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MANUAL DE PROCEDIMENTO PARA

COLHEITA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS,

PARA ANÁLISE DE METAIS

SÃO PAULO
2007
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS

INSTITUTO ADOLFO LUTZ

Divisão de Bromatologia e Química

Seção de Equipamentos Especializados

Diretora Geral
Dra. Marta Lopes Salomão

Diretor da Divisão de Bromatologia e Química


Dr. Odair Zenebon

Diretor do Serviço de Química Aplicada


Dr. Paulo Tiglea

Elaboração
Alice Momoyo Sakuma
Carmen Silvia Kira
Márcia Liane Buzzo
Maria Cristina Duran
Maria de Fátima Henriques Carvalho
SUMÁRIO

LOCAL DE COLHEITA ..........................................................................7


CRITÉRIOS PARA O RECEBIMENTO DE AMOSTRAS .......................7
PAGAMENTO DA TAXA DE ANÁLISE..................................................8
TRANSPORTE DAS AMOSTRAS DE SANGUE....................................8
INSTRUÇÕES GERAIS PARA COLHEITA............................................9
ENTREGA DOS RESULTADOS .......................................................... 10
Quadro 1: Orientações sobre a colheita, transporte e conservação
de amostras biológicas para a determinação de metais e
parâmetros para controle biológico de exposição ocupacional. .... 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 13
5

Apresentação
O Instituto Adolfo Lutz vem assessorando entidades públicas e privadas,
monitorando a concentração de metais em sangue, soro e urina de indivíduos
expostos ocupacionalmente, visando atender às Normas Regulamentadoras de
Segurança e Saúde no Trabalho. A exposição aos metais apresenta em alguns
casos uma série de implicações clínicas para os pacientes e representa um
problema freqüente de Saúde Pública, atingindo trabalhadores de alguns setores
industriais.

No Brasil, a Norma Regulamentadora NR 7, aprovada pela Portaria Nº 24, de 29 de


Dezembro de 1994, do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece a
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto de seus trabalhadores. Este
Programa deverá obedecer a um planejamento de exames complementares
incluídos nos parâmetros para controle biológico da exposição ocupacional,
estabelecidos nesta Norma.

O Instituto Adolfo Lutz mantem um Sistema de Qualidade em todas as etapas dos


ensaios com o objetivo de garantir a qualidade dos resultados analíticos e dar
confiança aos clientes. As instalações da Seção de Equipamentos Especializados,
laboratório habilitado para a determinação de íons metálicos em amostras
biológicas, atendem aos requisitos técnicos mais avançados e a Instituição assegura
a atualização dos conhecimentos e o aperfeiçoamento do pessoal técnico.

As metodologias analíticas são validadas e os resultados analíticos são monitorados


por meio de controle interno e externo de qualidade. Os ensaios são realizados em

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sala com controle de material particulado (sala limpa), utilizando-se as técnicas de


espectrometria de absorção atômica com chama, espectrometria de absorção
atômica com forno de grafite com corretor Zeeman, além da espectrometria de
absorção atômica com gerador de hidretos e de vapor frio.
A partir de 2007, o Instituto Adolfo Lutz vem implantando novas metodologias
analíticas, utilizando a espectrometria de massa com plasma de argônio
indutivamente acoplado, para a determinação de metais e semi-metais em amostras
biológicas.

Alguns dos detalhes críticos da realização dos ensaios para a determinação de


metais são o risco de contaminação e a qualidade técnica da colheita das amostras.
Uma das maiores fontes de erro na análise de íons de metais, é devido à
contaminação de seringas, agulhas, anti-coagulantes, tubos de coleta e suas
respectivas tampas.

O presente manual tem como objetivo informar os procedimentos para solicitação de


análise de íons de metais e semi-metais em amostras biológicas (sangue, soro e
urina), bem como orientar as condições de colheita, acondicionamento e transporte
das amostras, visando a confiabilidade dos resultados analíticos. Esperamos que
este manual seja uma fonte de consulta para a melhoria da qualidade dos ensaios,
contribuindo para a satisfação dos clientes do Instituto Adolfo Lutz.

