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OPUS SCRIPTA: Curso Teórico e Prático de Redação para o ENEM

Com o Prof. Claudio Sousa Pereira

“O sucesso é uma consequência e não


um objetivo. ”

Gustave Flaubert.

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APRESENTAÇÃO

A redação do ENEM é e sempre foi, em todos os seus exames, fator


decisivo para a aprovação, sobretudo nos cursos mais concorridos. Fator
indispensável para a execução, a produção textual no ENEM se tornou hoje
um constitutivo de peso na obtenção de bolsas parciais ou integrais nas
faculdades e Universidades privadas ou mesmo a tão sonhada vaga nas
Universidades públicas.
Com a implacável proporção que a Teoria de Resposta ao Item (TRI)
molda as notas dos alunos, tornando-as mais homogêneas, faz com que o
candidato não alcance notas tão expressivas nas outras áreas do
conhecimento quanto na redação. Ou seja, a produção textual passou a
ser um elemento de fundamental importância em todo o certame pela
possibilidade total de alcançar nota máxima, definindo de vez o futuro do
estudante em questão, no seu sucesso profissional quando da obtenção
de sua vaga.
Nesse sentido, outros fatores entram em questão: o tempo de
duração da prova, o conhecimento técnico para lidar com um gênero que
requer treinamento e ajuste fino, o conhecimento sociodiscursivo
acumulado durante toda a vida escolar e, sobretudo, a interpretação do
tema e o planejamento para enfrentá-lo.
Há, por esse modo, uma abundância de materiais relacionados ao
direcionamento do texto desejado. Porém, na internet, apesar da fartura,
nem sempre o conteúdo encontrado é organizado ou de qualidade, ou se
mostra de forma dispersa ou até mesmo equivocada. Os módulos e
didáticos presentes abordam o gênero de maneira parcial, como também
apostam em caminhos equivocados e duvidosos. O que resta ao público,
muitas vezes, é se dobrar a interesses mesquinhos de grandes
corporações e gestores escolares que enfatizam somente o negócio,
relegando à educação um papel meramente secundário ou decorativo.
Portanto, a partir da experiência em sala de aula e de algum êxito
conseguido nela, alcançando possibilidades que jamais se esperaria
noutras condições, é que se coligiu aqui tudo que foi produzido e
executado para o sucesso do candidato, motivo o qual este manual se
destina.
Sucesso! Parabéns e obrigado por esta escolha!

NOTA BIOBIBLIOGRÁFICA
Claudio Sousa Pereira (1982, Salvador-BA) é Revisor de textos literários e Professor de
Língua Portuguesa, Literatura Brasileira/Portuguesa e de Produção Textual. Possui
experiência nas redes militar, particular e pública de ensino. Como escritor adentra-se
nas áreas da poesia, da tradução e do ensaísmo literário. Participou, dentre outros, de
projetos ligados a estes gêneros e possui alguns poemas e ensaios publicados em sites,
blogs e revistas, assim como em antologias poéticas no Brasil e Portugal. Prepara dois
livros de poemas autorais, organiza outro de poemas de autores alheios em colaboração,
além de uma tradução com poemas de autor estrangeiro, inédita em Língua Portuguesa,
a serem editados em breve. www.grandes-palavras.blogspot.com.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO–Projeto de texto, Tipologia e Modo de correção do


ENEM
CAPÍTULO I – A Competência 01 (Teoria, exemplos e exercícios)

CAPÍTULO II – A Competência 02 (Teoria, exemplos e exercícios)

CAPÍTULO III – A Competência 03 (Teoria, exemplos e exercícios)

CAPÍTULO IV – A Competência 04 (Teoria, exemplos e exercícios)

CAPÍTULO V – A Competência 05 (Teoria, exemplos e exercícios)

CAPÍTULO VI – Resumo/Quadro sinóptico das Competências

CAPÍTULO VII – Propostas Produção Textual voltados ao ENEM

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INTRODUÇÃO – Projeto de
texto, Tipologia e Modo de
correção do ENEM

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1. TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS

Os tipos são designações gerais, que dizem respeito à natureza por meio da
qual o texto estabelece sua relação com o receptor, considerando seus aspectos
sintáticos e lexicais. Num contexto geral, temos como principais tipologias:

Os gêneros, orais ou escritos, por sua vez, são as entidades vivas,


concretas, e, para além dos aspectos formais/estruturais, são caracterizados pelo
estilo e pela função sociocomunicativa, tal como receitua o saudoso linguista Luiz
Antônio Marcuschi. A notícia, o romance, o anúncio, a crônica e o artigo de opinião,
por exemplo, são gêneros.

Fica claro, portanto, que, em um mesmo gênero, podem conciliar e mesclar


diversos tipos textuais. A reportagem, por exemplo, traz elementos da narração e
da descrição. O romance, embora predominantemente narrativo, necessita de
inserções descritivas para caracterizar personagens e cenários, além de outros
tipos. Em um artigo de opinião, ainda que o objetivo central seja o
desenvolvimento de uma ideia, o autor tem de recorrer a técnicas descritivas
quando deseja apresentar ao leitor uma conjunção histórica. A redação do Enem,
por sua vez, exige a produção de um gênero específico com o
conhecimento de algumas tipologias – a dissertação argumentativa. Esta
requer do aluno um modus operandi particular, aos quais ainda poucos manuais
abordam com propriedade.

A dissertação pode apresentar até subdivisões, dentre elas, a dissertação


argumentativa. Esta, que tem como principal característica o desenvolvimento
de argumentos, apresentando normalmente mais de uma visão sobre o mesmo
tema, pontuando prós e contras de modo a produzir uma síntese final. A proposta
do Enem, em seu comando padrão, deixa claro que deseja a produção de um texto
de caráter argumentativo, modelo o qual merecerá o estudo nesse módulo.

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2. QUAIS SÃO AS PECULIARIDADES DA DISSERTAÇÃO NO ENEM?

Há muitas formas de se encerrar uma dissertação. A mais comum e


ensinada pelos manuais é a síntese, que retoma os argumentos apresentados e
produz uma conclusão opinativa. No entanto, devemos desconstruir parcialmente
esta proposição. A banca do Enem, além de demarcar o tipo textual (dissertação)
e o subtipo (argumentativa), determina de que forma deve ser feito o fechamento
do texto – por meio da apresentação de propostas claramente interventivas, de
ação/solução. E mais: que essas propostas obrigatoriamente respeitem os direitos
humanos. Como veremos, a determinação do tipo de conclusão e a exigência de
propostas de ação orienta toda a estrutura da grade de correção.

3. POR DENTRO DA GRADE DE CORREÇÃO

Em cada Competência (de 1 a 5), o candidato pode ser avaliado desde o


nível 0 (0 ponto) ao nível 5 (200 pontos), com os níveis intermediários contendo
variação normalmente entre o limiar de 40 pontos. A seguir, veremos os critérios
básicos de avaliação de cada uma dessas competências e se tecerá alguns
comentários importantes para que se possa entender melhor.

3.1 Modalidade de escrita exigida

Entende-se por modalidade escrita formal aquela que respeita as


convenções gramaticais. Nela, são avaliadas, portanto, desvios de ortografia e
de sintaxe, não havendo aceitação de erros reiterados, ou seja, que se repitam
dentro do texto. Expressões coloquiais ou termos mal cunhados podem diminuir
sensivelmente a nota final. Por fim, a estrutura sintática e os desvios serão
os pontos a serem analisados pelos corretores da redação. E a partir de 2018
adiante, as noções de desvios foram propostas um novo esquema: Falhas de
estrutura sintática, Desvios de convenção de escrita, gramaticais, de
escolhas de registro e de escolha vocabular.
3.2 Tipologia obrigatória a ser seguida, tema e repertório legitimado
Muitos candidatos acreditam que para chegar a nota máxima é necessário
apenas manter-se no tema. Contudo, a Competência 2 cobra, além do domínio
do tema, a tipologia dissertativo-argumentativa, contemplando:

E mais: embora a Banca do Enem atribua nota zero a textos com menos de
7 (sete) linhas escritas, é praticamente impossível que uma redação com
tamanha exiguidade consiga contemplar a estrutura solicitada. A otimização
minimamente plena exige que a dissertação possua pelo menos 4 (quatro)
parágrafos na execução de, no mínimo, 20 linhas escritas.

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Outro fator fundamental trata-se do chamado “argumento previsível”. Mas do


que se trata isso? Como diz o renomado professor de redação Claudio Neves,
é o argumento que não consegue ir além do senso comum, ou seja,
daquilo que é evidente por si mesmo e não necessita de aparato argumentativo.
Vale observar que, ainda, uma argumentação meramente fundada no senso
comum induzirá o candidato a produzir propostas de intervenção e
argumentações também comuns, “batidas” – o que irá prejudicar a pontuação
nas Competências 3, 4 e 5. Por fim, resume-se aqui que, para atender
plenamente a Competência 02, deve-se ter a abordagem completa do tema,
três partes do texto e um repertório sociocultural legitimado e
pertinente ao tema e com uso produtivo.

3.3 Fazendo escolhas no desenvolvimento e que impactam no texto


inteiro.

As duas palavras fundamentais nesse quesito, aqui, são projeto de texto


estratégico e autoria (texto não tangente ao tema e desenvolvimento
em todo o texto).
O Enem propõe normalmente temas que requer conhecimento em várias
áreas do conhecimento e que impõem ao aluno ter a capacidade de saber o
que é e o que não é relevante para o desenvolvimento do texto. Procure,
portanto, deixar claro que o tópico do tema é tratado em cada parágrafo,
evitando a profusão de referências difusas. Seu texto não precisa dar conta de
todas as informações disponíveis nos textos de apoio nem de todos os pontos
de vista que a proposta sugere, aquilo é opcional e sugestionável. É a
melhor que o aluno escolha dois ou três tópicos relacionados ao tema e os
desenvolva de maneira sólida, em cada parágrafo. Vale lembrar que tudo isso
deve constar no seu projeto de texto, sem o qual a redação se desenvolverá
de modo intuitivo, e normalmente, ineficaz.

3.4 Repertório de conectores no texto como um todo

Os parágrafos da dissertação não podem nem devem parecer estanques,


desconectados uns dos outros. É preciso que o corretor reconheça em um
parágrafo o desenvolvimento lógico do anterior. Para isso, o candidato
deve manejar com proficiência os conectores e os referentes. O mesmo ocorre
dentro de cada parágrafo, em que os períodos devem conectar-se de forma
fluida e coerente. Além disso, perceba que os níveis 4 e 5 (os de maior
pontuação) falam de um repertório diversificado de recursos coesivos. O
que isso significa? Significa que não basta usar conectores corretos. É
preciso variar, mostrar para o avaliador que domina diferentes conectores e
diferentes formas de construção, a fim de que possa trazer um elemento
agradável e diversificado de elementos coesivos presentes no texto.

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3.5 Como construir propostas de intervenção

É importante destacar que a pontuação cresce à medida que a proposta fica


mais consistente e completa. Os níveis 0 (0 ponto), 1 (40 pontos), 2 (80
pontos), 3 (120 pontos), 4 (160 pontos) e 5 (200 pontos) vão desde a ausência
completa de sugestões àquelas consideradas completas. Mas o que é uma
proposta de intervenção mediana? Segundo Claudio Neves, é aquela que se
vale apenas do senso comum. São as sugestões de ações genéricas e que
parecem resolver, mas não resolvem qualquer situação problema. O nível 4
(160 pontos) exige da conclusão que ela traga uma sugestão de ação articulada
à discussão desenvolvida no texto.
É bom lembrar que uma proposta de intervenção é uma sugestão de ação
no intuito de resolver os problemas apresentados no desenvolvimento.
Não importa quão criativa e bem escrita ela seja. Se não for a consequência
lógica da problemática desenvolvida na redação, o candidato perderá pontos.
O nível 5 (200 pontos) inclui o detalhamento da proposta. Resumindo: não
basta dizer o que fazer. É preciso dizer como fazer, embora isso exija grande
poder de síntese. Mais adiante se falará extensamente sobre as técnicas
necessárias para a elaboração de uma proposta de intervenção consistente,
articulada e desenvolvida. Por ora, lembramos se: Essa ideia resolve de fato
a situação-problema? É aplicável na prática? Se é fato, deve desenvolvê-
la. Além disso, agrega-se os seguintes termos: de que consiste? Quem a
executa? Como será executada?

4. ANALISANDO UM TEXTO DISSERTATIVO DE QUALIDADE

Em produção textual, o fundamental é, na dissertação, a descoberta de uma


solução ou problemática, a teoria sobre uma solução de um assunto.
o A dupla lateralidade do texto, ou seja, a macro e a microestrutura devem
ter um refinamento suficiente para que haja uma interação entre a estrutura
gramática empregada, assim como o desenvolvimento das ideias na
produção textual.
o O escrito é o denominador documental mais fiel ou menos fiel, ou
seja, o produto é o texto que o autor escreveu.
o A redação dissertativa constitui-se numa técnica ao invés da ciência, pois
não aglutina elementos teoricamente irredutíveis a um princípio em comum.
o A fórmula lógica interna, portanto, a ordem de demonstração das
ideias, o esquema de validação é tão importante quanto às teses
explícitas que o redator desenvolveu.
o A estrutura lógica da demonstração deve sempre coincidir com a ordem
linear do texto, ou seja, deve ser recomposta num sequenciamento lógico.
o A forma de elocução das mensagens, ou seja, no seu aspecto caligráfico
é imprescindível a um sucesso na descodificação e posterior interpretação
do texto.

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o Por fim, a redação é um gênero textual. Portanto, os tipos textuais


incidem na estrutura do texto. Portanto, algum aspecto narrativo ou
descritivo, assim como a exposição e a argumentação são constituintes do
texto dissertativo.
Leia a dissertação abaixo, exemplo de texto com boa qualificação e
atribuição de nota:

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Analisando o texto em questão, pode interpretar sucintamente os recursos técnicos


utilizados para atingir um padrão de escrita comparável às notas mais altas no
Enem.

Competência 01 – Nível 5.

O domínio da modalidade escrita formal apresentada pelo texto é


excelente. Não há desvios gramaticais ou de convenções a escrita. O registro
utilizado se equivale na adequação dos recursos expressivos ao gênero exigido, o
dissertativo, com estrutura sintática excelente, sem ocorrer justaposições
ou truncamentos e, no máximo, dois desvios.

Competência 02 – Nível 5.

O tema foi focalizado de forma consistente, com repertório sociocultural


legitimado, produtivo e consistente, abordando nomes e domínios
socioculturais distintos da cultura geral e da Literatura. Apresenta excelente
domínio do texto dissertativo-argumentativo, sem partes embrionárias,
com introdução com Tese (metade da linha 5 até a linha 8), desenvolvimento
convincente, e conclusão com propostas interventivas completas e desenvolvidas.

Competência 03 – Nível 5.

O texto revela autoria e defende ponto de vista de forma consistente e


organizada, com direcionamento, num projeto de texto estratégico e com uso
produtivo e trazendo dados de provas concretas, assim como recursos diversos,
tais como argumentos de autoridade, de consenso e lógicas (causa e
consequência). Estes tipos serão explicitados no capítulo correspondente.

Competência 04 – Nível 5.

As partes do texto são articuladas de forma coesa e coerente, com


recursos diversificados, também sem desvios de natureza gramatical, que viessem
a trazer alguma contradição ao que foi explicitado no texto.

Competência 05 – Nível 5.

A proposta é detalhada e relacionada à discussão desenvolvida e os agentes


envolvidos são citados (governo, sociedade, família etc.). Possui, de forma
abrangente, ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento. Estes fatores
colaboram com a Competência 02 e 03, porque estas dependem de uma
execução do gênero em todas as partes fundamentais do texto, que são a
Introdução-desenvolvimento-conclusão.

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CAPÍTULO I – A Competência 01
(Teoria, exemplos e exercícios)
COMPETÊNCIA 01

Demonstrar domínio da modalidade escrita


Emprego da Norma
formal da Língua Portuguesa
Culta
Nível 0 (0 ponto) Demonstra desconhecimento da modalidade escrita
formal da língua portuguesa.

