NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF(MF) sob o nº.:
000.000.000-00, residente e domiciliado a endereço completo com CEP, e-mail: indicarseuemail@seue-
mail.com neste ato, atuando em nome próprio perante este Juizado, vem a honrosa presença de V. Exa.
propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS TEMPORAL E MORAL COM
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em desfavor de (verificar qual deles e indicar apenas o que foi banido ou bloqueado) TWITTER BRASIL
REDE DE INFORMAÇÃO LTDA. (“TWITTER BRASIL”), sociedade limitada, inscrita no CNPJ (MF) sob nº
16.954.565/0001-48, sediada a Avenida Brigadeiro Faria Lima, 4.221, 9º andar, CEP: 04538-133 no
município de São Paulo-SP., ou FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA., pessoa jurídica de direito
privado inscrita no CNPJ (MF) sob o nº.: 13.347.016/0001-17, sediada a rua Leopoldo Couto de Magalhães
Junior, 700, 5º andar, Itaim Bibi, CEP: 04.542-000, no município de São Paulo-SP.; ou GOOGLE BRASIL
INTERNET LTDA., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ (MF) sob o nº.: 06.990.590/0001 23,
sediada a avenida Brigadeiro Faria Lima, nº.: 3.477, 17º, 18 º 19 º e 20 º andares, Torre Sul, ou 2 º, 18 º, 19
º e 20 º andares, Torre Norte, Itaim Bibi, CEP: 04538-133, na cidade de São Paulo-SP., desenvolvedora e
proprietária dos serviços YOUTUBE pelos relevantes fatos, motivos e direitos que passa a expor.
SÍNTESE DOS FATOS
O(a) autor(a) (você), contratou os serviços da rede social ora ré no ano de 2000 (indicar
ano)
Todavia, no dia 00/00/0000, foi surpreendido com uma notificação da ré, alegando que
o mesmo teria supostamente violado seu contrato denominado “Termos e Condições de Uso”.
DOS DIREITOS
DA APLICABILIDADE DO MARCO CIVIL DA INTERNET E DO CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Ab initio, recorre ao autor a aplicabilidade plena do Marco Civil da Internet e por
consequência da Cártula Consumerista no presente feito.
A este despeito, o Marco Civil da Internet – Lei Federal nº.: 12.965/14 enquadra a
requerida a condição de prestadora de serviços de aplicação, cujo conceito é disposto no art. 5º, inciso VII
da norma em comento:
Não restando dúvidas sobre a aplicação do Marco Civil da Internet ao caso em tela,
igualmente se conclui que os usuários estão amparados pela proteção legal da Cártula Consumerista e
diversos são os motivos, senão vejamos.
No que diz respeito ao Marco Civil da Internet, vale reprisar que a norma específica em
tela reconhece e confere a aplicação do C.D.C. em casos como o da presente, confira-se:
Art. 7º - O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos:
XIII - aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas relações de consumo realizadas na internet.
No que diz respeito à relação de consumo vale trazer a baila algumas importantes
observações, a fim de que não se olvide qualquer arguição de inaplicabilidade do CDC, senão vejamos. O
codex em comento estabelece:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Ora, não restam dúvidas de que os usuários, tal como a parte autora, são consumidores
finais dos serviços prestados pela requerida.
“O traço marcante da conceituação de consumidor, no nosso entender, está na perspectiva que se deve adotar, ou
seja, no sentido de se o considerar como hipossuficiente ou vulnerável, não sendo, aliás, por acaso, que o mencionado
“movimento consumerista” apareceu no mesmo tempo que o sindicalista, principalmente a partir da segunda metade
do século XIX em que se reivindicam melhores condições de trabalho e melhoria da qualidade de vida, e pois, em plena
sintonia com o binômio “poder aquisitivo/aquisição de mais e melhores bens e serviços”
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
A este despeito, vale salientar que a adesão, ou seja, o ingresso na rede é de fato
gratuito, contudo a rede explora comercialmente outros subserviços dentro dela própria.
1
CDC.: Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Ademais a própria rede social, reconhece em seus Termos e Condições de Uso que sua
atividade consiste no oferecimento de produtos e serviços, como plataformas de comunicação e
publicidade.
Ademais, o fato é que pagando ou não, tem-se uma relação de consumo. Tratam-se de
consumidores indiretos, pois a rede não deixa de perceber remuneração ainda que indiretamente,
explorando, através da gama de usuários que possui, suas atividades publicitárias.
Portanto não restam dúvidas sobre a relação de consumo existente entre os litigantes,
restando atendidos aos requisitos dos art. 2º e 3ª do CDC 2.
É também neste sentido que leciona MARQUES ao esclarecer sobre as várias formas de
“relação de consumo”3:
"Mediante remuneração: A expressão utilizada pelo art. 3º do CDC para incluir todos os serviços de consumo é
'mediante remuneração'. (...) Parece-me que a opção pela expressão 'remunerado' significa uma importante abertura
para incluir os serviços de consumo remunerados indiretamente, isto é, quando não é o consumidor individual que
paga, mas a coletividade (facilidade diluída no preço de todos) ou quando ele paga indiretamente o 'benefício
gratuito' que está recebendo. A expressão 'remuneração' permite incluir todos aqueles contratos em que for possível
identificar, no sinalagma escondido (contraprestação escondida), uma remuneração indireta do serviço de consumo.
(...). Remuneração e gratuidade: Como a oferta e o marketing de atividades de consumo 'gratuitas' estão a aumentar
no mercado de consumo brasileiro (...), importante frisar que o art. 3º, § 2º, do CDC refere-se à remuneração dos
serviços e não a sua gratuidade. 'Remuneração' (direta ou indireta) significa um ganho direto ou indireto para o
fornecedor. 'Gratuidade' significa que o consumidor não 'paga', logo, não sobre um minus em seu patrimônio. (...)".
Ademais, ainda que assim não fosse, cabe reprisar que o STJ já analisou a questão,
concluindo com precisão a indiferença sobre o serviço ser gratuito ou não, haja vista a relação de
consumo indireta de provedores, tal como a requerida, senão vejamos:
2
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
3
MARQUES, Claudia Lima, Comentários ao Código de Defesa do Consumidor, 1ª edição - 2ª tiragem, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003,
p. 94)
“CIVIL E CONSUMIDOR. INTERNET. RELAÇÃO DE CONSUMO. INCIDÊNCIA DO CDC. GRATUIDADE DO SERVIÇO.