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LOCAL DE COLHEITA

SEÇÃO DE RECEPÇÃO E COLHEITA DE MATERIAL


Instituto Adolfo Lutz

Local: Avenida Dr. Arnaldo 355 – Cerqueira César – São Paulo – SP


FONE: (11) 3068-2877 – FONE/FAX : (11) 3068-2876
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: 7:00 – 17:00 h de segunda à sexta-feira

Colheita de amostras biológicas (soro, sangue e urina) 7:30 – 9:30 h


Recebimento de amostras biológicas 7:30 – 15:00 h

Nota:
• As amostras biológicas poderão ser colhidas no Instituto Adolfo Lutz ou em
qualquer unidade de saúde, desde de que atendam às orientações descritas
neste manual.

CRITÉRIOS PARA O RECEBIMENTO DE AMOSTRAS


• Guia SADT;
• Os exames particulares devem estar acompanhados de requisição médica e
comprovante de pagamento.
Nota:
1) As guias SADT devem ser preenchidas de forma legível e completa;
2) A solicitação do exame deve apresentar:
o dados da instituição solicitante: nome, endereço, município e fone para
contato;
o dados do responsável pela solicitação do exame: nome, assinatura, carimbo,
número do Conselho Profissional;
o dados do paciente: nome completo, idade, tipo de amostra ( sangue, soro,
urina), data da colheita;
o especificação do exame (arsênio, chumbo, cádmio, cromo, mercúrio; cobre,
zinco)
3) Enviar um tubo com a amostra biológica para cada ensaio;
4) Caso ocorra alguma eventualidade que impeça a realização dos ensaios, o
laboratório deverá comunicar ao solicitante a interrupção temporária de sua
realização, e até mesmo uma solicitação de nova coleta de amostra;

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PAGAMENTO DA TAXA DE ANÁLISE

Para o pagamento de exames particulares, seguir as orientações do Setor de


Receita do Instituto Adolfo Lutz, telefone (11) 3068-2821:

Instituto Adolfo Lutz


Avenida Dr. Arnaldo 355
CEP 01246-902 - Cerqueira Cesar – São Paulo -SP
Setor de Receita (andar térreo do Prédio do Laboratório Central de São Paulo)
Horário de funcionamento: das 8:00 horas às 16:00 horas de 2a a 6a feira.

Ou, por depósito bancário, em nome do Fundo Especial de Despesas do Instituto


Adolfo Lutz – CNPJ 46.374.500/0045-05 no Banco Nossa Caixa
Agência 0847-8, Conta Corrente: 13-100.009-2

TRANSPORTE DAS AMOSTRAS DE SANGUE

• As amostras coletadas em outras unidades de saúde devem ser


acondicionadas e transportadas em recipientes de transporte com gelo
reciclável;
• Os recipientes de transporte devem ser adequados para manter a amostra
em temperatura de refrigeração, e devem ser identificados com o símbolo
Risco Biológico em sua parte externa;
• As amostras biológicas devem ser adequadamente fechadas e
acondicionadas para evitar vazamento e contaminação dos profissionais
durante o transporte. Sugere-se envolver as amostras em saco plástico;
• Os tubos de sangue devem ser adequadamente fixados para evitar agitação
durante o transporte. Colocar os tubos em estantes e acondicionar em
recipiente de transporte;

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• Não serão aceitas amostras para análise, que não atendam as orientações
deste manual;
• As requisições de exames devem ser acondicionadas em saco plástico
separadas das amostras biológicas.

INSTRUÇÕES GERAIS PARA COLHEITA

SANGUE
• O paciente não precisa estar em jejum.

• A coleta de sangue ou soro para análise de metais é feita por punção em


veia, exclusivamente em tubo a vácuo próprio para análise de elementos
traços, com tampa azul escura, devidamente identificado com o nome do
paciente com letra legível. Portanto, não os substitua, pois qualquer outro
tipo de tubo poderá conter substâncias que comprometem o resultado do
ensaio.

• As amostras de sangue não devem ser congeladas. A conservação deverá


ser feita sob refrigeração.