Nível 1 (40 pontos) Demonstra domínio precário da modalidade escrita


formal da língua portuguesa, de forma sistemática,
com diversificados e frequentes desvios gramaticais,
de escolha de registro e de convenções da escrita.

Nível 2 (80 pontos) Demonstra domínio insuficiente da modalidade


escrita formal da língua portuguesa, com muitos
desvios gramaticais, de escolha de registro e de
convenções da escrita.

Nível 3 (120 pontos) Demonstra domínio mediano da modalidade escrita


formal da língua portuguesa e de escolha de registro,
com alguns desvios gramaticais e de convenções da
escrita.

Nível 4 (160 pontos) Demonstra bom domínio da modalidade escrita


formal da língua portuguesa e de escolha de registro,
com poucos desvios gramaticais e de convenções da
escrita.

Nível 5 (200 pontos) Demonstra excelente domínio da modalidade escrita


formal da língua portuguesa e de escolha de registro.
Desvios gramaticais ou de convenções da escrita
serão aceitos somente como excepcionalidade e
quando não caracterizem reincidência.

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Competência 01 – Esta Competência, na Matriz de Referência para


Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o domínio da
modalidade escrita formal da língua portuguesa no que se refere a
questões gramaticais (tanto de estrutura sintática quanto prescrição), de
convenções da escrita e de escolha de registro.

1. O TERMO REGISTRO FORMAL NA COMPETÊNCIA 01

Sendo sucinto com o nosso candidato, o termo “registro” é usado para se


fazer referência aos níveis de formalidade na língua falada e na língua escrita.
Segundo estudos linguísticos, as variações determinadas pelo uso da língua pelo
falante, em situações diferentes, são denominadas registros ou níveis de fala
(ou, ainda, níveis de linguagem).

Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do registro de escrita, o


indivíduo leva em conta, mesmo que inconscientemente, a situação de produção
da fala ou da escrita. Nesse sentido, devido a formalidade exigida para o
padrão avaliativo, a atenção à seleção vocabular, à pronúncia (no caso da
fala), à ortografia (no caso da escrita) e à estruturação das sentenças deve
adequar-se aos elementos anteriormente citados. Quanto mais formal for um ato
de linguagem, mais atenção deve ser dada à escolha lexical e à sintaxe dos
períodos, por exemplo no excerto de redação dissertativa do ENEM abaixo:

Na redação do Enem, a escolha de registro é analisada no âmbito da


Competência 01, que, segundo a Matriz de Referência para Redação, avalia o
domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Ao elaborar
sua redação, o participante deve atentar para a escolha do registro a ser
usado em seu texto, uma vez que o comando da proposta de redação requer
que se use a modalidade escrita formal da língua portuguesa. Contudo, tal como

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é insistentemente dito pelos especialistas na área, salienta-se que não se trata


de proibição do registro informal, mesmo porque, nessa etapa da escolarização
da maioria dos participantes (final do ensino médio), o uso formal e o informal da
língua ainda são uma questão não muito bem definida para eles.

É importante, porém, salientar que a partir do ENEM 2018, o emprego


eventual de trechos que configurem registro Informal pode acarretar,
necessariamente, diminuição da nota da redação no que se refere à Competência
01 e 02, como pode ser visto no exemplo abaixo:

No trecho vemos uma estrutura sintática coloquial, entretanto, caso a


informalidade esteja presente em todo o texto, afetando as características
do gênero textual solicitado, isso prejudicará a nota na Competência 01 e 02, a
qual avalia, além da compreensão da proposta e do desenvolvimento do tema, a
estrutura do texto dissertativo-argumentativo.

Por que prejudica a Competência 02? O que se pede, razoavelmente, é


que o nível de argumentação contenha o mesmo nível de expressão escrita ou
esteja correlacionado, com estrutura sintática excelente e sem desvios. Reitera-se
aqui, caro candidato, que a presença de registros informais levará a perda
de pontos na Competência 01.

O grau de formalidade dos registros linguísticos constitui-se a partir da


escolha lexical e da organização sintática das sentenças. Em vista disso, o
emprego de gírias (“cara”, “encher o saco”, “quebrar a cara”), de jargões (como o
“internetês”), de palavras reduzidas (como “tá” em lugar de “estar”, “cê” em vez
de “você”, ou “pra” em vez de “para”), de verbos de sentido muito geral (“dar”,
“ter”, “fazer”, “achar”), em lugar de verbos de sentido mais exato, e de expressões
típicas da oralidade (“bem”, “veja bem”, “entendeu?”) bem como a estruturação
sintática típica da língua oral atribuem informalidade ao texto, ao passo que o
emprego de vocabulário rico e variado atribui ao texto mais formalidade.

A partir disso, trata-se de algo absolutamente normal de um candidato,


exposto diariamente a conteúdos fronteiriços à fala quotidiana, traga no seu texto
elementos que sejam considerados coloquiais. Entretanto, sabemos que tais
fatores não podem ser estigmatizados. Em qualquer língua, a escrita apenas
aparece após o desenvolvimento e efetivação da língua falada.

Alguns fatores, em parte pelo impacto massacrante da linguagem


padronizada das comunicações de massa, em parte pela penetração dissolvente

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de um número excessivo de gírias de curta duração, podem levar o aluno a não


perceber, em contraste, a sucessividade da fala da simultaneidade do
escrito. Num escrito completo, todas as palavras estarão ao mesmo tempo, de
modo que, ao escrever os antecedentes, é preciso ter já em vista as
consequentes e, depois de escritas estas, conferi-las com os
antecedentes. Na linguagem oral, esta coesão é geralmente negligenciada, e, ao
transpor para a atividade de redação os hábitos da fala, o aluno pode perder a
eficácia da comunicação.

Para isso, outra dimensão que precisa ser melhor exposta é a relação entre
fala e escrita, para se ter uma noção mais detida de cada espaço ao qual se deve
notar.

OBSERVE ATENTAMENTE OS QUADROS ABAIXO

A Competência 01 deve ser analisada com base nas estruturas


sintáticas empregadas no texto, que se sobrepõe a análise dos desvios.
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Problemas de pontuação específicos — vírgula em lugar de ponto, ausência


de vírgula para separar termos adverbiais, entre outros — são avaliados na
Competência 01. Por isso, essa competência normalmente se torna a mais
impeditiva de o candidato tirar nota 1.000 no exame.

Outro fator a ser observado são os problemas de pontuação e de emprego


de conectores quando não comprometam a coesão textual, o participante
deverá ter nota subtraída apenas na Competência 01.

2. A ESTRUTURA SINTÁTICA COMO FATOR DE AVALIAÇÃO

Vamos aqui observar, à luz das retificações das mudanças corretivas a


serem implementadas no ENEM 2020, as questões que devem ser consideradas
na avaliação da Competência I que é a escrita formal da Língua Portuguesa.
Esta escrita formal pressupõe um conjunto de regras e convenções
gramaticais estabelecidas ao longo do tempo. Portanto, é importante
enfatizar que aqui estamos tratando da escrita formal, uma vez que é a escrita
mais adequada a textos dissertativo-argumentativos, além da exigência da banca
de avaliação:

Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal


da Língua Portuguesa

(0) Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da Língua


Portuguesa.
(1) Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes
desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
(2) Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de
convenções da escrita.
(3) Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de
convenções da escrita.
(4) Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de
convenções da escrita.
(5) Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções
da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não
caracterizarem reincidência.

Assim, ao analisarmos as redações nessa competência, devemos atentar,


profundamente, aos seguintes aspectos: a estrutura sintática e a presença de
desvios.

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o Com relação à estrutura sintática, devemos observar de que forma o


participante constrói as orações e os períodos de seu texto,
verificando se eles estão completos, se contribuem para a fluidez da
leitura, entre outras questões de ordem sintática.
o Já no que diz respeito aos desvios, estes são determinados pelo que
preconiza a gramática normativa.

Portanto, caro aluno, estes dois aspectos serão avaliados em


separado, o que impede de existir níveis diferentes dos cinco usualmente
utilizados, para simular dois corretores, uma vez que se houver a avaliação da
redação na Competência 1 em dois níveis diferentes, prevalece o nível mais
baixo dentre esses níveis avaliados.
Na avaliação da Competência I, compreendamos a que se referem os
níveis precário, insuficiente, mediano, bom e excelente de domínio da
escrita formal da Língua Portuguesa, previstos, respectivamente, nos níveis
1, 2, 3, 4 e 5 da Matriz de Referência para Redação do Enem, bem como o que é
o desconhecimento total da expressão formal na modalidade escrita, que
corresponde ao nível 0.
E nesse ínterim, considere estes dois aspectos: estrutura sintática e
desvios.

o Imagine um participante apresentado dificuldade com a grafia das


palavras, com as regras de concordância previstas pela norma-padrão,
mas ele consegue formar períodos completos e corretamente
estruturados.
o Ou outro participante pode não ter facilidade para formar períodos,
comprometendo a fluidez da leitura de seu texto, embora consiga
grafar as palavras e acentuá-las segundo as regras de convenção da escrita;
o Ou também aquele que comete desvios bem pontuais e que demonstra
destreza no uso de orações intercaladas e inversões sintáticas;

Contudo, a diretriz muito importante é para o fato de que textos que


tenham características de dois níveis diferentes da grade específica da
Competência I serão avaliados no nível inferior.

Vejamos o exemplo abaixo: primeiramente, a estrutura sintática


deficitária é claramente identificável quando as diversas falhas de
estrutura sintática interferem na fluidez da leitura do texto. Trata-se de
textos ao longo dos quais interrompemos a leitura em certa altura e retomamos
de um ponto precedente, porque a compreensão foi prejudicada por um ponto
final indevido ou pela falta dele.
Exemplo:

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A estrutura sintática regular ou boa será determinada por um texto em


que, embora haja fluidez de leitura, verificam-se algumas falhas. A
diferenciação entre estrutura sintática “regular” ou “boa” vai se dar, assim, pela
quantidade dessas falhas segundo o conjunto textual apresentado pelo
participante. Aqui, temos uma diretriz importante: textos que apresentam
predominância de parágrafos formados por um único período deverão ser
considerados textos de estrutura sintática regular (característica do nível 3).

Sintetizando, a Estrutura sintática deficitária é aquela em que


sistematicamente os aspectos sintáticos estão desestruturados, ou seja,
num todo; A diferença entre Estrutura sintática regular e boa refere-se a
quantidade razoável de quebras entoacionais na regular e a pequena
quantidade na Estrutura boa, de modo que a fluência e complexidade dos
períodos, com orações subordinadas presentes, é maior.
Exemplo:

Uma estrutura sintática excelente admite uma única falha e, além disso, é
caracterizada por um texto com complexidade constante na construção dos
períodos, com orações intercaladas, subordinações e até mesmo inversões,
que revelam bom domínio da escrita no que tange à organização no interior dos
períodos.
Com isso, um texto formado apenas por períodos construídos de
maneira simplória não poderá ser avaliado como “estrutura sintática
excelente”, mas “boa” (característica do nível 4), ainda que não apresente
falhas de estrutura sintática.
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3. PARADIGMA DOS NÍVEIS DA COMPETÊNCIA 01

Nos níveis 0 e 1, o participante revela pouco domínio da modalidade


escrita formal da língua portuguesa. Apresenta tantos erros de sintaxe e de
convenção da escrita que a compreensão das ideias fica comprometida.

O nível 2 é o primeiro abaixo do que consideramos como minimamente


aceitável para o aluno concluinte de Ensino Médio. O texto de nível 2
apresenta uma organização sintática que permite a compreensão "global" das
ideias do texto, ainda que haja um ou outro trecho de compreensão mais
dificultada.

No nível 1, a compreensão global é prejudicada grandemente pelo fato de


a organização sintática apresentar falhas tão graves que impedem ou dificultam
bastante a comunicação das ideias. Por sua vez, no nível 3, os períodos do texto,
de maneira geral, são bem estruturados e as ideias são transmitidas com clareza,
mas ainda ocorrem alguns problemas na construção dos períodos (como uma ou
outra oração incompleta).

No nível 4, o participante demonstra estar acima desse padrão mínimo. Na


redação desse nível, as estruturas sintáticas são mais elaboradas, e o texto
costuma apresentar períodos mais extensos, formados por orações completas.

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Contudo, numa expressão bem clara, só é capaz de construir períodos


compostos extensos e bem estruturados o falante que domina bem as
regras da língua escrita. Quem não tem esse domínio pode até produzir
períodos longos, mas, em geral, perde a linha de raciocínio ou faz estruturas
truncadas, além de apresentar desvios de pontuação ou de conectores.

4. O NÍVEL MAIS ALTO DA COMPETÊNCIA 01 (NÍVEL 5)

Nível em que há excelente domínio da modalidade escrita formal da


língua. É o nível em que a última fronteira para a nota 1000 no exame se
apresenta. Nesta competência deve-se observar dois aspectos: a estrutura
sintática com apenas, no máximo, uma falha e a presença mínima de
desvios (gramaticais, de convenções da escrita, de escolha de registro e de
escolha vocabular). Neste nível, erros são aceitos somente como
excepcionalidade – e sem reincidência. Sintaxe sem truncamentos, leitura
fluida, reprodução das ideias com clareza.

Serão admitidos, enquanto desvios, apenas:

(1) Apenas dois erros de convenção de escrita, ou;

(2) Apenas dois desvios gramaticais, ou;

(3) Um erro de convenção de escrita e um desvio gramatical.

(4) Precisão do vocabulário utilizado e escolha de registro formal.

Mas, o que são os desvios de convenção de escrita e gramaticais?

Desvios de convenção de escrita: Desvios de ordem gramatical:

o Ortografia e acentuação; o Concordância verbal e nominal;


o Translineação; o Regência verbal e nominal;
o Afastamento de margens laterais; o Má estruturação sintática;
o Uso de crase. o Uso geral de pontuação.

No texto a seguir, de um ex-aluno do meu curso, o candidato atingiu nota


960 na redação. A nota descontada se deu na Competência 01, ao qual por
pouco não se atingiu a completude do nível 05. Saberia descobrir qual desvio de
convenção gramatical ou de escrita ele cometeu?

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5. PRINCIPAIS ASPECTOS E TÓPICOS GRAMATICAIS E DE CONVENÇÃO


DE ESCRITA

Na Língua Portuguesa, a ordem considerada natural da organização de uma


oração é a chamada “ordem direta”. O quadro abaixo, extraído de uma banca
preparadora de concursos, revela o exemplo óbvio que seria exposto aqui.

Sendo assim, caro candidato, na ordem direta não cabe a utilização da


vírgula. Esta somente deve ser usada quando a ordem natural da língua é
alterada ou complementada intercaladamente por outros termos. E a ordem
da língua portuguesa é o que se verifica na imagem acima, ainda que alguns
escritores subvertam a ordem através do uso criativo do idioma. Eles podem!
É o que se pode constatar no quadro abaixo, como regras que devem ser seguidas.
Cada problema que surge, por uso indevido ou excessivo (quando não há
necessidade) configura-se como desvio gramatical, tal que, com a reiteração,
faz com que haja penalização da nota na Competência 01.

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4.1 O uso de vírgula

Essencialmente, a vírgula é essencialmente um marcador de função


sintática. A vírgula é o sinal de pontuação mais cobrado na Competência 01 e o
que contém mais regras. A sua presença ou omissão altera sintática e
semanticamente o texto:

Atente-se as principais regras de uso da vírgula. De modo geral, “marcar”,


“separar” e “isolar” serão sinônimos, embora “isolar” geralmente signifique mais
especificamente que o termo está entre vírgulas ou sinal que as substitua. Do
mesmo modo, “deslocado” significa que o termo está fora da posição
tradicional, pode ser sinônimo de “anteposto”, se estiver antes do verbo ou
oração a que se refere, e “intercalado”, se estiver entre termos, no meio.