INDIFERENÇA. PROVEDOR DE PESQUISA. FILTRAGEMPRÉVIA DAS BUSCAS. DESNECESSIDADE. RESTRIÇÃO DOS
RESULTADOS. NÃO-CABIMENTO. CONTEÚDO PÚBLICO. DIREITO À INFORMAÇÃO. 1. A exploração comercial da Internet
sujeita as relações de consumo daí advindas à Lei nº 8.078/90. 2. O fato de o serviço prestado pelo provedor de
serviço de Internet ser gratuito não desvirtua a relação de consumo, pois o termo"mediante remuneração", contido
no art. 3º, § 2º, do CDC, deve ser interpretado de forma ampla, de modo a incluir o ganho indireto do fornecedor. 3. O
provedor de pesquisa é uma espécie do gênero provedor de conteúdo, pois não inclui, hospeda, organiza ou de qualquer
outra forma gerencia as páginas virtuais indicadas nos resultados disponibilizados, se limitando a indicar links onde
podem ser encontrados os termos ou expressões de busca fornecidos pelo próprio usuário. 4. A filtragem do conteúdo
das pesquisas feitas por cada usuário nãoconstitui atividade intrínseca ao serviço prestado pelos provedores de pesquisa,
de modo que não se pode reputar defeituoso, nos termos do art. 14 do CDC, o site que não exerce esse controle sobre
os resultados das buscas. 5. Os provedores de pesquisa realizam suas buscas dentro de um universo virtual, cujo acesso é
público e irrestrito, ou seja, seu papel se restringe à identificação de páginas na web onde determinado dado ou
informação, ainda que ilícito, estão sendo livremente veiculados. Dessa forma, ainda que seus mecanismos de busca
facilitem o acesso e a consequente divulgação de páginas cujo conteúdo seja potencialmente ilegal, fato é que essas
páginas são públicas e compõem a rede mundial de computadores e, por isso,aparecem no resultado dos sites de
pesquisa. 6. Os provedores de pesquisa não podem ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivados da
busca de determinado termo ou expressão, tampouco os resultados que apontem para uma foto ou texto específico,
independentemente da indicação do URL da página onde este estiver inserido. 7. Não se pode, sob o pretexto de
dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na web, reprimir o direito da coletividade à informação.
Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de cada um deles, o fiel da balança deve pender para a
garantia da liberdade de informação assegurada pelo art. 220, § 1º, da CF/88, sobretudo considerando que a Internet
representa, hoje, importante veículo de comunicação social de massa. 8. Preenchidos os requisitos indispensáveis à
exclusão, da web, de uma determinada página virtual, sob a alegação de veicular conteúdo ilícito ou ofensivo -
notadamente a identificação do URL dessa página - a vítima carecerá de interesse de agir contra o provedor de pesquisa,
por absoluta falta de utilidade da jurisdição. Se a vítima identificou, via URL, o autor do ato ilícito, não tem motivo para
demandar contra aquele que apenas facilita o acesso a esse ato que,até então, se encontra publicamente disponível na
rede para divulgação. 9. Recurso especial provido. (STJ - REsp: 1316921 RJ 2011/0307909-6, Relator: Ministra NANCY
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 26/06/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/06/2012)
E não havendo dúvidas sobre a Aplicação do CDC, não restam igualmente dúvidas
acerca da aplicação do Marco Civil da Internet, isto porque, o sistema da requerida pode e deve ser
considerado como aplicação de internet, enquadrando-se na condição de prestadora de serviços de
aplicação, cujo conceito é disposto no art. 5º, inciso VII já reprisado alhures.
Art. 7º - O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos:
XIII - aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas relações de consumo realizadas na internet.
Art. 5º (...)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença;
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Acrescente-se a isso o disposto nos artigos 221, 222 e 223 da Carta Magna.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar,
receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito,
ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha.
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura prévia, mas a
responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para assegurar:
a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou
b. a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral públicas.
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou
particulares de papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de
informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
Mais adiante o artigo 19 prevê que o controle de conteúdo SOMENTE será realizado
pelo Poder Judiciário, sem perder de vista a manutenção da liberdade de expressão, enquanto princípio
fundamental da norma com comento:
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet
somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após
ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do
prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em
contrário.
Importante ainda destacar que o Marco Civil da Internet, ou seja, a Lei Federal Brasileira
nº 12.965, de 23 de abril de 2014 determinou que a regulamentação adicional da mesma seria feita por
meio de Decreto, como se infere do art. 11, §4 in verbis:
Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de
comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em
território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à
proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros.
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento para apuração de infrações ao disposto neste artigo.
Art. 9o O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica
quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação.
4
Art. 5o Os requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada de serviços e aplicações devem ser observados pelo responsável de atividades
de transmissão, de comutação ou de roteamento, no âmbito de sua respectiva rede, e têm como objetivo manter sua estabilidade, segurança,
integridade e funcionalidade.
§ 2o A Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel atuará na fiscalização e na apuração de infrações quanto aos requisitos técnicos elencados
neste artigo, consideradas as diretrizes estabelecidas pelo Comitê Gestor da Internet - CGIbr.
5
“Sendo assim, é desejável que o decreto a ser editado apresente uma definição de neutralidade, levando em conta os dois elementos acima
referidos. Isto porque a eficácia prática da neutralidade, forjada com base nesses elementos, é que irá garantir valores fundamentais
protegidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e que podem ser afetados pelas práticas comerciais utilizadas para a prestação do serviço de
acesso à internet:
a) liberdade de expressão;”
forma incólume a Convenção Americana de Direitos Humanos, a Declaração de Princípios sobre Liberdade
de Expressão da CIDH, a Constituição Federal de 1988 e o Marco Civil da Internet.
A este despeito, vale destacar que a Organização dos Estados Americanos através da
Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão emitiu a Declaração de Princípios sobre Liberdade de
Expressão, destacando os itens 5, 6 e 7, que confrontam em absoluto a decisão da Suprema Corte
Brasileira:
5. A censura prévia, a interferência ou pressão direta ou indireta sobre qualquer expressão, opinião ou informação por
meio de qualquer meio de comunicação oral, escrita, artística, visual ou eletrônica, deve ser proibida por lei. As
restrições à livre circulação de ideias e opiniões, assim como a imposição arbitrária de informação e a criação de
obstáculos ao livre fluxo de informação, violam o direito à liberdade de expressão.
6. Toda pessoa tem o direito de externar suas opiniões por qualquer meio e forma. A associação obrigatória ou a
exigência de títulos para o exercício da atividade jornalística constituem uma restrição ilegítima à liberdade de
expressão. A atividade jornalística deve reger-se por condutas éticas, as quais, em nenhum caso, podem ser impostas
pelos Estados.
7. Condicionamentos prévios, tais como de veracidade, oportunidade ou imparcialidade por parte dos Estados, são
incompatíveis com o direito à liberdade de expressão reconhecido nos instrumentos internacionais.
