160 2.160


Tipo de Acoplamento Acip Acip Acip Acip Acip Acip

Fundamentos do Processo de Moagem


Valores recomendados para pressão de N2 e Phe
PRESSÃO HIDRÁULICA NA MOENDA
MOENDA Unidade: Safra: 2013 VALOR

POSIÇÃO 1º T 2º T 3º T 4º T 5º T 6º T RECOMENDADO
Pressão Hidráulica - Lado Acionamento (psi) 3.900 3.900 2.900 2.900 3.100 3.100
Pressão Nitrogênio - Lado Acionamento (psi) 2.900 2.900 2.200 2.200 2.300 2.300

Pressão Hidráulica - Lado Oposto (psi) 3.300 3.300 2.500 2.500 2.700 2.700

Pressão Nitrogênio - Lado Oposto (psi) 2.500 2.500 2.000 2.000 2.000 2.000
Pressão Hidráulica Média (psi) 3.600 3.600 2.700 2.700 2.900 2.900
Pressão hidráulica específica - p.h.e.-(t/dm2) 19,8 19,8 19,8 21,9 23,8 22,7 20/22/23 t/dm2
Tipo de Acoplamento Acip Acip Acip Acip Acip Acip

• Recomenda-se que a pressão de Nitrogênio seja ajustada entre 70 a


80 % da pressão de trabalho de cada cabeçote.
• A faixa de Phe recomendada para moendas com dimensões
convencionais é da ordem de 20 a 23 t/dm2, crescente do 1º ao
último terno.
• Para moendas repotenciadas (aumento do diâmetro), onde o sistema
hidráulico não foi alterado recomenda-se valores um pouco
menores, de 18 a no máximo 21 t/dm2

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior

• A flutuação do rolo superior deve ser uniforme e sem variações


excessivas num curto espaço de tempo
• De preferência a flutuação deve ser igual em ambos os lados
da moenda
• A flutuação do rolo superior é a garantia de que a carga de
compactação está sendo efetivamente aplicada na camada de
bagaço
• O valor da oscilação deve ficar abaixo da metade da faixa
permitida pelo sistema hidráulico e um pouco acima da média
entre o zero e a metade da faixa permitida pelo hidráulico

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior
F2 F1

F2
Mda. F1

Acion.
F1
F2
a
F1
b F2

F2
F2
Mda. Acion.
c
F1
F1

• Restrição à oscilação do eixo • Não restrige a oscilação do eixo


superior superior
• Restrição atua contra o • O esforço dos rodetes não
esforço dos rodetes encontra resistência
• Aumenta esforço de flexão no • Aumenta diferença das
eixo superior oscilações em cada lado

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior
Configuração sem
transmissão de
esforços do
acionamento para o
rolo superior

Acionamento do eixo
superior com redutor
sobre fundação

Acionamento dos eixos


inferiores com redutor montado
direto no eixo da moenda

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

• Diminuir a diferença entre as oscilações o lado direito e


esquerdo de cada terno
• Monitorar e alarmar para condições de trabalho fora dos limites
operacionais
• Não devem alterar a carga média aplicada ao rolo superior da
moenda
• Devem ser simples, robustos e confiáveis
• Função apenas de equalizar, não tendo qualquer atuação no
controle da rotação das moendas X oscilação

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

OPÇÕES:

• Monitoramento e atuação na carga hidráulica

• Bloco com pistão escalonado

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

• Carga hidráulica média constante


• Atua na pressão de cada lado em função da oscilação
• Alarmes para condições de trabalho fora dos limites operacionais

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

• Sistema pode atender todos os


ternos de 1 conjunto de moagem
• Dependem do funcionamento
correto dos transdutores de
oscilação

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

Atuação pelo fluxo e volume de óleo via pistão escalonado

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

P x A = (P1 x A1) + (P2 x A2)


A1 = A2
A = A1 + A2
P = (P1 + P2) / 2

Fundamentos do Processo de Moagem


Performance e interpretação da flutuação do rolo superior - equalizadores

• Princípio de equalização
mecânico, contínuo por
volume.
• Não adiciona pressão ao
sistema
• Alarmes para condições de
trabalho fora dos limites
operacionais
• Um sistema para cada terno
• Não depende do
funcionamento dos
transdutores de oscilação

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação

• Aumentando C  volume grande de cana com velocidade


vertical da cana pequena
• Diminuindo C  velocidade vertical da cana grande com
volume pequeno de cana

Qual a combinação
para maximizar a
quantidade de cana a
ser alimentada?