Esse é o vocabulário mais tradicional. Na sequência teremos tópicos com as


principais finalidades das vírgulas. Os adjuntos adverbiais expressam
circunstância relacionada à ação verbal, como tempo, modo, motivo,
condição, concessão, instrumento, finalidade. Podem vir na forma de orações
subordinadas adverbiais, introduzidas pelas conjunções subordinativas adverbiais
(quando, embora, porque, como, conforme, à medida que, na medida em que,
para que, tanto...que). Então, essa regra vale para orações subordinadas
adverbiais e termos adverbiais.

Nem sempre o candidato saberá classificar exatamente qual é a


circunstância. Mas é importante lembrar que ela se referirá ao modo que o verbo
é praticado. Na ordem direta, os termos e orações adverbiais normalmente
vêm ao final. Se deslocados, como regra, devem vir separados por vírgula:

Ex: Vou fazer pregação na casa de minha namorada. (adjunto na posição final)

Ex: Na casa de minha namorada, vou fazer pregação. (adjunto deslocado)

Ex: Vou fazer, em casa, pregação até a madrugada. (adjunto deslocado)

Ex: Inscrevi-me no concurso sem pensar muito. (adjunto na posição final)

Ex: Sem pensar muito, inscrevi-me no concurso. (adjunto deslocado)

Ex: Inscrevi-me, sem pensar muito, no concurso. (adjunto deslocado)

Se o adjunto adverbial vier fora de sua posição natural, mas for uma
expressão simples e curta, de pequena extensão (um advérbio, por exemplo), a
vírgula é facultativa. Se for um adjunto adverbial longo, a vírgula é obrigatória.

Existe muita polêmica e subjetividade sobre o que seria longo ou curto. Para
aprova, leve a opinião majoritária, que é confirmada pela Academia Brasileira
de Letras: adjunto curto é aquele que tem até duas palavras; três palavras ou
mais forma um adjunto adverbial longo, que deve ser obrigatoriamente separado
por vírgula quando for deslocado.

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Ex: Hoje (,) vou escrever duas redações dissertativas. (vírgula facultativa)
Ex: Amanhã (,) vou para a ilha de Itaparica. (vírgula facultativa)
Ex: De tarde (,) quero namorar... (vírgula facultativa)
Ex: Depois de muito esforço e sacrifício (,) ela conseguiu. (Vírgula obrigatória)
Ex: Embora fosse impossível (,) cheguei até aqui. (Vírgula obrigatória)
Ex: Se tudo der certo (,) vou passar no concurso. (Vírgula obrigatória)

Reitero: a função da vírgula de separar orações adverbiais deslocadas


(antepostas, intercaladas) é muito cobrada em prova, especialmente com orações
reduzidas. Oração deslocada pede vírgula.

Isso ajuda a entender o uso da vírgula nas orações compostas. No Período


composto por coordenação: as orações coordenadas normalmente devem
sempre ser separadas por vírgula.

Orações coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também),
usa-se vírgula quando a oração seguinte possui novo sujeito. Outros exemplos de
alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...),
conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque, pois) se faz uso também. Segue
um exemplo abaixo:

Por sua vez, no período composto por subordinação, devemos prestar


atenção: Oração Subordinada Substantiva: não se separam por vírgula. As
orações subordinadas substantivas são a que exercem a função de sujeito, objeto
direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal, e como
sabemos, elementos dentro da estrutura natural da língua não se usa
vírgula.
Só há uma exceção: as orações subordinadas substantivas apositivas
podem ser separadas por vírgulas, travessão ou dois pontos:

Na Oração Subordinada Adjetiva: só a explicativa é separada por


vírgula; a restritiva não! As orações subordinadas adjetivas são as iniciadas por
um pronome relativo.

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No exemplo abaixo, extraído de texto de ex-aluno, a maioria dos “quês”


usados são restritivos:

Na Oração Subordinada Adverbial: devem ser separadas por vírgula


quando estiver no início ou no meio do período. Se estiver ao final, a vírgula
será opcional.
No trecho que segue, de um ex-aluno, há duas orações subordinadas
adverbiais na linha 09 (Contudo, mesmo que...) encaixada com vírgula e a
expressão “já que”, na linha 07 encaixada com o uso de vírgula:

4.2 O uso de crase

Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais


idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a e
com o a do início de pronomes.
Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado
por intermédio da presença do acento grave, também chamado de acento
indicador de crase. O não uso do elemento quando se pede ou o contrário
indicará ao avaliador a consideração de um desvio gramatical.
Para usar corretamente o acento grave, é necessário compreender as
situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido. Aprender a colocar o acento
depende, principalmente, da verificação da ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome.

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Assim sendo, iremos relembrar tão importante elemento constitutivo na


nossa língua, o que já impediu muita gente de conseguir a tão esperada nota
1.000 no exame:

1) A crase deve ser empregada apenas diante de palavra feminina:

Essa é a regra básica para quem quer aprender mais sobre o uso da crase.
Caso você fique em dúvida sobre quando utilizar o acento grave, substitua a
palavra feminina por uma masculina: se o “a” virar “ao”, ele receberá o
acento grave. Exemplos:

Os poetas foram à Academia para assumirem o cargo vitalício.

Substitua a palavra “Academia” pela palavra “Silogeu”:

Os poetas foram ao Silogeu para assumirem o cargo vitalício.

2) Utiliza-se a crase em expressões que indiquem hora:

Iniciaremos os estudos de redação do dia às 8h.


O aumento da taxa de juros foi anunciado às 21h.
Estudaremos a nova disciplina das 17h às 17h30min.

3) Antes de locuções adverbiais femininas que expressem ideia de


tempo, de lugar e de modo:

Às vezes somos aprovados pelo SISU antes do previsto.


Ele estudou às pressas para chegar ao que desejava.

4) Na maioria das vezes, a crase não ocorre diante de palavra


masculina:

O pagamento do curso foi feito a prazo.


Os jagunços correram a cavalo para fugir do crime.

Curiosamente, existe um caso em que o acento indicador de crase pode


surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá quando a expressão “à
moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:

Ele cantou a canção à Zezé di Camargo e Luciano. (Ele cantou a canção à moda de Zezé
di Camargo e Luciano).
Ele fez um gol à Neymar. (Ele fez um gol à moda de Neymar).

5) Casos em que a crase é opcional:


Antes de pronomes possessivos e depois da palavra até:
Eu devo satisfações à (ou a) minha equipe de trabalho.
Os servidores foram até à (ou a) praça dos tribunais para reivindicarem seus direitos.

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4.3 Alguns tópicos sobre as mudanças ortográficas advindas do Novo


Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – AOLP

Para iniciarmos, miramos para o nosso Alfabeto. Nosso alfabeto agora tem
26 letras. Paradoxalmente se retoma a aspectos que já existiram em acordos
anteriores, que foram a reintrodução das letras k, w e y:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXY

Usam-se as letras k, w e y em diversas situações:

a) Empregam-se em abreviaturas e símbolos, bem como em palavras estrangeiras de


uso internacional;
b) Na escrita de palavras e nomes estrangeiros (incluindo-se seus derivados).
c) Foneticamente o k é substituído por qu antes de e e i, e por c antes de qualquer
outra letra: breque, caqui, faquir, níquel, caulim etc.; por outro lado, o k é sempre
uma consoante, assim como o c antes do a, o, u e o dígrafo qu de querido;
d) o w substitui-se, em palavras portuguesas ou aportuguesadas, por u ou v,
conforme o seu valor fonético: sanduíche, talvegue, visigodo, etc.; o w,
foneticamente, é uma vogal ou semivogal pronunciado como u em palavras de
origem inglesa: watt-hora, whisky, waffle, Wallace, show.
e) É consoante pronunciado como “v” em palavras de origem alemã: Walter, Wagner.
O y é um som vocálico pronunciado como i com função de vogal ou semivogal:
Yard (jarda).

O quadro abaixo esquematiza as funções exercidas e traz alguns exemplos:

4.3.1 o uso do trema

O novo acordo ortográfico trouxe uma grande mudança: nos grupos gue,
gui, que, qui, o trema desaparece. No quadro abaixo sintetiza o seu uso:

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4.3.2 Uso de alguns prefixos

Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Não
se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que
se inicia o segundo elemento.

O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo


quando este se inicia por o. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se as letras. Quando o prefixo
termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma
vogal. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante da palavra iniciada
por m, n e vogal.

Exemplos: circum-navegação, pan-americano.

Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo


elemento começar por vogal.

Exemplos: superinteligente, hiperacidez, hiperativo, interescolar,

Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
sempre o hífen.

Usa-se o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e


mirim.

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se


combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares.

Exemplos: ponte Salvador-Itaparica, eixo Rio-São Paulo.

Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de


composição.

Exemplos: Mirassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé,


passatempo.

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O quadro é complementado abaixo:

4.3.3 Regras de acentuação

A Língua Portuguesa utiliza os sinais de acentuação para identificar a sílaba


tônica (oxítona, paroxítona ou proparoxítona), a sonoridade da vogal (aberta,
fechada ou nasal) ou indicar a crase. Os quatro acentos presentes em nosso idioma
são:

Agudo (´): indica vogal tônica aberta;


Grave (‘): indica a ocorrência de crase;
Circunflexo (^): indica a vogal tônica nasal ou fechada
Til (~): indica a nasalidade em vogais a e o.

Levam acento agudo ou circunflexo os monossílabos terminados nas vogais


tônicas, abertas ou fechadas:

4.3.4 Oxítonos

Levam acento agudo ou circunflexo os oxítonos terminados em:

a(s): cajás, vatapá, Amapá, Pará;


e(s): você, café, pontapé, Igarapé;
o(s): cipó, jiló, avô, pivô, dominó;
em, ens: também, ninguém, armazéns, vinténs;

Ditongo crescente ei(s), eu(s), oi(s) (acentua-se a primeira vogal quando


abertos ou tônicos): papéis, heróis, chapéus, anzóis.

4.3.5 Paroxítonos

Levam acento agudo ou circunflexo os paroxítonos terminados em:

i(s): júri, lápis, táxi(s), tênis;


us: vênus, vírus, bônus;
r: caráter, revólver, éter, açúcar;
l: útil, amável, nível, têxtil;
x: tórax, fênix, ônix;

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n: éden, hífen (no plural é sem acento: edens, hifens);


um, uns: álbum, álbuns, médium, médiuns;
ão(s): órgão, órfão, órgãos, órfãos;
ã(s): órfã, irmã, órfãs, irmãs;
ps: bíceps, tríceps, fórceps;
om, on(s): iâmdom, rádon, rádons, nêutron, elétrons.

4.3.6 Proparoxítonos

Todos os proparoxítonos levam acento agudo ou circunflexo: cálido, pálido,


sólido, cômodo, carnívoro, herbívoro, cátedra, tônico.

Um quadro representativo sobre a regra pode ser visto abaixo:

4.4 Uso de pronomes O, A, OS, AS

Em todas as descrições gramaticais, esses pronomes podem exercer duas


funções sintáticas em orações: objeto direto e sujeito acusativo.

Entretanto, aqui, enfatizaremos a forma de utilizá-los em seus textos nos


chamados “verbos pronominais”, porque é a forma mais impactante nos textos
dissertativos.

Para isso, devemos atender a duas regras básicas:

1) Para verbos com terminações em R, S ou Z, utilizam-se as


terminações LO, LA, LOS, LAS;
2) Se houver sinal de nasalização, utilizam-se as terminações NO, NA,
NOS, NAS.

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Vejamos alguns exemplos na tabela abaixo:

Administrar os dados Administrá-los.


Compreender a situação Compreendê-la.
Compor a equipe de auditores. Compô-la.
Resistir a presença dos fatos Resisti-la
Distribuir o conhecimento. Distribuí-lo.
Punir os corruptos. Puni-los.
Atrair as bonificações. Atraí-las.
Quis a aplicação da lei. Qui-la.
Fiz as propostas. Fi-las
Anunciaram a renúncia. Anunciaram-na.
Propõe as observações. Propõe-nas

4.5 Translineação

Aqui vai uma orientação que poucos dominam, pois, seu uso inadequado é
recorrente em provas de concursos públicos e, consequentemente, em redações
dissertativas do Enem. Quem nunca escreveu um texto e, ao final da linha, a
palavra completa não coube e você se fez as seguintes perguntas:

1. Como devo separar a palavra?


2. Devo utilizar o hífen ao lado, acima ou abaixo?
3. Devo repetir o hífen na linha subsequente?
4. E se a palavra já possuir hífen?

Saiba que há uma regra a ser seguida quando o candidato estiver diante
dessa situação, a qual denominamos de regra de translineação. Translineação é
a quebra de uma palavra ao final de uma linha, quando ela é muito extensa
para se ajustar ao espaço disponível. Nesse caso, apenas parte da palavra é
grafada nessa linha, juntamente com um hífen ao seu final, para indicar que o
restante da palavra continua na linha seguinte.

Saiba que o uso privativo para separar sílabas é o hífen. Não é o travessão
nem o underline! O uso equivocado e repetido leva a corte de escore por desvio!

No espaço vermelho é uma indicação de que não poderá deixar sem


preencher, sob pena de se transformar num desvio de convenção de escrita.

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5. CARACTERÍSTICAS ELEMENTARES DO VERBO “HAVER” E “EXISTIR”

O verbo “haver”, quando empregado no sentido de existir/ocorrer, possui


algumas características essenciais:

1. É impessoal (a oração não apresenta sujeito);


2. A impessoalidade do verbo principal (haver) atinge o verbo
auxiliar da oração;
3. O verbo é Transitivo Direto.

Observe, pelo exemplo abaixo, uma regra clássica que devemos levá-la à risca.
Exemplo:
Haverá muitas aprovações no próximo Exame Nacional do Ensino Médio.
(certo)
Haverão muitas aprovações no próximo Exame Nacional do Ensino Médio.
(errado)
Contudo, um erro bastante comum não é a conjugação do verbo “haver”, mas a
conjugação dos verbos auxiliares que o acompanham.
Vejamos os exemplos a seguir:
Disfunções graves devem haver em muitas nações. (errado)
Disfunções graves deve haver em muitas nações. (certo)

Algumas considerações:
a) Como o verbo é Transitivo Direto, há a presença do Objeto Direto
(disfunções graves);
b) Tome cuidado para não cair na tentação de fazer o Verbo Auxiliar
(deve) concordar com o Objeto Direto, pois o verbo deve sempre
concordar com o sujeito. Como não há sujeito, o verbo ficará no
singular.

5.1 Características do verbo “existir”


O verbo “existir” possui três características essenciais:

1. É pessoal (a oração apresenta sujeito);


2. A pessoalidade do verbo principal atinge o verbo auxiliar da
oração;
3. O verbo é Intransitivo.
Disfunções graves devem existir em muitas nações.
Perceba que agora nossa oração possui sujeito e o verbo auxiliar deve atuar:

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6. QUADRO SINÓPTICO FINAL DA COMPETÊNCIA 01

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7. PRODUÇÃO TEXTUAL – ANÁLISE DE REDAÇÃO – EXERCÍCIOS


1) Leia e releia os textos abaixo, indicando nele através de sublinhados a quantidade de:
a) Desvios de convenção de escrita e de registro
b) Desvios gramaticais e de escolha vocabular
c) Quantifique a quantidade de falhas gramaticais (Justaposição e Truncamento sintático)
2) Retifique a pontuação na dissertação abaixo, no que tange ao uso de vírgulas e pontos.
3) Faça a acentuação com o acento agudo (´), grave (`) e circunflexo (^) nos léxicos que
necessitem obrigatoriamente de uso.

