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sem meu consentimento. Tive um trabalho duro pra fazer isso tudo, omitir o meu nome
nos créditos do texto é uma enorme injustiça.
Textos complementares:
www.translatedmemories.com
www.silenthillchronicle.net
E que também tenha acesso aos documentos e diálogos contidos ao longo dos
jogos. Facilmente se encontra diálogos e documentos muito bem organizados no site:
www.gamefaqs.com
Boa leitura!
Pois bem. O fato mais antigo que se pode ter conhecimento é um problema
familiar. Tudo começa com uma mãe tentando matar a si e ao próprio filho com um
vazamento de gás na própria casa, alegando que ele era “the Devil’s Child”. Graças ao
visinho Bryant, a polícia foi avisada, e tanto a mãe quanto o filho foram salvos.
Ok. Cheryl é igual a Alessa, conforme fica claro ao longo de SH1 e SH3. Em
SH1, Cheryl (a esquerda) tinha sete anos, que é a mesma idade de Alessa (à direita) em
SH Origins. Desprezando o fato da original ser asiática, e da atual ser nitidamente
americana de olhos azuis, não houveram erros sérios, hehehe.
Travis é induzido a ir até uma casa em chamas, casa que o culto incendiou como
parte do ritual de trazer o deus do culto à vida.
Recapitulando: O culto precisa de uma mulher com poderes mentais, que sofra
muito para gerar o deus. Alessa cumpria os requisitos, só faltava o sofrimento.
Na casa, ele vê Dahlia fugindo do local, mas ele entra no prédio, onde está o
corpo físico de Alessa.
Interessante ressaltar que essa casa já aparecia em Silent Hill 1, o jogo original,
feito lá em 1999.
Embora a casa tenha sido lembrada pela produção, esqueceram do fato de que a
casa não ficava na frente de uma estrada, hehehe. Mas não podemos negar o capricho
em remeter ao jogo “pai” de toda a série.
Porém, ele acorda nas ruas de Silent Hill, e resolve passar pelo hospital
Alchemilla, para que possa ter alguma notícia de Alessa.
No hospital, logo de cara, ele encontra Kaufmann, sete anos mais novo, e
totalmente irreconhecível pra quem jogou a versão original. (Cara, visualmente é uma
gafe atrás da outra...)
A conversa não é importante, a não ser por mostrar que Kaufmann evita dialogar
com Travis.
Travis então decide ir para o Sanatório (seja por ser convidado ou por ser xereta,
tanto faz), mas encontra todas as rotas bloqueadas, e é obrigado a fazer um desvio por
dentro do açougue.
No final deste trecho do sanatório, Travis encontra Lisa, que solta umas frases
irrelevantes, e enfrenta uma criatura, que representa sua mãe.
Após vagar pelo teatro, Travis enfrenta uma criatura, simbolizando o Caliban.
Derrotando-a, novamente o ciclo se repete, uma parte do Flauros aparece, a parte
“Falsidade”, o holograma da Alessa aparece novamente e dá um chute no defunto do
Caliban (talvez algum tipo de vingança).
Travis já aparenta estar entendo melhor a situação, dizendo “Você precisa disso,
não?”, logo após pegar o pedaço do Flauros. Mas Alessa, novamente, não responde e o
faz desmaiar.
Para chegar no motel, ele tem que passar por uma livraria e uma loja de
conveniências, mas nada importante acontece. Fora a curiosidade de você abrir a caixa
registradora da livraria usando o número do quarto que você atravessou quando ia para
o Teatro.
Travis então provoca Alessa, dizendo “Apareça, eu peguei sua coisa pra você!”.
Quando Alessa surge, Travis reclama por ela estar invadindo suas lembranças, e
questiona se não seria interessante entrar também na mente perturbada da menina.
Como sempre, ela não responde, e Travis desmaia novamente.
Dessa vez, ele acorda no porão do Alchemilla, onde Dahlia escondeu a última
parte do Flauros.
Eu não havia mencionado até agora, mas ao longo dos jogos encontramos alguns
textos que mostram que Dahlia estava preocupada com Alessa estar guiando Travis,
então ela decide dividir o Flauros e esconder suas partes.