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação

Vc = L x C x v x cos α
C = A + D – D cos α
C = D (1 + A/D – cos α)
Vc = L x v x cos α x D (1 + A/D – cos α)
Vc = L x v x D [(1 + A/D) cos α – cos2 α]
∂Vc/∂ α = L x v x D [(1 + A/D) (– sen α) + 2 x cos α x sen α] = 0
sen α [2 cos α – (1 + A/D)] = 0
sen α = 0  α = 0° e α = 180°

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação

sen α [2 cos α – (1 + A/D)] = 0


Soluções da equação acima:
sen α = 0  α = 0°e α = 180°

2 cos α – (1 + A/D) = 0
αmáx = arc cos ½ (1 + A/D)

C = D (1 + A/D – cos α)  Cmáx = D (1 + A/D – ½ (1 + A/D)


Cmáx = ½ (A + D)

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação
• A calha Donnelly é utilizada praticamente em quase todas as
unidades de moagem como recurso para aumento da
capacidade de moagem
• As condições de alimentação do 1º terno definem a capacidade
de moagem do conjunto

O peso de cana (Qc) entrando num


par de rolos na unidade de tempo
é igual à sua densidade aparente
(dc) multiplicada pelo volume
descrito naquele ponto (Vc = L x C
x v x cos α).
Qc = dc x L x C x v x cos α

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação

Para verificar se uma moenda tem capacidade para processar


uma determinada quantidade de cana, além de checar se a
regulagem atende é necessário verificar se a capacidade
volumétrica pode ser atendida com uma densidade da cana
numa faixa aceitável.

Qc = dc x L x C x v x cos α

dc = Qc / L x C x v x cos α

Fundamentos do Processo de Moagem


Condição geométrica para máxima alimentação

VALORES DE REFERÊNCIA PARA DENSIDADE DA CANA*:


• < 0,5 t/m3 – valor facilmente atingido
• > 0,50 até 0,55 t/m3 – valores normais
• > 0,55 até 0,60 t/m3 – valores relativamente elevados
• > 0,60 até 0,70 t/m3 – valores extremamente elevados
• > 0,70 t/m3 – praticamente impossível no sistema atual

* Para cana de boa qualidade, com teor de impureza vegetal


em níveis normais

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico

MOENDA 37” x 78”

M = 550 tch Fc = 12,5 % n = 6,5 rpm

Dpre = 850 mm (hf = 47 mm)  Dmpre = 803 mm


Dsup = 960 mm (hf = 47mm)  Dmsup = 913 mm
Dsaída = 980 mm (hf = 47 mm)  Dmsaída = 933 mm

A = P’ = 5 x 9,5 x 550 x 12,5 = 291,5 mm


π x 0,923 x 6,5 x 1,981 x 30

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico
MOENDA 37” X 78”

Pela condição volumétrica:


αmáx = arc cos ½ (1 + A/D)
αmáxpre = arc cos ½ (1 + 291,5/803) = 47,0º
αmáxsup = arc cos ½ (1 + 291,5/913) = 48,7º
vcpre = π x 0,803 x 6,5 x 19/15 x cos 47,0º = 14,17 m/min
vcsup = π x 0,913 x 6,5 x cos 48,7º = 12,30 m/min
vcméd = 13,24 m/min
Cmáx = ½ (A + D) = ½ (291,5 + 913/2 + 803/2) = 575 mm
Qc = dc x L x C x vcméd
550 = dc x 1,981 x 0,575 x 13,24 x 60
dc = 0,61 t/m3

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico

Efeito do aumento do
diâmetro dos rolos na
geometria de
alimentação da moenda

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico

MOENDA 42” x 78”

M = 550 tch Fc = 12,5 % n = 6,5 rpm

Dpre = 950 mm (hf = 47 mm)  Dmpre = 903 mm


Dsup = 1.080 mm (hf = 47mm)  Dmsup = 1.033 mm
Dsaída = 1.100 mm (hf = 47 mm)  Dmsaída = 1.053 mm