9. O assassinato, o sequestro, a intimidação e a ameaça aos comunicadores sociais, assim como a destruição material
dos meios de comunicação, viola os direitos fundamentais das pessoas e limitam severamente a liberdade de
expressão. É dever dos Estados prevenir e investigar essas ocorrências, sancionar seus autores e assegurar reparação
adequada às vítimas.
10. As leis de privacidade não devem inibir nem restringir a investigação e a difusão de informação de interesse
público. A proteção e à reputação deve estar garantida somente através de sanções civis, nos casos em que a pessoa
ofendida seja um funcionário público ou uma pessoa pública ou particular que se tenha envolvido voluntariamente em
assuntos de interesse público. Ademais, nesses casos, deve-se provar que, na divulgação de notícias, o comunicador
teve intenção de infligir dano ou que estava plenamente consciente de estar divulgando notícias falsas, ou se
comportou com manifesta negligência na busca da verdade ou falsidade das mesmas.
13. A utilização do poder do Estado e dos recursos da fazenda pública; a concessão de vantagens alfandegárias; a
distribuição arbitrária e discriminatória de publicidade e créditos oficiais; a outorga de frequências de radio e televisão,
entre outras, com o objetivo de pressionar e castigar ou premiar e privilegiar os comunicadores sociais e os meios de
comunicação em função de suas linhas de informação, atentam contra a liberdade de expressão e devem estar
expressamente proibidas por lei. Os meios de comunicação social têm o direito de realizar seu trabalho de forma
independente. Pressões diretas ou indiretas para silenciar a atividade informativa dos comunicadores sociais são
incompatíveis com a liberdade de expressão.
Contudo, ainda que se veja o Contrato intitulado de Termos e Condições de Uso como
“plenamente lícito”, o que aqui se coloca apenas a título de argumentação, há que se anotar que a falta de
notificação prévia antes de aplicar qualquer sanção, viola o DEVER DE TRANSPARÊNCIA, o EQUILÍBRIO
CONTRATUAL e a BOA-FÉ OBJETIVA DO CONTRATO operados em favor da parte autora consumidora dos
serviços da requerida, especialmente se nos atermos que são penalidades manifesta e potencialmente
ofensivas e já lhe gerou graves prejuízos de ordem moral e material.
A este despeito vale trazer a baila alguns dos dispositivos consumeristas violados pela
conduta da requerida:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
(Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais , bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de
fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Ora, a rede não dá informação precisa acerca da execução de seu contrato de forma
adequada e transparente.
Por derradeiro, saliente-se a constante alteração dos termos e condições de uso e seus
adendos que sofrem mudanças constantes, indicando absoluta carência de segurança jurídica mínima em
favor dos consumidores tal como a parte autora.
O que se vê Exa., é que existe um verdadeiro arcabouço de ilegalidades que acabaram
culminando em severos prejuízos, como se verá mais adiante.
Enfim, por qualquer ângulo que se veja, não restam dúvidas acerca da ilegalidade
perpetrada pela requerida, sendo imperioso que a condenação para que a mesma restabeleça o status quo
ante, devolvendo as contas do autor, bem como se abstendo de aplicar penalidades que possam ensejar a
censura.
Demonstrado o ato ilícito na forma e pelos motivos retro descritos, de rigor reconhecer
ainda o direito da parte autora em receber a indenização pelos danos morais por eles sofridos.
Todavia, ainda que assim não fosse, de rigor pugnar pela aplicação da
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA aplicável ao caso em tela por força do RISCO DA ATIVIDADE, já que a
relação havida entre as partes é indubitavelmente de consumo, consoante comando normativo previsto
no artigo 14 do C.D.C. senão confira-se:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Com efeito, havendo ou não, culpa ou dolo da requerida, o que importa é que ela não
poderia ter simplesmente banido o autor e rescindido o contrato, sobretudo, da forma em que o fez,
estando dispensada a necessidade da comprovação da culpa ou dolo por parte da requerida. Aliás deste
sentido não discrepa a melhor jurisprudência, senão confira-se:
Ação Indenizatória. Conta salário. Cobrança de tarifas. Impossibilidade. Inscrição em cadastro restritivo de crédito. Dano
moral. Configuração. Relação entre as partes é regulada pelo Código de Defesa do Consumidor, devendo a questão ser
resolvida à luz da responsabilidade civil objetiva, fulcrada na teoria do risco do empreendimento . Não obstante as
alegações defendidas, deixou o réu de comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor embora
fosse possível fazê-lo. Da análise do feito nota-se que o apelante sequer juntou aos autos cópia do contrato assinado
pelo autor para abertura da suposta conta corrente ou qualquer outro que comprove a sua tese, em especial a licitude
das cobranças efetuadas. Desta forma, forçoso concluir pela veracidade das informações prestadas pelo autor no sentido
de tratar-se de contrato de conta salário em relação ao qual é proibida a cobrança de tarifas destinadas ao
ressarcimento pela realização de serviços. Destaque-se que o apelante, como prestador de serviço, deve agir com
diligência, tomando todas as providências necessárias à segurança dos negócios realizados, equipando-se dos meios
necessários para evitar eventuais danos aos consumidores. Assim, restando comprovada a falha na prestação do serviço
que acarretou a inscrição do nome do autor nos cadastros restritivos de crédito, patente a configuração de dano moral
passível de reparação. O montante de R$ 1.395,00 (mil trezentos e noventa e cinco reais), arbitrado na sentença, não se
mostra compatível com o valor fixado por este egrégio Tribunal em casos semelhantes, sendo o quantum de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) mais consentâneo com a repercussão dos fatos narrados nestes autos e com os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Primeiro recurso ao qual se nega provimento e recurso adesivo provido. (TJ-RJ -
APL: 37853520098190006 RJ 0003785-35.2009.8.19.0006, Relator: DES. MARIO ASSIS GONCALVES, Data de Julgamento:
15/09/2010, TERCEIRA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 26/11/2010)
Isso é claro, sem contar com o constrangimento prante seus seguidores, que
questionaram o porquê do autor ter sido bloqueado, nao apenas em uma, mas em várias contas.
A propósito, não é de hoje que Nossos Sodalícios têm enfrentado as questões relativas
aos danos morais com cautela, o que é imprescindível ate mesmo a fim de não se banalizar o instituto, cuja
intentio legis é deveras nobre, sobretudo, humana.
E particularmente no caso dos autos, antes que se cogite em qualquer tentativa de
locupletamento sem causa por parte da parte autora, há que se convalidar a condenação a este título é
medida que se impõe.
