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O capitalismo na Amazônia
A economia da região amazônica em geral e do Pará em particular, tem como principal característica de sua
base produtiva o peso do extrativismo mineral e vegetal. Desde os séculos XV e XVI, quando teve suas terras
disputadas por aventureiros de diversas nacionalidade, o Pará na calha do gigantesco rio Amazonas e, em
seguida pelas outras trilhas e localidades colonizadas ao longo da teia de rios da região, ofereceu recursos
naturais fartos, que pouco exigiam além do esforço da coleta para a acumulação de bens a serem
comercializados para as mais diversas nações da época.
O desafio da região amazônica é o da transformação de sua base produtiva, em que o extrativismo vegetal
cede lugar ao extrativismo mineral, realizado não por estruturas empresariais primitivas que escravizam o
caboclo da região, mas através de grandes empresas de capital nacional e internacional, que criam ilhas de
riqueza, porém, com pouca ou nenhuma relação interativa com a economia global, praticamente sem
industrializar aqui o produto mineral, sem induzir a formação de cadeias produtivas geradoras de renda e
ocupação, lucrando com o produto de suas escavações e pouco deixando em pagamento de tributos, graças a
uma generosa política de incentivos fiscais.
Dos quatro principais polos de modernidade da Amazônia, dois estão no Pará: o Triângulo de Carajás e o Polo
Agropecuário do Sudeste Amazônico. Os outros dois são a Zona Franca de Manaus e o Polo Agrícola de
Rondônia. Estas ilhas são o que restou de maciços investimentos do governo federal na infraestrutura da
região durante as décadas de 1960 e 1970, o que gerou uma dinâmica econômica fortemente dependente
dos incentivos oficiais, e que ficou órfã deste apoio com a crise econômica dos anos 80, quando o país viveu
junto com a região, um período de estagnação.
Com a estabilização econômica, a partir da implantação do plano real, o governo federal voltou a investir em
infraestrutura, privilegiando eixos nacionais de integração e desenvolvimento, que tem na Amazônia as
hidrovias como espinha dorsal. A energia elétrica e diversificação da mineração colocaram a região em posição
vantajosa, em termos de oportunidade de investimentos, em relação às outras regiões do país. Com a
aproximação da frente agrícola do Cerrado, a Amazônia receberá cada vez mais agricultores do Centro-Oeste
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em busca de novas terras para plantar, novos mercados consumidores e canais para escoamento da produção,
dinamizando eixos como a Belém-Brasília, Santarém-Cuiabá, Cuiabá-Porto Velho, Porto Velho-Manaus,
Manaus-Boa Vista e Transamazônica.
Noções de capitalismo
Quase todos os dias se ouve falar que o Brasil é um país capitalista, que o sistema que predomina no Brasil
e no mundo é o capitalismo. Vamos tentar explicar o que isso significa.
O capitalismo é um sistema econômico que se desenvolveu entre o século XV e XVIII e foi se consolidando.
Ele é caracterizado pela aquisição de capital proveniente do comércio e apropriação do trabalho
humano (escravo ou assalariado). O capitalismo está voltado para a fabricação de produtos comercializáveis,
denominados mercadorias, com o objetivo de obter o lucro. Esse sistema está baseado na propriedade privada
dos meios de produção, ou seja, todos os utensílios, ferramentas, matérias-primas e edificações utilizados
na produção pertencem a alguns indivíduos (os capitalistas).
Nas sociedades capitalistas, o elemento central da economia é o capital, que pode ser entendido como o
dinheiro que é investido no processo produtivo, com o objetivo de gerar lucro. Diferencia-se do dinheiro que
se destina à satisfação das necessidades pessoais dos indivíduos. O capital é aplicado em instalações,
máquinas, mão-de-obra, entre outros elementos ou agentes de produção.
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Como no capitalismo a produção se destina ao mercado, ou seja, à comercialização, dizemos que os países
capitalistas adotam a economia de mercado. É em função das necessidades do mercado que se desenvolvem
a produção, a circulação (ou sistema de distribuição para o mercado consumidor) e o consumidor dos
produtos. Essas etapas caracterizam o chamado ciclo de reprodução do capital.
Para produzir e comercializar suas mercadorias, os proprietários contratam empregados, os não-
proprietários, que nessa relação também estão vendendo uma mercadoria: sua força de trabalho.
Até o início do século XX, podia-se analisar o sistema capitalista pela oposição de duas classes sociais: a
burguesia detentora do capital, e o proletariado, formado pelos trabalhadores. Cada vez mais, porém, as
transformações econômicas, sociais, tecnológicas e o aprofundamento da divisão social, tecnológicas e o
aprofundamento da divisão social do trabalho têm inserido elementos novos na sociedade capitalista, de modo
que hoje é preciso considerar fatores como o surgimento de novas atividades e novas práticas profissionais
necessárias para atender às exigências de um mercado cada vez mais diversificado.
Aspectos como o poder da mídia sobre a opinião pública, a manipulação exercida pela indústria da propaganda,
o acesso à cultura e à tecnologia a especialização do trabalho, a terceirização da mão-de-obra e a redução
da oferta de empregos ganham cada vez mais destaque.
Neste contexto, qual o relacionamento da Amazônia com as outras regiões do Brasil e do resto do mundo?
A Amazônia no contexto internacional, exerce o papel de fornecedora de matérias-primas, destinadas à venda
ao mercado externo. Os principais produtos importados pela região amazônica (produtos eletrônicos,
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caldeiras, produtos musicais e produtos químicos) ultrapassam os valores dos produtos exportados (madeira,
caulim, hematita, castanha-do-Pará, mesmo que as exportações aconteçam em maior volume, o que demonstra
a desvalorização dos produtos exportados pela Amazônia.
Vejamos agora para onde foram esses produtos. Países como Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido são
os campeões de exportações. Quanto as importações, países como Japão, Estados Unidos e Venezuela são
os que mais se destacam. A Amazônia, a cada ano, tem que aumentar a exploração de produtos naturais, pois
o país precisa arrecadar recursos financeiros que se destinam, por exemplo, ao pagamento de sua dívida
externa.
Devemos lembrar que, desde a época colonial, a
Amazônia já tinha ligação comercial direta com o
exterior. Exportava drogas do sertão para atender à
produção farmacêutica e servir de condimento à
alimentação europeia e, em troca, recebia produtos
manufaturados. Esse processo se intensificou ainda
mais com a exploração da borracha. Não é de hoje que a
Amazônia se especializou em exportar determinados
produtos naturais para o mercado internacional.
Portanto, o seu papel na Divisão Internacional do
Trabalho já foi estabelecido desde a época da colonização europeia.
A partir de 1960, a Amazônia se integrou, efetivamente, ao mercado nacional e melhor definiu seu papel no
contexto brasileiro, através de um volume maior de exportação também de produtos naturais (borracha,
madeira, peles, etc.) para o centro-sul do país. Outro papel que a Amazônia que tem assumido com o restante
do país é o de receber grande quantidade de imigrantes de outras regiões que estão densamente povoadas
e com sérios problemas sociais, desse modo, aumentando os já existentes na região.
Também não podemos deixar de citar o papel que a Amazônia tem para os investidores do Centro-Sul, que
compram terras tentando ampliar seu capital. Porém, por outro lado, a aquisição de terras representa também
uma garantia de empréstimos bancários e, ainda seve como fonte de extração de recursos naturais. Esses
relacionamentos da Amazônia com as outras regiões do Brasil e do mundo tem demonstrado a exploração
contínua de seus recursos naturais. Isso assegura o enriquecimento de alguns grupos econômicos nacionais
e internacionais e não permite que a população local seja beneficiada, causando, assim, insatisfação que gera
graves conflitos sociais.
O Movimento militar de 1964, deflagrado na noite de 31 de março de 1964, em Minas Gerais, sob o comando
do general Olímpio Mourão Filho, contra o governo instituído do presidente João Goulart, marcou
profundamente a vida política e social do Brasil. Apoiado por empresários, proprietários rurais e setores da
classe média, o movimento reagiu principalmente às “reformas de base” propostas pelo governo com o apoio
de partidos de esquerda, acusando o presidente de pretender estabelecer uma “república sindicalista”. O
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período caracteriza-se pelo autoritarismo, supressão de direitos constitucionais, perseguição policial e militar,
e utilização da tortura para obter a confissão dos presos e sequestrados que se opunham ao regime. A
liberdade de expressão nos meios de comunicação foi suprimida mediante a adoção da censura prévia. Foi de
extrema importância para os governos militares o papel desempenhado pelo Serviço Nacional de Informação
(SNI), criado pelo general Golbery do Couto e Silva.
Chegando ao poder, os militares realizaram profunda alteração constitucional, promulgaram o Ato Institucional
nº 1 — que cassou mandatos, suspendeu a imunidade parlamentar e direitos políticos — e promoveram a
eleição, pelo Congresso Nacional, de um novo presidente, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco,
que governou até 1967. Os partidos políticos foram abolidos e instalado o bipartidarismo.
No campo econômico foi definido um modelo baseado no binômio desenvolvimento/segurança. O planejamento
centralizado contribuiu para a estatização da economia, desempenhando o Estado atividades de gerenciamento
da produção. Como ocorreu em outros países, a crise mundial da década de 1970 agravou o problema
econômico brasileiro, acentuando a concentração de renda e os problemas das populações mais pobres.
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sacramentada. O prefeito seria o major Alacid da Silva Nunes, por indicação do próprio Jarbas; e o vice seria
o vereador Irawaldir Rocha, indicação de Alacid.
Foi pacífica a eleição de Jarbas e Agostinho Monteiro pela Assembleia Legislativa. A posse de ambos
aconteceu na manhã de 15 de junho. Desta forma, Jarbas Passarinho fora eleito indiretamente pela
Assembleia Legislativa para governador do Estado do Pará.
Com a extinção dos antigos partidos que apoiavam o movimento se concentraram na Aliança Renovadora
Nacional, Arena; e a oposição ficou com o pequeno Movimento Democrático Brasileiro, MDB, que abrigava
todas as correntes que se opunham ao poder dos militares.
A partir da década de 1960, o Estado do Pará entrou em um período de mudanças significativas que eram
resultado da política de soberania nacional do governo militar. Na verdade, tudo já havia começado com a
construção da rodovia Belém-Brasília, inaugurada em 1961, que unira o Pará e Brasília, a nova capital do
País, inaugurada no ano anterior.
A BR-010, conhecida como Rodovia Belém-Brasília, é uma rodovia federal radial do Brasil. Seu ponto inicial
fica na cidade de Brasília (DF), e o final, em Belém (PA). Passa pelo Distrito Federal e pelos estados de
Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará.
Contudo, a região cruzada pela Belém-Brasília tinha uma densidade populacional muito baixa, construída
basicamente por aldeias indígenas distantes uma das outras. Pouco tempo depois da construção, novas
formas de presença humana surgiram nos entroncamentos da região.
Texto e Contexto
Marcado pelo “subpovoamento regional” (...) a região norte se constitui, assim, no maior espaço do país a
povoar (...) O fator principal deste subpovoamento deve ser procurado na marginalização da ocupação e
valorização da Amazônia quanto à economia do Brasil.
O objetivo de ligação do Pará com as regiões mais dinâmicas do país era ocupar a região, trazendo pessoas
para desenvolver em atividades diversas, como ocupação da terra, exploração da floresta, garimpagem e
poderosos projetos industriais. Neste contexto, milhares de pessoas chegaram para conseguir terras no
Pará. O grande deslocamento de migrantes nordestinos para a região na época é um exemplo. As ocupações
ocorreram através de pequenos colonos, no qual o Governo havia instalado pequenas propriedades de
agricultores; a ocupação com capital de empresas, no qual uma grande parte das terras haviam sido ocupadas
por pessoas que dispunham de capital; a ocupação por fazendeiros, em sua maioria pecuaristas provenientes
da região de outros estados; e as ocupações espontâneas por parte dos posseiros, que tomavam posse das
terras, mas não possuíam o título de propriedade da mesma.
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Texto e Contexto
Texto e Contexto
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prioritários, a construção das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, com vasto plano de colonização
das terras marginais dessas estradas, visando a desafogar áreas superpovoadas, notadamente do Nordeste.