A = P’ = 5 x 9,5 x 550 x 12,5 = 258,0 mm


π x 1,043 x 6,5 x 1,981 x 30

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico
MOENDA 42” X 78”

Pela condição volumétrica:


αmáx = arc cos ½ (1 + A/D)
αmáxpre = arc cos ½ (1 + 258/903) = 50,0º
αmáxsup = arc cos ½ (1 + 258/1.033) = 51,3º
vcpre = π x 0,903 x 6,5 x 19/15 x cos 50,0º = 15,01 m/min
vcsup = π x 1,033 x 6,5 x cos 51,3º = 13,19 m/min
vcméd = 14,10 m/min
Cmáx = ½ (A + D) = ½ (258 + 1.033/2 + 903/2) = 613 mm
Qc = dc x L x C x vcméd
550 = dc x 1,981 x 0,613 x 14,10 x 60
dc = 0,54 t/m3 (- 13 %)

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – critério volumétrico
EXERCÍCIO

MOENDA 42” x 78”

M = 550 tch Fc = 12,5 % n = 6,5 rpm

Dpre = 950 mm (hf = 47 mm)  Dmpre = 903 mm


Dsup = 1.080 mm (hf = 47mm)  Dmsup = 1.033 mm
Dsaída = 1.100 mm (hf = 47 mm)  Dmsaída = 1.053 mm

A = P’ = mesma abertura da moenda 37” x 78” = 291,5 mm

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – EXERCÍCIO
MOENDA 42” X 78”

Pela condição volumétrica:


αmáx = arc cos ½ (1 + A/D)
αmáxpre =
αmáxsup =
vcpre =
vcsup =
vcméd =
Cmáx = ½ (A + D) =
Qc = dc x L x C x vcméd x 60
dc = Qc / (L x C x vcméd x 60)
dc = 0,51 t/m3 (- 19,6 %)

Fundamentos do Processo de Moagem


Verificação da capacidade máxima de moagem – EXERCÍCIO
MOENDA 42” X 78”

Pela condição volumétrica:


αmáx = arc cos ½ (1 + A/D)
αmáxpre = arc cos ½ (1 + 291,5/903) = 48,6º
αmáxsup = arc cos ½ (1 + 291,5/1.033) = 50,1º
vcpre = π x 0,903 x 6,5 x 19/15 x cos 48,6º = 15,44 m/min
vcsup = π x 1,033 x 6,5 x cos 50,1º = 13,53 m/min
vcméd = 14,49 m/min
Cmáx = ½ (A + D) = ½ (291,5 + 1.033/2 + 903/2) = 630 mm
Qc = dc x L x C x vcméd
dc = 550 / (1,981 x 0,630 x 14,49 x 60)
dc = 0,51 t/m3 (- 19,6 %)

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio – 1ª Etapa

DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DA COLUNA DE CANA


• Preparar um tambor com diâmetro (D) conhecido e altura (H)
igual à coluna de cana de operação no Donnelly.
• Obter a tara do tambor vazio (Pt) D
• Preencher naturalmente o tambor com amostra de cana
preparada sem provocar compactações adicionais além
da causada pelo próprio peso da cana
• Após o preenchimento, nivelar na medida H H
• Pesar o tambor cheio de cana (Ptc) e por diferença obter o peso
da amostra (Pac1 = Ptc – Pt)
• Calcular a área transversal do tambor (At = πx D2/4)
• Determinar a pressão da coluna de cana (p) na base do
tambor (p = Pac1 / At)
• O valor da pressão da coluna (p) será utilizado para calcular
os pesos a serem utilizados na 2ª etapa do ensaio

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio – 1ª Etapa

DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DA COLUNA DE


CANA - EXEMPLO: D = 610

• Dimensões do tambor: D = 610 mm e H = 1,4 m


H = 1.400

• Tara do tambor vazio: Pt = 25 kg


• Peso do tambor cheio de cana: Ptc = 214,5 kg
• Peso da amostra: Pac1 = 214,5 – 25,0 = 189,5 kg
• Area transversal: At = πx 0,612/4 = 0,2922 m2
• Pressão da coluna de cana na base do tambor: p
= 189,5 / 0,2922 = 648,5 kg/m2