“...o dano moral é a ofensa injusta a todo e qualquer atributo da pessoa física como indivíduo integrado à sociedade
ou que cerceie sua liberdade, fira sua imagem ou sua intimidade, bem como a ofensa à imagem e à reputação da
pessoa jurídica, em ambos os casos desde que a ofensa não apresente quaisquer reflexos de ordem patrimonial ao
ofendido6”.
E no caso dos autos, feitas as considerações alhures, não restam dúvidas sobre
ocorrência dos prejuízos de ordem moral causados a parte autora, sobretudo a sua imagem e sua honra e
subjetiva, e que inclusive repercutiram na esfera patrimonial.
Com efeito, sobressai o caráter in re ipsa, na medida em que os próprios danos
causados pela conduta ilícita e abusiva por parte da requerida, per si só já são capazes de comprovar a
ocorrência dos danos cometidos.
6
(“in” Liquidação de Danos Morais, Cláudio Antônio Soares Levada, Copola Editora, 1995, pág. 23).
Data de publicação: 25/02/2015
Ementa: De outra parte, a ré apresentou apenas documentos unilaterais a justificar a exatidão da fatura, não exibindo
sequer parecer oficial a atestar a idoneidade do hidrômetro. Portanto, o erro no faturamento é inafastável, devendo a
conta ser refaturada pela média de consumo. O dano moral é in re ipsa, ou seja, a reparação decorre tão somente do
fato danoso, conforme preleciona o Ilustre Des. Sergio Cavalieri, em seu livro, Programa de Responsabilidade Civil, 4ª
edição, São Paulo, Malheiros Ed., p. 102, in verbis: "Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que
o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só
justifica a concessão de uma satisfação pecuniária ao lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva
inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano
moral. À guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre das regras da experiência
comum". No caso em tela, em que pese o autor ter insistentemente procurado a ré para que a mesma resolvesse o
impasse de forma administrativa, o problema não foi sanado, impondo ao usuário aborrecimentos que ultrapassam as
raias da suportabilidade, e, sem dúvidas, deram causa aos danos imaterias reclamados, exigindo a justa reparação. No
tocante ao quantum da indenização, o mesmo deve ser fixado com moderação para que não seja tão elevado a ponto de
ensejar enriquecimento sem causa para a vítima do dano, nem tão reduzido que não se revista de caráter preventivo e
pedagógico para o seu causador. Nesta linha de raciocínio, entendo como justo e necessário o valor de R$ 2.500,00 como
forma de compensar os danos morais suportados pela parte autora. A conta do exposto, voto no sentido de dar
provimento ao recurso, e reformar a sentença, julgando procedentes os pedidos e: 1) Condenar a ré a refaturar a conta
de consumo do autor com vencimento em 25/02/2014 para sua média de consumo dos últimos 12 meses, em até 30
dias, sob pena de perdimento de seu crédito;(2) Condenar a ré a indenizar a parte autora em R$ 2.500,00 a título de
danos morais, quantia esta que deverá ser corrigida monetariamente a contar da publicação do acordão e acrescida de
juros de mora de 1% ao mês a contar da citação. Sem ônus, por se tratar de recurso com êxito. PRI.
Inobstante caso não seja este o entendimento de V. Exa. pugna-se desde já pela oitiva
de testemunhas que serão oportunamente arroladas a fim de comprovar os danos morais sofridos pela
parte autora, impondo-se a requerida a condenação no patamar sugerido mais adiante em tópico próprio.
7
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Direito do Consumidor. 3a. ed., São Paulo: Atlas, 2011.
8
Vitor Vilela Guglinski, in O DANO TEMPORAL E SUA REPARABILIDADE: ASPECTOS DOUTRINÁRIOS E VISÃO DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS, disponível
em https://www.revistamisionjuridica.com/o-dano-temporal-e-sua-reparabilidade-aspectos-doutrinarios-e-visao-dos-tribunais-brasileiros/
Nesta toada, o tempo, enquanto bem ou valor jurídico, é um fenômeno que, embora
não tenha recebido tratamento específico e expresso no ordenamento jurídico brasileiro, é admitido como
direito.
Claro exemplo disso são os institutos da prescrição e decadência, que conferem direitos
com base no fator tempo.
A este despeito, vale destacar as lições de ANDRADE ao observar que “No plano dos
direitos patrimoniais, a importância do tempo é devidamente reconhecida, como se percebe pela
previsão de juros de mora, da cláusula penal moratória ou, ainda, da possibilidade de indenização por
lucros cessantes9”
Com efeito, o que se nota é que o caso dos autos reflete justamente essa possibilidade.
Ora, o parte autora sofreu prejuízos de ordem moral e material com uma situação
inusitada em decorrência de nítida falha na prestação dos serviços e que causou graves embaraços a
imagem e reputação da associação.
Diante da ocorrência a parte autora teve que buscar por semanas um advogado
especialista que atuasse na área de Direito Digital. Fez consulta a vários conhecidos até finalmente,
semanas depois conseguir contato com o subscritor.
9
ANDRADE, André Gustavo de. Dano Moral & Indenização Punitiva: Os Punitive Damages na Experiência do Common Law e na Perspectiva do
Direito Brasileiro. 2ª ed., atualizada e ampliada. Rio de Janeiro: Lumem Iuris, 2009.
10
DESSAUNE, Marcos. Desvio Produtivo do Consumidor: o prejuízo do tempo desperdiçado. São Paulo: RT, 2011.
Tempo este que perde este juízo para resolver questões relativamente simples, frente
ao arcabouço de ilicitudes muito mais graves perante este Poder Judiciário já deveras assoberbado.
Nesta toada, fato é que a parte autora poderia ter utilizado esse tempo útil para
produzir, e gerenciar suas atividades comuns, enfim, fazer qualquer outra coisa que não ter que ficar
literalmente “correndo atrás do fornecedor” para receber algo que é de seu direito.
Pelos detalhes dos autos Excelência, parece-nos patente a intenção da requerida não
é outra se não levar as mãos sobre uma situação que cabia a ela resolver de forma simples e rápida.
Alias como cediço a norma vigente reconhece o fator tempo com um valor. Não a toa
prescrição e decadência são fenômenos que criam e extinguem direitos. Da mesma maneira, não se pode
perder de vista a valoração do tempo, quando nos atermos a natureza da urgência de uma tutela de
urgência.
Acrescente-se a isso inúmeras normas municipais e estaduais que impõe condenações
a instituições bancárias quando excedido o tempo de espera normal para atendimento de seus pleitos,
prevendo inclusive multas a tais fornecedores.
Assim, em sendo inegável a valoração do tempo, como valor jurídico a ser protegido, de
rigor seja o réu condenado a indenização a título de dano temporal, ou seja, pela perda de tempo útil que
a requerida fez a parte autora e seus representantes legais perderem em virtude de sua desídia no
famoso: “vá buscar seus direitos”.