Travis pega a parte central do Flauros e o remonta. Logo o Flauros começa a
brilhar, e, junto com um clarão se escuta barulho de vidro quebrando, então surge
Alessa olhando para as próprias mãos, dando a entender que o poder que o culto tinha
sobre seus poderes se foi. Então ela sai andando, e Travis a segue.
Saindo do hospital, Travis encontra com Dahlia, que o critica por ter libertado
Alessa, mas diz que isso é irrelevante, pois logo ocorrerá o ritual, e ela dará a luz ao
deus.
Então chega o holograma destruindo tudo ao seu redor. A influência do filme é
nítida nessa cena (assim como os olhos azuis da Alessa americanizada, aaaargh).
Travis foge do holograma, mas acaba sendo engolido pela destruição, e logo se
encontra em ruas totalmente deformadas. Mas com a ajuda de um mapa ele chega até a
Antique Shop, que era um lugar escondido onde o culto fazia as suas reuniões, e
também aparece no Silent Hill 1.
Nesse local, Travis encontra o culto reunido numa cerimônia em torno do corpo
físico de Alessa.
Quando ele entra na sala, o culto percebe, e Kaufmann libera um gás atordoante
sobre ele. Travis começa a alucinar com uma conversa de Dahlia com Alessa, e então
surge um último monstro, carregando a forma de um símbolo que ele via ao fundo da
sala.
Pois bem, derrotando a criatura, o Flauros novamente se abre, e “arames
farpados mágicos” atacam a criatura, a transformam em um pó, que é aprisionado pelo
Flauros.
Pessoalmente, considero muito “inoportuno” o aparecimento dessa criatura. Do
nada, ta-da, tem um monstro pra enfrentar. Não faz sentido. Esse monstro estava na
Alessa? Estava no ambiente? Estava dentro do Flauros? Ele derrota um monstro dentro
do Flauros e o Flauros captura o que já estava dentro dele?
Com o final bom, Travis volta para o seu caminhão, zera a quilometragem (vida
nova, talvez? Começar do zero?) e o holograma de Alessa é deixado com o bebê criado
no processo, Cheryl, que futuramente seria adotado por Harry Mason, e retornaria para a
cidade em Silent Hill 1.
No final ruim, Travis acorda se debatendo preso à uma cama, tendo flashbacks
de injeções que recebeu e de vozes implorando por misericórdia, junto com várias cenas
relacionando-o, ou melhor, dizendo que ele e o Butcher são a mesma pessoa. Mas isso
eu discuto à seguir.
Porém, uma certeza veio com Origins: Samael é mesmo o demônio adorado pelo
culto. A única vez que esse nome aparece na série foi em Silent Hill 1, quando Dahlia
mente para Harry dizendo, sobre o selo de Metraton, “Aquela é a marca de Samael, não
deixe ser completada”. Ou seja, a única vez que o nome aparece, é dentro de uma
mentira. Não havia, até então, nenhuma relação sólida da criatura adorada pelo culto, e
o nome Samael. Os fãs chamavam a criatura por simples moda. Alguns preferiam
chamar de “Incubus”, pois é o nome dado pelo Lost Memories.
Mas isso é só um ponto estético e não afeta a história. De qualquer modo, ela foi
queimada, e apesar do dano absurdo, ela continuou viva de forma bizarra, conforme é
mostrado em Silent Hill 1 (com o relato de Lisa que não entende como ela continua
viva) e em Silent Hill Origins (com o relatório de um médico dizendo que “alguma
coisa” impediu que o dano chegasse aos órgãos internos).
O problema que enxergo com Alessa é quando juntamos com Silent Hill 3. No
geral, Cláudia, que era amiga de infância de Alessa, testemunhou o processo do ritual. E
Silent Hill 3 acaba deixando a idéia de que Alessa era a favor do ritual, porém, mudou
de idéia durante o tempo que ficou presa, queimada, no hospital.
Mas, em Silent Hill Origins, coisas levam a crer que Alessa já não gostava da
idéia desde o inicio. Tanto documentos que mostram que Alessa era problemática, e que
Kaufmann e Dahlia tentavam acobertar sua vida, até o fato dela ter atraído Travis para a
casa e Travis ter salvado-a.