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio – 2ª Etapa

PROCEDIMENTO DE ENSAIO:
4 PESOS
• Construir uma caixa com as dimensões internas IGUAIS
conforme figura ao lado, com tampa em
chapa de 3/8” com dimensões de 380 x
380 mm (aproximadamente 10,8 kg)
• Obter a tara da caixa vazia sem a tampa e sem
TAMPA
os pesos (Pcv).
• A tampa + os 4 pesos devem fornecer a pressão 380
(p) determinada na 1ª etapa
• Considerar área da tampa (At) = 0,42 = 0,16 m2
• Determinar a força (F) a ser exercida sobre a

300
amostra de cana preparada (peso da tampa +
4 pesos iguais): F = p x At = = p x 0,16
400
• Determinar o valor de cada um dos 4 pesos iguais
(Pi): Pi = (F – 10,8)/4

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio – 2ª Etapa

PROCEDIMENTO DE ENSAIO (Continuação):


• Encher a caixa com a cana preparada, sem compactar,
apenas nivelando na medida de 300 mm.
• Pesar a caixa cheia de cana (Pcc) e por diferença
obter o peso da amostra (Pac2 = Pcc – Pcv)
• Colocar a tampa sobre a amostra de cana preparada
com os 4 pesos distribuídos nas extremidades da Figura 1
tampa (Figura 1). Posição da tampa
• Medir a altura da tampa em cada vértice da caixa após após colocação dos
pesos
a colocação da tampa e dos pesos (h1, h2, h3 e h4)
• Com a média das 4 alturas medidas, calcular o
volume ocupado pela cana compactada: Vo =
2
h4 h3
0,4 x (h1+h2+h3+h4)/4
• Obter a densidade da cana compactada: dc =
h1 h2
Pac2 / Vo
Figura 2

42
8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio – 2ª Etapa
PROCEDIMENTO DE ENSAIO - EXEMPLO:
• Peso da caixa vazia: Pcv = 16 kg
• Determinar a força F: F = 648,5 x 0,16 = 103,76 kg
• Determinar o valor de cada peso: Pi = (103,76 – 10,8)/4 = 23,24 kg
• Pesar caixa cheia de cana: Pcc = 35,4 kg
• Calcular peso da amostra de cana: Pac2 = 35,4 – 16,0 = 19,4 kg
• Medir alturas após colocação dos pesos: h1 = 180 mm, h2 = 220 mm,
h3 = 190 mm e h4 = 210 mm
• Calcular o volume ocupado pela cana compactada:
Vo = 0,162 x (0,18 + 0,22 + 0,19 + 0,21)/4 = 0,032 m3
• Obter a densidade da cana compactada (dc):
dc = 19,4 / 0,032 = 606,25 kg/m3

Fundamentos do Processo de Moagem


Medição da densidade - Procedimento de ensaio
OBSERVAÇÕES:
• O procedimento apresentado mede a densidade em
condições estáticas enquanto que na moenda a cana e
os rolos estão em movimento.
• No cálculo da capacidade volumétrica da moenda, a
densidade considerada é a que ocorre no plano de
alimentação e neste procedimento esta sendo medida a
densidade numa extensão em torno de 150 a 300 mm
• Dessa forma, os valores não podem ser considerados iguais
e o valor obtido neste ensaio não pode ser utilizado para o
cálculo da capacidade volumétrica da moenda.
• Os resultados destes ensaios servem apenas para referência e
para avaliar a variação da densidade entre diversas
condições comparando com a moagem.

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Fundamentos do Processo de Moagem


Efeito da densidade na capacidade de moagem – Unidade Tarumã

Moagem Horária X Densidade Cana Preparada

800

750
Moagem Horaria (tch)

2
R = 0,5106
700 Variação densidade
23,8 % (520/420)
650

600 Variação moagem


550
23,3 % (715/580)

500
400 420 440 460 480 500 520 540
3
Densidade Cana Preparada (kg/m )

Fundamentos do Processo de Moagem


Dimensionamento e instalação de calhas Donnelly

Projetar de forma que a parte frontal fique


na posição vertical

A largura do chute deve ser exatamente a


largura da moenda

Devem ser previstas janelas de acrílico


que permitam o máximo de visibilidade no
interior do chute Donnelly

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Fundamentos do Processo de Moagem