Houve também a construção da Cuiabá-Santarém (BR-163) que liga a capital do Mato Grosso, Cuiabá, a
Santarém, no Pará. A estrada atravessa uma das regiões mais ricas do País em recursos naturais e potencial
econômico, sendo marcada pela presença de importantes biomas brasileiros, como a Floresta Amazônica e o
Cerrado e áreas de transição entre eles, além de bacias hidrográficas importantes, como a do Amazonas, do
Xingu e Teles Pires-Tapajós.
A abertura da BR 163, a rodovia Cuiabá-Santarém, ou Santarém-Cuiabá como preferem os paraenses, no ano
de 1973, representou uma oportunidade de integração nacional e expansão das atividades econômicas para
uma região até então praticamente desabitada.
Texto e Contexto
Como já referi, a Amazônia não apresenta efetivo humano proporcional à vastidão de seu território. Todavia,
embora seja comum e generalizado o conceito de Amazônia como um vazio demográfico, a verdade é que sua
população se distribui de modo muito irregular, apresentando núcleos populacionais por vezes bastantes
densos, separados entre si por grandes espaços praticamente desabitados.
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A distância e o isolamento têm sido os principais óbices à difusão do progresso e dos benefícios da civilização
entre as populações interioranas da Amazônia.
(SUDAM. A Amazônia e seus problemas. Elemento Humano. Belém-Pará: Sudam/Divisão de Documentação,
1972. pp. 13-14.)
A ideia do Presidente era ocupar os espaços considerados como vazios para manter a Amazônia brasileira,
não considerando a própria existência de índios e caboclos da região. Em 1970, a Política de ufanismo pós
1964, estratégia de propaganda política elaborada pela Assessoria Especial de Relações Públicas (Aerp) do
governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, tinha como grandes objetivos os grandes projetos
econômicos e a integração do país. O Presidente Médici declarou a região sob estado de calamidade pública;
criou, assim, o Programa de Integração Nacional (PIN), cujo lema era o de oferecer as: “Terras sem homens
(na Amazônia) para homens sem terra (do Nordeste). ” Médici buscou também integrar a Amazônia ao
Nordeste e ao Centro e Sul do Brasil, através de rodovias.
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SUDAM e SUFRAMA: ocupação com o auxílio dos incentivos fiscais
Os governos militares que chegaram ao poder, após o golpe de 1964, tiveram papel fundamental nas
transformações verificadas no espaço geográfico amazônico, pois tornaram prioridade máxima a ocupação da
região através da denominada “Operação Amazônia”. Vejamos como isso aconteceu.
Vários mecanismos foram criados para atrair investimentos. A SUDAM e a SUFRAMA, por exemplo, foram
órgãos criados pelo governo federal com o objetivo de facilitar e agilizar a exploração de nossa região.
Com o total apoio do governo, vários projetos agropecuários e minerais foram sendo instalados na região. O
POLAMAZÔNA – Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia – Foi um programa que
estabeleceu 15 polos de crescimento para a região. Ao tentar promover o aproveitamento da potencialidade
agrícola, pecuária, mineral, industrial e florestal, em algumas áreas da Amazônia, facilitou-se a entrada do
médio e grande empresário na região, gerando, em consequência disto, inúmero e violentos conflitos.
Você já ouviu falar da riqueza mineral existente em nossa região? Foi exatamente essa riqueza que mais
atraiu os interesses dos grandes e gananciosos empresários para a Amazônia. Várias empresas e projetos
ligados à extração e à industrialização de minérios se instalaram, desencadeando profundas transformações
na geografia da região. O símbolo maior desta nova fase de produção do espaço amazônico foi o PGC –
Programa Grande Carajás.
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PGC: a exploração integrada das riquezas naturais amazônicas e a interferência do capital nacional e
internacional privado
Para que o PGC foi criado? Este programa, como os demais, tem como objetivo facilitar o processo de
exploração dos recursos naturais existentes na Amazônia, sobretudo, na Amazônia Oriental, a fim de que
essa exploração ocorra de forma integrada e em grande escala. Para o funcionamento deste programa, outros
projetos foram postos em prática, a saber:
Na sua área de atuação – que corresponde a 895.265 km² e abrange terras pertencentes aos estados do
Pará, Maranhão e Tocantins – incentivaram-se além dos grandes projetos minerais, outras atividades ligadas
a exploração vegetal e à agropecuária.
A partir da década de 1950 houve, no Brasil, a consciência de que o Pará e a Amazônia não deviam mais ficar
isolados do resto do país. A Amazônia, por sua enorme riqueza natural, começou a ser cobiçada por alguns
países, que defendiam a tese de que a Amazônia era um patrimônio extraordinário, não explorado, e que
devia ser internacionalizada: desta forma, um conjunto de países poderia supostamente gerenciar os
recursos naturais da Amazônia. É assim que o Governo Federal teve a ideia de implantar um desenvolvimento
planejado para a região.
A criação da SUDAM, neste sentido, serve para desenvolver a Amazônia, marcar a presença do governo
federal na região e protegê-la da cobiça internacional. Foi a primeira experiência no país de um plano
governamental visando a valorização de uma região. Com o Primeiro Plano Quinquenal (1955-59), o governo
federal queria constituir uma economia rentável e estável na região e converter a população extrativista numa
sociedade assentada em uma economia de base agrícola. O governo não cogitou, de fato, de explorar a riqueza
da floresta e dos rios da Amazônia, embora este propósito estivesse no Primeiro Plano Quinquenal:
1 – Produção de alimentos, em uma proporção pelo menos equivalente as suas necessidades de consumo;
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O plano do governo federal possuía de fato diversos equívocos. A maior riqueza da região conhecida na época
eram a floresta e os rios. Mas o plano visava dominar o meio de forma agressiva, isto é, derrubar a floresta
a fim de produzir a agricultura e a pecuária, após a derrubada ou a queimada da mesma. Nesse período
verifica-se o desenvolvimento do setor madeireiro que teve como consequência a derrubada de grandes
extensões de mata, sem qualquer preocupação com o reflorestamento. A produção de matérias-primas estava
voltada para serem exportadas, ou seja, gerando lucros no exterior. De fato, o governo federal não aprendera
a lidar com a Amazônia.
Nesse período criaram-se as universidades e centros de pesquisa científica como a Universidade Federal do
Pará - UFPA, a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará - FCAP (atualmente UFRA – Universidade Federal
Rural da Amazônia) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Estado do Pará – EMBRAPA, em
Belém. Em Manaus foi criado o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA.
Os Grandes Projetos
O Estado do Pará, pelo seu potencial energético e mineral, passou a ser foco de atenção. No Pará houve
instalação de Grandes Projetos econômicos voltados para o mercado internacional ou destinados à produção
de insumos para indústrias localizadas em outras regiões do país.
A década de 1970 no Brasil irá marcar um momento em que emerge no âmbito político e econômico brasileiro
um novo padrão de desenvolvimento baseado na ocupação territorial, comandado pelo Estado e pelos Grandes
Projetos, postos em ação no âmbito dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs). Isto surge inicialmente
no governo do general Emilio Garrastazu Médici (1970-1974).
A estratégia de desenvolvimento do governo Médici, que buscava a recuperação econômica e a superação do
subdesenvolvimento do Brasil, pretendia realizar isto através de uma política nacional que visava transformar
o país em “nação desenvolvida” dentro de uma geração.
Texto e Contexto
“O objetivo síntese da política nacional é o ingresso do Brasil, até o fim do século, no mundo desenvolvido.
Para isso, construir-se-á, no País, uma sociedade efetivamente desenvolvida, democrática e soberana,
assegurando-se, assim, a viabilidade econômica, social e política do Brasil como grande potência. ”
Médici foi sucedido, em 1974, pelo general Ernesto Geisel (1908-1996). O presidente Geisel, o quarto
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presidente da República (1974-1979) do ciclo militar, governou com dificuldades econômicas devido à crise
mundial do petróleo.
Porém, Geisel optou por ampliar os programas de modernização econômica para consolidar a base industrial,
energética e tecnológica do país.
Neste contexto, um conjunto de medidas começou a transformar a economia regional a fim de fomentar o
tão pretendido desenvolvimento regional na Amazônia, tendo com um de seus marcos iniciais a criação
do Banco da Amazônia (BASA), em substituição ao antigo Banco de Crédito da Amazônia e da já citada SUDAM.
Estruturas estas subordinadas diretamente à tecnocracia dos Ministérios e à ação do poder central. Com
isto pretendia-se afastar a influência do poder local no tocante à tomada de decisões; isto mais um dos
exemplos do autoritarismo do regime militar imposto à região.
A ação de desenvolvimento econômico para a região amazônica adotada pelo governo Geisel e consolidada
no II Plano Nacional de Desenvolvimento e no II Plano de Desenvolvimento da Amazônia destacou ênfases ao
processo de desenvolvimento e modernização da economia regional, através da estrutura industrial
juntamente com a preocupação da exploração dos recursos naturais. A finalidade desses planos era
intensificar a integração da Amazônia na economia do país e promover a ocupação territorial e a elevação do
nível de segurança na área por meio do alargamento da fronteira econômica e, com isto, realizar a manutenção
de altas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
De fato, a Amazônia era vista como uma região marcada negativamente pelo “rudimentarismo” de suas forças
produtivas que a deixavam “à margem da evolução econômica” do país.
Texto e Contexto
Durante três séculos e meio, o eixo econômico da Amazônia se desenvolve em torno do rio, em cujas margens
se instalaram as cidades e as comunidades rurais. Durante três séculos e meio, com a mentalidade dominante
voltada quase exclusivamente para o extrativismo vegetal, dependendo tradicionalmente da coleta da
borracha, da castanha, das madeiras, das peles de animais silvestres, a região se manteve à margem da
evolução econômica brasileira.
Os Planos de Desenvolvimento para a região amazônica faziam parte da ideologia da ditadura militar no Brasil;
uma “ideologia do desenvolvimento”. Traçaram e sustentaram as estratégias e os planos de crescimento
nacional e regional marcado por uma euforia desenvolvimentista para preservar e legitimar a própria ditadura.
Desempenharam um papel essencial na cantata “Brasil Grande”, “Brasil Potência”, e pela busca da manutenção
do “Milagre Econômico Brasileiro”.
Em termos de realização de Grandes Projetos, os principais empreendimentos produtivos que se instalaram
na região amazônica foram estes: a Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT), sobre o rio Tocantins; o
da Mineração Rio do Norte (MRN), de exploração de bauxita metalúrgica, a noroeste do Estado, no município
de Oriximiná; o da Albrás e Alunorte de produção de alumínio e alumina, respectivamente, localizados nas
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Estudos Amazônicos 9º ano
proximidades de Belém, no município de Barcarena; o Projeto de Ferro Carajás (PFC), no sudeste do Estado,
no município de Parauapebas.
Algumas informações:
1 – Bauxita: esta rocha é a matéria-prima para a produção de alumínio (ela é o minério que dá origem ao
alumínio);
4 – Bauxita refratária: utilizada para tijolos de altos-fornos que funcionam com temperatura superior a 1
500 graus, onde o tijolo comum não resistiria;
6 – Alumínio: metal utilizado na fabricação de panelas, aviões, estruturas metálicas, janelas, etc.;
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Estudos Amazônicos 9º ano
consequências sobre o meio ambiente, a rica biodiversidade regional e seus recursos naturais, e sobre o
homem, em uma região de povos e culturas diversificadas, eram vistas como parte de um projeto maior.
Projeto ALBRAS-ALUNORTE
O Projeto Albrás/Alunorte localiza-se no município de Barcarena e está voltado para a produção industrial
de alumínio a partir das jazidas de bauxita do rio Trombetas (município de Oriximiná, Estado do Pará).
A origem dos projetos está na descoberta da jazida de bauxita no rio Trombetas, entre as melhores do
mundo. O minério encontrava-se quase na superfície. Era retirada do estéril (as rochas sem valor) com uma
“drag-line”, máquina que retira 8 milhões de toneladas por ano. O início da implantação da
ALBRÁS/ALUNORTE foi dirigido pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) que comunicou ao governo do Pará
sobre o projeto destinado à produção de alumina e alumínio tendo como sócios empresários japoneses que
investiram no projeto.
Bauxita Alumina
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Área de recomposição de rejeito da bauxita da Alunorte Na época de chuvas intensas no Pará, é comum está área
transbordar e provocar poluição em sua área de influência (ver em Texto Complementar).
