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Leitura 1.

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Título da Leitura: Contextualizando a disciplina Psicologia da Educação:

Tópico: Introdução
Quais considerações a fazer.como orientação para o trabalho na disciplina Psicologia da
Educação? E mesmo, no sentido de adiantar os temas a serem tratados? Quais delas podemos fazer
neste espaço e ao iniciar os trabalhos? Mesmo que o plano de ensino da disciplina possa apontar
orientações, vale o esforço de explicitar as algumas direções a seguir.
O Fórum das Licenciaturas, que foi até anos recentes uma instância de discussão da
Universidade sobre a formação de professores, considera que a Psicologia é uma das chamadas
disciplinas "pedagógicas gerais". Pedagógica, porque deve tratar das questões relacionadas ao
ensino/aprendizagem; geral, porque os problemas de que trata não são específicos a uma das
licenciaturas, mas ao contrário, comuns a todas elas. Nas licenciaturas, em geral, a Psicologia está
como uma das primeiras disciplinas pedagógicas. Junto com a Psicologia, antes ou seguindo-se a
ela, estão outras disciplinas. Assim as questões relacionadas ao ensino-aprendizagem, devem ser
tratadas por diferentes ângulos e abordagens. Em outras palavras: não cabe apenas à disciplina
Psicologia o encargo de garantir a formação dos alunos de licenciatura na perspectiva de serem bons
professores. Por outro lado, se os aspectos pedagógicos são abordados nas várias outras disciplinas,
o estudo de quem é o sujeito que aprende: como percebe; como se desenvolve, como aprende, etc. e
também, quem é o que sujeito ensinante, e outras deste âmbito, só são tratadas em todos os cursos da
UFSC em um semestre da Psicologia Educacional. Isto pode ser algo dramático porque são poucos
os cursos que têm no seu currículo outras disciplinas que também tratam destes temas. Mesmo que
com perspectivas diferentes – às vezes mais amplas, como é o caso da Filosofia da Educação e da
Sociologia da Educação. É bom falar também um pouco dos limites da Psicologia Educacional dentro
do currículo das Licenciaturas, posto que mesmo que os licenciandos estejam sedentos de
informações sobre como dar sua aula de forma mais útil/agradável, terão que buscar apoio em outras
disciplinas e, por que não falar da busca que cada um faz por conta própria....Especialmente para
superar a falta de diálogo e coordenação que ocorre nos cursos de formação, bem como a falta de
tempo para lidar com o conteúdo de Psicologia!
Com certeza será muito bom quando os estudantes de licenciatura começarem a ter
disciplinas e atividades que levem em conta seu projeto profissional de ensinar desde o início dos
cursos. No entanto, isso é uma meta, um objetivo pelo qual lutar, e' a perspectiva das reformulações
que estão sendo encaminhadas vai por aí..
Na disciplina de Psicologia, estaremos lidando com uma área do conhecimento que é ampla e
não apenas buscando lidar com algumas técnicas. Ainda mais, ela se pauta por uma preocupação em
introduzir certas informações e levar certas reflexões sobre o conhecimento, sua construção, bem
como seu uso no processo de ensino/aprendizagem, mais do que as soluções prontas para as
questões. Ainda que pudéssemos tratar todo o conteúdo teórico da Psicologia Educacional, isto
provavelmente não/seria suficiente: a realidade sendo viva e mutável, não teríamos como aplicar
uma solução específica que fosse aprendida nesta sala de aula. Mais vale aprender princípios,
conhecer um pouco os clássicos e através da observação da realidade vivida, buscar soluções
apropriadas. Pode ser mais fácil e até gostoso ganhar um "peixe" de presente, mas, se você não
aprender a "pescar", digo, pensar, como será depois?
Você pode já ter uma certa prática (ou será uma longa prática?), o que pode ajudar no diálogo
com a Psicologia. No entanto, o ponto de partida da disciplina é de que a maioria dos alunos não tem
esta experiência. Nossos comentários aqui são no sentido de você não exagerar nas expectativas em
relação a esta disciplina e poder contribuir para que você a cultive.
Retornando à questão da Psicologia como área do conhecimento. Para usar uma discussão
antiga como parâmetro, podemos pensar as relações entre pesquisa básica e aplicada. Se você
pesquisa como a grossura de um cabo afeta a condução do som, pode estar fazendo uma pesquisa
aplicada cuja utilização é o fim imediato do processo de investigação.
Também é importante, manter em mente que a Psicologia é um campo complexo do
conhecimento, e que mantém vivas muitas discussões internas. Como exemplo, podemos citar
autores que falam de Psicologias ao invés de Psicologia (é o caso de um dos.livros citados na
bibliografia, de Bock'et ali.). Estas discussões podem sugerir de imediato duas questões:
• Se existem Psicologias, será preciso Você escolher uma delas?
• Como entender o que se passa à sua volta e, em especial nas salas de aula ou outras situações de
aprendizagem, a despeito das divergências teóricas?
Estas questões por si só já colocam a urgência de olhar um pouco a história da Psicologia, o
que faremos de modo muito breve, iniciando na próxima leitura. Vamos ver agora um pouco sobre
como está proposto nestas turmas o trabalho de Psicologia da Educação, a disciplina Psi 5107.