Dimensionamento e instalação de calhas Donnelly
Abertura na entrada do chute deve ser
suficiente para o volume de cana sendo
alimentado

Prever divergência no sentido do fluxo da cana


entre as chapas frontal e traseira de pelo
menos 2º

Abertura na entrada da moenda (D) deve


atender os ângulos de alimentação máxima até
o limite de 65 a 70º em relação à linha
horizontal do centro dos rolos

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Fonte: Hugot, E. Handbook of Cane Sugar Engineering, 3rd Edition, 1986, p. 235

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas
FÓRMULA GERAL PARA O CONSUMO DE POTÊNCIA NAS MOENDAS

Isto enfatiza que a tonelagem de cana e mesmo a tonelagem de fibra estão relacionadas só
remotamente com a potência desenvolvida. Vamos prosseguir para encontrar a razão.

FÓRMULA GERAL PARA O CONSUMO DE POTÊNCIA NAS MOENDAS

A determinação da potência consumida por uma moenda é bastante complexa devido à quantidade de
fatores a considerar.
Para começar, esta potência pode ser dividida em até 6 termos principais diferentes:
(1) Potência consumida pela compressão do bagaço
(2) Potência consumida no atrito entre os eixos e os mancais dos rolos
(3) Potência consumida pelo atrito entre o bagaço e a bagaceira
(4) Potência consumida pelo atrito dos pentes e da ponta da bagaceira contra os rolos, ao qual deve ser
adicionado o trabalho de retirar o bagaço dos frisos nestes pontos
(5) Potência consumida para acionar as esteiras intermediárias
(6) Potência absorvida na transmissão
Além disso, estes componentes da potência dependem eles mesmos de certos fatores bastante
difíceis de medir ou estimar, como: variedade da cana (para pesos iguais de fibra, a moagem de duas
variedades diferentes podem levar a diferentes solicitações de potência), estado das superfícies de
fricção, qualidade e regularidade da lubrificação, ajustes da regulagem e da bagaceira, etc

Fonte: Hugot, E. Handbook of Cane Sugar Engineering, 3rd Edition, 1986, p. 229

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas
Influência da taxa de moagem
Mesmo da consideração de uma formula mais precisa (14.7) um fato fica imediatamente óbvio, qual
seja, o pequeno efeito da taxa de moagem no consumo de potência.
Se tomarmos por exemplo o caso de uma moenda final de 813 x 1676 mm (32 x 66 pol.) moendo,
outras condições sendo iguais: (1) 100 tch e (2) 80 tch, com a mesma fibra f = 0,145 em ambos os
casos, a mesma velocidade de 5 rpm e a mesma carga hidráulica total de 340 t, a reabsorção sendo
de 1,39 no primeiro caso e 1,28 no segundo, nós obtemos os seguinte valores para o consumo de
potência:

1º caso (100 tch): P = 200 kW


2º caso ( 80 tch): P = 192 kW

Para um aumento de 25 % na taxa de moagem, o consumo de potência foi entretanto aumentado em


apenas 4 ~ 5 %.
Do ponto de vista do consumo de vapor nas moendas, é portanto mais proveitoso trabalhar com a
camada de bagaço mais espessa possível.
Pelo contrário, se o aumento da tonelagem é obtida através de um aumento da velocidade da
moenda, sem alteração da regulagem ou da carga na fibra, o consumo de potência irá aumentar
praticamente na proporção da velocidade e da tonelagem.

Fonte: Hugot, E. Handbook of Cane Sugar Engineering, 3rd Edition, 1986, p. 235

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Torque = F x µ x R = constante
Potência = K x Torque x V

Potência varia em função


da velocidade

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Q1 = A x L x v Q2 = A x L x 2v

Q2 = 2 x Q1

P1 = K x F x v P2 = K x F x 2v

P2 = 2 x P1

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Q1 = A x L x v Q2 = 2A x L x v