TEXTO 01

A violência contra a mulher no Brasil, tem apresentado aumentos significativos nas


últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o numero de mortes por essa
causa aumentou em 230% no periodo de 1980 a 2010. Alem da fisica, o balanço de 2014
relatou cerca de 48% de outros tipos de violencia contra a mulher, dentre esses a psicologica.
Nesse âmbito pode-se analizar que essa problematica persiste por ter raízes históricas e
ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se
dá porque ainda no século XXI existe uma espécie de determinismo biológico em relação das
mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se
mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, pregam que o sexo feminino tem a função social
de se submeter ao masculino independentemente de seu convívio social capaz de construir um
ser como mulher livre. Dessa forma os comportamentos violentos contra as mulheres são
naturalisados, pois estavam dentro da construcão social advinda da ditadura do patriarcado.
Consequentemente, a punissão para este tipo de agreção é dificultada pelos traços culturais
existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a
ideologia da superioridade do genero masculino em detrimento do feminino reflete no
quotidiano dos brasileiros. Nesse viés as mulheres é objetificadas e vistas apenas como fonte de
prazer para o homem, e é ensinadas desde cedo a se submeterem a eles e a serem recatadas.
Dessa maneira constrói-se, uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo em se
expressar por estar sob a constante ameaça em sofrer violência física ou psicologica de seu
projenitor ou companheiro. Por conseguinte o número de casos de violência contra a mulher
reportados às autoridades e aos cidadões é baixíssimo, inclusive os de reincidencia.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam
a erradicação da violência contra a mulher no país, para que essa erradicação seja possivel, é
necessário que as mídias deixe em utilizar sua capacidade de propagação de informação para
promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais
para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo
criem um projeto de lei para aumentar a punissão de agressores para que seja possível diminuir
a reincidência. Quem sabe assim o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia
para o Brasil.

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O texto abaixo revela domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua


portuguesa. Há certa organização sintática, porém com muitos desvios, tais como
de concordância, de pontuação, de construção do período, de acentuação e de
grafia. Além disso, observam-se problemas de segmentação de palavras. A partir
da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, execute algumas tarefas:

7) Identifique todos os desvios do texto abaixo, mostrando qual tipo de desvio se estabelece;
8) Reescreva as frases de acordo com a norma de escrita padrão da língua.
9) Refaça o texto em formato de uma redação dissertativa respeitando o conteúdo e a
estrutura do texto em questão.

devetomos proibir qual quer tipode pubricões sobre as crianças sím e encentivar aserem
mas crianças de vémos purnír atos asím devemos ter mas apoios da educacão críaça que talvez
asím com ajuda dos país e escola tão ves seja umas das inciativás pratudo ísio quem saibe se
críasemos um típos de leilis que ponicem as pessoas que cossome moderado de ses tipos de abuso
nos nossos días días devemos críar mes que encentivara criança asim crianças ensentivem dos
nossos governantes de alagar entres os país.
Em quanto mercado publicitário construído buse de vários produto e quem cada dia
vem, anunciador sua empresas que as crianças tornadas consumidores seus produtos.
Precisamos de uma política defendem as crianças do mercado de exploração divulgação
de Produtos, para publicidade infantil. Além que sua empresas cada propaganda dirigidas
produtos infantís, considerando que não e necessario recomençar de outras forma
So vem querendo abusos publicidades seria, tipo politica publica dos governo estabelecer
reais Leis para ser controle de várias empresas cuitadas no texto.
É fator de controle pelo conselhos de Direitos da Criança e Adolcente. Atenção que o
abuso publicidade predomina no Brasil diferentes nos outros Paises.
A mais indice de produto e serviços e forma muito grandes pelos fabricantes de formas
de controlar entendimento evitar abuso.

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CAPÍTULO II – A Competência 02
(Teoria, exemplos e exercícios)
COMPETÊNCIA 02

Compreender a proposta de redação e aplicar


TEMA E TIPOLOGIA
conceitos das várias áreas de conhecimento
para desenvolver o tema, dentro dos limites
estruturais do texto dissertativo-argumentativo
em prosa.

Nível 0 (0 ponto) FUGA DE TEMA ou NÃO UTILIZAÇÃO DO GÊNERO


PRESCRITO (Anulação da Redação no ENEM)

Nível 1 (40 pontos) Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou


demonstra domínio precário do texto dissertativo-
argumentativo, com traços constantes de outros
tipos textuais.

Nível 2 (80 pontos) Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos


textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente
do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo
à estrutura com proposição, argumentação e
conclusão.

Nível 3 (120 pontos) Desenvolve o tema por meio de argumentação


previsível e apresenta domínio mediano do texto
dissertativo-argumentativo, com proposição,
argumentação e conclusão.

Nível 4 (160 pontos) Desenvolve o tema por meio de argumentação


consistente e apresenta bom domínio do texto
dissertativo-argumentativo, com proposição,
argumentação e conclusão.

Nível 5 (200 pontos) Desenvolve o tema por meio de argumentação


consistente, a partir de um repertório sociocultural
produtivo e apresenta excelente domínio do texto
dissertativo-argumentativo.

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A COMPETÊNCIA 02 trata dos elementos essenciais da produção textual,


ou seja, o tema e o tipo de texto. É avaliado também como o participante
se apropria da proposta de redação — aplicando conceitos de várias Áreas
de Conhecimento para desenvolver o tema de forma plena e consistente
—, bem como do texto dissertativo-argumentativo, demonstrando
conhecimento sobre os limites estruturais da tipologia textual em prosa.

A Competência 02 é uma das mais importantes dentre todas, uma vez que
a ela atribui-se o gênero utilizado e o entendimento do tema. Por isso, não tem
Nível 0, uma vez que corresponde às situações de Fuga ao tema e não
atendimento ao tipo textual.

1. OBSERVANDO A ABORDAGEM DO TEMA:

Considera-se forma de afastamento do tema a abordagem parcial,


desviando-se do tema realmente aceitável, realizada somente nos limites
do assunto mais amplo a que o tema está vinculado, deixando em segundo plano
a discussão em torno do eixo temático objetivamente proposto.

1.1 O QUE É TANGÊNCIA? São os textos que apenas resvalam no tema.


A tangência ao tema caracteriza-se por uma abordagem incompleta dos elementos
relacionados a ele.
o FICA A DICA: Verifique sempre as 2 (duas palavras-chave) diretamente
retirada da proposta para evitar a fuga ao Tema; expressões correlatas
e sinônimos serão considerados como integrantes à proposta.

1.2 O QUE É PARTE EMBRIONÁRIA? No texto dissertativo-argumentativo ocorre a


parte embrionária quando ou a introdução ou a argumentação ou a conclusão é
muito curta devido a sua pouca produção. Nesse sentido, um texto pode ter 1 ou
2 partes embrionárias, o que deve ser evitado pelo candidato.

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2. AVALIAÇÃO DO TIPO TEXTUAL E VERIFICAÇÃO DOS NÍVEIS

 São aspectos relacionados à estrutura do texto dissertativo-argumentativo.


A primeira observação é verificar se a redação é composta por palavras
justapostas, o que caracteriza o aglomerado de palavras do
descritor no nível 1. Trata-se de textos precários e raros, que,
geralmente, também são avaliados nos níveis mais baixos das demais
competências.
o Outra possibilidade de avaliação da redação no nível 1 é a presença de
traços constantes de outros tipos textuais, isto é, se a redação
apresenta muitas marcas ou características de outros tipos textuais.
o Se a redação possui partes embrionárias, embora a redação apresente
abordagem completa do tema e as 3 partes do texto dissertativo-
argumentativo, ela é avaliada no nível 2 ou 3.
o Redação com finalização de frase incompleta é avaliada no nível 2.
o Redação com Repertório Não-Legitimado alcança, no máximo, nível 3.
o Redação com abordagem completa do tema, as 3 partes do texto
dissertativo-argumentativo (nenhuma delas embrionária) e repertório
legitimado, pertinente ao tema e com uso produtivo atinge nível 5.

3. AVALIAÇÃO DO REPERTÓRIO

3.1 Repertório com muitos trechos de cópia dos textos motivadores:


as cópias não são consideradas como linha escrita e são descontadas da redação,
não tendo validade como passagem legítima.
3.2 Repertório baseado nos textos motivadores: quando se utiliza,
apenas, informações contidas nos textos motivadores, o que denota certa
limitação de repertório por parte de quem escreveu a redação.
3.3 Repertório não legitimado: ou seja, o participante utiliza
informações que não são fundamentadas pelas Áreas do Conhecimento,
mesmo que o participante utilize informações que extrapolam as ideias dos textos
motivadores.
Exemplo:

3.4 Repertório legitimado: ou seja, o participante utiliza informações


que são fundamentadas pelas Áreas do Conhecimento, quando participante
utiliza informações que extrapolam as ideias dos textos motivadores.

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Exemplo:

SÃO EXEMPLOS DE REPERTÓRIO LEGITIMADO

1. Conceito acompanhado de sua definição.


2. Referência direta a Áreas do Conhecimento e/ou a seus profissionais
– Literatura; Artes; Educação; Direito etc.
3. Referência a um estudo ou a um produto resultante de uma Área do
Conhecimento, desde que indicando o nome desse estudo ou produto
– Obras; filmes; esculturas; pesquisas etc.
4. Referência a personalidades, celebridades, figuras, personagens
diretamente ligados a uma Área do Conhecimento.
5. Referência aos meios de comunicação conhecidos, desde que
utilizados como fonte de uma informação.

3.5 Pertinência ao Tema: trata-se da associação do repertório legitimado


ao menos a um dos elementos do tema. Essa associação pode se dar por
sinônimos, hiperônimos ou hipônimos, na citação direta ou no uso do
repertório.
Exemplo:

3.6 Uso produtivo: ocorre quando o participante vincula esse repertório


à discussão proposta do tema. Espera-se que esse repertório seja mobilizado

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no texto com o intuito de construir uma comparação ou contraponto ou


exemplificação entre ele e a discussão proposta pelo participante, ainda
que de forma pontual.
Exemplo:

Em textos como esse, em que se pode observar a presença de repertórios


de níveis diferentes da Grade Específica da Competência II, avalia-se a redação
no nível mais alto entre eles – portanto, no nível 5, porque, com relação aos
repertórios, não se avalia predominância (exceto quando há presença de
muitos trechos de cópia), mas a presença, em apenas um momento do
texto, do melhor repertório possível.

4. O QUE É FUGA TOTAL AO TEMA?

Considera-se que uma redação tenha fugido ao tema quando nem o


assunto mais amplo nem o tema proposto são desenvolvidos. No Enem
2017, recebeu a rubrica fuga ao tema a redação cujo texto se estruturou no acesso
e educação a pessoas surdas. O tema foi tão inesperado que aumentou a incidência
de nota zero em quatro vezes em relação as redações do tema de 2016.

5. O QUE É NÃO ATENDIMENTO AO TIPO TEXTUAL?

Não atende ao tipo textual a redação que esteja predominantemente fora


ou totalmente do padrão dissertativo-argumentativo – sem apresentar
nenhum indício de caráter dissertativo (explicações, exemplificações, análises ou
interpretações de aspectos dentro da temática solicitada) ou nenhum indício de
caráter argumentativo (defesa ou refutação de ideias dentro da temática
solicitada).

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6. NOÇÃO ELEMENTAR SOBRE TESE

A redação no Modelo Enem possui uma composição tripartite, ao qual


subdivide-se em Problemática (que é a apresentação do objeto a ser tratado,
com a criação de uma situação problema e uma formulação de uma TESE), o
desenvolvimento (que deve trazer uma sequência lógica da TESE e a
argumentação que sustente a própria TESE) e as soluções (que são formas de
intervenção, a partir da apresentação de Agentes e Ações, ao qual não pode ferir
os direitos humanos). As soluções devem ser possíveis, concretas e exequíveis:

O que é TESE? No verbete do Dicionário de Termos Literários de


Massaud Moisés, o termo é especificado logo abaixo. Além disso, quando uma
redação não a apresenta de maneira clara, pode acarretar uma série de
anomalias, o que pode ser visto no quadro a seguir:

Quando uma redação desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos


dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto
dissertativo-argumentativo, ela não atende à estrutura com proposição,
argumentação e conclusão, o que pode não trazer o que se precisa para uma boa
produção textual:

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O Tipo Dissertativo/Argumentativo é aquele que a partir de um ponto de


vista, uma opinião, um sentimento ou razão leva a um posicionamento a partir
de uma sequência de argumentos que irão cimentar tais opiniões
fundadas. Isso fica bastante claro no quadro abaixo, em que o candidato deve
observar com bastante atenção:

Reitera-se aqui que a Tese não pode ser formulada no Desenvolvimento, e


sim na Introdução, sob pena de confundir o leitor. Abaixo temos um texto
introdutório, grafado com a situação-problema (último período) e a TESE
(penúltimo):

O TRABALHO NA CONSTRUÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA

Com o surgimento da burguesia na Idade Média, o trabalho deixou de ser


somente relacionado às classes baixas e se tornou parte do cotidiano do indivíduo
que desejava alcançar ascensão social. Isso mostra que trabalhar passou a ser
sinônimo de sair de uma vida servil para uma vida independente, em dignidade.
No entanto, apesar dessa conotação positiva vinculada ao trabalho, em muitos
casos ele pode ser empregado como um meio opressor. No Brasil, a lei Áurea foi
assinada em 1888, porém são vários os casos em que proprietários de terras
aproveitam da situação financeira precária do indivíduo para explorá-lo.

A Configuração dos Argumentos serão vistos com mais profundidade no


Capítulo 3. Entretanto, estes são imprescindíveis nos parágrafos do
Desenvolvimento, uma vez que são os esteios da Tese, que darão sustento ao que
foi mentalmente criado e explanado na Introdução:

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O exemplo (2) de um parágrafo introdutório nos dá, de novo, a noção de


Situação-Problema (sublinhado) e de Tese (realçado), assim como o quadro mais
a abaixo complementa o quadro anterior:

As recentes manifestações populares acontecidas em território brasileiro e

no exterior mostram o quanto às relações de cidadania no Brasil vem sendo

vilipendiadas há muito tempo pelo estado brasileiro. A geração dos protestos não

se reside apenas o reajuste de vinte centavos na tarifa, mas devido a um incômodo

generalizado, de modo que o acúmulo inercial de problemas relacionados revela os

questionamentos não respondidos pelas autoridades governamentais.

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7. O QUE SERÁ IDENTIFICADO PELO AVALIADOR NESTA


COMPETÊNCIA?

Na Competência 02, o avaliador da redação observará a adequação à


tipologia exigida ou a presença de traços constantes de outros tipos textuais, a
presença ou ausência das partes do texto dissertativo-argumentativo e a
proporção entre essas partes, ou seja, se há partes embrionárias.
O que significa partes embrionárias? Ocorre quando, no texto
dissertativo-argumentativo, a introdução, a argumentação E/OU a conclusão
são muito curtas devido a sua pouca produção. Importante atentar para o
fato de que a existência de duas partes embrionárias impede que o texto do
participante seja avaliado nos níveis 3, 4 e 5. Ou seja, busque desenvolver o
texto em todas as suas partes.
Por exemplo, se um texto apresenta introdução e conclusão em 2 linhas,
isso é suficiente para o avaliador manter no nível 2, mesmo que a argumentação
seja mais consistente. Convém destacar que, para o nível 3, o texto poderá
conter apenas uma parte embrionária. O candidato pode observar o texto
abaixo um exemplo de conclusão embrionária (pouco desenvolvida) (grifo nosso).

8. O REPERTÓRIO FAZ PARTE DOS RECURSOS ARGUMENTATIVOS?

Elemento importante para a redação do Enem e requisito fundamental para


que o participante atinja as notas mais altas na Competência 02, o repertório
sociocultural configura-se como toda e qualquer informação, fato, citação ou
experiência vivida que, de alguma forma, contribui como argumento para
a discussão proposta pelo participante.
Alguns argumentos podem caracterizar o repertório esperado. Porém, a
origem do repertório, a sua legitimação, a sua pertinência ao tema e o uso
que o participante faz dele são o que determinará a classificação do texto
produzido nos níveis 2, 3, 4 ou 5.

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Para isso, estude atentamente os Recursos argumentativos no Capítulo


04 (Competência 04) e os Tipos de Argumentação e Desenvolvimento
(Competência 03/Capítulo 03), para que os quadros abaixo façam sentido por
completo:

A observação é feita a partir da ligação aos textos motivadores, se há ou


não legitimação de informações, fatos, citações ou experiências vividas, pelas
áreas do conhecimento. Se quando há legitimação, é preciso verificar sua
pertinência ao tema, isto é, se o repertório é associado ao menos a um dos
seus elementos do tema, e o seu uso, sendo considerado improdutivo quando
não está vinculado à discussão proposta pelo participante e produtivo
quando é possível perceber essa vinculação.