Projeto Ferro-Carajás.
A Serra dos Carajás, serra do estado do Pará, ficou logo famosa pela imensa riqueza mineral, principalmente
ferro, cujo volume foi cubado em 5.000.000 de toneladas. Formada de rochas cristalinas, corresponde a um
planalto residual que tem expressão no setor meridional dos estados do Amazonas e Pará. Os planaltos
residuais da Amazônia correspondem a um agrupamento de relevos interpenetrados pela superfície
pediplanada da depressão amazônica. Em 1967, ricas jazidas de ferro foram descobertas na serra dos
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Carajás pela Companhia Meridional de Mineração, subsidiária da United States Steel Corporation. A
importância da descoberta originou o interesse da participação da Companhia Vale do Rio Doce, tendo sido
criada, em 1970, a Amazônia Mineração S/A para desenvolver o Projeto Carajás. Outras reservas foram
descobertas: cobre, manganês, bauxita, níquel, estanho e ouro. Na região, logo se deu muitos conflitos pela
posse de terras.
O Projeto Ferro-Carajás corresponde a exploração da
região, localizada no Brasil, muito significativa em
termos de riquezas minerais; uma das mais importante
do mundo. Abrange o sudoeste do Pará, o norte de
Tocantins e o oeste do Maranhão. A área tem potencial
hidrelétrico, amplas florestas e condições que permitem
o reflorestamento para produção de celulose e carvão
vegetal. É cortada pelos rios Tocantins, Araguaia e
Xingu. Foi em 1967, ano em que foram descobertas suas
riquezas minerais, que a região se tornou extremamente
valiosa. Essas riquezas, estimadas em aproximadamente
20 bilhões de toneladas, consistem em jazidas de cobre,
estanho, ouro, bauxita, manganês e níquel, e são
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Estudos Amazônicos 9º ano
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT)
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT) foi construída pela Eletronorte no rio Tocantins, na mesorregião do
Sudeste Paraense, a treze quilômetros de Tucuruí e a cerca de 350 quilômetros de Belém.
Texto e Contexto
O Governo Federal procurando evitar e superar todos os pontos de estrangulamento que retardam o
desenvolvimento harmônico da área amazônica envidará, no triênio 1972/74, todos os esforços no sentido
de dotar o setor Energia de um complexo compatível com as reais necessidades.
O objetivo de construir a Usina de Tucuruí foi para gerar energia elétrica para atender os projetos de extração
mineral e a industrialização, principalmente, ao Distrito Industrial de Alumínio em Barcarena e ao Projeto de
Ferro em Carajás.
Rio Tocantins antes da formação do lago (16/06/1984). Rio Tocantins após a formação do lago
Imagem do Satélite Landsat. (22/06/1992). Imagem do Satélite Landsat.
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Texto e Contexto
A construção dessa usina permitirá a criação de um polo industrial com base na metalurgia do alumínio a
partir da bauxita do rio Trombetas. Marginalmente, contribuirá para a exploração do minério de ferro da
Serra dos Carajás, não somente nos aspectos relacionados à lavra, terminais e siderurgia, como,
especialmente, no tocante ao transporte ferroviário, com a eletrificação da ferrovia ligando a mina a Itaqui,
no Maranhão.
(SUDAM. II Plano Nacional de Desenvolvimento; programa de ação do governo para a Amazônia (1975-1979).
Capítulo 7, Ação programada do Governo Federal para a Amazônia. Belém, 1976. p. 75.)
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Tucuruí, Pará. A Barragem da UHE de Tucuruí no Rio Tocantins.
Imagem de satélite do Google Earth.
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A população da região de Tucuruí também foi afetada devido ao enchimento do reservatório da Usina de
Tucuruí, sendo que muitas foram remanejadas de suas casas, aproximadamente 1.500 famílias foram
desabrigadas.
Praticamente todos os projetos provocaram uma grande mobilização de mão-de-obra durante a sua
implantação. Contudo, economizaram trabalhadores na fase de funcionamento. Na fase de negociação, foram
previstos 100.000 empregos na mineração e na metalurgia, mas, após a implantação foram gerados somente
2.000 pela Alunorte e Albrás e 8.000 pelo Projeto Ferro-Carajás.
Alguns projetos tiveram efeitos piores para as famílias que antes viviam em Barcarena, onde foram
construídas as fábricas dos projetos metalúrgicos e na região que foi inundada pelo lago da represa de
Tucuruí, provocando a desapropriação de cerca de 10.000 famílias de pequenos agricultores e o
deslocamento de povos indígenas, como os Pacuruí e os Parakanã.
O surto da garimpagem
Até os anos 60, menos de 10.000 homens garimpavam no Pará. O número subiu até 150.000 nos anos 80
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(a metade do país), e cerca de 400.000 no começo da década de 90. Foi a corrida de garimpeiros vindos
de muitos Estados pelas rodovias.
Desde o século XVI, os portugueses tiveram grande interesse em encontrar ouro no Brasil, para isso
organizando-se as entradas e bandeiras. A produção aurífera expandiu-se até 1760, quando a diminuição dos
veios, a baixa tecnologia e o contrabando provocaram uma contínua decadência.
No século XIX novas tecnologias permitiram a retomada, mais modesta, da produção e no século XX
descobriram-se novas reservas auríferas em outros estados, como a de Serra Pelada, no Pará.
Foi início dos anos 80 correu a notícia de ouro em Serra Pelada. Caminhões de paus-de-arara chegavam à
região, principalmente do sudoeste do Maranhão, uma das regiões mais miseráveis do país. O Pará chegou a
possuir mais de 800 garimpos em atividade. Em termos numéricos o Vale do Tapajós detinha a maior parte.
Lá os garimpos eram flutuantes, isto é, feitos sobre balsas.
Além dos rios, que sempre tiveram importância na circulação dos produtos e mercadorias amazônicos, o
espaço da circulação sofre transformações, a partir da construção de rodovias como a Belém-Brasília (BR-
010) e a Cuiabá-Porto Velho (BR-364). Com a criação do PIN – Programa de Integração Nacional – novas
rodovias são construídas atravessando a região em todas as direções, fato marcante dessa nova política de
ocupação regional. A entrada de mercadorias produzidas no Centro-Sul do Brasil estava facilitada, assim
como a saída de matérias-primas e a apropriação de terras pelos grupos econômicos.
O transporte fluvial, tradicional meio de circulação, não perde sua importância. Além dos trapiches abundantes
em quase todas as localidades existentes na região, são construídos novos portos com a finalidade de escoar
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Estudos Amazônicos 9º ano
nossas riquezas. A rede ferroviária ressurgiu através dos grandes projetos instalados. A ferrovia Carajás-
Itaqui é a mais expressiva, sendo responsável pelo escoamento da produção de ferro da Serra dos Carajás
(PA) até o porto de Itaqui (MA). As ferrovias existentes em porto Trombetas (PA) e a extração de manganês
pela ICOMI – Indústria e Comércio de Minérios S. A.
A nova ocupação exigiu também a interligação da região com o resto do país e do mundo, através das
telecomunicações. Os sistemas de telefonia e televisão foram modernizados com a implantação das
comunicações via satélite, o que permitiu a penetração de novos valores e ideias que provocaram profundas
mudanças em diferentes setores, como por exemplo, na cultura, economia e política. Como você pode ver, a
Amazônia está totalmente aberta para a exploração nacional e internacional.
Integrando e entregando
Você percebeu quantas transformações ocorreram e estão ocorrendo na Amazônia? Todas essas mudanças
refletiram e refletem as ideias criadas e divulgadas sobre a nossa região. Mas quais são essas ideias? Como
elas surgiram? A Amazônia, no final da década de 50, era a porção do território que apresentava o mais
baixo índice demográfico e era quase totalmente isolada das demais regiões do país. Essas duas
características vão ser utilizadas pelo governo e pelos empresários para justificar a nova fase de ocupação
regional. Para esconde o real interesse de exploração, cria-se o discurso de promover o povoamento e a
integração da Amazônia. Assim sendo, em nome da “segurança e do desenvolvimento social”, governo e
empresários promoveram o mais completo processo de ocupação e exploração verificado durante toda a
história regional. Era a política do “integrar para não entregar. ”
O governo militar também se apropriou de territórios pertencentes a diferentes estados e municípios da
região, sob o pretexto de promover a distribuição das terras para camponeses nos programas de colonização.
A frase que marcou e justificou esta medida foi “Amazônia: Terra sem homens para homens sem terra”.
Através também do discurso de segurança e desenvolvimento nacional, tão cultivado pelos militares
brasileiros, foi criado o projeto Calha Norte – consiste em uma política governamental de ocupação da
Amazônia Setentrional. Nesse sentido, visa a criação de bases militares, postos de fiscalização de fronteiras
e aeroportos na área. O governo justificou a implantação do projeto alegando a necessidade de proteger as
fronteiras, os minérios existentes, as comunidades indígenas e a floresta, no entanto, o que se percebe é
um processo desordenado de ocupação e exploração das fronteiras, o que provocou conflitos entre Brasil e
Venezuela, entre garimpeiros e povos indígenas, além da devastação da mata para a implantação de garimpos,
campos de pousos para aeronaves ilegais, bem como a extração de madeira por serrarias clandestinas.
Foram identificados três espaços distintos na área: faixa de fronteira, faixa ribeirinha à calha do rio
Solimões/Amazonas e faixa interior, denominada hinterlândia – situada entre as duas primeiras. Foi dada
prioridade à faixa de fronteira, a qual apresentava as seguintes características:
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Estudos Amazônicos 9º ano
- Fronteira com cinco países: Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa;
- Grande parte da região com inexpressiva, ou até mesmo ausência, da presença governamental.
As metas
Para facilitar e conseguir realizar o trabalho numa região imensa, o Exército criou metas e objetivos a serem
atingidos pelo Calha Norte;
- Aumentar a presença brasileira na área, com o fortalecimento das estruturas governamentais de oferta de
serviços, de modo a criar estímulos para o desenvolvimento sustentável da região;
- Ampliar as relações entre os países limítrofes, particularmente com o apoio de rede consular, visando ao
fortalecimento dos mecanismos de cooperação, dos fatores de produção e das trocas comerciais;
- Expandir a infraestrutura viária, no sentido de complementar a vocação natural na Amazônia, que tem no
transporte fluvial o mais importante fator de integração regional;
- Fortalecer a ação dos órgãos governamentais de Justiça, Polícia Federal, Receita Federal e Previdência
Social na região, como fatores de inibição da prática de ilícitos, decorrentes da insuficiente presença do
Estado
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Estudos Amazônicos 9º ano
Mas recentemente o governo federal deu início à
implantação do SIVAM – Sistema de Vigilância da
Amazônia – cujo objetivo seria propiciar um maior e
melhor controle do tráfego aéreo dos 5,2 milhões de km²
da Amazônia. O projeto contaria com 17 radares fixos, 6
moveis e 8 aviões equipados com sensores. Os dados
produzidos serão reunidos em 300 plataformas de
coleta de dados e enviados a Manaus, Belém e Porto
Velho, escolhidos como centros regionais de controle de
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Estudos Amazônicos 9º ano
Projeto Jari
Histórico
Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) uma
área de terra de tamanho pouco menor que a do estado de Sergipe, ou equivalente ao estado norte-americano
do Connecticut, para a instalação do seu projeto agropecuário. Ao longo do programa de instalação, enfrentou
as desconfianças do governo e de algumas parcelas da sociedade que temiam pela soberania brasileira sobre
a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado. A "ameaça" rendeu, em 1979, a criação de uma CPI
para "apurar a devastação da floresta amazônica e suas implicações" Entretanto, o relatório da Comissão não
faz qualquer alusão direta a este projeto.
A área adquirida por Ludwig fez com que fosse provavelmente o maior proprietário individual de terras no
Ocidente. A grandiosidade do Jari acentuava-se por ser a região totalmente desprovida de qualquer
infraestrutura; foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas. Ali Ludwig
planejava instalar um projeto de reflorestamento com árvores de crescimento rápido (gmelina), antevendo o
aumento da necessidade mundial por celulose. Além disto, pretendia estender as atividades para a mineração,
pecuária e agricultura, atraindo críticas de ambientalistas.