Q2 = 2 x Q1

P1 = K x F x v P2 = K x F x v

P2 = P1

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Na Austrália, dois fatores de proporcionalidade são utilizados

para se estimar as cargas e torques na moagem, um fator PF na

equação para estimar a carga no rolo (F) e um fator PN na

equação para estimar o torque a partir da carga F no rolo

Fonte: Edwards, B. P. The prediction of milling loads and torques, SRI Technical Report No. 186

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Para um caso simples de dois rolos as equações utilizadas para


estimar a carga no rolo (F) em MN são:
F = PF x L x D x (CF – 0,1) CF > 0,15
F = PF x L x D x CF/3 CF < 0,15
Onde:
PF é o fator de proporcionalidade (MPa)
L é o comprimento do rolo (m)
D é o diâmetro médio do rolo (m)
CF é a relação de enchimento na abertura

Fonte: Edwards, B. P. The prediction of milling loads and torques, SRI Technical Report No. 186

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Para este mesmo caso simples de dois rolos a equação utilizada


para estimar o torque no rolo (G) em MN x m a partir da carga no
rolo (F) já estimada é:
G = PN x F x (W/D)0,5 x CF0,21
Onde:
PN é o fator de proporcionalidade (m)
W é abertura em trabalho entre os dois rolos (m)
D é o diâmetro médio do rolo (m)
CF é a relação de enchimento na abertura

Fonte: Edwards, B. P. The prediction of milling loads and torques, SRI Technical Report No. 186

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

• Torque na moenda em regime contínuo é praticamente


constante
• Torque é função da carga hidráulica, das dimensões da moendas
(diâmetro e largura) e das condições superficiais dos rolos
• Torque na moenda não depende da velocidade dos rolos
• A potência na moenda é função do torque e de sua velocidade
• A potência na moenda é diretamente proporcional à velocidade
• A utilização de índices de potência específica (cv/tch) pode
induzir a erros significativos

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

• A potência na moenda não está diretamente relacionada

com a taxa de moagem de cana ou de fibra

• O aumento do teor de fibra devido ao aumento das

impurezas vegetais não afeta diretamente o consumo

de energia no processo de moagem

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas
CÁLCULO DO CONSUMO DE POT ÊNCIA DOS TERNOS DE MOENDA
Moagem para RPM de ==> 7,00 TORQUE 6,50 7,00 POT. ESPEC.
MOENDA
TERNOS tch a 6,5 rpm TCH (txm) Potência (CV)* Potência(kW)* TVH ** POT(cv) kW TVH** (cv/tch/terno)
30" x 54" 1º 200 215 55 499 367,4 5,7 538 396 6,2 2,50
2º ao último 200 215 52 472 347,3 5,4 508 374 5,8 2,36
34" x 54" 1º 265 285 55 499 367,4 5,7 538 396 6,2 1,88
2º ao último 265 285 52 472 347,3 5,4 508 374 5,8 1,78
32" x 60" 1º 270 291 70 635 467,6 7,3 684 504 7,9 2,35
2º ao último 270 291 65 590 434,2 6,8 635 468 7,3 2,18
35" x 60" 1º 305 328 70 635 467,6 7,3 684 504 7,9 2,08
2º ao último 305 328 65 590 434,2 6,8 635 468 7,3 1,93
34" x 66" 1º 325 350 90 817 601,2 9,4 880 647 10,1 2,51
2º ao último 325 350 83 753 554,4 8,6 811 597 9,3 2,32
37" x 66" 1º 365 393 90 817 601,2 9,4 880 647 10,1 2,24
2º ao último 365 393 83 753 554,4 8,6 811 597 9,3 2,06
37" x 78" 1º 440 474 110 998 734,8 11,5 1075 791 12,3 2,27
2º ao último 440 474 100 908 668,0 10,4 977 719 11,2 2,06
42"x 78" 1º 550 592 110 998 734,8 11,5 1075 791 12,3 1,82
2º ao último 550 592 100 908 668,0 10,4 977 719 11,2 1,65
42" x 84" 1º 570 614 140 1.271 935,2 14,6 1368 1007 15,7 2,23
2º ao último 570 614 130 1.180 868,4 13,5 1271 935 14,6 2,07
46" x 84" 1º 705 759 140 1.271 935,2 14,6 1368 1007 15,7 1,80
2º ao último 705 759 130 1.180 868,4 13,5 1271 935 14,6 1,67
45" x 90" 1º 750 808 200 1.815 1335,9 20,8 1955 1439 22,4 2,42
2º ao último 750 808 185 1.679 1235,7 19,3 1808 1331 20,8 2,24
53" x 90" 1º 1020 1098 200 1.815 1335,9 20,8 1955 1439 22,4 1,78
2º ao último 1020 1098 185 1.679 1235,7 19,3 1808 1331 20,8 1,65
53" x 100" 1º 1300 1400 250 2.269 1669,9 26,1 2443 1798 28,1 1,75
2º ao último 1300 1400 230 2.087 1536,3 24,0 2248 1655 25,8 1,61
* 6,5 rpm
** 15,6 kgV/kW