Porém, isso não explica também porque ela pediu que Travis a deixasse
queimar, mas logo em seguida sai abrindo caminho dentre as chamas.
-Encontramos ele duas vezes ao longo do jogo, uma no açougue, outra no motel.
Em ambas ele está agredindo criaturas. Na primeira ele ignora Travis, mas na segunda
ele o enfrenta.
-O Butcher está sempre adiantado em
relação à Travis.
-O Butcher se parece com Piramid
Head. Não somente do ponto de vista do
jogador, mas dentro da própria trama.
Segundo o texto encontrado no teatro:
(Voz de mulher)
-Do que você está falando? Eu não sou sua mãe! Por favor, não! (E em seguida
um som de metal, igual o das facadas do Butcher).
(Voz de homem)
-Desculpe, senhor. O motel está fechado durante a temporada. Espere! (E em
seguida um grito)
Não precisamos ser paranóicos. O reflexo é o próprio Travis. Está tudo lá, a
calça azul, o colete amarelo, a manga vermelha e o boné. E do vulto não se enxerga
nada mais que um ombro escuro, à medida que ocorre o “fade-out” do filme.
A princípio eu acreditei ser um simples médico. Mas agora, escrevendo esse
texto, dei uma olhada nessa imagem.
Não necessariamente isso implica que seus pais não tenham tido os problemas
que tiveram (ou que ele mesmo matou os pais, como já vi dizerem por aí). Pelo
contrário, só fortalece a idéia de um trauma violento na infância.
A mãe dele também teve acesso ao mundo dos espelhos, ainda quando ele era
pequeno. Aí, podemos assumir que ou o mundo alternativo existe, e é algo independente
de Alessa (que nem havia nascido ainda), ou então assumimos que o mundo alternativo
(mundo alternativo do espelho, não aquele que observamos em SH1 e SH3) é uma farsa,
uma alucinação, que foi herdada da Helen para o Travis.
Hã? Isso pra mim já parece muita viagem. Isso tira a certeza do jogo todo. Onde
Travis andou realmente? Quem ele encontrou? Ele falou com Lisa? Encontrou
realmente Kaufmann? Ele estava vestido de Butcher ou de caminhoneiro? Ele trocava
de roupa pra matar as pessoas?
Se acharmos que as visões de Travis no final ruim são algo induzido pelos
remédios que alguém do culto deu a ele, nos livramos da questão do Butcher ser o
Travis. Mas aí ficamos com o mesmo resultado do final bom, exceto pelo fato do Travis
não ter ido embora, mas sim sido capturado e torturado pelo culto.
Para finalizar, outra questão interessante é o tempo que Travis dormia entre uma
parte e outra do jogo. Ele salva Alessa do incêndio, acorda na rua e vai pro hospital.
Nesse meio tempo, Alessa já foi levada pelo culto, e já foi examinada por médicos, que
deixaram um documento falando do nível do dano sofrido pela queimadura (já
mencionei esse documento lá atrás).
Depois do hospital, ele já vai para o Cedar Grove, e em seguida para o teatro. A
caminho do teatro você já pode passar pelo Public Records. É um prédio não necessário
para se terminar o jogo, mas lá você encontra um documento policial falando do
incêndio na casa de Alessa, falando de como as investigações estavam indo, de como o
incêndio foi suspeito. Mas o texto já havia sido mexido por alguém, que disse que um
aquecedor do porão causou o incêndio, e que Alessa foi declarada morta pelo
Kaufmann.
Ou seja, no tempinho de jogo que a gente vai do incêndio até o teatro (o que,
duas horas de jogo?) A polícia já fez uma boa investigação no incêndio, e alguém do
culto já foi capaz de meter o dedo e manipular a informação.
Mas como Travis pode ser o Butcher, o caminho que ele faz também é incerto.
Talvez ele não tenha demorado tanto dentro de cada prédio, ele pode ter ido direto ao
ponto, e aquele enrola-enrola de abre porta, usa item, mata monstro, que a gente joga
seja só uma memória falsa. Então a gente fica totalmente sem noção de tempo, e sem
certeza se aquilo que a gente testemunha no jogo realmente aconteceu, tanto as partes
dentro do mundo alternativo quanto o na Silent Hill enevoada.