Proposta de atividades:

Ao receber o plano de ensino da Psicologia Educacional, leia com atenção este documento.
Além de ficar informado sobre a disciplina, você pode se organizar para um melhor aproveitamento.
Um assunto que vale destacar é sobre as faltas: só deixe.de vir às aulas apenas em situações
extremas; além de ficar "por fora", o grupo fica sem sua contribuição. E também, como não há
sistema de recuperação de faltas na UFSC, o atestado é apenas para dar uma justificativa. No caso de
ter que faltar, na aula seguinte traga por escrito a súmula de leitura correspondente ao dia da falta.
Nós usamos o correio eletrônico para agilizar informações, através do grupo da disciplina. Caso
você não tenha um endereço de provedor particular (gratuito ou não), use o da universidade: seu
número de matrícula seguido pelo arroba @ nome do centro a que você pertence, ufsc.br. Use o
Labgrad para pegar as informações na sua conta, caso não tenha outro acesso.

Tópico 1: Leituras

As leituras do semestre estão todas disponíveis e distribuídas num cronograma ao longo do


semestre com o intuito de facilitar que sejam realizadas. Por outro lado, o início do semestre é um
período de adaptação no grupo, dos alunos entre si, e também com o professor; de reconhecimento das
tarefas e de como resolvê-las. Além disto, no início do semestre a atenção à anotação será especial,
pois há que verificar o grau de dificuldade que cada aluno tem com o texto; e também com a escrita
sobre o texto. Por estas razões já deixamos estabelecido que: durante o primeiro mês de aula, cada
leitura deve ser trabalhada e entregue por escrita. Após este período dé adaptaçaodo grupo é
possível organizar de modo mais flexível a verificação, da leitura e de lidar com o conteúdo, seja
através de teste; avaliação em classe, apresentação em grupo, enfim, atividades compatíveis com o
momento. Não havendo esta atividade é possível sempre ainda recolher o esquema da leitura. E
havendo enfrega da leitura é importante.
Trazer as leituras em dia é importante, para sintonizar com o grupo, mas. mesmo com elas
atrasadas os esquemas são bem vindos e válidos.
Qualquer que seja a, forma que você use (veja sugestões abaixo), com certeza, quanto mais
personalizado, mais adequada sua tarefa; escrita; a expectativa é que ela tenha uma forma original,
que elapossa ser utilizada por você para-outros xontextos,- como. o relatório do trabalho de campo.

• As leituras trazem uma parte dos conteúdos importantes a serem tratados na disciplina.
• As leitura são realizadas com antecedência às aulas, de.rnodo a permitir que cada. aluno faça sua
leitura, e logo sua interpretação, o que é uma "tarefa" individual, coma qual contribui para a sala de
aula, o "grupo".
• Cada pacote semanal de leitura permite uma elaboração por escrito para "amarrar" a leitura, e são
possíveis diversas formas de elaboração, como:
1. construir um texto de revisão sem roteiro;
2. a partir das questões formuladas para revisão de. cada leitura, elaborar o texto ao respondê-las;
3. construir um texto usando as palavras-chaves.
4. fazer em esquema da leitura;

Tópico 2: Seminário:

Uma maneira que temos usado para multiplicar nosso poder de leitura e dinamizar aula tem
sido distribuir temas de seminário: Para assuntos simples, que.é a maioria dos temas, 10-15 min (é o
que se usa em comunicação em congressos) é suficiente; para alguns temas que sejam mais
complexos podemos ampliar até o dobro esses temas.
Os temas têm a bibliografia já especificada, sendo que os textos ficarão no xerox (ver em sala
onde é) ou estão em livros desta biblioteca (quase sempre a do CED). Depois de escolher seu tema,
procure a monitora se precisar de ajuda para preparar sua apresentação. As datas de apresentação
serão agendadas por temas: cumpra sua parte sem atraso, caso contrário estará atrapalhando toda a
nossa programação.
Nosso sistema tem sido que cada apresentador entrega à classe uma súmula com a
bibliografia consultada.e aspectos, centrais do assunto tratado, algo bem simples e esquemático. Este
material serve inclusive nas referências que você pode dar no seu relatório final do trabalho de
campo.Em síntese, os seminários servem a vários fins, dos quais podemos destacar:
• amplia a capacidade de leitura do grupo, o que é importante, pois muitos assuntos importantes e de
interesse de todos não ficam garantidos pela leitura básica: há que lembrar que pela evolução dos
currículos, a disciplina foi condensada, passando de 03 horas por semestre e em dois semestres
(06h/ano); para 04 horas por semestre em apenas um semestre, o que não permite que vários
assuntos.relevantes possam ser abordados.
• "redistribui" a palavra, esta não fica apenas na "mão" da professora, mas passa com certeza aos
alunos;
• permite aos futuros professores, em particular os que não têm experiência em sala de aula,
praticarem um pouco;
• os seminários seguem leituras.propostas pela professora, não visam tornar alguém especialista no
tema tratado, mas abordar assuntos que de outra forma não seriam tratados;
• podem servir de subsídios para elaboração da introdução do trabalho de campo.
• para poderem cumprir estes propósitos, o tempo de apresentação deve ser cumprido à risca;
os apresentadores, à guisa de introdução, deverão explicitar a relação do assunto com o conteúdo
da disciplina, bem como o texto de "lembrete" do seminário o texto deve conter as referências
bibliográficas, e além disto ela deve estar apresentada de forma correia;
• amplia a qualidade dos; instrumentos de avaliação. Não, só a prova ou a súmula escrita como
instrumento de avaliação, mas através do seminário é possível avaliar especialmente:
1. introdução do assunto – coloque no início da sua .apresentação de modo simples qual é relação
do tema com a disciplina;
2. a compreensão do tema tratado;
3. a fluência da fala;
4. a organização do assunto e da apresentação;
5. o uso adequado do tempo;
6. a apresentação da súmula, contendo a bibliografia, para os demais alunos.

Tópico 3 -Trabalho de campo:

A Psicologia Educacional como uma das disciplinas, pedagógicas, deve estar comprometida
com as práticas, de ensino como componente curricular – LDB/961. A nossa forma de realizá-la é
através de uma investigação, de um trabalho de campo, que é uma investigação realizada em algum
ambiente escolar ou educacional, onde ocorre interação social envolvendo produção e troca de
conhecimentos, e também desenvolvimento.e aprendizagem dos seres humanos, fenómenos, que são
focais, na disciplina.
A partir de uma questão levantada pelo grupo de alunos, que envolva ensino-aprendizagem
e/ou desenvolvimento, o trabalho se inicia. Você vai adentrar um ambiente de ensíno_ escolar eu
não, sempre em grupo. No grupo, ondp 3 é bom, 4 é possível, e mais que 4 não funciona, você vai
desenvolver o trabalho ao buscar respostas.
Para ir a campo, antes de tudo é preciso ter claro o que se busca – qual o objetivo.