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Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Rotação Variação Moagem Variação


Moenda Rotação Horária Moagem
ENSAIO (rpm) (%) (tch) (%)
7,0 496
1 18,6 18,9
8,3 590
7,0 493
2 18,6 17,8
8,3 581
7,1 471
3 16,9 19,1
8,3 561
7,1 487
1/2/3 18,2 18,5
8,3 577

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

Rotação Variação Potência Torque


ENSAIO Moenda Rotação Turbina ∆ 1º/2ºT
(rpm) (%) 1º/2ºT (kW) (%) (t x m)
7,0 1.393 193,8
2
8,3 18,6 1.649 18,4 193,5
7,1 1.425 196,3
3
8,3 16,9 1.663 16,7 196,1
• Mantidas as demais condições, torque se mantém constante
• Potência aumenta na mesma proporção da variação da rotação

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas

POTÊNCIA NAS MOENDAS - ROTAÇÃO = 7,0 RPM


TORQUE (t x m) POTÊNCIA (CV) POTÊNCIA TOTAL (CV)
MOENDA
1° TERNO DEMAIS 1º TERNO DEMAIS 4 TERNOS 5 TERNOS 6 TERNOS
54 60 54 586 528 2.170 2.698 3.225
66 90 81 880 792 3.255 4.046 4.838
78 120 108 1.173 1.056 4.340 5.395 6.451
84 150 135 1.466 1.319 5.424 6.744 8.063
90 200 180 1.955 1.759 7.233 8.992 10.751

POTÊNCIA ESPECIFICA PARA ACIONAMENTO (cv/tch)


CAPACIDADE (t/h) POTÊNCIA ESPEC. (cv/tch)
MOENDA NORMAL ESPECIAL NORMAL ESPECIAL
54 220 300 14,7 10,8
66 350 450 13,8 10,8
78 450 600 14,3 10,8
84 620 750 13,0 10,8
90 800 950 13,4 11,3

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas
140 Critério para seleção da
130
120
máquina motriz:
110 Turbina a vapor
TORQUE

100
ou
90
80
Motor elétrico/inversor
70
60
Rotação da moenda a 60 Hz
50
40 7,00 rpm
0 10 20 30 40 50
Freqüência (Hz)
60 70 80 90
Rotação da moenda a 80 Hz
Torque Mda Torque Disp
9,33 rpm

Exemplo (desconsiderando os rendimentos):

Turbina  N = 90.000 x 7,00 / 716,2 = 880 cv (900 cv)


Motor/Inversor  N = 90.000 x 7,00 x 80/60 / 716,2 = 1.170 cv (1.200 cv)

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Moagem, torque e consumo de potência nas moendas
Divisão do torque para
acionamento individual
por eixo

TOTAL
55% + 35% + 35% + 10%
135 %
10%
55% Taxa de redução do
redutor do rolo de pressão
deve considerar que sua
35% 35% velocidade periférica deve
ser de 10 a 20 % maior
que a do rolo superior

Fundamentos do Processo de Moagem


Influência da embebição na extração

CANA
Pol % Cana (Sc) = 15,0
Brix % Cana (Bc) = 17,5
Fibra % Cana (Fc) = 13,0

BAGAÇO FINAL
Umidade % bagaço (Ub) = 42,0
Pureza do bagaço (Pb) = 65,0
Pol % bagaço (Sb) = ?
Fibra % bagaço (Fb) = ?