• É importante que, os tubos com anticoagulante com amostras de sangue total


sejam cuidadosamente homogeneizados, 4 a 6 vezes por inversão, logo após
a coleta, para evitar coágulos. As amostras que apresentarem coágulos não
serão analisadas e uma nova coleta deverá ser solicitada. A amostra de
sangue total coletada deve ser mantida em geladeira (temperatura de 4 - 6ºC)
e enviada ao laboratório no prazo máximo de 5 dias. Não congelar a amostra.

• Na coleta de soro, deixar o sangue coagular à temperatura ambiente e


encaminhar para o laboratório no mesmo dia, protegendo o tubo contra
vibração, agitação, inversão e calor, para evitar hemólise.

• Coletar somente um tubo de sangue ou soro, para análise de um ou mais


metais.

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URINA
• O paciente não precisa estar em jejum.

• A coleta de urina para análise de metais é feita preferencialmente em frasco


plástico descartável, tipo coletor universal, descontaminados quimicamente
fornecidos pelo Instituto Adolfo Lutz, devidamente identificado com o nome
do paciente com letra legível. Não há necessidade de conservantes.

• O Instituto não fornece os frascos para coleta de urina de 24 horas. Colher


todas as micções do dia e da noite, completando 24 horas, em frasco plástico
limpo, de preferência de primeiro uso.

• Orientar o paciente que não toque com as mãos na superfície interna do


frasco ou tampa, para evitar contaminação.

• Os frascos devem estar bem fechados e mantidos sob refrigeração, com gelo
reciclável, até a entrega no laboratório. Enviar ao laboratório no mesmo dia;
caso contrário, congelar a amostra.

• Coletar um frasco de urina para cada metal.

• No caso de exposição ocupacional a amostra de urina deve ser coletada ao


final da jornada de trabalho dos dias finais da semana (isto é, quinta ou sexta-
feira).

• Para a avaliação de exposição ambiental, coletar a 1a urina do dia, ou no


mínimo 4 horas após a última micção. Neste caso, evitar consumo de líquidos
no período de espera.

ENTREGA DOS RESULTADOS


Os resultados das análises podem ser retirados no Setor de Triagem, do Prédio da
Bromatologia e Química do Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, das 08:00 hs às
12:00 hs e das 13:00 hs às 16:00 hs, de segunda à sexta-feira, após 20 dias úteis a
contar da data de entrega do material.
IMPORTANTE: Os resultados dos ensaios realizados devem ser correlacionados
com a avaliação clínica do paciente.

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QUADRO 1: Orientações sobre a colheita, transporte e conservação


de amostras biológicas para a determinação de metais e
parâmetros para controle biológico de exposição ocupacional.

Amostra Amostragem Volume Transporte Conservação Técnica VR IBMP


analítica
urina: início da caixa de
frasco última isopor
ARSÊNIO

o
plástico, jornada da 50 mL com gelo 4a6 C HGAAS até 10 µg/g 50 µg/g
(1) (1)
descartável, semana reciclável; creatinina creatinina
tipo coletor máximo de
universal 24 horas

sangue momento da estante em


total: amostragem caixa
o (2)
tubo tampa não crítico 5 mL de isopor; 4a6 C GFAAS 5 µg/L
azul escura máximo de *
com 5 dias;
heparina não
CÁDMIO

congelar a
amostra
urina: momento da caixa de
frasco amostragem isopor
o
plástico, não crítico 50 mL com gelo 4a6 C FAAS até 2 µg/g 5 µg/g
(1) (1)
descartável, reciclável; creatinina creatinina
tipo coletor máximo de
universal 24 horas
sangue momento da estante em
total: amostragem caixa até 40
(1)
tubo tampa não crítico de isopor; µg/100mL
o
azul escura 5 mL máximo de 4a6 C GFAAS 60
(1)
com 5 dias; crianças: µg/100mL
heparina não até 10
(3)
congelar a µg/100mL
amostra
urina: momento da caixa de
CHUMBO

frasco amostragem isopor


o
plástico, não crítico 50 mL com gelo 4a6 C FAAS
descartável, reciclável; * *
tipo coletor máximo de
universal 24 horas
urina: urina 24 caixa de
frasco limpo horas: isopor
de para controle com gelo
primeiro de pacientes reciclável;
o
uso em ----- máximo de 4a6 C FAAS
tratamento 24 horas * *
de quelação.