9. O DISTANCIAMENTO OBJETIVO DO TEXTO

A fatura final do texto desenvolvido, calcada nas ideias que transpassam


todo o texto, como um fechamento claro e preciso, sem dúvidas e nem
desmentindo o corpo do texto, deve conter o tema a ser desenvolvido e deve
exposto com muita clareza. Envolve, dessa forma, o problema a ser analisado.

Normalmente exposto em apenas um parágrafo, uma introdução não deve


ser muito longa para não desmotivar ou ficar cansativa para o leitor. Se a redação
tiver trinta linhas, aconselha-se a que o escritor use em torno de 15% a 20%
da extensão total, ou seja, quatro a seis para a parte introdutória de uma
dissertação de trinta linhas.

Nesse sentido, se chama a atenção do candidato sobre um aspecto


importantíssimo: o distanciamento subjetivo do texto. Recomenda-se que o
autor evite ao máximo termos considerados como “achismos” ou expressões
pessoais, quase que completamente para tornar a informação aparentemente
neutra, imparcial, clara e objetiva.

É como se a realidade falasse por si própria, sem a interferência das


impressões explícitas do autor. Deve-se, portanto, evitar que as ideias sejam

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vinculadas pessoal ou subjetivamente ao autor, mas algo pertencente a todos.


No excerto abaixo o redator, em algumas passagens, evita o uso de verbos em 1ª
pessoa, afim de trazer a informação autônoma como algo “suprassubjetiva”.

Portanto, prescreve-se que se deve buscar escrever de forma impessoal, ou


seja, evitar o uso da 1ª pessoa. O uso deliberado da primeira pessoa no texto
dissertativo conduz a um texto afetado e extremamente subjetivo, com
termos apaixonados e muitas vezes desprovidos da razão, o que conduz para a
falta de objetividade da resolução do tema. Portanto, ao contrário de outros
teóricos e manuais prescrevem, o redator deverá evitar a utilização da 1ª
pessoa.

As principais formas de impessoalidade que se deve levar em conta,


gramaticalmente dizendo, há algumas formas de conseguir esse objetivo: com a
ocultação do agente, por meio do uso de expressões do tipo é preciso, é
necessário, é urgente; com o emprego de agente sob a forma de ser
inanimado, fenômeno, instituição ou organização (O governo..., Este
Ministério..., A direção do colégio...); ou, ainda, pelo uso gramatical do sujeito
indeterminado (Trata-se de...) e da voz passiva (Foi decidido que...).

O quadro abaixo sintetiza, para melhor memorização, os elementos deste


capítulo:

10. OS OUTROS NÍVEIS QUE CARACTERIZAM A COMPETÊNCIA 02

Toda forma de cópia é descontada do número de linhas fielmente


transcritas. O domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo
caracteriza-se pela falta de proposição, de argumentação ou de conclusão
de ideias. É preciso observar se o seu texto falhar neste aspecto, pode ser
avaliado no nível 3 sem, necessariamente, atender a todas essas três condições.

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O NÍVEL 3: Desenvolve o tema por meio de repertório baseado em


textos motivadores e apresenta domínio mediano do texto dissertativo-
argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão, com alguma parte
embrionária, ou seja, pouco desenvolvida. Considera-se como argumentação
previsível quando diz respeito ao desenvolvimento temático de aspectos
redundantes ou diz respeito à fixação de ideias estereotipadas.

Observação: Se a sua redação, quando avaliada por especialista, apresentar


boa (e não mediana) estruturação dissertativo-argumentativa, mas tiver um
desenvolvimento temático previsível, ficará no Nível 3 na Competência II.

Por sua vez, o NÍVEL 4: Desenvolve o tema por meio de argumentação


consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo,
com proposição, argumentação e conclusão, com repertório legitimado. Trata-
se de repertório em que se utilizam informações, fatos, situações e experiências
vividas COM respaldo nas Áreas do Conhecimento.

Texto com argumentação consistente é aquele em que se identifica,


claramente, a defesa de ideias. O bom domínio do texto dissertativo-
argumentativo que devemos perseguir caracteriza-se pela presença de proposição,
de argumentação e de conclusão de ideias. A diferenciação para o NÍVEL 5 traz o
tema por meio de abordagem completa do tema, a partir de um repertório
sociocultural de uso produtivo e apresenta excelente domínio do texto
dissertativo-argumentativo.

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11. PRODUÇÃO TEXTUAL – ANÁLISE DE REDAÇÃO – EXERCÍCIOS

1) Leia e releia os textos abaixo, indicando nele através de sublinhados:


a) Situação-Problema
b) Tese
2) Em qual nível na Competência 02 o texto se enquadra? Por quê?
3) Julgue o domínio do texto dissertativo-argumentativo apresentado no texto.

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CAPÍTULO III – A Competência 03


(Teoria, exemplos e exercícios)

COMPETÊNCIA 03

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar


Seleção de
informações, fatos, opiniões e argumentos em
Argumentos
defesa de um ponto de vista.

Nível 0 (0 ponto) Apresenta informações, fatos e opiniões não


relacionados ao tema e sem defesa de um ponto de
vista.

Nível 1 (40 pontos) Apresenta informações, fatos e opiniões pouco


relacionados ao tema ou incoerentes e sem defesa de
um ponto de vista.

Nível 2 (80 pontos) Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados


ao tema, mas desorganizados ou contraditórios e
limitados aos argumentos dos textos motivadores,
em defesa de um ponto de vista.

Nível 3 (120 pontos) Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados


ao tema, limitados aos argumentos dos textos
motivadores e pouco organizados, em defesa de um
ponto de vista.

Nível 4 (160 pontos) Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados


ao tema, de forma organizada, com indícios de
autoria, em defesa de um ponto de vista.

Nível 5 (200 pontos) Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados


ao tema proposto, de forma consistente e
organizada, configurando autoria, em defesa de um
ponto de vista.

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A COMPETÊNCIA 03 - Assim sendo, analisa-se a capacidade do


participante de selecionar, relacionar, organizar e interpretar
informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de
vista, ou seja, trata-se da avaliação da estrutura mais profunda do texto,
a qual depende de informações semântico-argumentativas complexas,
que subjazem à superfície textual. Outro aspecto que deve ser observado
na avaliação desta Competência é a defesa de um ponto de vista a partir
de um texto não tangente ao tema e um projeto de texto estratégico em
todo o texto.

1. DEFESA DO PONTO DE VISTA

Entende-se que o ponto de vista defendido no seu texto deve sempre estar
relacionado ao tema proposto. Redações que contenham apenas pontos de
vista que não tenham relação com o tema/assunto, portanto, equivalem, neste
aspecto, são àquelas que não apresentam nenhum ponto de vista. Observe
inicialmente que esse aspecto é importante, pois a existência do ponto de vista
já situa a nota relativa a esta Competência em uma escala.

A presença do ponto de vista deve ser levada em conta pelo redator, porque
dela depende a própria argumentação. Somente se constroem argumentos
com o objetivo claro de se defender uma ideia. Se não há uma ideia
defendida, não se pode verificar, quase sempre, o delineamento dos argumentos.
Nesse caso, o texto constitui-se de informações soltas ou é meramente expositivo,
quando reproduz repetindo as ideias dos textos motivadores.

2. AS QUATRO HABILIDADES DA COMPETÊNCIA 03

Agora, devemos nos observar as habilidades indicadas como fundamentais


para a elaboração dos argumentos.

2.1 Selecionar

O primeiro verbo citado na matriz é selecionar. É um verbo que diz respeito


à diversidade de informações. É nessa parte que o redator será testado
enquanto o repertório variado de informações. É a habilidade de selecionar que
nos permite observar se os argumentos da redação já foram
apresentados nos textos motivadores ou se fazem parte de um
repertório autoral do participante. Esta conduzirá ao termo de indícios
de autoria, a vermos mais adiante.

2.2 Interpretar

Acompanhando o provável raciocínio do avaliador, o segundo verbo a ser


observado é o último citado na descrição da matriz: interpretar, isto é o
contexto das informações selecionadas, pois não basta que sejam variadas,
elas devem, também, ser interpretadas. Por outro lado, se bem

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interpretadas, as informações revelam a consistência da argumentação,


o que leva a avaliação do texto para os níveis 4 e 5. É o que se vê no texto
abaixo:

2.3 Organizar

O terceiro verbo para o qual chamamos a atenção aqui é organizar. Nesse


caso, observa-se de que modo o participante estabelece uma hierarquia
entre as informações selecionadas para a construção de cada um dos
argumentos e também de que modo organiza os argumentos entre si.

2.4 Relacionar

Isso nos leva ao último verbo: relacionar. Intimamente relacionado com a


hierarquização e com a interpretação das informações, o estabelecimento
de nexo entre os argumentos e as informações é o último aspecto que será
abordado aqui. Essas informações, entretanto, só se constituirão em
argumentos se, como já vimos,

(a) estiverem devidamente interpretadas;


(b) estiverem hierarquizadas; e
(c) estiverem conectadas entre si.

3. NOÇÃO DE REDAÇÃO COM E SEM DIRECIONAMENTO DE TEXTO

Redação sem direção apresenta informações, fatos e opiniões de forma


caótica ou desconexa, portanto, um montante de palavras e expressões que não
conduz a um sentido determinado. Para diferenciar, a redação que apresenta uma
direção única é aquela que apresenta informações, fatos e opiniões relacionados,
isto é, as ideias apresentadas se relacionam entre si e é perceptível uma direção
única em defesa de um ponto de vista.

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O conceito de projeto de texto define-se como um esquema geral da


estrutura de um texto, no qual se estabelecem os principais pontos pelos quais
deve passar a argumentação a ser desenvolvida. Trata-se de um planejamento
prévio à escrita da redação, e que se mostra “escondido” no texto final – isto
é, não é um rascunho ou um esquema explícito, mas um esquema que se deixa
perceber pela organização dos argumentos presentes no texto.
A Competência III avalia a articulação entre informações, fatos e
opiniões, ou seja, avalia o projeto de texto do participante, e essa
articulação considera o texto como um todo, o que inclui, necessariamente,
a proposta de intervenção. Portanto, enquanto, na Competência V, é avaliado
se a proposta de intervenção se encontra em um texto que aborda o tema de
forma completa, bem como quais são os elementos que a compõem, a
Competência III avalia o desenvolvimento da proposta de intervenção,
independentemente de quantos elementos ela apresenta, e sua articulação com
as demais informações, fatos e opiniões mobilizados ao longo da redação,
verificando como sua organização funciona.
Portanto, redações sem projeto de texto e sem direcionamento jamais
ultrapassam o nível 2 das correções do ENEM.

4. NOÇÕES ELEMENTARES SOBRE INDÍCIOS DE AUTORIA

Um texto – qualquer texto – costuma ser avaliado, entre outros aspectos,


por sua originalidade. Onde, porém, essa originalidade costuma ser encontrada?
Para iniciar essa discussão, o enfoque será dado no binômio forma-conteúdo.
Assim, pensa-se na originalidade e o enfoque no como se diz. Por outro, é o que
se diz.
No entanto, outro modo de se valorizar a originalidade pode ser encontrado
na combinação entre forma e conteúdo, uma vez que elas estão sempre em
correlação, o modo de como os elementos ligados à forma auxiliam no arranjo das
informações ou imagens para a construção de uma argumentação, por exemplo,
pode ser o mais eficiente de se determinar essa originalidade.
E é aí que chegamos ao ponto-chave da questão dos indícios de autoria: a
consciência da escrita. A autoria é revelada, na combinação entre forma e
conteúdo, pela existência de um projeto para o texto que determina desde a
seleção das informações até a escolha das palavras, passando pelo modo como
elas se arranjam no texto.

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5. PROJETO DE TEXTO ESTRATÉGICO ATRAVÉS DE UMA TABELA

Em um texto autoral, cada um dos elementos tem como objetivo provocar


um efeito no leitor. Para dar ainda mais credibilidade às suas afirmações, nesse
trecho o locutor se distancia ou desaparece quase completamente com o uso do
verbo na terceira pessoa. Essa é uma estratégia discursiva adotada pelo locutor
para tornar a informação aparentemente neutra, imparcial, clara e
objetiva.
Ou seja, para isso acontecer, é preciso que se haja um projeto texto. Dessa
forma pode-se dar aos fatos veracidade tal que comuniquem por si só. Nos
enunciados aos quais devem ser introduzidos por verbos na terceira pessoa, o que
ganha evidência foi a informação e a argumentação por ela mesma. De
acordo com a tabela abaixo poderemos conceber um texto dissertativo organizado
e que conduza a esse repertório. Ele contém: Estratégia de Abertura,
Problema, Causa 1, Causa 2, Repertório para Embasar Causas 1 e 2
respectivamente, proposta de Intervenção e fechamento:

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6. OS RECURSOS ARGUMENTATIVOS

É o corpo do texto, onde se estrutura e organiza o pensamento. Compõem-


se de construções argumentativas que levarão ao posicionamento adotado. Os
argumentos podem se classificar em: argumento de provas concretas,
argumentação de autoridade, argumento do pensamento lógico e
pragmático, e argumentação de consenso coletivo. Todavia, as séries de
argumentos apresentados são fixados por estruturas discursivas de
desenvolvimento, que veremos mais tarde.

O que é o argumento? Do latim argumentum, refere-se à prova ou


justificativa. O argumento consiste no emprego de provas, justificativas a
fim de apoiar uma opinião ou tese, ou mesmo rechaçar outra.

Os recursos argumentativos de conteúdo principais são:

o Os Argumentos de provas concretas são os dados estatísticos fidedignos,


assim como se referem a dados históricos documentados. Para a utilização
deste tipo de argumento, é necessário que o redator possua um repertório de
conhecimento adequado, para que possa recorrer a esse recurso.
o A Argumentação por autoridade refere-se à utilização como prova
argumentativa por auxílio de terceiros, ou seja, quando se recorre a um
especialista para colaborar na defesa das afirmações. No entanto, para utilizá-
la, é necessário referir-se ao trecho do autor por citação, recurso de
desenvolvimento que será visto mais adiante.
o O Argumento de pensamento lógico é aquele que permite considerar um
ato ou acontecimento de acordo com suas consequências favoráveis ou
desfavoráveis. Normalmente esse tipo de argumento é introduzido pelo
parágrafo de desenvolvimento de causa-consequência, de exemplificação e de
comparação.
o O Argumento por consenso é a afirmação de caráter coletivo. Espécie de
justificação consensual, este tipo de recurso argumentativo é valido, ainda que
a questão do senso comum não signifique em verdade absoluta.

Contudo, há um que precisa ser evitado: o argumentum Ad Hominem –


expressão advinda do latim é uma falácia identificada quando alguém procura
negar uma proposição com uma crítica ao seu autor e não ao seu conteúdo. Um
argumentum Ad Hominem é uma forte arma retórica, apesar de não possuir
bases lógicas, desviar o foco da atenção e ser um juízo sobre o autor da
proposição.

6.1. A enumeração

Enumerar significa expor as partes de um todo, uma por uma.


Qualquer ideia, numa dissertação, poderá ser desdobrada através da enumeração.
Esta é, portanto, uma exposição de pormenores que podem:

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a) Desenvolver uma ideia geral; b) Justificar uma opinião objetiva; c)


Fundamentar uma hipótese.

Veja um exemplo de parágrafo com esse recurso:

A Televisão é o verdadeiro ópio do povo


Faz uma lavagem cerebral na massa. Uniformiza os modos de pensamento. Manipula
as opiniões e promove a perda do senso crítico dos telespectadores, levando-os à cretinização
total.
(FONTE: Folha de São Paulo, abril de 1987).
Ideia geral: A Televisão é o povo do povo= Desenvolvimento da ideia: a) Lavagem cerebral;
b) A manipulação das opiniões; c) A perda do senso crítico.