Uma usina termelétrica e a própria fábrica de celulose foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil
quilômetros, que durou 53 dias a ser concluído. Além das instalações, todo o projeto ocupava uma área de
16 mil km², a construção de uma cidade para a moradia dos trabalhadores, além de hospital e escolas na
sede, chamada Monte Dourado. A fábrica e implementos custaram em torno de 200 milhões de dólares. Em
1982, ano de sua venda, a população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitantes.
Neste ano, sem apresentar resultados, Ludwig abandonou o projeto. As negociações envolveram o homem
forte do regime militar, general Golbery do Couto e Silva, e cogitou-se na venda para o Banco do Brasil, para
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Estudos Amazônicos 9º ano
um pool de empresas e para o empresário Augusto de Azevedo Antunes. Até o começo dos anos 1980 Ludwig
declarava haver gasto no Jari 863 milhões de dólares, atualizados em 1981 para 1,15 bilhão.
No ano 2000 passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, de modo que a Jari Celulose não somente tornou-se
economicamente viável, como também mostrou-se sustentável, recebendo certificação em 2004 pelo Forest
Stewardship Council.
Entenda o que foi o Projeto Jari
A fábrica, que hoje ocupa 42 propriedades de terra, plantou eucaliptos na área, uma árvore que possui
crescimento rápido, mas não é nativa da região. E, de acordo com o diretor técnico de ordenamento territorial
do Instituto do Meio Ambiente do Amapá, Pedro Paulo Bosque, também danosa para o meio ambiente.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Numa das plataformas estava
instalada a fábrica de celulose, com
capacidade nominal de 220.000
toneladas de celulose branqueada de
fibra curta por ano; na outra uma
usina de força a vapor para gerar 55
megawatts de energia elétrica e o
vapor necessário ao processo
industrial.
Para os efluentes gasosos e líquidos
da operação foi projetado um
sofisticado sistema de tratamento e
controle, incluindo uma lagoa de
estabilização de 184 hectares, por
onde os líquidos industriais
percorrem 12 km, antes de
desaguarem outra vez no rio,
portanto sem causarem nenhuma
poluição.
Paralelo a este empreendimento foi
construída também uma planta de beneficiamento de
caulim de alta qualidade, cujas jazidas foram
encontradas a poucos quilômetros da fábrica, rio
acima, na margem oposta, caulim este que serviria para
branqueamento do papel, cuja fábrica seria construída
numa segunda fase.
Como atividades agrícolas Ludwig desenvolveu o
plantio de arroz nas áreas alagadas de várzea a jusante
da fábrica, no rio Jari próximo à sua foz no Amazonas,
complexo este totalmente mecanizado, aproveitando o
sistema de marés que atingem o Amazonas e o rio Jari
para encher e esvaziar as áreas plantadas.
Também desenvolveu uma pecuária de alta qualidade,
com experimentos de inúmeros cruzamentos genéticos
Vale do Jari
industriais, inclusive uma grande criação de búfalos, que
geraram uma tecnologia totalmente desconhecida no mundo, e que hoje é modelo para várias áreas tropicais
e até temperadas, tendo aumentado a sua capacidade reprodutiva de cerca de 60 a 70%, como era conhecida,
para até 98%, através do conhecimento do estro das búfalas.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Amazônia – Violência e devastação
Contextualizando
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Estudos Amazônicos 9º ano
camponeses da região foi o choque elétrico da tortura. Como se vê, a violência institucionalizada deixou
raízes profundas grafando a região (geografando-a).
Não ‘esqueçamos, ainda, que todo esse processo contou com apoio de instituições multilaterais, como o Banco
Mundial, que financiaram grandes projetos logísticos (rodovias, portos, hidrelétricas), assim como grandes
investidores internacionais souberam tirar proveito de toda a violência institucionalizada com uma ditadura
que, como tal, não contava com o aval democrático da sociedade brasileira. O Estado além de garantir as
condições gerais para esse novo padrão de acumulação de capital para e pelos setores privados, ainda agiu
por meio de suas próprias grandes empresas, com destaque para a Companhia Vale do Rio Doce no Projeto
Grande Carajás. Um setor da burguesia nacional que mais se beneficiou, em particular, da “ajuda
internacional” e do regime ditatorial foi o da construção civil, onde grandes empreiteiras se arrogaram o
papel de “novos bandeirantes” com a construção de grandes projetos de engenharia (estradas e
hidrelétricas). Até hoje são enormes as implicações sociais, políticas e ambientais engendradas pelo bloco
de poder que conformou todo esse padrão de organização do espaço geográfico.
A interligação logística da Amazônia ao resto do país por meio do desenvolvimentismo de caráter mítico, pró-
empresarial e antipopular do “milagre brasileiro” substituiu a reforma agrária pela colonização e, por meio
de subsídios aos grandes fazendeiros e a liberalidade do estado com seu patrimonialismo para com a
apropriação das terras públicas por meio da grilagem de terras, favoreceu a chegada de grandes fazendeiros
do centro-sul do país, assim como toda uma vaga de sem-terra expropriados pelo modelo concentrador de
terras e de capital da modernização conservadora do campo brasileiro. Assim, a região sudeste do Pará viria
se caracterizar pela tensão de territorialidades distintas, a saber: (1) camponeses expropriados de todo o
país; (2) fazendeiros também de todo o país, sobretudo do centro-sul, mas também de fazendeiros da própria
região que deixaram as atividades tradicionais de extrativismo e se associaram aos recém-chegados nas
ações de apropriação ilegal das terras públicas para exploração de madeira, derrubada da mata e criação de
gado e; (3) os povos da floresta e ribeirinhos cujas terras e demais recursos passam a ser disputados.
Enfim, a partir da década de 1970 uma dinâmica sociogeográfica nacional-regional se instaura no sudeste do
Pará conformada por essa tensão de territorialidades acima esboçada onde a expropriação/grilagem,
exploração madeireira, queimadas e estabelecimento de grandes fazendas de gado onde a violência foi fator
estruturante de todo o processo, sobretudo contra a resistência dos povos tradicionais da região e dos
camponeses nacionalmente expropriados e que buscavam se re-territorializar num contexto que era, para
eles, completamente adverso.
Um dos impactos imediatos do segundo pico da crise do petróleo dos anos 1970 foi a reconfiguração da
divisão internacional do trabalho, sobretudo das indústrias eletro-intensivas. O Japão, por exemplo, fechou
todas as suas 145 fábricas de alumínio. O seu capital deslocou-se para Barcarena, a mais de 20 mil
quilômetros do Japão nas cercanias de Belém. “Hoje a fábrica da Albrás, garantindo 15% do consumo japonês
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Estudos Amazônicos 9º ano
de alumínio, é a 8ª do mundo e a maior consumidora individual de energia do Brasil, respondendo por 1,5%
de toda a demanda nacional”.
A partir dos anos oitenta, com a implantação do Projeto Grande Carajás, – outro enclave explorando o maior
complexo minerometalúrgicos do mundo – se instaura e, com ele, uma nova dinâmica sociogeográfica na região
que viria agravar, ainda mais, o padrão socialmente injusto e ambientalmente devastador que já estava em
curso na região. Trata-se de uma dinâmica que se sobrepõe a acima descrita – nacional-regional – e que bem
pode ser caracterizada como sendo uma dinâmica sociogeográfica global-regional. Esclareça-se que essa nova
dinâmica complexifica a dinâmica sociogeográfica já em curso, posto que agrega novos processos aos já
existentes tendo muito de continuidade nessa descontinuidade do novo padrão sociogeográfico que se instaura
a partir dos anos 80. Apesar do alerta de várias entidades nacionais como a OAB – Ordem dos Advogados
do Brasil -, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa – e a AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros –
e de várias entidades e movimentos sociais da região que apoiadas em análises científicas sobre os danos
que esse grande projeto traria para a região, sobretudo com o agravamento da derrubada da floresta para
fazer carvão vegetal para purificar o ferro a ser exportado, não foi suficiente para evitar a dilapidação
daquele enorme patrimônio de recursos naturais. O desmatamento na região em apreço atingiu níveis
alarmantes e até mesmo uma significativa mudança climática regional se faz notar com períodos secos mais
prolongados apontando para um clima cada vez mais tropical em lugar do clima subequatorial que a
caracterizava. As mudanças no regime hídrico da região podem ser observadas nos córregos, igarapés e rios
que, simplesmente, deixaram de existir. O nível de umidade relativa do ar vem caindo a níveis semelhantes
a regiões desérticas facilitando a auto propagação do fogo como, recentemente, em setembro de 2007,
pudemos apreciar em Colina – MA, o triste espetáculo de famílias fugindo do fogo desesperadas lembrando
as cenas de vietnamitas fugindo do bombardeio de napalm. Sem sombra de dúvida a transformação dessa
fantástica biomassa em carvão, o consumo elevadíssimo de água na transformação do minério de ferro, assim
como a barragem do rio Tocantins para fazer a hidrelétrica de Tucuruí, alimentaram a purificação do ferro
para exportação, agora sob o tacape da “crise da dívida externa”, dívida essa que, diga-se de passagem, foi
contraída, em grande parte, para construir a logística desse mesmo processo de ocupação feito à revelia da
sociedade brasileira, sobretudo dos seus setores subalternos.
Ainda hoje, “todos os dias o trem, o maior trem de minérios do planeta, recebe 700 mil toneladas, que são
transportadas, por quase 900 quilômetros até o porto da Ponta da Madeira, na ilha de São Luís, no litoral
do Maranhão. Daí o mais puro minério de ferro do mercado segue para o mundo; 60% dele rumo à China e
ao Japão, os maiores compradores, a 20 mil quilômetros de distância”. Segundo o mesmo autor, a mina N4,
“projetada para operar com até 25 milhões de toneladas anuais de minério de ferro (…), vai atingir 100
milhões de toneladas neste ano (2007) e chegará a 130 milhões em 2008, quase metade da produção
recorde que a CVRD está planejando para todo país, de 300 milhões de toneladas”, conforme o jornalista
Lucio Flavio Pinto.
É interessante observar como a dinâmica nacional-regional, mais antiga, e a global-regional, mais recente, se
sobrepõe pela complementaridade dos novos interesses com os antigos. A grilagem de terras é o fenômeno-
chave para entender a violência estrutural que se configura na região conformando um padrão de organização
do espaço geográfico que se reproduz por meio de atividades como a exploração ilegal de madeira, a produção
de carvão com a queima da floresta para purificar o ferro e a formação de pastos para pecuária. Um estudo
realizado em 2004 pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM – e pelo Museu Emílio Goeldi,
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Estudos Amazônicos 9º ano
assinala que só no Estado do Pará ainda há 30 milhões de hectares de terras grilados e 67% das terras não
têm registro ou têm registro fraudulento. Trata-se de um modo de produção/reprodução de uma estrutura
de classes sociais profundamente desigual, a começar pela estrutura fundiária extremamente concentrada,
conformando um Complexo de Violência e Devastação cuja dinâmica regional de reprodução é funcional à sua
integração à divisão internacional do trabalho enquanto “uma geografia desigual dos rejeitos e dos proveitos”.
A violência, vê-se, é estruturante das relações sociais e de poder.
Nesse contexto, até mesmo as heroicas conquistas de terra sob a forma de assentamentos têm pouca opção
no contexto desse Complexo de Violência e Devastação, haja vista (1) o desconhecimento da dinâmica daquele
ecossistema pela maior parte desses camponeses que ali procuram se re-territorializar e (2) o pífio
desempenho dos órgãos de pesquisa agropecuária que, apesar da enorme contribuição que vêm dando na
tropicalização de espécies de regiões temperadas para exportação, como a contribuição da Embrapa na
aclimatação da soja, não consegue dialogar com as demandas de uma população que só em assentamentos
soma mais de 80.000 famílias assentadas na região. Muitas dessas famílias, por absoluta falta de opção,
acabam por derrubar a floresta para fazer carvão e passam a criar gado e, assim, alimentam todo o complexo
de devastação e violência que vimos analisando. Enfim, o projeto de exploração mineral do Grande Carajás
se ajustou como uma luva aos interesses dos grandes grileiros-madeireiros-Gueiros-pecuaristas do complexo
de violência e devastação ao se configurar como um novo atrator. Hoje, em São Paulo e Rio de Janeiro, se
consome carne bovina proveniente de mais de 4.000 quilômetros de distância, vindos do Pará com caminhões
frigoríficos com custos energéticos e ambientais que só fazem aumentar a própria demanda de energia.