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Amostra Amostragem Volume Transporte Conservação Técnica Valor de IBMP


analítica referência
soro: momento da estante em
tubo tampa amostragem caixa
azul escura não crítico de isopor;
sem máximo de
o
anticoagulante 6 mL 24 horas; 4a6 C FAAS
não * *
congelar a
amostra
urina: primeira urina caixa de
COBRE

frasco do dia isopor


o
plástico, 50 mL com gelo 4a6 C FAAS
descartável, reciclável; * *
tipo coletor máximo de
universal 24 horas
urina: urina 24 caixa de
frasco limpo horas isopor
o
de para fins de ----- com gelo 4a6 C FAAS
primeiro uso diagnóstico reciclável; * *
máximo de
24 horas
urina: final do caixa de
frasco último isopor
CROMO

plástico, dia de com gelo até 5 µg/g 30 µg/g


o (1) (1)
descartável, jornada 50 mL reciclável; 4a6 C GFAAS creatinina creatinina
tipo coletor da semana máximo de
universal 24 horas
sangue total: momento da estante em
tubo tampa amostragem caixa
MANGANÊS

o
azul escura não crítico 5 mL de isopor; 4a6 C GFAAS
com heparina máximo de * *
5 dias;
não
congelar a
amostra
urina: primeira urina caixa de
MERCÚRIO

frasco da manhã isopor até 5 µg/g 35 µg/g


o (1) (1)
plástico, 50 mL com gelo 4a6 C CVAAS creatinina creatinina
descartável, reciclável;
tipo coletor máximo de
universal 24 horas
soro: momento da estante em
tubo tampa amostragem caixa
o
azul escura não crítico 6 mL de isopor; 4a6 C FAAS
* *
ZINCO

sem máximo de
anticoagulante 24 horas;
não
congelar a
amostra
*não estabelecido

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13

1 o
Brasil, Leis, Decretos, etc. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Portaria n 24, de 29 de
o
dezembro de 1994. Aprova o texto da Norma Reguladora n 7 (NR-7) – Exames Médicos. Diário
Oficial da União, Brasília, 30 de dezembro de 1994. Seção I.

2
BEI – Índice Biológico de Exposição, recomendado pela ACGIH – American Conference of
Governamental Industrial Hygienists, 2003.

3
CDC, Centers for Disease Control. Screening young children for lead poisoning: guidance for state
and local public health officials. [www.cdc.gov/nceh/lead/guide/1997/pdf]. Acesso em: junho 2003.

IBMP – Índice Biológico Máximo Permitido: é o valor máximo do indicador biológico para o qual se
supõe que a maioria das pessoas ocupacionalmente expostas não corre risco de dano à saúde. A
ultrapassagem deste valor significa exposição excessiva

VR – Valor de Referência: valor possível de ser encontrado em populações não expostas


ocupacionalmente

FAAS – Espectrometria de Absorção Atômica com Chama

GFAAS – Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite

CVAAS – Espectrometria de Absorção Atômica com Gerador de Vapor Frio

HGAAS – Espectrometria de Absorção Atômica com Gerador de Hidretos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEI – Índice Biológico de Exposição, recomendado pela ACGIH – American Conference of


Governamental Industrial Hygienists, 2003.
o
Brasil, Leis, Decretos, etc. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Portaria n 24, de 29 de
o
dezembro de 1994. Aprova o texto da Norma Reguladora n 7 (NR-7) – Exames Médicos. Diário
Oficial da União, Brasília, 30 de dezembro de 1994. Seção I.

CDC, Centers for Disease Control. Screening young children for lead poisoning: guidance for state
and local public health officials. [www.cdc.gov/nceh/lead/guide/1997/pdf]. Acesso em: junho 2003.

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