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Influência da embebição na extração

Brix do Caldo da cana (BJc) = 100 x 17,5 / (100 – 13) = 20,1


Brix do Caldo do bagaço (BJb) = BJc = 20,1

Brix % bagaço (Bb):

100 x Bb / (Bb + Ub) = 20,1  100 x Bb / (Bb + 42) = 20,1

Bb = 10,6

Fb = 100 – Ub – Bb  Fb = 100 – 42 – 10,6 = 47,4

Sb = Bb x Pb / 100  Sb = 10,6 x 65,0 / 100 = 6,9

Fundamentos do Processo de Moagem


Influência de embebição da extração

Extração % Pol (E):

E = 15,0 / 13,0 – 6,9 / 47,4 x 100


15,0 / 13,0

E = 87,5 %

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Sistemas de embebição

Simples

Composta

Fundamentos do Processo de Moagem


Sistemas de embebição

Composta
Com
Recirculação

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Eficiência dos sistemas de embebição – Balanço de caldo nas moendas

J6 + Qb6 = Qb5 + Qa
J6 = Qc x Fc/Fb5 – Qc x Fc/Fb6 + Qa
J6 = Qc x Fc x (1/Fb5 – 1/Fb6) + Qa

Fundamentos do Processo de Moagem


Eficiência dos sistemas de embebição – Balanço de caldo nas moendas

J5 + Qb5 = Qb4 + J6
J5 = Qc x Fc/Fb4 – Qc x Fc/Fb5 + Qc x Fc x (1/Fb5 – 1/Fb6) + Qa
J5 = Qc x Fc x (1/Fb4 – 1/Fb6) + Qa

J4 + Qb4 = Qb3 + J5
J4 = Qc x Fc/Fb3 – Qc x Fc/Fb4 + Qc x Fc x (1/Fb4 – 1/Fb6) + Qa
J4 = Qc x Fc x (1/Fb3 – 1/Fb6) + Qa

J3 + Qb3 = Qb2 + J4
J3 = Qc x Fc/Fb2 – Qc x Fc/Fb3 + Qc x Fc x (1/Fb3 – 1/Fb6) + Qa
J3 = Qc x Fc x (1/Fb2 – 1/Fb6) + Qa

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Eficiência dos sistemas de embebição – Balanço de caldo nas moendas

J2 + Qb2 = Qb1 + J3
J2 = Qc x Fc/Fb1 – Qc x Fc/Fb2 + Qc x Fc x (1/Fb2 – 1/Fb6) + Qa
J2 = Qc x Fc x (1/Fb1 – 1/Fb6) + Qa

J1 + Qb1 = Qc
J1 = Qc – Qc x Fc/Fb1
J1 = Qc x (1 – Fc/Fb1)

Fórmula geral para os ternos com embebição:


Ji = Qc x Fc x (1/Fbi-1 – 1/FbN) + Qa
i = 2, 3, ... N
N = total de ternos no conjunto

Fundamentos do Processo de Moagem


Eficiência dos sistemas de embebição – Balanço de caldo nas moendas

Exemplo:
Determinação da quantidade de caldo extraído no 4º terno
considerando as seguintes condições
Qc = 320 tch
Fc = 12,5 %
Fb3 = 41,0
Fb6 = 47,0
Qa = 96 m3/h (30 % cana)

J4 = 320 x 12,5 (1/41,0 – 1/47,0) + 96


J4 = 12,45 + 96
J4 = 108,45 t/h

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8/10/2016

Fundamentos do Processo de Moagem


Eficiência do sistema de embebição
• Sistemas: simples / composta / recirculação
• Temperatura (pequena diferença p/ T > 60º C)
• Distribuição da água e dos caldos no bagaço (ponto de aplicação /
largura da camada / vazão contínua)
• Ponto de retorno do bagacilho
• Taxa de embebição
• Eficiência de cada estágio de embebição
 Relação Extrações Real / Teórica de Brix
 Variação da eficiência do 2º ao 6º ternos – sistema de embebição
composta convencional:
COEFICIENTES DE EMBEBIÇÃO
TERNO 2 3 4 5 6
Ke 0,85 0,75 0,65 0,60 0,50

Curso Avanzado de Operaciones


Industriales de Ingenio

Fundamentos do Processo de Moagem


GUATEMALA
16 a 18 de Agosto de 2016

paulo@delfini.com.br
+ 55 19 98166-7000

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