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As práticas dividem-se em Práticas Pedagógicas como Componente Curricular (PPCC) e os
estágios. Pela legislação cada uma destas modalidades deve compor 400 horas e o total final de 800
horas. A psicologia da Educação irá contribuir com 12 horas para as 400 horas de práticas como
PPCC.
Geralmente se busca tanta coisa ao mesmo tempo, que fica difícil ter clareza do que se quer!!
Também é preciso simplificar a tarefa, isto implica em escolher um aspecto para olhar. O objetivo
definido é que determina como proceder, qual metodologia usar. E igualmente, na medida em que
colocamos a Psicologia na perspectiva científica, temos a preocupação quanto ao grau de confiança
que podemos ter em relação aos dados colhidos. Uma vez tomadas estas decisões, a coisa esquenta
e a investigação ocorre.
De modo geral, nesta disciplina temos alunos de 4o e 5o fase; apesar disto muitos nunca
fizeram pesquisa de campo; e, muitos têm dificuldade até para fazer as referências bibliográficas...
As instruções de como deve ser formalizado o relatório são oferecidas pela disciplina e o que
propomos é que sejam lidas com atenção: não esperamos que você decore, mas que consulte em caso
de dúvida para adequar seu texto ao que é pedido.
As normas propostas para elaborar o projeto de pesquisa e depois, o relatório do trabalho,
têm uma lógica que as orienta. Algumas ideias para referenciá-la estão apontadas aqui. O trabalho de
campo é uma pesquisa empírica: assim, não é apenas uma pesquisa bibliográfica ou de revisão de
literatura; ou ainda apenas a discussão do pensamento de um autor. Esta pesquisa empirica ela vai
exigir também um pouco destas coisas todas. Neste relatório a parte teórica aparece toda no que se
chama de Introdução, que contém os pressupostos e referências necessários ao trabalho empírico,
ou pesquisa propriamente dita. Assim, você deverá recorrer a pelo menos 4 autores, (incluindo aí
os presentes nas leituras da disciplina; nos seminários; jornais e revistas) para construir a
introdução, apresentar o tema de que está tratando e o que já se sabe sobre ela, e ela será a base para
discussão dos dados. Ao apontar os dados, no sentido de entendê-los e explicá-los, além de possíveis
interferências dos procedimentos usados para obtê-los, o que mais é possível dizer? O que dizem os
outros autores que lidam com o tema?
Os grupos personalizam, seu projeto, que é,apresentado para a.sala, para a professora e
monitora, facilitando que.ele seja acompanhado,e.avaliado, inclusive em termos de condições de sua
execução. As apresentações em classe, ajudamneste processo: asrçríticase sugestões do grupo facilitam
chegar a um bom termo. Por isto.as apresentações.de projetos e de relatórios finais são
tão importantes: temos uma agenda do-trabalho devcampo.no plano de ensino. Ê fundamenta segui-
la para realizar as tarefas dentro do tempo disponível. Em especial, o.projeto ou plano de trabalho
deve ser entregue na data e devolvido com as orientações para que possa ser prontamente executado.
Ao término da investigação:
• As informações são elaboradas: os dados são coligidos em tabelas (tabulação)_ muito úteis para
dados (colhidos por questionários ou observações) onde nem sempre é fácil chegar a ideias do que
é característico dos.numerosos fatos; texto que podem condensar, as ideias principais falas dos
sujeitos ou ainda com algumas falas mais marcantes.dos sujeitos, especialmente colidas por
entrevistas; selecionàdas as “fotos” mais adequadas, etc...
• Elas são comunicadas através de duas formas:
- Oral para a sala de aula: (podendo ser usados recursos, como transparências;etc); os colegas, por
um lado por um lado, podem acompanhar, os trabalhos, por outro, costumam, contribuir com críticas
construtivas; eventualmente há apresentação em congressos, como a Semana da Pesquisa da
UFSC,etc.
- Apresentação escrita, como relatório de pesquisa.
Se a investigação em si visa contribuir para reduzir o hiato entre a teoria e a prática, entre o
"escritório" e a "vida real", por outro lado, os dois tipos de comunicação garantem "viver" a
pesquisa do outro; já a segunda forma, que é para o grupo, permite a este acompanhar e implica,
especialmente pela falta de preparo em Metodologia Científica que vigora no nosso campus,
• Permite "publicá-los";
• Apresentá-los para a instituição onde foi realizada a investigação, à guisa de retribuição, forma
de colaboração;
• Permite também que determinados temas possam ser retomados nos semestres seguintes, e
assim ampliados, revistos e melhorados, usando-se metodologias diferentes, etc...
Em síntese: os relatórios finais devem ficar de forma que possam ser compreendidos por um
leitor que não seu autor; pense neste interlocutor para redigi-lo. As informações devem garantir
ordem e lógica que o tornem como um texto coerente.
Da mesma forma que a comunicação oral tem suas regras, mais ainda isto é verdade com a
escrita, em particular o relatório. Se, de antemão, infelizmente, não-se garante ao aluno
universitário conhecer estas regras, mesmo que seja um aluno de fases finais de curso nada o
impede de se dedicar a suprir estas falhas, de formação buscando ativamente as informações
necessárias. Neste sentido existem recursos na Universidade que podem auxiliar, como home pages de
Centros, de professores; livros na biblioteca, etc. Nossa sugestão é que possamos compartilhar estes
recursos... Ainda uma sugestão: a de que atentemos ao calendário de forma a não atrasarmos esta
tarefa, e podermos gozar um pouquinho de férias!

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