A reprodução ampliada do Complexo de Violência e Devastação pela nova dinâmica nacional-globalizada na região
sudeste do Pará
Uma nova articulação de interesses está em curso nesse momento cujos efeitos tendem a alimentar, e
agravar ainda mais, esse perverso Complexo de Devastação e Violência na região conformando uma nova
dinâmica nacional/globalizada protagonizada pelos mesmos poderosos interesses que vêm operando na região.
Tal como nos anos 1970, é a questão energética que vai reconfigurar a divisão internacional do trabalho, seja
pela redistribuição espacial das atividades de mineração, seja pelas implicações geográficas da expansão do
plantio da cana e da soja e o remanejamento espacial do rebanho bovino.
Confira o histórico de ocupação e devastação do maior bioma do Brasil.
1494 – Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, conforme esse documento os portugueses
ficam com a porção leste do território brasileiro e os espanhóis com a poção oeste, o qual coloca a floresta
Amazônica para os espanhóis.
1540 – Os portugueses descobrem a Amazônia, desbravadores lusitanos chegam à região para impedir a
invasão de ingleses, franceses e holandeses, que cobiçavam a floresta.
1637 – Portugal encomenda a primeira grande expedição à região, com cerca de 2 mil pessoas. A exploração
de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte conotação comercial.
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Estudos Amazônicos 9º ano
1750 – Os reis de Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madri - por meio deste, quem usava e ocupava
a terra teria direito a ela. Com isso, os portugueses conseguem direito sobre a Amazônia. Deu-se início ao
estabelecimento da fronteira do território brasileiro na região Amazônica.
Fim do século XIX – Inicia-se o ciclo da exploração da borracha brasileira na Amazônia, motivado pela
Revolução Industrial, as fábricas inglesas importam a matéria prima em grandes quantidades. Entre 1870 e
1900, aproximadamente 300 mil nordestinos migraram para a região para trabalharem nos seringais.
1940 – O então presidente Getúlio Vargas, inicia uma política para a ocupação do oeste brasileiro, a chamada
Marcha para o Oeste.
1960 – Com o intuito de integrar a Amazônia com o resto do País, os militares pregam a unificação do País
e a proteção da floresta contra a “internacionalização”. Utilizando um discurso nacionalista, os militares
realizam várias obras em infraestrutura para a ocupação da região, a principal é a Transamazônica. É a
política "Integrar para não Entregar".
1970 – A população da Amazônia Legal atinge a quantia de 7 milhões de habitantes, reflexo das políticas
públicas para a ocupação do território, no entanto, os problemas ambientais gerados são desastrosos, a área
desmatada da Amazônia chega a 14 milhões de hectares.
1980 – Os problemas ambientais na Amazônia, rotulada como “pulmão do mundo”, geram repercussões
internacionais. O assassinato do líder sindical Chico Mendes, em 1988, agrava ainda mais as pressões
internacionais em relação às políticas desenvolvidas no Brasil para a preservação da Amazônia.
2005 – 2009 - O assassinato da missionária estadunidense Dorothy Stang agrava ainda mais os problemas
ambientais na região. A área desmatada chega à incrível marca de 70 milhões de hectares.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Sabe-se que, atualmente, a fronteira agrícola no Brasil
encontra-se na região amazônica, mais especificamente
nos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso e
Maranhão. Nesses locais, observa-se uma intensa
destruição da floresta amazônica, processo realizado,
na maioria das vezes, de forma ilegal e clandestina.
Pode-se dizer que a ocupação da Amazônia ocorre desde
os tempos coloniais, mas foi ao longo do século XX que
ela se intensificou, principalmente nas décadas de 1970
e 80. Nos anos 1990 houve um pequeno recuo da
ocupação e do desmatamento, que voltaram a se
intensificar nos anos 2000.
Por se tratar de uma área extremamente vasta, Missionária assassinada em 2005
fiscalizar toda a área é muito difícil, fato que se agrava
em virtude do baixo número de fiscais e da ausência de equipamentos adequados de trabalho. Atualmente,
estima-se que, a cada ano, o desmatamento destrói entre 11 mil e 25 mil km² de florestas, áreas maiores
que alguns estados e até mesmo alguns países.
O saldo disso é uma vasta área desmatada. Não existem definições precisas sobre o tamanho da floresta que
já foi destruído. As estimativas mais otimistas colocam que 15% da floresta original foi perdida, as mais
pessimistas elevam esse quantitativo para 30%.
Os motivos da ocupação do território da Floresta Amazônica são, sobretudo, econômicos. Milhares de
hectares vão ao chão para a produção de monoculturas exportadoras, como a soja, e para a prática pecuarista.
Outro fator bastante frequente é a especulação, em que pessoas ou empresas ocupam determinadas áreas
da floresta aguardando uma valorização futura para a venda.
Outra questão é a instalação de usinas hidrelétricas. Em razão do potencial hidráulico dos afluentes do Rio
Amazonas e do fato de se tratar de uma região plana, o governo já estuda a instalação de algumas usinas de
produção de energia.
Um dos projetos é a usina de Tapajós, que seria composta por sete grandes hidrelétricas. Outro é o da Usina
de Belo Monte, que está sendo construída no Rio Xingu, no Pará, e que deve ser concluída em 2015. Essa
usina vem sendo alvo de muitos protestos e críticas de ambientalistas e das populações tradicionais da
região.
As consequências da destruição – mesmo que parcial – da Amazônia são graves. Dentre elas, podemos
enumerar:
c) interferências climáticas;
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Estudos Amazônicos 9º ano
d) aumento da produção de gás carbônico (CO2) em virtude das queimadas;
f) aumento do número de homicídios em razão das disputas territoriais nas zonas da fronteira agrícola.
As atuais formas de ocupação da Amazônia revelam-se muitas vezes agressivas em razão dos interesses
privados se sobreporem às necessidades da sociedade e da natureza como um todo.
Este documento faz parte de uma entrevista retirada do Jornal Diário da Manhã – Goiânia -Go– Caderno
Especial – Edição e texto de Javier Godinho
Em outubro de 2004 o comandante e general-de-brigada Marco Aurélio Costa Vieira recebeu o jornalista
Javier Godinho para uma discussão:
A Internacionalização da Amazônia.
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Estudos Amazônicos 9º ano
e o mais rico do futuro desse país, atualmente semiabandonados pelos governos e pela população, com apenas
4 habitantes por quilômetro quadrado, 12% da representação política e US$ 2.059,00 de renda per capita.
Do outro, horrível no formato, os 3,4 milhões de quilômetros quadrados que nos sobrariam, com 40
habitantes por quilômetro quadrado, 88% da representação política e US$ 4.955,00 de renda per capita.
Dentro da Amazônia brasileira cabem nada mais nada menos de 17 países europeus dentre eles – Bélgica,
Alemanha, Eslováquia, Áustria, Albânia, Portugal, Itália, Bósnia, Inglaterra, França, Espanha, República Tcheca
Holanda e a Suíça.
Com certeza, grupos suspeitos, cada vez maiores, de várias dessas nações já se estabelecera, se
movimentando e realizando ações escusas no território amazônico.
O general Marco Aurélio, que viveu 5 anos no Comando Militar da Amazônia, não acredita ainda que exista
mesmo um movimento organizado para tomar a Amazônia. Mas destaca que há grandes interesses de
potências econômicas, pois já atuam individualmente. Há grande número de estrangeiros dentro de nossa
Amazônia. São mais de 600, entre ONGs, instituições religiosas, cientificas e culturais.
Este levantamento foi feito pelo exército brasileiro. Tais instituições atuam entre a população branca pobre
e os índios. E o mais grave: estão levando nossa riqueza de todo o tipo.
É inacreditável que estão nos cercando 20 bases militares dos Estados Unidos, a título de combater o
narcotráfico e a guerrilha.
Depois desta reportagem você acredita que estão combatendo mesmo o narcotráfico ou estão de olho nesta
região?
Na operação Timbó, realizada pelas forças armadas, foi detectado um contrabando de mogno realizado por
representantes de empresas estrangeiras, que para tanto, usam caboclos e índios brasileiros para marcar
as melhores árvores, e a seguir arrancadas por tratores as arrastavam para o território peruano.
Um dado importante mostra sem dúvida a presença marcante de estrangeiros no nosso território: O governo
da Guiana Francesa paga um salário por criança nascido no Brasil, que ali seja registrada, para retornar ao
nosso país, mas com cidadania daquele departamento ultramarino da França.
O general destaca o trabalho dos pelotões de fronteira, praticamente única presença brasileira na área.
Essas unidades militares são procuradas para por índios e caboclos em busca de assistência de todo tipo,
inclusive médica.
O general Marco Aurélio busca com muita apreensão despertar a consciência nacional para a necessidade de
ocupação racional, de fato, pelos brasileiros, da Amazônia, onde a cobiça estrangeira cada vez mais estende
seus tentáculos.
Dos seus documentos, imagens e de sua experiência como Comandante Militar da Amazônia por 5 anos,
contam opiniões manifestadas por vários “donos do mundo” que passaram pelas nações mais ricas da Terra
sobre a posse da Amazônia pelo Brasil.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Vejamos tais declarações dos “donos do mundo”:
“Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas,
seus territórios e suas fábricas. ”
John Major, Primeiro ministro sucessor de Thatcher, líder do Partido Conservador inglês, em 1992:
“ As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas
ecológicas sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandista para dar início a uma fase operativa,
que pode definitivamente engajar intervenções militares sobre a região. ”
Mikhail Gorbachev, estadista que liderou o fim do regime comunista e a volta do mundo socialista à economia
de mercado:
“O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes.
”
Patrice Hughes, chefe do órgão central de informações das Forças Armadas Americanas:
“Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha risco o meio ambiente nos
Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper esse processo imediatamente”.
A opinião dos Estados Unidos pode ser encontrada nesta fala de Henry Kissinger, diplomata que foi assessor
da Casa Branca e secretário de Estado, prêmio Nobel da Paz em 1973:
“Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua
disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e
constrangimentos garantidores da consecução de seus direitos”.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Em 1996, Madaleine Albright, secretária de Estado dos Estados Unidos, revelou:
“Atualmente, avançamos em uma ampla gama de políticas, negociações, e tratados, em colaboração com
programas da ONU, diplomacia bilateral e regional, distribuição de ajuda humanitária aos países necessitados
e crescente participação da CIA em atividades de inteligência ambiental”
Ao bom entendedor já está claro que a CIA está na Amazônia, onde as ONGs e tantas outras instituições com
rótulos de cientificas e culturais e defensoras do meio ambiente atuam de mil e uma maneiras.
A competência desse diplomata brasileiro extraordinário e patriota maior ainda abortou as tentativas de
invasões estrangeiras, disfarçadas sob o argumento de que o Brasil não teria condições de explora-la e a
humanidade não poderia se privar de desfrutar da Amazônia.
O Brasil já repeliu a tentativa do Hudson Institute de junta as águas dos maiores rios do mundo para formar
o Grande Lago Amazônico.
O Racista notório americano general James Watson Webb, ministro de Washington, elaborou um plano para
que a Amazônia fosse destinada aos negros norte-americanos, evitando que se repetissem as condições
socioeconômicas que levaram o pais à Guerra de Secessão.
A companhia Amazon River Corporation tinha a finalidade de colonizar a Amazônia.
No princípio do século 20, o Presidente Epitácio Pessoa ouviu, estarrecido, em Genebra a proposição do
presidente americano Wilson um plano de Internacionalização da Amazônia.
No Japão vicejou a tese de que filhos de soldados americanos com japonesas durante a 2ª guerra mundial
deveriam ser mandados para a Amazônia.
O presidente Eurico Gaspar Dutra rechaçou as propostas norte americanas de enviar para a Amazônia
excedentes populacionais de Porto Rico e 200 mil refugiados árabe da palestina.
O general Juarez Távora denunciou as escandalosas concessões pretendidas pela Amazon Corporation of
Delaware e a The Canadian Amazon Corporation de extrair as riquezas nacionais amazônicas.
Em 1993 o ex-presidente José Sarney denunciava a concentração de tropas norte americanas na Guiana, no
Suriname e na Venezuela. Hoje, é público e notória a presença de militares dos EUA no Equador, Peru,
Paraguai e na Colômbia, a título de combater o narcotráfico e a guerrilha.