Alias deste sentido não vem discrepando vários julgados acerca da possibilidade de
indenização pela perda de tempo, ou indenização pelo dano temporal, se não confira-se:
No mesmo sentido:
Ainda neste diapasão:
Com efeito, de rigor seja a requerida condenada ao pagamento de indenização pela
perda de tempo, ou indenização temporal, conforme e pelos termos e fundamentos retro expostos,
sobremaneira por força do principio do desvio produtivo do consumidor.
Pois bem. Muito embora a norma vigente não estipule um valor indenizatório preciso
para o caso em epígrafe, temos que o art. 944 do Código Civil estipula os limites para sua fixação, se não
confira-se:
Neste seara, deve-se levar em conta não apenas a necessidade de quem pede e a
possibilidade de quem pleiteia, mas especialmente consideradas as circunstancias peculiares do caso em
epígrafe, o modus operandi da requerida em especial sua inércia para resolver a situação, a afetação da
imagem e nome da associação perante seus seguidores lembrando que fazem parte de rede social de
ampla circulação e compartilhada a esmo.
Nesta toada, para a fixação do quantum indenizatório, deve-se levar em conta a teoria
da dupla função da indenização por dano moral qual seja, o fator compensatório e o fator
desestimulante.
Aliás, deste exato sentido não discrepa a melhor jurisprudência sobre o tema, como
vem sido decidido pacificamente por Nossos Sodalícios, se não confira-se alguns julgados:
“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. FACEBOOK. REDE SOCIAL. SÍTIO DE RELACIONAMENTO. INTERNET.
PROVEDOR DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES. RESPONSABILIDADE POR FATO DO SERVIÇO. DIREITO DO CONSUMIDOR.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. USUÁRIO VÍTIMA DO EVENTO. OFENSAS DE CUNHO MORAL. Os provedores de acesso
são aqueles que possibilitam ao usuário o acesso à internet e a armazenagem de conteúdo e aplicações que dão vida ao
meio virtual. Os provedores de serviços ou informações alimentam a rede com dados (conteúdo e aplicações que tornam
a própria internet útil e interessante) que podem ser armazenados em provedores de acesso. A relação entre os
provedores e usuários da internet é regida pelas normas do Código de Defesa do Consumidor. Por consumidor
conceitua-se "toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final",
abrangendo os usuários da internet que se utilizam das redes sociais. Os provedores se enquadram como fornecedores
de serviços descritos no artigo 3º do CDC visto que são pessoas jurídicas que desenvolvem as atividades de criação,
transformação, distribuição e comercialização de serviços de informação telemática a ser utilizada no meio virtual. A teor
do artigo 17 do CDC, quanto à responsabilidade por fato do serviço, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento, qual seja, a ofensa realizada por meio da rede social ORKUT, não sendo sequer imprescindível que o ofendido
seja usuário dos serviços do provedor de informações. Fica ao arbítrio do magistrado a fixação do 'pretium doloris',
devendo, contudo, ser observados parâmetros razoáveis para que seja atendido tanto o caráter punitivo da parte que
deu causa, bem como o sofrimento psíquico e moral suportado pela vítima. Apelo parcialmente provido para reduzir o
valor fixado”. (Apelação Cível 1.0261.12.000961-6/001, Relator(a): Des.(a) Cabral da Silva , 10ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 25/06/2013, publicação da súmula em 05/07/2013)
Feitas estas considerações, entende a parte autora que um valor que certamente não o
fará mais rico, nem a requerida mais pobre, e que certamente servirá de base a compensar os danos
sofridos, bem como punir exemplarmente o mesmo de modo a coibi-lo de realizar tais atos novamente,
deve ser fixado em torno de R$15.000,00 (quinze mil reais) a título de danos morais e ainda ao valor de
R$5.000,00 (cinco mil Reais) a título de indenização pelo dano temporal.
Feitas estas considerações, entende o autor que o caso em comento guarda relação e
preenche os requisitos do procedimento da tutela antecipada de urgência, prevista no art. 300 do NCPC,
in verbis:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Sem prejuízo, acrescente-se a isso o disposto no art. 11 da Lei de Ação Civil Publica que
regulamenta a concessão das tutelas e liminares:
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o
cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou
de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
(...)
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do
autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 4o O juiz, inclusive no procedimento previsto no § 3o, poderá antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial, existindo prova inequívoca do fato e considerado o interesse da coletividade na
disponibilização do conteúdo na internet, desde que presentes os requisitos de verossimilhança da alegação do autor
e de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
No que diz respeito a probabilidade do direito, ora Exa., como dito alhures, dezenas de
dispositivos legais revelam o arcabouço de irregularidades e abusos perpetrados pela rede social.
A propósito, as provas juntadas nos autos não deixam margem de dúvidas sobre o
fumus boni juris presente.
Por seu turno, a requerida não terá nenhum prejuízo material ou moral irreversível,
podendo, com um simples clique devolver a conta da parte autora, até porque ja removeu e devolveu a
conta outras vezes administrativamente, embora nao o tenha feito desta vez.
Repise-se: além de tratar-se de uma operação simples, a requerida não terá qualquer
ônus para cumprir a obrigação.
Alias, em atenção ao princípio da uniformização jurisprudencial, pede-se permissa
vênia para juntar em anexo várias decisões proferidas por Tribunais de todo país de ações idênticas a
presente, aliás, promovidas pelo mesmo subscritor, onde juízes e Cortes vem reiterando a necessidade de
concessão de tutela de urgência em casos como o da presente ação, com se vê de recente decisão
envolvendo a própria requerida:
5ª Vara Cível - Foro Regional II - Santo Amaro - PROCESSO: 1070241-15.2019.8.26.0002 - INSTITUTO ACORDA BRASIL X
TWITTER BRASIL REDE DE INFORMAÇÃO LTDA - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Eurico Leonel Peixoto Filho - Vistos. Defiro a
tutela liminar requerida Na inicial, da causa de pedir exposta verifica-se que a parte autora fazia uso de serviços
prestado pela requerida, promovendo a divulgação e discussão de fatos da atualidade, notadamente do cenário
político e econômico, apontando a natureza jornalística de muitas de suas colocações e manifestações . Aponta a
súbita retirada de suas publicações e impedimento de acesso à conta então mantida, classificando tal medida como
censura. E em juízo de cognição sumária tem-se que o restabelecimento da conta da requerida e restabelecimentos de
seus acesso e publicações é medida necessária para impedir a ocorrência de danos de pouca ou impossível
reversibilidade. Com efeito, firmado o pacto, ainda que indireta sua remuneração, sua solução impunha o necessário
apontamento de causa justa e necessária para tanto, não se descurando a importância do serviço diferente prestado,
hoje meio indiscutível de comunicação e divulgação de pensamentos, substituto de outros meios de relacionamento
social, ou instrumento deles. Outrossim, dada a relevância do serviço e existente, apontado que foi, a divulgação de
informações de natureza jornalística, a abrupta retirada do conteúdo e impedimento de acesso ao serviço, em um
primeiro momento, ainda que ausente a versão da ré, consiste em medida ilícita, possível de configurar censura,
impondo a concessão da tutela liminar para que a parte ré restabeleça e mantenha a conta da parte autora em sua
plataforma (L: https://twitter.com/mavancabrasil), restabelecendo pleno acesso e conteúdo, inclusive às publicações
então existentes, em 24 horas a contar de sua intimação, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 , válida por 60 dias. A
presente decisão vale como ofício, cumprindo à parte autora seu encaminhamento. Cite-se para contestar em 15 dias.