Episódio das Eleições Presidenciais 2014


“Marina Silva foi considerada a vencedora do debate da BAND ontem, segundo
especialistas, pois com uma postura agressiva, convenceu os espectadores com a proposta
intitulada ‘nova política’”.
Ideia geral: Marina Silva venceu o debate da BAND= a) Mostrou uma postura menos
passiva; b) Convenceu os espectadores com as suas ideias; c) Apresentou propostas originais.
As enumerações devem ser utilizadas em diversos sentidos: servir como
amostragem de dados, ilustração de ideias e argumentos, explicação de
acontecimentos, dentre outros. Todavia, elas devem se subordinar a uma
ideia geral e tomada de posicionamento crítico-objetivo. Esse recurso
deverá ser usado juntamente com outros recursos, apoiando-os nos parágrafos
dissertativos.

6.2. Causa e Consequência

A Ideia geral de um parágrafo também pode ser desenvolvido através de uma


ou mais orações que indiquem:
a) CAUSA (Fato que provoca ou justifica o que está expresso na ideia principal)
b) CONSEQUÊNCIA (Fato que decorre daquilo que está exposto na ideia
principal)

A relação de Causa-Consequência pode ser progressiva ou remissiva, ou


seja, um recurso por excelência. Exemplos num texto de uma ex-aluna:

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OBSERVAÇÕES: A relação de causa-consequência não se dá apenas no


âmbito da microestrutura dos textos, como foi visto acima. Essa arquitetação
pode (e deve, quando o contexto permitir) seguir a macroestrutura (sentido
global do gênero utilizado) na formação dos parágrafos de desenvolvimento, que
levem ao entendimento a partir da compreensão do texto dissertativo como um
todo.

6.3. A Exemplificação

A exemplificação é outro processo que pode ser utilizado para desenvolver


o parágrafo dissertativo. Nesse procedimento:
a) Buscar comprovar uma afirmativa pessoal;
b) Procura confirmar uma teoria;
c) Ilustrar uma regra ou um princípio.

“O sistema de Ferry-Boat foi incrementado com dois acréscimos na sua frota.


Trata-se de ferries de origem grega, trazidos da Europa, nomeados de “Zumbi dos
Palmares” e “Dorival Caymmi”.
“A redução da maioridade penal é urgentemente necessária: o caso do
adolescente ‘Champinha’, delinquente e estuprador, permanece incólume”.
O recurso da ENUMERAÇÃO é o procedimento modelar para a utilização do
procedimento exemplificativo, seja ele único (e mais abrangente aprofundado) ou
coordenado em alguns (mais simplificados).

5.4. A Comparação

O tipo de desenvolvimento por comparação consiste num recurso de


caráter lógico, em que o autor compara a seres, ideias, realçando as
semelhanças ou as diferenças entre eles.
Esse recurso pode ser utilizado de forma sistêmica: (macroestrutural) na
organização do texto, assim como na sua forma microestrutural.

A técnica da comparação pode se desenvolver em dois sentidos:

a) POR SEMELHANÇA: em que se estabelecem paralelos entre os fatos.


b) POR CONTRASTE: em que se realçam as diferenças entre os fatos, seres
e ideias.
EXEMPLOS: “Igualmente como em 1992, os Protestos de 2013 trouxeram muitos jovens às ruas”
“Ao contrário do estado de Pernambuco, que estabilizou a segurança pública, a
Bahia caminhou pela vereda da explosão da violência, sobretudo nas grandes cidades”.
“Manuel Bandeira, na verdade, sempre foi um poeta conservador, como atesta a
fase final de sua poética, totalmente voltada aos valores literários tradicionais”

Observações: As comparações podem ser Microestruturais (comparam


algum procedimento ou exemplo) ou Macroestruturais (compara dados,
argumentos ou parágrafos inteiros).

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5.5. A Definição

A definição de um dos termos – recurso dos mais importantes – verifica-se


como a conceptualização do objeto discutido na produção dissertativa.
Este recurso, quando bem utilizado, indicará que o redator possui
conhecimento eruditivo sobre o assunto, conhecimento de mundo e altivez no
posicionamento do tema.
A rigor, este procedimento deveria ser utilizado em toda produção
dissertativa, sobretudo nos parágrafos de Introdução e no primeiro parágrafo de
desenvolvimento.

Este recurso funciona de duas formas:


[DEFINIÇÃO DO OBJETO]>>>>>Explanação do Dado. Ou
Explanação do Dado>>>>[DEFINIÇÃO DO OBJETO]

O desenvolvimento da ideia núcleo através da definição geralmente vem


acompanhado de outros procedimentos vistos anteriormente.
EXEMPLO 01:
“Uma das armas para a conclusão da cidadania é a educação. Educação é o processo de
desenvolvimento moral do ser humano hierarquicamente igual para o desenvolvimento
físico, intelectual e moral das crianças e jovens.”
EXEMPLO 02:
“O conhecimento da filosofia eleva o espírito de qualquer ser. E antes de tudo, a filosofia é metafísica.
Esta significa que é o ente enquanto tal, e na totalidade, ou seja, o conhecimento além
da concretude.”
EXEMPLO 03:
“O Processo instrumental em que haja o domínio de outrem para que um ou uns
dominem ou outros pela imposição da vontade através do recurso bélico é a violência.”

5.6. A Citação Direta e Indireta

Quando expomos nossas ideias, refletimos sobre determinados assuntos.


Porém, todas as nossas experiências não esgotam o conteúdo muitas vezes
exigido. Desta forma, é possível (e as vezes necessário) utilizar o recurso da
citação direta e/ou indireta.
CITAÇÃO INDIRETA: É quando a ideia do argumento de autoridade vem diluída
no discurso do autor da redação:
EXEMPLO 01: “Para Hannah Arendt, a crise geral da educação está em toda parte,
em todas as esferas da vida e manifesta diversamente em cada país. Portanto, um
problema difícil de se resolver.”
CITAÇÃO DIRETA: É quando se transcreve algum trecho de autoria alheia
para efeitos de argumento. Nessa modalidade, o excerto escolhido
obrigatoriamente deverá vir entre aspas[“/”].
EXEMPLO 01: “Na visão de Carvalho (1995, p. 67), “a crise geral no mundo moderno
se manifesta pela crise da perda da autoridade”. Algo aconteceu, na interpretação do
autor, “acontecido nas sociedades em geral, em todas as esferas políticas” (1995,
p.67).

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Porém todo argumento de autoridade precisa se ater à pertinência ao tema na


referência direta, recuperando elementos do tema. Por isso, podemos
afirmar que o uso produtivo da autoridade usando essa estratégia pode
transformar o repertório, que até então era apenas legitimado, em
repertório legitimado e pertinente ao tema. O Excerto abaixo, extraído da
avaliação de redação de 2017, traz um exemplo de argumento de autoridade por
citação indireta:

7. QUADRO DOS NÍVEIS (APÊNDICE) DA COMPETÊNCIAS 03

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8. PRODUÇÃO TEXTUAL – ANÁLISE DE REDAÇÃO – EXERCÍCIOS

1) Identifique e sublinhe a TESE, tipos de argumentos no D¹, D² e as marcas de indícios


de autoria presentes no texto:
2) Em qual nível na Competência 03 o texto se enquadra? Por quê?
3) Julgue o domínio do texto dissertativo-argumentativo apresentado no texto.

A publicidade tem como principal objetivo convencer determinado público-alvo. As


Teorias da Comunicação comprovam esse caráter persuasivo da publicidade ao
destrincharem o texto publicitário sob diversas óticas, desde Saussure e Foucault até
Bourdieu, mostrando em suas análises como a escolha das palavras, das cores, das imagens,
das fontes, tudo é previamente pensado com o objetivo de convencimento.
A princípio, o que se vê é apenas o efeito de um mundo capitalista, consumidor, ou um
recurso político e partidário. O problema se dá quando o público-alvo deixa de ser o cidadão
adulto, cujas faculdades críticas e mentais já tiveram tempo de ser desenvolvidas, e a
publicidade passa a mirar em crianças. De função extremamente apelativa, o texto
publicitário, ao focar em crianças, passa a representar um problema devido ao fato de que
esse é um público indefeso e vulnerável às manipulações por ainda não possuir senso crítico
formado.
Ademais, as crianças não possuem sequer independência financeira, e a publicidade
maciça de brinquedos e jogos, na maioria das vezes veiculada em canais de televisão em
horários destinados ao público infantil, pode gerar frustração e infelicidade nos pequenos,
por esses não possuírem meios próprios de obter o que é mostrado nas propagandas e
ouvirem recusas dos pais. Pais que, muitas vezes, não têm condições de comprar os produtos
bombardeados pela propaganda nos filhos, ou simplesmente de ensinar o limite e o
momento certo para ganhar um presente, e precisam dizer não. Outra forma pela qual as
crianças podem ser afetadas é a competição que pode aparecer no ambiente escolar entre
os que têm e os que não têm determinado produto, gerando até mesmo baixa autoestima.
Entidades e ONGs voltadas a crianças já demonstraram suas preocupações e
reivindicaram medidas de controle, mas encontram uma barreira nas grandes empresas
de publicidade e fabricantes de produtos infantis. É preciso que o governo e a sociedade se
envolvam nessa discussão. Formas de controle a abusos publicitários devem ser claras,
efetivas e nacionais, além de apoiadas pela lei, e não feitas através de acordos entre o setor
e o governo. Deve-se estipular um padrão para propagandas, barrando as manipulações
feitas, principalmente, pelo texto publicitário não-verbal, como as cores e as imagens,
elementos mais atraentes para as crianças. Ainda, uma parceria entre escolas e pais deve
ser feita para desenvolver uma educação crítica nas crianças, mostrando o “bicho-papão”
que pode se esconder em uma propaganda.

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4 Leia e releia o texto, indicando nele através de sublinhados a quantidade de:


a) Desvios de convenção de escrita (soma total):
b) Desvios gramaticais (soma total):
5) Acrescente a pontuação na dissertação abaixo, no que tange ao uso de vírgulas e pontos.
(C1)
6) Faça a acentuação com o acento agudo (´), grave (`) e circunflexo (^) nos léxicos que
necessitem obrigatoriamente de uso. (C1)
4) Identifique e sublinhe a TESE, tipos de argumentos no D¹, D² os procedimentos de tipos
de Desenvolvimento.

“O homem é uma invenção recente”. A frase do filósofo Foucault parece fazer alusão
a mudança do comportamento humano na contemporaneidade, especialmente na atual
sociedade de consumo, onde o apelo midiático parece inferir cada vez mais no modo de
agir da população. Nessa perspectiva, é cabível analisar a publicidade voltada para o publico
infantil, além das causas e consequencias dessa questão no ambito nacional.
Em uma primeira instância, nota-se que, quanto mais cedo a criança desperta para
a indústria da propaganda, mais cedo ela se torna uma consumidora. Isso ocorre porque a
publicidade infantil é fruto do sistema capitalista, segundo o qual a ideia de lucro é
proveniente do consumo de massa. As crianças aparecem, nesse sentido, como o público
ideal, uma vez que ainda não desenvolveram plenamente o senso critico. Tal fato parece
ser sustentado pelas leis naturais da economia fundadas por Adam Smith, segundo as quais
a oferta surge em função da demanda. As crianças aparecem, nesse processo, como reflexo
de uma sociedade onde a posição social é indicada pelas posses materiais.
Percebe-se, tambem, que a alienação é consequência imediata do apelo da mídia na
mais tenra idade. Isso ocorre porque, em um mundo globalizado, a construção da
identidade depende muitas vezes, da capacidade de seleção de informações. Assim, as
propagandas atuam, no país, como fomentadoras da “simbolização”, ou seja, vinculam a
ideia de felicidade à posse de determinado produto. Dessa maneira, crianças transformam-
se em adultos que não sabem dissociar a satisfação pessoal do ato de consumir. Esse
fenomeno parece provar a ideia de Sócrates quando afirmou que “uma vida irrefletida não
vale a pena ser vivida”, uma vez que a capacidade de pensar livremente é essencial para
distinguir a necessidade real do simples impulso de compra.
Pode-se compreender, portanto, que, para a proteção das crianças brasileiras e da
sociedade em geral, é necessária uma maior fiscalização da indústria de propaganda.
Associado a isso, faz-se pertinente a formação de oficinas educacionais, voltadas para o
ensino de Filosofia e Sociologia de um modo interativo nas escolas públicas e privadas,
dando ênfase a questões atuais, como a construção da identidade em um mundo capitalista
e globalizado. Assim, com a educação voltada para a formação do senso crítico, ter-se-ia
uma sociedade melhor. Afinal, como já afirmado pelo líder Nelson Mandela, “é preciso que
uma nova era comece.”

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CAPÍTULO IV – A Competência 04
(Teoria, exemplos e exercícios)

COMPETÊNCIA 04

Demonstrar conhecimento dos mecanismos


Construção da coesão
linguísticos necessários para a construção da
e coerência do texto
argumentação.

Nível 0 (0 ponto) Não articula as informações.

Nível 1 (40 pontos) Articula as partes do texto de forma precária.

Nível 2 (80 pontos) Articula as partes do texto, de forma insuficiente,


com muitas inadequações e apresenta repertório
limitado de recursos coesivos.

Nível 3 (120 pontos) Articula as partes do texto, de forma mediana, com


inadequações, e apresenta repertório pouco
diversificado de recursos coesivos.

Nível 4 (160 pontos) Articula as partes do texto com poucas inadequações


e apresenta repertório diversificado de recursos
coesivos.

Nível 5 (200 pontos) Articula bem as partes do texto e apresenta


repertório diversificado de recursos coesivos.

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COMPETÊNCIA 04 - Como diz na própria Matriz das Competências, a


adequação do emprego de mecanismos coesivos garante que os elos
semânticos criados por esses elementos sejam corretamente
estabelecidos. Já sua diversidade, presentificada no texto, assegura a
utilização de diferentes estratégias discursivas na formulação de
argumentos.

Em nosso estudo nessa competência, o que o avaliador verificará é se o


repertório de recursos coesivos é diversificado e se esses recursos são
utilizados adequadamente. Por isso, a prática nesse capítulo, a partir dos
exercícios, deve ser levada à risca.

1. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MACROESTRUTURA E MICROESTRUTURA


TEXTUAL

MICROESTRUTURA: Conjunto articulado de frases na conexão dos


mecanismos léxicos-gramaticais. A coesão implica na função da sintaxe –
estruturação adequada do texto e os sentidos nele materializados.
MACROESTRUTURA: Estrutura que se identifica como o significado global
do objeto do texto. A coerência: identifica-se como a unidade semântica do texto
num contexto determinado, no sentido dele.
O que é coesão textual? Processo em que é retomado termos de uma
oração dita anteriormente, dentro de um termo posteriormente escrito. Na
Competência 04, tais domínios serão estudados, uma vez que o texto, como um
grande tecido, depende desses mecanismos para funcionar.

2. OS NÍVEIS MAIS BAIXOS DA COMPETÊNCIA 04

A redação classificada como de nível 0 normalmente possui problemas de


sequenciação tão graves a ponto de não se perceber articulação entre as
informações dadas, inviabilizando a progressão textual. Já tive casos de encontrar
o um substituto de referente (no caso, o pronome ele) por 48 vezes, num esboço
incompleto de dissertação. Portanto, devemos ter cuidado com o uso e buscar uma
diversidade de conectores!
Quanto ao nível 1, percebe-se que há ainda muitos erros de sequenciação,
mas já é possível visualizar, em pontos isolados do texto, alguma organização
textual. No nível 2 não apresenta erros que inviabilizam o texto como um todo
significativo, mas a organização textual relacionada à progressão textual já avança
um pouco mais, já com alguma presença de sistemas coesivos.