É um cinturão de 20 bases que se encomprida e se alarga, fechando o cerco.
E quem pensa que essa ambição internacional é típica do governo, da qual estão isentas as instituições que
afirmam agir na Terra em nome dos Céus, oferecemos mais um quadro, o Conselho Mundial de Igrejas Cristãs,
que em 1981, manifestou o seguinte em Genebra:
“A Amazônia é um patrimônio da humanidade. A posse dessa área pelo Brasil, Venezuela, Equador e Colômbia,
é meramente circunstancial”.
37
Estudos Amazônicos 9º ano
Pior do isso só o cartão muitas vezes encontrado até em forma de guardanapo de papel em restaurantes em
Londres, cuja tradução do inglês é esta:
A Amazônia é de todos?
O texto abaixo, falará sobre a internacionalização da Amazônia, que é um fato que vem sendo discutido a
partir dos meados da década de 80, quando alguns políticos de países de primeiro mundo, discutindo sobre
o pagamento da dívida externa do Brasil, pensaram no pagamento com reservas naturais, indústrias, etc. Foi
mais fortemente discutida no final dos anos 90, inclusive pelo ex-presidente do EUA George W. Bush, que
falou sobre a Internacionalização da Amazônia em alguns de seus discursos para presidência. Estamos
passando por um caso que muitos acham incorreto, como brasileiros, mas outros têm uma opinião contrária,
de que a Amazônia seja um patrimônio de todo mundo, que todos deveriam comandá-la.
Na medida em que a Amazônia ia sendo revelada ao Brasil através dos inúmeros inventários e levantamentos
de seus recursos naturais, minerais e energéticos, a década de 80 e 90 assistia à entrada em operação de
inúmeros projetos de impacto, no setor de mineração e eletricidade. O projeto Trombetas, pela Companhia
Vale do Rio Doce, para exploração da bauxita; da Grande Carajás, para exploração do minério de ferro; da
Albrás-Alunorte, em Vila do Conde, para produção de alumina e alumínio metálico; de Tucuruí, no rio
Tocantins, para produção de cerca de 4 milhões de quilowatts; e o das hidrelétricas de Balbina, no rio
Uatumã, e de Samuel, no rio Jamari.
Esse panorama que contribuiu para a expansão demográfica e da fronteira agrícola, pecuária, mineral e
industrial, deu origem, também, às tensões sociais, conflitos de terras, disputas de posse e invasões de
áreas indígenas.
A situação engendrou também, pelo atraso de uma política nacional de preservação, o quadro atual
caracterizado pela atuação de madeireiras predatórias, poluição fluvial, garimpeiros clandestinos, falsos
missionários, contrabando das riquezas da biodiversidade florestal e pelo narcotráfico, favorecido pelos 1600
km de fronteira de uma linha imaginária, com insignificante presença civil ou militar – a fronteira aberta à
guerrilha, ao narcotráfico, ao contrabando de armas e à biopirataria.
Esse último tema foi assunto da Conferência Ministerial de Defesa das Américas que se encerrou com uma
declaração de apoio ao combate às drogas ilícitas e atividades criminosas transfronteiriças. Apesar de não
ter sido incluído na pauta do encontro, o polêmico Plano Colômbia de combate ao narcotráfico, com o apoio
dos Estados Unidos, foi discutido quando abordados questões de ameaças internacionais à segurança dos
países participantes.
A segurança da Amazônia brasileira se encontra na pauta de prioridades do governo brasileiro. Com o
agravamento da crise entre o governo e a internacionalização da guerra civil na Colômbia, associada ao
narcotráfico, o Brasil intenciona investir até US$ 10 bilhões de dólares na modernização das Forças Armadas,
buscando garantir a integridade da Amazônia.
Os efetivos militares no Rio de Janeiro são superiores a 44 mil homens; na continental região amazônica,
que se espalha por dois terços do nosso território, apenas 22 mil. A proporção está invertida. De Manaus a
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Estudos Amazônicos 9º ano
Tabatinga são três horas e meia em voo direto em Boeing. Sete estados do Sul e do Nordeste cabem no
Amazonas.
Há alguns anos, uma rede eletrônica de mensagens compartilhadas por um grupo da Internet retratou-se, no
meio virtual, por ter veiculado o que depois seria comprovado como boato completamente sem fundamento.
O boato versava sobre a existência de mapas escolares norte americanos nos quais a Amazônia brasileira
seria mostrada como “área de preservação internacional” e destacada do território brasileiro.
No entanto, o governo federal construiu uma possibilidade de internacionalização indireta, sob concessão de
gerência ambiental de áreas do território nacional, quando promulgou a Lei 9.985. Por tal lei seriam
constituídas Unidades de Conservação Ambiental, de Proteção Integral ou de Uso Sustentado – por decreto
lei.
Nas Unidades de Uso Sustentável são fixadas categorias de dimensões continentais: são as chamadas “Áreas
de Proteção Ambiental”, que de acordo com a própria lei, em seu artigo 15, “área em geral extensa, com um
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas”, com o objetivo de “proteger
a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais”.
Mas a lei, em seu artigo 30, estabelecendo que “as Unidades de Conservação podem vir a ser geridas por
organizações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade, mediante
instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão”, abre, segundo Dr. Luiz Augusto Germani,
diretor-jurídico da Sociedade Rural Brasileira, uma condição inconstitucional que possibilita a materialização
da até então fantasiosa internacionalização: a de que o poder público possa transferir a uma organização não-
governamental, nacional ou internacional, funções exclusivas suas que são sustentáculos da própria soberania
sobre tal área.
Feito jiboia em bezerro novo, a sanha privatizante começou sobre Furnas, prenunciando o que acontecerá ao
que restou do sistema hidrelétrico nacional. Já se foram os monopólios do petróleo, do gás canalizado, das
telecomunicações e da navegação de cabotagem, como se privatizou o subsolo, a telefonia, os satélites, a
petroquímica, a siderurgia, o sistema financeiro. Tudo para abater a dívida externa, que se multiplicou, e
para melhorar os serviços, que pioraram. Faltam a Petrobras, já retalhada em unidades estanques, deglutidas
feito mingau quente, pelas bordas; o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, que segundo empresas estrangeiras
de assessoria dá prejuízo desde 2003. Depois, será a vez da Amazônia. Depois? Cobiçam a região como
mulher alheia.
Há comerciais institucionais transmitidos pela televisão do primeiro mundo, inclusive a CNN, onde a repórter
Marina Mirabella mostra as maravilhas da fauna e da flora amazônicas para, em seguida, apresentar cenas
de devastação, sujeira e imundície, e concluir: “São os brasileiros que estão fazendo isso! Até quando? A
Amazônia pertence à humanidade e o Brasil não tem competência para preservá-la! ” O pior é quando essas
investidas partem de nós. As deputadas Vanessa Grazziotin e Socorro Gomes, solicitaram do general-chefe
da Secretaria de Segurança Institucional informações sobre o Programa Nacional de Florestas, obra do
ironicamente amazônico Ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney.
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Estudos Amazônicos 9º ano
Para quê? Para transformá-las em propriedades privadas, “de modo a disponibilizar matéria-prima para as
indústrias (as madeireiras internacionais) de forma permanente, contínua, regular e balanceada, em função
das exigências do mercado”. Mas não era para manter a Amazônia intocada?
Conclusão
Vimos, que esse fato de que a Amazônia é de todos têm muitas opiniões, no entanto, é fato que não seria
correto distribuir um patrimônio florestal internacional situado no Brasil. Ao início, falam de um salvamento
da Amazônia e da economia brasileira. Porém, sabemos que mão é esse o caso. No caso de a Amazônia ser
internacionalizada, poderá ocorrer uma imensa destruição ambiental, pois muitos desses países procuram
apenas a exploração da Amazônia, como os Portugueses fizeram com toda a riqueza ambiental brasileira na
época da colonização.
Esse ainda é um fato a muito ser discutido, mas certamente, praticamente todos os brasileiros devem ter
uma opinião negativa a esse caso.
EXERCÍCIOS
1 - As medidas que visavam ao desenvolvimento da Amazônia não tiveram o sucesso tão propagandeado pelo
governo federal, no sentido do desenvolvimento econômico e social da região. Dentre essas medidas, coloca-
se a criação de órgãos federais com objetivos diversos como:
1- Integrar a porção ocidental da Amazônia mediante a isenção de impostos e a criação de centros industriais
e agropecuários.
2- Coordenar e supervisionar programas e planos regionais e decidir sobre a distribuição de incentivos fiscais
na chamada Amazônia legal.
3- Executar a estratégia de distribuição controlada da terra, através de projetos de colonização.
2 - Analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa que contém todas as corretas em relação aos 30
anos de intervenção intensiva do Governo Federal na Amazônia, através da SUDAM.
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Estudos Amazônicos 9º ano
4- Os recursos públicos sob forma de incentivos fiscais foram utilizados para o assentamento dos sem-terra.
5- Com os projetos integrados de colonização evitou-se o êxodo rural para a Amazônia ocidental,
6- Lucraram com esse tipo de desenvolvimento parte da burguesia regional, empresas nacionais e
multinacionais e o Estado brasileiro que dominou, política e economicamente, a região.
A) 1, 3, 4
B) 2, 4, 5
C) 1,2,6
D) 4, 5, 6
E) 1,2, 3e6
3 - "Foi-se o tempo — As entidades que congregam garimpeiros têm demonstrado sua preocupação com a
gradual queda de produção do ouro, especialmente em áreas da Amazônia que, tradicionalmente, fizeram
“bamburrar” muita gente".
(Fonte: Noticia publicada no Jornal "Diário do Para", 15/12/96)
A) ao esgotamento do minério de ouro em "Serra pelada", devido a um longo período de exploração mecanizada
feita pelos garimpeiros.
B) a liberação pela CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) das áreas de reservas auríferas para garimpagem,
inclusive as minas de recém descoberta Serra Leste.
C) aos acordos feitos pelos garimpeiros e empresas mineradoras, entre elas a CVRD, com o intuito de divisão
igualitária do lucro
D) à decadência da exploração com lavra manual na maioria das áreas de garimpagem, em especial “Serra
Pelada”, o minério localizado no fundo das cavas só pode ter exploração mecanizada.
E) a fiscalização do governo na maioria dos garimpos da Amazônia, que procura controlar o uso do mercúrio
nesta atividade.
4 - Um empresário desejoso de criar gado de corte, sem derrubar florestas, precisaria de área de campos
naturais. Pelas características fitogeográficas, qual a melhor área da Amazônia para tal atividade:
A) Sul do Para
B) Ilha do Marajó
C) Zona Bragantina
D) Oeste do Para
E) Vale do Rio Madeira
5 - Em novembro de 1996, o Jornal "O Liberal" publicou um caderno especial sobre a economia do Para nas
Últimas décadas. Nele, nosso Estado e chamado de "pobre Estado rico". O uso da expressão pode ser
justificado.
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Estudos Amazônicos 9º ano
A) devido a crescente pobreza urbana, principalmente em Belém, onde as áreas de invasão proliferam nas
periferias.
B) porque o Para continua como fornecedor de matéria prima, embora tenha todos os fatores que
favoreceriam a industrialização, em especial uma excelente rede de transportes rodoferroviário.
C) porque mesmo predominando em seu território solos ricos e férteis, possui uma agricultura incipiente
voltada apenas para o abastecimento do próprio Estado.
D) pela extrema contradição de ser o segundo produtor de minérios do país, possuir uma vastíssima província
mineral e adotar um modelo extrativista numerador e exportador, que gera concentração de renda,
desemprego, miséria e conflitos fundiários,
E) porque apesar da exuberante floresta com grande diversidade botânica, possui reduzida produção extrativa
vegetal que se destina apenas ao mercado interno.
A) os solos denominados de "terra firme", localizados distantes dos cursos fluviais, são de formação mais
recente que os de várzea e considerados bastante férteis, daí serem propícios ao cultivo de vegetais de
ciclo curto.
B) os solos de várzeas são de formação recente, aluviões quaternários, estão situados as margens dos rios
possuem boa fertilidade por receberem um processo de adubação natural, por esse motivo permitem a
atividade agrícola com excelentes rendimentos.