Int. São Paulo, 11 de dezembro de 2019.
E não apenas este, mas várias tutelas de urgência foram concedidas poaís afora em
situações onde as rede sociais vem abusando do direito de seus usuários, incidindo em censura, como se
confere de alguns julgados, neste exato sentido:
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ 7ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL
DE BELÉM 0862609-28.2019.8.14.0301 AUTOR: EDER MAURO CARDOSO BARRA Nome : FACEBOOK SERVICOS ONLINE
DO BRAS IL LTDA. Endereço: Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 700, 5 ANDAR, Itaim Bibi, SãO PAULO - SP - CEP:
04542-000 DECISÃO/MANDADO Vistos. ÉDER MAURO CARDOSO BARRA ajuizou a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS TEMPORAIS E MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA
DE URGÊNCIA em face de FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA, ambos qualificados nos autos. Juntou
documentos. Segundo consta no bojo da peça exordial que ensejou o ajuizamento da presente ação, o autor,
objetivando divulgar seus trabalhos e atividades parlamentares e no fã de ampliar sua rede de seguidores, contratou os
serviços de páginas ofertados pela empresa ré, alocados sob o link: https://www.facebook.com/edermauropa. Alega o
autor que, diante de sua postura combativa à frente das pautas que defende e que estimulam o debate, não tardou para
que os serviços de página contratados atraíssem milhares de seguidores, totalizando, até a data de ajuizamento da
presente ação, mais de 350.000 (trezentos e cinquenta mil) seguidores que, não apenas compacutavam com os
posicionamentos do autor, como também cola boravam na divulgação de seu trabalho como parlamentar. Aduz que,
entre a contratação até o início de 2019 tudo ia bem, à exceção da percepção de que seu alcance de publicações havia
sido reduzido drasticamente. Afirma, todavia, que foi surpreendido ao constatar que, mesmo tendo aumentado, de lá
para cá, o número de seguidores, o tráfego gerado pelos usuários começou a cair vertiginosa e progressivamente. Relata
que, postagens que antes chegavam a um alcance de milhares de seguidores diariamente (gráficos em anexo),
começaram a c air cada vez mais. Que o envolvimento dos seguidores representado pelas curtidas, comentários e
compartilhamentos começaram a d esabar de forma notória, já que os seguidores passaram a deixar de receber o
conteúdo, ainda que aceitando recebê-los. Alega que, em outras palavras, sem que lhe fosse dado qualquer
conhecimento prévio, a empresa ré reduziu de forma abrupta o alcan ce e, consequentemente, o tráfego da página
contratada pelo autor, sem sequer se dar ao trabalho de apresentar uma justificativa plau sível para tanto. Aduz, ainda,
que frequentemente divulgava temas ligados a valores de família, defesa do cidadão de bem em detrimento de
bandidos, combate à corrupção, flexibilização de leis sobre o armamento civil e pelo posicionamento contrário às
políticas desarmamentistas, além da defesa dos direitos de autoridades policiais, em razão do que é classificado como
um político de direita. Que após haver se manifestado em defesa de um policial que reagiu a assalto do qual fora vítima,
fato esse mostrado inclusive através da TV aberta e vídeos de circulação nacional, o FACEBOOK aproveitou para excluir a
página do autor, sem qualquer aviso prévio, sob o argumento de divulgação de conteúdo violento, em atitude clara de
perseguição ideológica, fato esse ratificado a quando da presença da representante do FACEBOOK na Câmara dos
Deputados para tratar do assunto da presente demanda, convocada que foi através da Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado daquela Casa Legislativa, a qual se mantinha e dialogava sempre separadamente com
Deputados e Deputadas de Esquerda. Que págin u autor hav con do mp sm n fo excluída g nd so qu havia violado seu
Contrato de Adesão, denominado Termos e Condições de Uso. Afirma, todavia, que não foi ofertada maiores explicações
sobre o ocorrido, simplesmente removendo-se a página em sua totalidade, sem, sequer, oportunizar ao autor qualquer
chance de defesa. Por esses motivos, requereu a concessão da tutela de urgência para que o réu seja compelido a
restabelecer o acesso do autor a sua página alocada sobre o link “https://www.facebook.com/edermauropa”, nos exatos
termos em que se encontrava antes da retirada do ar, no prazo de 05 (cinco) dias, bem como para que se abstenha de
proceder a qualquer bloqueio ou banimento futuro, até o trânsito em julgado da decisão a ser proferida no bojo dos
autos da presente ação, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (um mil reais), sem prejuízo de eventual possibilidade
de redução ou aumento, dependendo das circunstâncias do caso. É o relatório. DECIDO. Nos termos do art. 300 do CPC,
a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo. Pois bem. Analisando os autos, ainda que em sede de cognição sumária,
vislumbro, prima facie, o preenchimento dos requisitos da tutela de urgência para seu deferimento. Explico! Do pedido
de restabelecimento da página do FACEBOOK: Não obstante a análise oportuna da conduta do autor apontada como
abusiva pela rede social ré, o que será possível após o efetivo contraditório, sob uma apreciação perfunctória da
narrativa disposta no bojo da exordial, atrelada à ampla gama de documentos anexados aos autos, constata-se fortes
indícios de violação ao direito à liberdade de expressão e à livre manifestação de pensamento do autor, já que os
serviços de páginas contratados junto ao réu, alocados sob o link “https://www.facebook.com/edermauropa” ainda
são mantidos fora do ar, como se infere dos documentos acostados sob o ID. 14129900. Analisando-se tal situação sob
a luz do disposto nos comandos previstos no art. 5º, incisos IV, IX, e ainda, no art. 220 da Constituição Federal Pátria –
CF/88, que garantem a liberdade de expressão independentemente de censura ou licença, acrescido ainda pelo
Decreto nº 678/92 - Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de São José da Costa Rica – que
compreende a liberdade de expressão como a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda
natureza, sem consideração de fronteiras por qualquer meio de sua escolha, reconhecendo, ainda, a vedação à
restrição ao direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares,
vislumbro a presença dos requisitos do art. 300 do CPC, mormente porque a manutenção da situação presente, ou
seja, a permanência do banimento da página contratada pelo autor, incide per si, em imposição de limites proibidos
por lei, até prova em contrário. Cumpre ressaltar que a empresa ré, em resposta à notificação encaminhada pelo autor
(ID. 14129904), não foi clara ao apontar os motivos que a levaram a excluir a página da rede social, especificamente, a
postagem, publicação ou prática que tenha violado os Termos de Uso do Site FACEBOOK. Ora, não se pode olvidar que a
matéria posta em Juízo é regulamentada pela Lei nº. 12.965/2014, mais conhecida como o Marco Civil da Internet, o
qual estabelece os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para
atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à referida matéria, tendo como
fundamento a liberdade de expressão, com fundamento nos art. 1º e 2º do diploma legal em comento. Acrescente-se a
isso, a necessária observância das normas constantes no Código de Defesa do Consumidor – CDC, haja vista a relação de
consumo existente entre as partes. Nesse sentido, resta patente que o ordenamento jurídico pátrio, representado pelas
normas constitucionais e legais que regulam a internet no Brasil, tem priorizado a liberdade de expressão, o direito de
acesso de todos à informação, o conhecimento e a participação na vida cultural e na condução dos assuntos públicos, de
forma a impedir a censura e a discriminação dos usuários, por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade etc. Destarte,
enquanto não há prova em contrário, milita em favor do autor a presunção de que agiu dentro dos limites legais,
devendo lhe ser garantido o direito à liberdade de expressão e manifestação, o que não impede a reanálise da tutela que
ora se defere após o efetivo contraditório, oportunidade em que o réu poderá expor as razões e motivos que lhe levaram
a excluir a página do autor do FACEBOOK. Repiso, portanto, que os requisitos do art. 300 do CPC, ao menos nesse
momento processual, restaram evidenciados, e, no que se refere ao requisito do perigo de dano, convém destacar a
função que o autor exerce na vida política do país, sendo certo que a conduta da parte ré afeta diretamente a divulgação
de seu trabalho enquanto parlamentar junto aos seus eleitores e demais seguidores. Por derradeiro, verifico que se trata
de uma medida simples a ser tomada pela empresa ré enquanto desenvolvedora de seu próprio sistema, salientando
que a decisão não será capaz de lhe causar danos irreparáveis, não havendo que se falar em irreversibilidade do
provimento antecipado (art. 300, § 3°, CPC). Do pedido de abstenção de qualquer bloqueio ou de banimento futuro da
página do FACEBOOK, até o trânsito em julgado da sentença a ser proferida na presente ação: No que se refere ao
pedido em tela, este Juízo, compulsando os documentos probatórios anexados aos autos, não ficou convencido do
alegado pela parte autora e entende que os requisitos legais contemplados no art. 300 do CPC ainda não restaram
evidenciados, o que nos remete ao contraditório. Ante o exposto, presentes os requisitos previstos na lei, com fulcro no
art. 300 do CPC, DEFIRO PARCIALMENTE O PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA, e por via de
consequência, determino que a parte requerida restabeleça a página do autor alocada sob o link
“https://www.facebook.com/edermauropa”, nos exatos termos em que se encontrava antes da retirada do ar, no
prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), sem prejuízo de eventual
possibilidade de redução ou aumento, dependendo das circunstâncias do caso. Defiro o pedido de inversão do ônus da
prova, nos termos do art. 373, § 1º do CPC c/c art. 6º, inciso VIII do CDC, haja vista a verossimilhança das alegações do
autor, bem como diante de sua hipossuficiência no plano jurídico-processual, especialmente diante da dificuldade de
comprovar seu direito em Juízo. Designo o dia 09.06.2020 às 10h00 para audiência de conciliação. Intime-se a parte
autora na pessoa de seu advogado (CPC, art. 334, § 3º). Cite-se e intime-se a parte ré, via CARTA PRECATÓRIA, para
comparecer à audiência, alertando-a de que se não houver autocomposição ou qualquer parte não comparecer, o prazo
para oferecer contestação é de 15 (quinze) dias, e terá início a partir da audiência ou, se o caso, da última sessão de
conciliação (art. 335, I, CPC). Se não contestar, presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pela parte
autora (art. 344, CPC). O réu poderá ainda informar seu desinteresse na realização do ato acima designado, caso em que
seu prazo para contestar será contado na forma do art. 335, II, do CPC. Ficam as partes cientes de que o
comparecimento em audiência acompanhadas de advogado é obrigatório, e que a ausência injustificada caracteriza ato
atentatório à dignidade da justiça a ser sancionado com multa de até 2% (dois por cento) da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa (art. 334, § 8º, CPC). As partes, no entanto, podem constituir representantes por meio
de procuração específica, com poderes para negociar e transigir (art. 334, § 10, CPC). A cópia deste despacho servirá
como mandado nos termos do art. 1º, do Provimento 003/2009-CJRMB, de 22.01.2009. Cumpra-se, expedindo-se o
necessário. Belém, 03 de dezembro de 2019. ROBERTO CEZAR OLIVEIRA MONTEIRO Juiz de Direito da 7ª Vara Cível e
Empresarial da Capital. – grifos nossos.
No mesmo sentido:
ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca de Itajaí - 4ª Vara Cível - Autos n°0308924-
23.2016.8.24.0033Ação:Procedimento Comum/PROC - AGRAVANTE: Weuker Carlos de Oliveira - Réu: Facebook Serviços
Online do Brasil Ltda. - Vistos para decisão.Trata-se de ação de obrigação de fazer ajuizada por Weuker Carlos de
Oliveira em desfavor de Facebook Serviços Online do Brasil Ltda., todos qualificados, na qual objetiva, em sede de tutela
antecipada de urgência, seja a ré compelida a restabelecer a página/perfil que mantinha na internet junto ao requerido.