3. OS MAIS CONSOLIDADOS: NÍVEIS 3, 4 E 5

Os níveis de 3 a 5 já não apresentam esses problemas com frequência. No


nível 3, as informações do texto são articuladas de forma mediana e ainda com
algumas inadequações. Neste nível, percebe-se que há certo domínio na
utilização dos recursos coesivos, mas ocorrem algumas inconsistências e
também o repertório dos recursos coesivos é limitado, com pouca diversidade e
muitas repetições:

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No nível 4, o texto apresenta as informações bem articuladas e com poucas


inadequações. No nível máximo, o texto apresenta-se com uma excelente
organização, pois as ideias apresentadas estão bem articuladas, sem
inadequações ou com raras inadequações em relação ao uso dos recursos
coesivos.
O candidato deve se atentar com a diversidade do repertório dos
instrumentos coesivos e na utilização com propriedade. Percebe-se que se trata
de um texto em que há um excelente domínio na utilização das estratégias
coesivas.

4. QUADRO COMPARATIVO ENTRE AS COMPETÊNCIAS 01, 03 E 04

5. TIPOS BÁSICOS DE COESÃO:

Coesão por Conectores: As conjunções e preposições

Coesão por termos anafóricos e catafóricos: Anafóricos (substitui um termo


anterior) – Catafóricos (antecipam o que será apresentado)

Coesão por elipse: é a omissão de termo ou expressão para evitar repetição


desnecessária.

Coesão por expansão lexical: é a utilização substitutiva através da ampliação


lexical por sinônimos.

Uma observação deve ser feita quanto ao uso dos pronomes


demonstrativos. São termos substitutivos por natureza, e deve ser utilizado com

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propriedade, a fim de que o texto não se torne cansativo para o leitor. A partir
disso, o quadro abaixo traz uma referência quanto ao funcionamento deles:

6. USO DO TERMO “MESMO” (NÃO É SUBSTITUIDOR REFERENCIAL)

A palavra MESMO é essencialmente classificada como adjetivo. Significa:


“de igual identidade”, “exatamente igual a outro”,

Ex: “Aquelas aeromoças usam o mesmo uniforme até hoje.”

Pode, também, o termo indicar a reflexividade:

Ex “…vestindo-se a si mesmo.”

Como conjunção concessiva: sinônimo de “ainda que”, “embora”:

Ex: “Mesmo triste, continuou o trabalho.”

DAÍ VEM UMA DICA QUE DEVE SER LEVADA A SÉRIO!

Evite empregar o termo “mesmo” como pronome ou substantivo! É


comum encontrar em textos de boa qualidade o emprego de o mesmo, a mesma
no lugar de um pronome ou substantivo. Infelizmente, sem querer bancar o
gramático, esse uso se alastrou pela língua escrita, em muito reproduzido por
jornalistas malformados que fazem um desserviço à língua e à educação (que
remete a saudade da geração jornalística do Brasil no séc. XX, quando muitos
autores ligados à alta cultura ainda se faziam presentes nas grandes redações dos
principais jornais brasileiros.
O professor Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática Metódica da
Língua Portuguesa, afirma o seguinte sobre o emprego indevido de “o mesmo”,
e “a mesma” como substituto de referente principal:

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“Erro muito frequente é o emprego do demonstrativo mesmo com


função pronominal em construções como estas:”
1 – ‘…nova ortografia, visto que os trabalhos serão corrigidos pela mesma’; 2-
‘Devemos estudar português e as matérias que têm relação com o mesmo’. 3- ‘A
Sociedade Tal é constituída dos senhores F e F., e os mesmos dedicam dedicam-
se à mesma todas as energias’….”

Napoleão sugere reescrever as frases conforme a seguir:

“… nova ortografia, visto por esta deverem os trabalhos ser corrigidos”; 2-


Devemos estudar português e as matérias com ele relacionada” (e as matérias
correlatas com esse estudo; …e as matérias que têm com essa disciplina relação);
A Sociedade Tal é constituída dos senhores F. e F. que a ela dedicam todas as
energias (que lhe dedicam…).

Portanto, o quadro abaixo deve ser levado à risca:

7. A VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE ELEMENTOS COESIVOS

O conceito de presença de elementos coesivos corresponde ao


repertório coesivo com o qual o participante constrói a articulação entre
palavras, frases e parágrafos no texto. Essa presença deve ser compreendida
como o conjunto de recursos coesivos observados em um texto,
considerando-se, especificamente no caso do Enem, a produção textual de tipo
dissertativo-argumentativo.
Dessa forma, algo que muda e aperfeiçoa no Enem 2020 adiante é o exame
direto da presença de elementos coesivos na redação, ou seja, vai igualmente
pesar o seu olhar para a qualidade do emprego de elementos linguísticos
responsáveis pela coesão, verificando se eles estão colaborando para a
articulação da argumentação do texto.
A qualidade do emprego desse conjunto coesivo em um texto dissertativo-
argumentativo é verificada, primeiramente, pela presença concreta de
elementos coesivos dentro dos parágrafos e entre estes; em um segundo
momento, se tais elementos se repetem ou não; e, em seguida, se estão
mobilizados de maneira adequada ou não. Esses aspectos abrangem a
observação da coesão intra e interparágrafos, as repetições e as
inadequações, conforme veremos nos próximos tópicos.

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8. NOÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE COESÃO INTER E


INTRAPARÁGRAFOS

A coesão Intraparágrafos, a se refere à presença de elementos


coesivos, adequadamente mobilizados, dentro dos parágrafos.
A coesão Interparágrafos é a presença de elementos coesivos,
adequadamente mobilizados, entre os parágrafos.
Esses elementos localizam- se, geralmente, no início das alíneas e
funcionam relacionando tanto ideias mais gerais entre parágrafos quanto períodos
ou trechos específicos de ideias.
Além disso, já adiantamos a informação de que, para um texto atingir os
níveis de notas 4 e 5 na Competência 04, o candidato precisará usar,
necessariamente, alguns desses elementos coesivos específicos (os
chamados operadores argumentativos), além de outras formas de coesão,
sempre quando for usar ponto de segmento ou parágrafo.

Com respeito à presença de elementos coesivos Inter e Intraparágrafo,


há uma ressalva fundamental: caso o emprego de um (ou mais de um) elemento
coesivo esteja mal-empregado, ele não contará como coesão efetiva, ou seja,
é como se ele não existisse naquele trecho da redação.

Os Operadores Argumentativos e os tipos de coesões, componente


principal da noção de Inter e Intraparágrafos será visto no próximo tópico.

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9. OS OPERADORES ARGUMENTATIVOS

Os operadores argumentativos são elementos linguísticos que servem


para orientar a sequência do discurso, isto é, “para determinar os
encadeamentos possíveis com outros enunciados capazes de continuá-lo”. (KOCH,
1993, p. 104/105) tornando-o coeso e contribuindo para a construção de sua
concordância. Nesse sentido, constituem marcas linguísticas importantes da
argumentação.

CLASSE ARGUMENTATIVA – 12 OPERADORES

1. Operadores que assinalam o argumento mais forte:


até; mesmo; até mesmo, inclusive;/nem mesmo
2. Operadores que subtendem a existência de partes ainda mais fortes:
Ao menos; pelo menos; no mínimo
3. Operadores conclusivos (após argumentos apresentados):
Desta forma; e; também; nem; não só [...] mas também; tanto [...] como; além; além
disso; a par de; aliás (posposto)
4. Operadores que introduzem uma conclusão em relação a enunciados
anteriores:
Portanto, logo, por conseguinte; pois; em decorrência de; assim
5. Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a
conclusões opostas:
Ou [...] ou; então; quer [...] quer; seja [...] seja
6. Operadores que estabelecem relação de comparação entre elementos:
Mais que; menos que; tão [...] como
7. Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação, ao enunciado
anterior:
Porque; que; já que; pois; uma vez que; pois que; do porquê (posposto)
8. Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusão
contrária:
Mas; porém; contudo; todavia; no entanto; entretanto; embora; ainda que; posto que;
apesar de.
9. Operadores que tem função introduzir no enunciado conteúdos
pressupostos:
Já; ainda; agora
10. Operador quase=afirmação da totalidade – comb. Maioria
11. Operador apenas=negação da totalidade – comb. Poucos.
12.Os operadores de proporção: Iniciam uma oração em que se refere a um
fato realizado ou para realizar-se simultaneamente a outro.
à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a menos
que etc.

10. COESÃO REMISSIVA OU REFERENCIAL:


A coesão remissiva ou referencial é aquela que se estabelece entre dois ou
mais componentes da superfície textual que remetem a (ou permitem recuperar)
um mesmo referente (que pode, evidentemente, ser acrescido de outros traços
que se lhe vão agregando textualmente). Ela é obtida por meio de três mecanismos
básicos: substituição, elipse e reiteração.

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a. Referencial por substituição:


Retomado (anáfora) ou precedido (catáfora). Elementos que já apareceram
ou vão aparecer. Ou seja, a coesão por substituição ocorre quando um
componente da superfície textual é retomado (anáfora) ou precedido
(catáfora) por um pronome, verbo, advérbio artigos que substituem outros
elementos do texto. Para ficar mais claro ao candidato, em outras palavras,
esse tipo de coesão é feito pela citação de elementos que já apareceram,
ou vão aparecer, no próprio texto. Pronomes pessoais, possessivos e
demonstrativos são utilizados para a efetivação dessas citações.

b. Referencial por elipse.


A coesão também pode ser feita por ausência de um elemento referencial
(Ø), a elipse. Este termo vem do grego ελιπσϊς, que significa “escondido”. A
coesão por elipse é uma estratégia que permite a omissão de elementos
facilmente identificáveis ou que já tenham sido citados anteriormente.
Algumas vezes, essa omissão é marcada por uma vírgula. Pronomes,
verbos, nomes e frases inteiras podem estar omissos.

c. Referencial por reiteração:


A manutenção da unidade temática do texto exige certo limite de
redundância, por isso, é fundamentada pela coesão lexical por reiteração.
Por isso, pode-se estabelecer uma corrente de significados retomando-se
as mesmas ideias e partes de ideias por meio de diferentes termos e
expressões. Essa corrente é formada pela reutilização intencional de
palavras, pelo uso de sinônimos, ou, ainda, pelo emprego de expressões
equivalentes para substituir termos já usados, Hiperônimos, Nomes
Genéricos etc.

No texto abaixo, é possível identificar quais tipos de Coesão Referencial


presentes no texto?

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ABAIXO SEGUE UMA TABELA DE ELEMENTOS DE COESÃO REFERENCIAL

Artigos Definidos o, a, os, as


um, uma, uns, Ex. Depois de algum tempo, aproximou-se
Artigos Indefinidos
umas de nós um desconhecido. O desconhecido...
Ex. Paula não irá à Europa em janeiro. Lá faz
Advérbios de lugar aqui, ali, lá, etc.
muito frio.

Ex. Maria teve um filho. Ela tem apenas 15


Pronomes Pessoais ele/ela/eles/elas
anos.
Ex. Mate um frango. Corte-o em pedaços e
Pronomes Oblíquos o, a, lhe, lhes
prepare-o para ir ao forno.

meu, teu, seu,


Pronomes Ex. A gravata do uniforme de Paulo está
nosso, vosso,
Possessivos velha. A minha é novinha em folha.
dele etc.

este, esta, esse, Ex. O presidente pretende anunciar as novas


Pronomes
essa, aquele, tal medidas que mudarão o imposto de renda,
Demonstrativos
etc. mas não deverá fazer isso nesta semana.

tudo, todo,
algum, outro, Ex. João pediu auxílio a parentes e
Pronomes Indefinidos vários, diversos, amigos. Nenhum atendeu ao seu apelo
cada, nenhum (pedido).
etc.

um, uma, uns, Ex. Mariana e Luiz são


Numerais
umas, ambos irmãos. Ambos estudam inglês e francês.

(quando a partir
do segundo verbo
Ex. João Paulo II esteve
o sujeito fica
Elipse em Varsóvia. Lá, disse que a igreja continua
oculto, por ter
a favor do celibato.
sido citado
anteriormente)

(palavras
sinônimas ou
quase Ex. João Paulo II = papa, Sua Santidade, o
Lexical
sinônimas) último papa
Varsóvia =
Capital da Polônia

móvel/mesa
(mesa faz parte Ex. Gosto muito
Hiperônimo/Hipônimo de um de doces (hiperônimo). Cocada (hipônimo),
substantivo então, adoro.
maior = móvel)

coisa, gente, Ex. A multidão ouviu o ruído de um motor.


Nomes Genéricos pessoa, fato, Todos olharam para o alto e viram a coisa se
fenômeno etc. aproximando.

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10. COESÃO SEQUENCIAL:

A coesão sequencial é obtida, principalmente, por meio dos elementos de


ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de
orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo temático). Estes
elementos são conhecidos na gramática tradicional como conjunções, advérbios
etc., e, na linguística textual, como operadores argumentativos. Aparecem sempre
entre vírgulas, como elementos de expressão de retificação dos textos.

Prioridade, principalmente, primordialmente, sobretudo, em primeiro


relevância lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo.
finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente,
Tempo (ordem, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes,
sucessão, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo
anterioridade, tempo, simultaneamente, a princípio, pouco antes, pouco
posterioridade) depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por
fim.
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo
Semelhança,
modo, similarmente, analogamente, por analogia, de maneira
comparação
idêntica.
conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o
Conformidade mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim
como, bem como.
se, caso, salvo se, contanto que, desde que, a menos que, a
Condição, hipótese
não ser que etc.
e, além disso, ademais, por sua vez, outro ponto, mais (grave)
Adição, continuação ainda, ainda mais, também, mas também, constata-se
também, vale frisar ainda, vale lembrar também.
Dúvida provavelmente, possivelmente, é provável.
de fato, por certo, certamente, indubitavelmente,
Certeza, ênfase
inquestionavelmente, sem dúvida, obviamente.
Ilustração,
por exemplo, isto é, em outras palavras, ou por outra, a saber,
exemplificação,
haja vista.
esclarecimento
Propósito, intenção, com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que, afim de
finalidade que.
Resumo,
em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim,
recapitulação,
dessa forma, dessa maneira, logo, afinal, está claro que.
conclusão
Causa em virtude de, por causa de, devido a, é resultado de
consequentemente, por consequência, como resultado, por
Consequência isso, assim, como efeito, de sorte que, de modo que, de forma
que, de maneira que.
Explicação porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que
por outro lado, paradoxalmente, pelo contrário, caso contrário,
Contraste, oposição em contraste com, mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
no entanto.
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que,
Restrição, ressalva conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, não
obstante.

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11. COESÃO INTERFRÁSICA:

Designa por mecanismos de sequenciação que marcam tipos de


interdependência entre as frases. Costumeiramente são utilizados em no máximo
duas vezes no texto dissertativo, e sempre distinguidos entre vírgulas. A diferença
entre a Coesão Interfrásica da Sequencial é que esta ordena o conjunto do
parágrafo em si, aquela coordena elementos entre parágrafos distintos.

Coesão Interfrásica Como foi visto anteriormente


Coesão Interfrásica Apresentado acima
Coesão Interfrásica Será mostrado agora abaixo
Coesão Interfrásica Neste parágrafo
Coesão Interfrásica Do Desenvolvimento seguinte
Coesão Interfrásica No argumento apresentado
Coesão Interfrásica Na Tese exposta
Coesão Interfrásica Assim exposto no texto e é verificado agora na conclusão
Coesão Interfrásica De acordo com a apresentação da situação-problema

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12. PRODUÇÃO TEXTUAL – ANÁLISE DE REDAÇÃO – EXERCÍCIOS

TEXTO ABAIXO PARA A QUESTÃO 01


GOVERNO ACALMA AS RUAS, MAS CRIA PROBLEMA

A decisão de redução do reajuste das tarifas de ônibus, metrô e trens significou uma solução
de curto prazo. Afinal, pode reduzir o ímpeto dos manifestantes, mas traz uma armadilha:
dificuldades a médio e longo prazos.
Isso porque, a partir de agora, está sacramentada a ideia de que a mobilização popular
paralisando a cidade é capaz de acuar as autoridades, que vão ficar cada vez mais temerosas,
principalmente em períodos eleitorais, de mexer nas tarifas. Tanto o governo municipal quanto
estadual tem a tarefa de apontar de onde vai sair o dinheiro, já que os subsídios ao transporte vão
aumentar consideravelmente. Além disso, serão criadas novas áreas de conflito, já que cortes
orçamentários e eventuais aumentos de impostos tendem a criar novas áreas de tensão. Não há
dúvida de que tanto o governador Alckmin quanto o prefeito Haddad souberam reagir rapidamente
ao clamor das ruas, e evitaram um potencial explosivo das manifestações que poderia sair de
controle, levando, inclusive, a consequências de nível federal.
Nesse momento, eles podem até comemorar ter acalmado os manifestantes, mas deram mais
poder a esses grupos, que se viram fortalecidos para novos protestos e reivindicações, levando em
conta uma série de pautas latentes da sociedade.
O que estava em jogo nas manifestações não era apenas a tarifa dos transportes -- estava em
jogo toda uma demanda por melhor qualidade dos serviços públicos, das mais variadas áreas da
educação à saúde. A tarifa de ônibus era apenas um elemento aglutinador de todas essas
insatisfações.
O resultado de toda essa história é que as ruas ganharam mais força e os governos terão de
ser cada vez mais transparentes em relação à forma como usam o dinheiro público.
(In: DIMENSTEIN, Gilberto. Coluna na Folha de São Paulo. Acesso: 02/04/2016).
Competência nº 2 - Compreensão da proposta de redação e aplicação pessoal de conceitos
das várias áreas de conhecimento para a produção de um texto.
Competência nº 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para
a construção da argumentação.