C) predominam os solos de origem basáltica, sobretudo os chamados "terra roxa", que possibilitam cultivo de
varies cereais, dentre eles a soja.
D)a maioria dos solos são de extrema fertilidade, fato comprovado pela exuberância e diversidade da floresta
equatorial, considerada o maior banco genético do planeta.
E) embora os solos de várzea sejam os mais férteis da região, sua utilização e limitada por fatores como: as
grandes cheias e a reduzida área dos mesmos, já que a rede hidrográfica e inexpressiva.
A)o desmatamento que ocorre no sul e sudeste do Para\ para fabricação de carvão vegetal, destinado ao
abastecimento da siderurgia do Projeto Grande Carajás.
B) a pecuarização de Roraima, com a destruição de áreas de antigos seringais para a criação de gado de
corte.
C) a implantação de projetos de colonização integrada, feita pelo INCRA no Norte do Para e Amapá.
D)a chegada de grandes contingentes de migrantes gaúchos e paranaenses para a dedicam a atividade
agroindustrial.
E) a proliferação de garimpos no nordeste do Pará (região bragantina e do salgado), que tem provocado uma
corrida de nordestinos principalmente do Maranhão e Piauí.
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Estudos Amazônicos 9º ano
8 - "Rica em recursos naturais. Pobre quanto ao desenvolvi mento econômico e social". A citação acima
reflete a contradição que caracteriza a realidade amazônica. Analisando as raízes dessa contradição, pode-
se afirmar;
A) as atividades extrativas, desenvolvidas na região desde o período colonial são responsáveis pelo seu
empobrecimento, visto que apresentam baixa produtividade e grandes danos ambientais.
B) os Grandes Projetos visam ao aproveitamento industrial de nossos recursos naturais, o que permitirá o
desenvolvimento regional, gerando empregos e divisas a população local.
C)a migração nordestina e sulista ocorrida em direção a Amazônia durante o período militar, causou
desemprego e desestruturação social, contudo serviu para solucionar os problemas fundiários existentes
nestas regiões.
D)a retirada dos recursos naturais - das drogas do sertão ao (erro de Carajás - visando a exportação, têm
sido a principal característica da exploração da região, cujos resultados são expressos em graves problemas
sociais e ambientais sofridos pela maioria da população.
E) o projeto de Integração Nacional, implementado nos anos 40, marcou a passagem da economia extrativa
a urbano-industrial, o que possibilitou o desenvolvimento socioambiental de nossa região.
9 - Há alguns anos os colonos dos Estados meridionais do Brasil viviam sitiados pela grande lavoura; hoje
estão sitiados pelo grande capital e migram rumo a Amazônia Ocidental em busca de terras para retomarem,
em um novo espaço, as velhas tradições de produção familiar. Neste contexto, e VERDADEIRO afirmar que:
10 - Nas últimas décadas foram planejadas e construídas grandes hidrelétricas na Amazônia, cujo objetivo
principal era o abastecimento energético dos grandes projetos de investimentos que se implantaram
desigualmente no espaço amazônico. A esse respeito e correto afirmar.
A) a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a segunda do pais, está localizada no rio Tapajós, na região oeste do
Estado do Para.
B) a Usina Hidrelétrica de Samuel, a terceira em tamanho da Amazônia, está localizada no rio Purus, na
região Sudeste do Estado do Amazonas.
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Estudos Amazônicos 9º ano
C) a Usina Hidrelétrica de Balbina, a primeira usina a entrar em operação na Amazônia, está localizada no rio
Amazonas, na região oeste do Para.
D) a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a primeira genuinamente brasileira, está localizada no rio Tocantins, na
mesorregião do Sudeste Paraense.
E) a Usina Hidrelétrica do Paredão, a terceira a entrar em operação, localiza-se no rio Araguari, na região
norte do Estado de Roraima.
11 - "Laraia, R. & Da Malta, R., em 1978, referindo-se à cidade de Tucuruí (Pa) na década de 60, acentuava:
"a cidade está dividida em duas zonas, uma onde se encontram as instalações da estrada de ferro e outra
onde se localizam o mercado, casas, igreja, comercio e o porto. As diferenças existentes entre estas duas
zonas são bem nítidas, tanto no que se refere aos aspectos urbanísticos quanto a situação socioeconômica
dos moradores de cada uma. Quando a noite chega, pode-se notar uma verdadeira delimitação de cada zona:
enquanto a primeira e iluminada peia energia elétrica fornecida pela estrada de ferro, a segunda fica
mergulhada na escuridão…". Sobre essa dicotomia socioespacial e correto afirmar.
A) embora o texto refira-se as peculiaridades da idade de Tucuruí na década de 60, revela a atualidade da
contradição socioespacial dessa cidade e de outras da Amazônia, sob os efeitos dos grandes projetos.
B) a realidade retratada no texto, há muito foi excluída da realidade urbana das cidades da Amazônia. O
desenvolvimento e o progresso nas relações entre os grandes projetos e seu entorno, alteraram e aboliram
essa dicotomia.
C) desde o final dos anos oitenta que a dicotomia socioespacial - cidade da companhia versus cidade
pioneira — foi superada com a incorporação da primeira pela administração municipal de Tucuruí (Pa).
D) o texto evoca uma realidade do passado que não se reproduz no presente. Certamente, após 1970, as
políticas públicas implantadas na Amazônia produziram uma nova realidade, mais igualitária e extensiva a
todos os cidadãos.
E) essa realidade dicotômica somente se reproduz na cidade de Tucuruí (Pa). A maioria das cidades em que
foram implantados grandes empreendimentos não expressa essa segregação socioespacial.
12 - Habitado em terras localizadas em ambos os lados da fronteira Brasil e Venezuela, os índios Ianomâmis
constituem o maior grupo indígena entre os que mantém seu modo de vida tradicional, A recente chacina
desse grupo indígena, têm suas causas na política governamental, através:
1- Do projeto ferrovia Norte-Sul, que com a 'lebre do ouro", atraiu levas de garimpeiros para explorar a área,
envenenando os rios com mercúrio.
2- De projetos que estimulam a exploração e formação de assentamentos de imigrantes, em terras desses
índios.
3- Do programa de integração nacional que incentivou a ida de colonos e garimpeiros para aquela região.
4- Do projeto calha norte que incentivou a colonização do norte do país.
5- Do Projeto Trombetas, que instalou suas bases na terra Ianomâmis, com o apoio total do governo.
A) 1,2,3
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Estudos Amazônicos 9º ano
B)2,3,4
C) 1,4,5
D)2,3,5
E) 1,3,5
13 - A região Amazônica e vista, por grupos nacionais e internacionais, como área de fácil penetração e
implantação de projetos que visam a exploração de seus recursos naturais e a produção de energia na área.
Foi instituído pelo governo um regime de incentives para implantação desses projetos na região, que trouxe
consequências ambientais e sociais para a população. Assim...
1- Com a construção do projeto Albrás-Alunorte, em Barcarena, os habitantes da região tiveram suas vidas
estruturadas pela geração de empregos para a população.
2- Com a construção da barragem de Tucuruí' muitos morreram: fauna, flora e homem.
3- A implantação de grandes projetos na Amazônia e questionado pela opinião pública devido ao violento
desmatamento que causa prejuízos incalculáveis para a flora e fauna locais.
4- E constante, hoje, nessa região o apossamento de terras, por grandes empresários, que, ao longo dos
anos, vinham sendo ocupadas pela população nativa.
5- Com a construção da hidrelétrica de Tucuruí houve o alargamento dos principais rios, tornando-os
navegáveis em trechos mais estreitos, facilitando a vida dos ribeirinhos.
A) 1,2,3
B)3,4,5
C) 1,2,5
D)2,3,4
E) 1,4,5
14 - "No Sugar em que havia mata, hoje há perseguição grileiro mata posseiro só pra lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro, já viraram até peão afora os que já morreram como ave de arribação Zé da Nana
tá de prova, naquele lugar têm cova gente enterrada no chão: pois mataram índio, que matou grileiro, que
matou posseiro disse um castanheiro para um seringueiro
que matou um estrangeiro roubou seu lugar." ("saga" da Amazônia, Vital farias)
Os versos acima destacam personagens que fazem parte da realidade atual do espaço amazônico. Nesse
sentido, afirma-se que:
A) Grileiro e posseiro são os principais personagens dos conflitos no espaço rural: o primeiro sendo
proprietário legal da terra e o segundo apenas ocupante.
B) Os posseiros são agricultores que cultivam pequenas parcelas de terra e que não possuem os títulos de
propriedade das mesmas; incluem-se nessa categoria os indígenas.
C) Os grileiros, também chamados de "gatos", são pessoas responsáveis por recrutar trabalhadores ou peões
para os projetos agropecuários da região.
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Estudos Amazônicos 9º ano
D) Os peões são trabalhadores recrutados para realização de atividades diversas, em geral por baixos salários
e sem registro em carteira.
E) Castanheiros e seringueiros, também chamados de "paulistas", são pessoas que adquirem extensas
propriedades para a exportação dos castanhais ou seringais nativos.
15 - "A recente ocupação da Amazônia deve ser vista no contexto da acumulação de capital e da modernização,
e não em termos de desenvolvimento, pois a apropriação recente de seus recursos naturais renováveis e
não-renováveis, pelo capital nacional e internacional, resultou numa destruição maciça de seu patrimônio
natural e na marginalização da maioria das populações locais" (DIEGUES, 1999). Neste contexto, é correto
afirmar que:
A preocupação de que os efeitos do Plano Colômbia respinguem no Brasil levou o exército brasileiro a reforçar
sua presença na fronteira da Amazônia, diz o 'The New York Times" de ontem, O jornal cita uma frase de
Mauro Sposito, chefe da força brasileira na fronteira: "Sabemos que quando os gringos reforçarem a mão do
Exército lá, podemos ser atingidos também ". (...) Segundo o jornal, a campanha é "só, o sinal mais visível
de que está a caminho uma militarização em larga escala da Amazônia, enquanto a guerra da Colômbia ameaça
atingir seus vizinhos ". O repórter Larry Rohter afirma que o projeto Sivam (Sistema de Vigilância da
Amazônia) ganhou importância militar para vigiar as fronteiras com a Colômbia. Segundo ele, em outubro o
país fez um acordo para dividir dados coletados pelo Sivam com países vizinhos e os EUA.
A partir dos estudos sobre questões amazônicas e com o apoio do texto, podemos afirmar que
A) o reforço militar que está sendo firmado para a Amazônia conta com o apoio dos EUA, para salvaguardar
as intensas relações comerciais existentes no norte brasileiro com este país, e especificamente, para eliminar
a rota do narcotráfico existente na Amazônia.
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Estudos Amazônicos 9º ano
B) o projeto SIVAM, conforme foi citado no texto, ainda está firmando suas bases de vigilância aérea na
Amazônia, porém o Brasil está encontrando sérios problemas diplomáticos, bem como forte concorrência
armamentista e tecnológica com países fronteiriços, como é o caso da Colômbia, Venezuela e Suriname.
C) o Plano Colômbia existente na fronteira entre Brasil e Colômbia, manifesta a forte resistência do cartel
do narcotráfico à implantação do SIVAM e evidencia seu interesse por proteção da rota do narcotráfico
existente na Amazônia.
D) a garantia de instalação do projeto SIVAM substitui os demais projetos de controle militar sobre as áreas
fronteiriças da Amazônia - a exemplo do Projeto Calha Norte - já que aquele apresenta maiores recursos
bélicos, científicos e tecnológicos para garantir a integridade territorial brasileira na região.
E) o projeto SIVAM visa criar uma rede integrada de comunicações, utilizando aviões, radares fixos e
satélites para a manipulação de dados e informações destinados ao controle do tráfego aéreo, objetivando
detectar e coibir o contrabando e o narcotráfico, identificando focos de queimadas e facilitando,
evidentemente, a ação Norte-Americana sobre as riquezas naturais da região Amazônica.
17 - Quando se pensava que as descobertas sobre a nascente do rio Amazonas estavam finalizadas, cientistas
brasileiros anunciaram a localização de uma outra nascente deste rio, demonstrada no mapa a seguir. Esta
descoberta pode ser estratégica para países da América do Sul drenados pela bacia amazônica, quanto a
presença de água doce em seus territórios.