É a síntese do necessário. Decido.Passo a analisar o pedido de tutela de urgência, porquanto o processo esta pronto para
julgamento, pois depende apenas de prova documental. No entanto, conforme orientação do TJSC o processo deve
aguardar a ordem de conclusão para ser sentenciado, o que poderá prejudicar a parte AGRAVANTEa se se aguardar até a
prolação da sentença. A concessão da tutela de urgência, segundo dispõe o artigo 300 do Código de Processo Civil,
depende de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo. Diferente da concepção inicial que indeferiu o pedido de tutela de urgência, com a apresentação da
contestação ocorreu o esclarecimento dos fatos, o que autoriza a concessão do pedido de tutela provisória. A defesa
apresentada pelo requerido informa que houve a mudança da página para 'Pirigueteane Sincera' e que os perfis que a
administravam foram removidos do site Facebook, sem qualquer prova por parte da demandada. Pode o requerido
desabilitar os perfis que violam os termos de usos e condições da plataforma ou que afetem direitos de terceiro,
porém, não restaram comprovados os motivos que o levaram a esta atitude. Isso porque os documentos que instruem
o pedido inicial evidenciam que houve a retirada da página/perfil do ar (fls. 80/81), sem prévia justificativa. Presente,
destarte, a verossimilhança das alegações o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao resultado
útil do processo, o deferimento do pleito liminar é medida que se impõe. Ante o exposto, DEFIRO o pedido liminar
para determinar que a AGRAVADA restabeleça a página/perfil do AGRAVANTE de nome
www.facebook.com/HumorCriticoBlog, nos exatos moldes que estavam (incluídas todas as postagens, quantidade de
curtidas e todas as estatísticas desde a retirada do ar em 22/7/2016), figurando ainda o AGRAVANTE como
administrador da página, no prazo de 5 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), até o
limite de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Intimem-se. Cumpra-se com urgência. Após, retornem os
autos conclusos para julgamento antecipado.
O juízo do Tribunal de Justiça de São Paulo também vem reiterando tal entendimento,
como se extrai da decisão abaixo:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - COMARCA de SÃO PAULO - FORO REGIONAL X – IPIRANGA - 3ª
VARA CÍVEL - Processo nº: 1007620-89.2018.8.26.0010 - Procedimento Comum Cível - Requerente: André Cardoso
Monteiro - Requerido: Facebook Serviços Online do Brasil Ltda - Vistos. 1. Diante da probabilidade do direito deduzido
pelo autor e por não vislumbrar prejuízo para a parte-ré caso o restabelecimento do acesso perseguido pelo autor seja
concedido e eventualmente venha a ser revogado posteriormente, defiro em parte a medida antecipatória pleiteada
e, consequentemente, determino que a entidade-ré restabeleça ou libere o acesso do autor ANDRÉ CARDOSO
MONTEIRO (CPF nº 394.195.148-38) ao seu perfil pessoal e/ou conta
https://www.facebook.com/andre.cardoso.monteiro.ancamo com urgência, não se justificando, ao menos por ora, a
cominação de multa. 2. Expeça-se, com urgência, de ofício à suplicada FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA
para ciência e cumprimento desta decisão, ofício esse que deverá ser encaminhado pela Serventia instruído com cópia
desta decisão. 3. Concedo ao autor o prazo de 15 (quinze) dias para informar qual a renda mensal atualmente auferida,
após o que será decidido o pedido de concessão de Justiça gratuita, bem como para esclarecer se concorda em excluir ou
inutilizar os documentos em língua estrangeira (não traduzidos) juntados aos autos (fls. 197/235) Int. Advogados(s):
Emerson Tadeu Kuhn Grigollette Junior (OAB 212744/SP)
Por força dos mesmos comandos legislativos, também já decidiu o juízo do Tribunal de
Justiça de Rondônia em feito também patrocinado pelo subscritor:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA PODER JUDICIÁRIO Porto Velho - 4ª Vara do Juizado Especial Cível
Processo n. 7007450-19.2019.8.22.0001 AUTOR: GABRIEL DE MORAES CORREIA TOMASETE, RUA PASTOR EURICO
ALFREDO NELSON 2080, APTO 701-B AGENOR DE CARVALHO - 76820-374 - PORTO VELHO - RONDÔNIA ADVOGADO DO
AUTOR: EMERSON TADEU KUHN GRIGOLLETTE JUNIOR OAB nº SP212744 RÉU: FACEBOOK SERVICOS ONLINE DO BRASIL
LTDA., RUA LEOPOLDO COUTO DE MAGALHÃES JÚNIOR 700, 5 ANDAR ITAIM BIBI - 04542-000 - SÃO PAULO - SÃO PAULO
- DECISÃO/ TUTELA DE URGÊNCIA O pedido de antecipação da tutela há que restar deferido, eis que presentes os
pressupostos estabelecidos pelo art. 300 do CPC, pois o pedido de urgência decorre da relação estabelecida entre as
partes (probabilidade do direito) e a suspensão do perfil pessoal do autor poderá lhe causar prejuízos (perigo de
dano). A medida não trará danos irreparáveis à parte requerida, não havendo que se falar em irreversibilidade da
medida imposta que ora se defere, de maneira que atende aos requisitos estabelecidos pela legislação processual (art.
300, §3°, CPC). Ante o exposto, presente a verossimilhança das alegações, com fulcro no art. 300 do CPC, DEFIRO o
pedido de tutela provisória urgente satisfativa (antecipada) reclamada pela parte demandante, e, por via de
consequência, DETERMINO que a parte requerida RESTABELEÇA o acesso do autor a seu perfil pessoal
(https://www.facebook.com/gabrieltomasete), no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, bem como SE ABSTENHA de
bloquear/banir o perfil pessoal retro identificado e a página
(https://www.facebook.com/gabrieltomaseteconsumidor) até final julgamento da demanda, sob pena de multa diária
de R$ 500,00 (quinhentos reais), até o limite indenizatório de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuízo dos pleitos
contidos na inicial, de elevação de astreintes e de determinação de outras medidas judiciais que se façam necessárias.
Serve a presente como mandado, devendo o Sr.(a) Oficial(a) de Justiça citar e intimar as partes da presente decisão, bem
como da audiência de conciliação designada para o dia , no CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E
CIDADANIA, localizado na Rua Quintino Bocaiúva n. 3061, esquina com Av. Jorge Teixeira, bairro Embratel, Porto Velho-
RO.
Por tais razões restam evidenciado os requisitos autorizadores da concessão da tutela
ora pretendida, precisamente nos termos indicados no item DOS PEDIDOS lançado no tópico abaixo sob
pena de aplicação de multa diária de R$1.000,00 (um mil Reais), em caso de descumprimento.
DOS PEDIDOS
Ex positis, para que se digne o fiel cumprimento da lei e da mais lidima justiça, requer se
digne V. Exa.:
I – em caráter liminar, sob a égide da TUTELA DE URGÊNCIA:
VII - Uma vez que o presente feito é processado no âmbito do processo eletrônico, caso
sobrevenham eventuais notificações e intimações através do site deste E. Tribunal, requer que o(a) autor
seja seja regularmente comunicado previamente através de e-mail ( SeuE-mail@seuemail.com )
meramente informativo (PUSH) acerca destas intimações, sob pena de nulidade, nos termos do art. 5º,
parágrafo 4º da Lei n. 11.419/06;