De acordo com o texto, com os seus conhecimentos e com a representação do mapa, é possível afirmar que
A) a partir da descoberta da nova nascente, o rio Amazonas ultrapassa o rio Nilo quanto a extensão territorial,
entretanto esta descoberta não implica no aumento do potencial de água doce no Brasil, considerando que a
nascente já existia.
B) a antiga nascente do rio Amazonas, localizada no lago Titicaca, dava ao Brasil o destaque de possuir a
maior reserva de água doce do planeta. Com a descoberta da nova nascente, o rio Amazonas passa a destacar-
se no contexto mundial como o mais extenso.
C) a descoberta da nova nascente do rio Amazonas aumenta o seu potencial de água doce, colocando o Brasil
em uma posição privilegiada como detentor de um recurso estratégico ao desenvolvimento do país.
D) com a descoberta da nova nascente do rio amazonas, este passa a englobar na sua bacia o lago Titicaca
caracterizando-se como um rio flúvio-lacustre, contribuindo para a integração da Bolívia e do Peru ao
Mercosul.
E) a nova nascente do rio Amazonas provoca a modificação no seu aspecto fisiográfico, o qual passa a ser
um rio de planalto e navegável em toda a sua extensão, contribuindo para o aumento dos fluxos comerciais e
migratórios entre Bolívia, Peru e Brasil.
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Estudos Amazônicos 9º ano
A) A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída para escoar a produção de cacau, é hoje utilizada para
desenvolver o ecoturismo.
B) A Zona Franca de Manaus, criada com o objetivo de desenvolver um polo industrial na Amazônia, trouxe
benefícios sociais para a região, como a diminuição da taxa de desemprego, a melhoria de capacitação
profissional, os salários mais elevados, a assistência à saúde, etc.
C) A ICOMI, instalada para extração e exportação do manganês de Serra do Navio, contribuiu para aumentar
o superávit na balança comercial do Brasil, fazendo retomar grandes lucros para o Amapá.
D) O Fordlândia foi um projeto de plantação de seringueiras que fracassou por desrespeitar as condições
ecológicas.
E) O Projeto Grande Carajás, destinado a explorar a maior mina de ferro do mundo, transformou Marabá na
"capital da violência rural".
19 - "A devastação obedece a um padrão geográfico. Para definir esse padrão, foi criada a expressão "arco
do desflorestamento ", que indica a faixa de terras submetidas a profunda interferência humana."
MAGNOU, Demétrio. Conhecendo o Brasil Região Norte. São Paulo: Moderna, 2000.
O texto expressa a problemática da degradação ambiental na Amazônia. Marque a alternativa que indica
consequências do desmatamento na qualidade do meio ambiente.
A) a perda do banco genético composto por inúmeras espécies animais e vegetais ainda desconhecidas e o
desequilíbrio no clima, alterando o regime das chuvas e provocando secas ou inundações na floresta e
nas áreas vizinhas.
B) o desequilíbrio na produção de oxigênio, já que é nas florestas que ocorre a maior produção de oxigênio
e a eliminação da maior reserva genética existente no planeta, com importância na economia, na medicina, na
alimentação e na indústria.
C) o impacto negativo sobre o solo e sobre a floresta, já que a ausência da vegetação aumenta o humo,
camada superficial pobre em nutrientes, provocando o empobrecimento do ecossistema.
D) a alteração nas condições climáticas, provocando o desequilíbrio entre a produção de oxigênio e de
fotossíntese e a alteração da biodiversidade, com redução de espécies vegetais e aumento das espécies
animais.
E) a redução generalizada dos índices pluviométricos, provocando secas localizadas e a diminuição da
quantidade de gás carbônico na atmosfera, provocado principalmente pelo aumento da temperatura.
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Estudos Amazônicos 9º ano
I – Degradação da Biodiversidade
II – Destruição do solo
III – Mudanças Climáticas
IV – Estresse e doenças
( ) A retirada da floresta rompe com o sistema natural de ciclagem dos nutrientes, ficando desprotegido
da ação da erosão da chuva e tornando-se improdutivo.
( ) O desmatamento elimina de uma só vez grande contingente de espécies ainda desconhecidas pela
ciência e homogeneíza o ecossistema quando se implanta a monocultura.
( ) As monoculturas implantadas na Amazônia são mais sensíveis ao ataque de pragas e parasitas que
são combatidas com agrotóxicos, os quais destroem, por sua vez, a diversidade dos ecossistemas.
( ) As florestas são responsáveis pela umidade local. Sua destruição elimina essa fonte injetora de
vapor d’água na atmosfera e, ao mesmo tempo, diminui a captura do CO2 atmosférico.
A) I, II III e IV
B) II, IV, I e III
C) IV, II, III e I
D) III, I, II e IV
E) II, I, IV e III
22 - Nos últimos anos, as taxas de crescimento urbano da Amazônia foram bastante elevadas. Segundo o
Censo 2000 (IBGE), 70% da população da região vive em núcleos urbanos.
Entre as causas que melhor justificam esse crescimento, é correto citar:
a) A instalação da zona franca de comércio em Manaus e a construção da Rodovia Transamazônica.
b) O esgotamento da capacidade de absorção de mão-de-obra dos grandes centros da Região Sudeste e a
migração de suas indústrias para a área de Carajás.
c) As altas taxas de natalidade no meio rural, que obrigam parte dos filhos dos agricultores a procurar meios
de sobrevivência nas cidades de mineração.
d)As políticas de ocupação da Amazônia, a ampliação da fronteira agropecuária e a adoção do modo
agroindustrial de produção.
e) O fato de o solo da região amazônica ser pobre e incapaz de produzir altas quantidades de alimentos, o
que obriga as pessoas a migrar para as cidades.
23 - No Brasil, têm se identificado focos de tensões em áreas indígenas, causadas pelo extrativismo mineral
e vegetal, bem corno pela invasão das reservas por posseiros para transformá-las em áreas agrícolas. O
complexo regional e o Estado que centralizam o maior número de conflitos são, respectivamente,
a) Nordeste e Rio Grande do Norte.
b) Norte e Rio Grande do Norte.
c) Amazônia e Pará.
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Estudos Amazônicos 9º ano
d) Nordeste e Piauí.
e) Amazônia e Ceará.
25 - O grande problema ambiental causado pela produção de ferro-gusa que se concentra na área do Projeto
Carajás, na Amazônia, é:
a) A formação de ilhas de calor no sul do Pará e norte da Região centro-oeste, diante da crescente ur-
banização na região.
b) A ocorrência de chuvas ácidas, uma vez que ao redor desse projeto ocorreu a formação de uma densa
complementaridade industrial.
c) O desmatamento de várias áreas para a obtenção do carvão vegetal, ainda utilizado nos fornos siderúrgicos
da região.
d) A contaminação dos afluentes e subafluentes da margem esquerda do Rio Amazonas por metais pesados,
que ali são despejados devido às atividades de siderurgia.
e) A destribalização e o quase extermínio dos primitivos habitantes - os indígenas - que ocupavam a região.
26 - No ano de 2003, o desmatamento na Amazônia brasileira superou a marca dos 21 mil km, conforme se
observa na tabela acima, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente.
A principal causa do avanço desse desmatamento, nos estados onde o índice é maior, é:
a) a intensificação da extração mineral, que desde o período colonial norteou a ocupação humana e econômica
dessa região.
b) a expansão exclusivamente da pecuária bovina de corte, uma vez que as condições de relevo e de clima
são ideais para essa prática econômica.
c) uma conjugação de fatores, como a boa fase dos agronegócios, a grilagem de terras públicas e a exploração
predatória de madeira.
d) a necessidade do crescimento da área para o cultivo da cana-de-açúcar, respondendo ao aumento da
produção de automóveis movidos a álcool na última década.
e) a implantação da política de descentralização econômica, que tem levado à região atividades do setor
secundário e aliviado as tensões nos estados do Centro-Sul do país.
27 - A figura mostra a área da reserva Raposa-Serra do Sol, com 1,7 milhão de hectares e pouco habitada,
no norte do Brasil.
Sobre essa área, pode-se afirmar que é uma reserva:
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28 – (adaptada)
No cinturão de máxima diversidade biológica do planeta (...) a Amazônia se destaca pela extraordinária con-
tinuidade de suas florestas, pela ordem de grandeza de sua principal rede hidrográfica e pelas sutis variações
de seus ecossistemas.
AB’SABER, A. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2003.
I. A Amazônia, domínio das florestas ombrófilas (pluviais), tem como um dos seus limites naturais a porção
oriental dos Andes e ocupa áreas da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, além do Brasil.
II. A presença da floresta prende-se, prioritariamente, à alta incidência de energia solar, à entrada de massas
de ar úmido e à baixa amplitude térmica, determinadas pela sua posição geográfica.
III. O regime do rio Amazonas, principal eixo da rede hidrográfica da Amazônia, é predominantemente pluvial,
embora suas nascentes estejam relacionadas ao regime nival.
Qual (ou quais) das frases está (estão) correta (s)?
a) Apenas 1.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III
e) Todas.
29 - O avanço da produção de soja na Amazônia Legal tem levado a um significativo aumento dos problemas
ambientais. Por outro lado, seu cultivo vem contribuindo para a incorporação de vastas áreas ao espaço
econômico nacional. Essa expansão ocorreu sobretudo em ecossistemas originalmente adversos ao plantio da
soja, como o cerrado e, mais recentemente, a floresta equatorial.
Dentre os fatores que viabilizaram esse processo de expansão podemos citar:
30 - Cerca de uma dezena de bacias sedimentares estão situadas na Amazônia Legal Brasileira, perfazendo
quase 2/3 dessa área territorial. Três delas - bacias do Solimões, Amazonas e Paranaíba -são as mais
importantes, não só pelo tamanho (juntas ocupam aproximadamente 1,5 milhão de km), mas principalmente
pelo seu potencial.
Fonte: Amazônia legal, 2003
O texto refere-se à existência, nessas bacias sedimentares, de expressivos depósitos de:
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Estudos Amazônicos 9º ano
a) Níquel e minério de ferro.
b) Ouro e diamantes.
c) Manganês e estanho,
d) Petróleo e gás natural.
e) Urânio e tório
31 – A Região Norte foi a mais transformada nas últimas décadas, seja no seu quadro econômico, seja em
sua demografia e até na sua divisão administrativa. Grandes projetos, embora muitos dos quais severamente
criticados pelos ambientalistas, produziram sensíveis mudanças na sua dinâmica espacial.
Que afirmativa, entre as selecionadas, pode ser considerada CORRETA, como transformadora do espaço
amazônico?
32 – A Amazônia brasileira possui atributos físicos que a individualizam no território brasileiro a tornam
atraente a investimentos externos. Descreva as características físicas que a tornaram um importante destino
de investimentos de capital estrangeiro nas décadas de 60, 70 e 80.
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33 – A região norte vem sofrendo, nas últimas décadas, um forte processo de integração nacional, através
de projetos financiados pelos governos estaduais e federais. Um deles que recebe destaque é o Projeto
Carajás, como mostra a imagem abaixo:
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Sobre o assunto, destaque quais as principais características desse empreendimento?
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34 – Em relação ao plano de integração física da Amazônia com o restante do Brasil, podemos afirmar que
a principal etapa foi a:
36 - A Amazônia passa por um período onde é necessário haver um aumento na sua exploração de seus
produtos naturais. Por que a Amazônia precisa aumentar a exploração de produtos naturais?
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37 – Por que o papel da Amazônia na DIT já foi estabelecido desde
o período colonial?
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39 – De acordo com a historiadora Maria Liege Freitas, da UFCG, na Paraíba, Getúlio Vargas é o primeiro
presidente brasileiro a ver na Amazônia uma "importância estratégica". Por conta disso, ele promoveu o (a)
chamado (a):
40 – O início da ditadura (1964) também deixa suas marcas na ocupação da Amazônia. Dentro de um
discurso nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Além disso, alegam que era preciso proteger
a floresta contra a:
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Estudos Amazônicos 9º ano
41 – A partir dos anos 2000, percebeu-se uma nova fase na política de ocupação na Amazônia brasileira.
Este período ficou caracterizado pelo (a):
42 – A Amazônia se integrou, efetivamente, ao mercado nacional e melhor definiu seu papel no contexto
brasileiro. Isto foi verificado, principalmente através do (a):
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