01. De acordo com o texto acima sobre Gilberto Dimenstein, sobre os protestos no Brasil em 2013,
responda: (1,0)
a) Sublinhe e transcreva abaixo duas TESES propostas e delimitadas pelo autor:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

b) Sublinhe no texto e transcreva alguns dos Operadores Argumentativos presentes que sustentam a Tese Principal,
explicando como cada um deles funcionam:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

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TEXTO ABAIXO PARA A QUESTÃO 02


O satélite artificial é um artefato criado pelo homem e colocado em órbita ao redor da
Terra ou de outro corpo celeste. Até hoje já foram efetuados milhares de lançamentos desses
aparelhos ao espaço, mas a maioria já está desativada. Quando ocorrem falhas no lançamento
ou no próprio satélite, partes do mesmo podem ficar orbitando o planeta por tempo indefinido,
formando o lixo espacial.
Imitam um fenômeno natural: a Zona Ionosférica, que refletem a faixa de Ondas
Curtas. Há satélites que servem às comunicações, a estudos astronômicos e meteorológicos, a
finalidades militares. Apesar de terem funções diversas, eles possuem partes em comum.
Todos têm antenas para emissão e recepção de dados e, como precisam de energia, a maioria
conta com painéis solares.
O primeiro satélite artificial, o Sputnik, foi lançado pelos soviéticos em 1957. Em
tempos de Guerra Fria, esse episódio marcou o início da corrida espacial.
(CEBRASPE. Manual de Orientações Pedagógicas. Brasília: UnB/INEP, 2015). Adaptado.

Competência nº 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para


a construção da argumentação.

02. De acordo com o texto acima, responda:


a) Identifique e transcreva as palavras-âncora (Referentes) e suas correspondentes substituições lexicais,
seja através da Coesão Anafórica ou Catafórica presentes no texto:
PREENCHA A TABELA:
Referente 01 Substitutos Lexicais:
__________________________

Referente 02 Substitutos Lexicais:


__________________________

Referente 03 Substitutos Lexicais:


__________________________

03) O texto abaixo possui problemas de coerência. Retifique o problema abaixo, para resolver o
equívoco.

Prezados Pais e Ou Responsáveis.

Estamos passando por uma fase de contágio da caxumba. A mesma é


transmitida pelo vírus Paramyxovírus e altamente contagiosa. Sendo assim,
solicitamos que os senhores nos informe, caso o seu filho seja diagnosticado por um
médico com este vírus. Lembramos que o objetivo é preservar não só a saúde dos
demais alunos, mas principalmente a recuperação correta do seu filho, tomando
os medicamentos devidos e estando o mesmo em repouso.

A Direção

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TEXTO ABAIXO PARA A QUESTÃO 04


Somente oito em cada dez nomes pesquisados pelo Ibope, de acordo com O Globo,
portanto a maioria, é de insatisfeitos com o presidente. Este número diz exatamente o que
pensam os brasileiros em relação a Michel Temer. São, portanto, em trono de 80% da nação os
que o detestam. Estão distantes do que certamente imagina (pelo menos se presume) o
presidente. A expectativa é dos deputados que devem mantê-lo no poder, embora mais adiante
ele possa vir a cair do comando da República. Dia e noite ele conversa com os parlamentares
para angariar votos a esses e permanecer no cargo. Como é do conhecimento, a população do
País não o aceita, pelo contrário. Mas isso é outra história. O que vale neste momento são os
parlamentares que irão determinar a permanência dele no cargo, ou não.
Portanto, embora fique a dizer baboseiras nos seus discursos, dia sim dias não, o Brasil
não o tem como em boa consideração. Seus ministros são uma lástima, com exceções, é claro.
Provavelmente ele vai permanecer no cargo, mas é difícil saber até quando. Os deputados
dependem dele para receber recursos e transferi-los às suas bases, o que faz parte do jogo, mas
é isso que acontece também com o Congresso republicano, incluindo o Senado. Esperam-se as
eleições de 2018. O país tem a obrigação de renovar este Congresso. Com o que aí está não dá
para ficar. No território, é corrupção de toda ordem.
(CEBRASPE. Manual de Orientações Pedagógicas. Brasília: UnB/INEP, 2015). Adaptado.

Competência nº 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para


a construção da argumentação.

04) De acordo com o texto acima, responda:


a) Identifique e transcreva pelo menos três palavras-âncora (Referentes) e suas correspondentes
substituições lexicais, seja através da Coesão Anafórica ou Catafórica presentes no texto:
PREENCHA A TABELA:
Referente 01 Substitutos Lexicais:
__________________________

Referente 02 Substitutos Lexicais:


__________________________

Referente 03 Substitutos Lexicais:


__________________________

b) Por que o uso do termo “Mesmo” é considerado indevido enquanto coesão anafórica textual?
Justifique a sua resposta. Classifique o uso dos pronomes demonstrativos utilizados no texto.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

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EXERCÍCIO DE COESÃO SEQUENCIAL


5) Acrescente os mecanismos de coesão na dissertação abaixo, no que tange ao uso
partículas coesivas, a fim de dar sentido original ao texto. (Competência 04)

A violência contra a mulher no Brasil ainda é grande. ____________, deve haver


uma distinção entre casos gerais (que ocorrem independentemente do sexo da vítima)
e casos específicos. Os níveis de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos,
___________, o número de mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em casos
que a mulher é vítima devido ao seu gênero, ________ estupros, abusos sexuais e agressões
domésticas, as Leis Maria da Penha e do Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres
e ao Ligue 180 são meios de diminuir esses casos.
_______________, o sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta
e existe uma enorme burocracia, os casos denunciados e julgados são pequenos.
____________, muitas mulheres têm medo de seus companheiros ou dependem
financeiramente deles, ___________, não contando as agressões que sofrem. ______________,
mais criminosos ficam livres e mais mulheres se tornam vítimas.
Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física e moral da
vítima, _________ a Lei Maria da Penha, que é um marco para a igualdade de gênero e
serve de amparo para todo tipo de violência doméstica __________ já analisou mais de
300 mil casos. Há ____________ medidas que contribuem para reduzir assédios sexuais e
estupros, como a criação do vagão feminino em São Paulo e a permissão para que
ônibus parem em qualquer lugar durante a noite, ____________ que isso seja solicitado por
uma mulher.
____________ é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. ____________________
é que durante a Copa do Mundo de 2014 houve um grande fluxo de estrangeiros para
o Brasil. Muitos vêm apenas para se relacionar com as mulheres brasileiras, algo ilegal,
__________, prostituição é crime. ______________, o pior é o envolvimento de menores de
idade. Inúmeros motivos colocam crianças e adolescentes nessa vida, como o abandono
familiar, o aliciamento por terceiros e _____ sequestros.
_______________, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, deve
ocorrer uma intensificação na fiscalização, através das Leis que protegem as vítimas
femininas. No que se refere à punição dos criminosos, deve ocorrer o aumento das
penas ______ até atitudes mais drásticas. Para aumentar o número de denúncias, a
vítima deve se sentir protegida e não temer nada. ____________, mobilizações sociais,
através de propagandas e centros de apoio devem ser adotadas. Todas essas medidas
culminariam em mais denúncias, mais julgamentos e mais prisões, ___________ diminuir
os futuros casos, devido às prisões exemplares.

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CAPÍTULO V – A Competência 05
(Teoria, exemplos e exercícios)

COMPETÊNCIA 05

Elaborar proposta de intervenção para o


Propostas de
problema abordado, respeitando os direitos
Intervenção
humanos.

Nível 0 (0 ponto) Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta


proposta não relacionada ao tema ou ao assunto.

Nível 1 (40 pontos) Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou


relacionada apenas ao assunto.

Nível 2 (80 pontos) Elabora, de forma insuficiente, proposta de


intervenção relacionada ao tema, ou não articulada
com a discussão desenvolvida no texto.

Nível 3 (120 pontos) Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção


relacionada ao tema e articulada à discussão
desenvolvida no texto.

Nível 4 (160 pontos) Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao


tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

Nível 5 (200 pontos) Elabora muito bem proposta de intervenção,


detalhada, relacionada ao tema e articulada à
discussão desenvolvida no texto.

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A COMPETÊNCIA 05 - Elaborar proposta de intervenção para o problema


abordado, respeitando os direitos humanos. A quinta competência a ser
avaliada nos textos dissertativos é a apresentação de uma proposta de
intervenção para o problema abordado na redação num todo.

Diferentemente dos inúmeros manuais de escrita de redação do Ensino


Médio, a parte conclusiva da dissertação no ENEM possui um elemento sui generis
que ajuda na coerência intrínseca ao gênero. Desta forma, a redação do candidato,
além de apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em argumentos consistentes,
deve oferecer uma proposta de intervenção na vida social.

Evidentemente, essa proposta deve considerar os pontos abordados na


argumentação, deve manter vínculo direto com a tese desenvolvida no
texto (Competências 02 e 03) e coerência com os argumentos utilizados
(Competência 04), como uma espécie de síntese mínima que norteia o parágrafo
em sim, expressando a sua visão do candidato como autor, das possíveis soluções
para a questão discutida.

A proposta de intervenção precisa ser detalhada e trazer agentes e


ações, de modo a permitir ao leitor o julgamento sobre sua exequibilidade.
Portanto, deve conter a exposição da intervenção sugerida e sempre o
detalhamento dos meios para realizá-la. Ainda que haja questões na Justiça
enquanto ao direito inalienável de expressão, é necessário e recomendável que
a proposta interventiva respeite os direitos humanos, que não rompa com
valores como cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.

Deverão ser avaliadas no nível 0 da Competência V as redações que


desrespeitarem, na proposta de intervenção, de forma explícita e deliberada, os
direitos humanos afirmados na Constituição da República Federativa do
Brasil, seguindo as Diretrizes para Educação em Direitos Humanos, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, a Carta da ONU e a Declaração de Durban. Essa
recomendação tem como base a descrição da competência na Matriz de Referência
para Redação do Enem.
Para a avaliação das redações, são considerados os seguintes princípios
norteadores dos direitos humanos, pautados no Artigo 3º da Resolução nº 1,
de 30 de maio de 2012, o qual estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação
em Direitos Humanos:

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A nota da pelo avaliador será concedida de acordo com a cinco elementos


básicos, que devem ser levados à risca pelo candidato: a ação
interventiva, o agente, o modo/meio de execução, seu efeito e um
detalhamento:

Portanto, propostas vagas, superficiais, pouco abrangentes, confusas, pouco


plausíveis e pouco relacionadas ao tema ou ao assunto e que não sigam o quadro
acima vão perdendo pontos de acordo com uma escala de qualidades que
vai da inexistência de proposta e da proposta vaga, precária ou
relacionada apenas ao assunto até uma proposta detalhada, muito bem
fundamentada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no
texto pelo participante.

1. NOÇÕES SOBRE AÇÃO, AGENTE, MODO/MEIO, EFEITO E


DETALHAMENTO

A proposta de intervenção muito bem elaborada, de forma detalhada, é


aquela que apresentará os cinco elementos. Essa concepção de escrita destaca os
elementos que materializam, na superfície textual, a concretude e, na sua
ausência, a vagueza da proposta de intervenção.

Portanto, o que vale para 2018 adiante não será mais em função da
quantidade de propostas, mas sim da sua qualidade, que será aferida em
função da variedade dos elementos que apresenta.

Dessa forma, se o texto apresentar mais de uma proposta de intervenção, será


avaliada somente a mais completa delas. Além disso, se uma mesma proposta
apresentar algum elemento repetido (dois agentes, ou dois efeitos, por exemplo),
ele será contabilizado pelo avaliador apenas uma vez. Veja o exemplo
abaixo, onde os agentes “mídia” e “ONGs” conta-se como um só! E veja que o
segundo período é mais completo que o primeiro, e é ele que se levará em conta
na correção!

Mas atente para que os componentes funcionem no seu texto: senão recairá
no “elemento nulo”, o qual se caracteriza por ser uma tentativa mínima de
propor uma intervenção que não valerá como contagem de elementos
realmente válidos.

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AÇÃO INTERVENTIVA é o elemento que diz respeito à intervenção prática


apontada pelo participante como necessária para a solução do problema
apresentado pelo tema. É “O que deve ser feito?”.
No exemplo abaixo, há apenas um agente e três ações (2 elementos
válidos):

AGENTE é o elemento que diz respeito ao ator social apontado para


executar a ação interventiva que se propõe. Eles se enquadram em
determinados níveis de ação: individual, familiar, comunitário, social, político,
governamental e mundial. A pergunta a ser respondida para identificar o agente
da ação proposta é “Quem executa?”
MODO/MEIO é o elemento que diz respeito à maneira e/ou aos recursos
pelos quais a ação interventiva é realizada. Esse elemento dialoga com a
exequibilidade da ação e revela o quanto esta é concreta e interventiva,
características indispensáveis à proposta de intervenção. A pergunta a ser
respondida para identificar o modo/meio apontado é “Como se executa/Por meio
do quê?”.
EFEITO é o elemento que corresponde aos resultados pretendidos ou
alcançados pela ação interventiva proposta. Ele pode vir expresso por meio
de uma estrutura indicativa de finalidade, consequência ou conclusão. A pergunta
a ser respondida para identificar esse elemento é “Para quê?”.
No exemplo abaixo podemos enxergar os Agentes (Governo, ONGs e
instituições de educação), modo (por meio de...) e efeito (para que/com o intuito
de... [grifado])
Para que o Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao

Governo fazer parceria com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais

rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar

severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função também das instituições

de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que enfatizem a

igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções culturais,

com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras

medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o

mais importante na evolução de um homem ou nação.”

DETALHAMENTO é o elemento que acrescenta informações à ação


interventiva, ao agente, ao modo/meio ou ao efeito. Ele tem papel
fundamental para uma formulação mais concreta e mais elaborada da proposta de

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intervenção. Ao contrário dos outros, o detalhamento é o “coringa”, ou seja, se


usa associado a qualquer dos outros elementos. A pergunta a ser respondida
para identificar o detalhamento é: “Que outra informação sobre esses
elementos foi acrescentada pelo participante?”
Exemplo de detalhamento de agente:
Entidades e ONGs, como órgãos voltados a crianças, já demonstraram suas
preocupações e reivindicaram medidas de controle, mas encontram uma barreira nas
grandes empresas de publicidade e fabricantes de produtos infantis.

Exemplo de detalhamento de ações (grifado):


É preciso que o governo e a sociedade se envolvam nessa discussão. Formas de controle
a abusos publicitários devem ser claras, efetivas e nacionais, além de apoiadas pela lei,
e não feitas através de acordos entre o setor e o governo. Deve-se estipular um padrão
para propagandas, barrando as manipulações feitas, principalmente, pelo texto
publicitário não-verbal, como as cores e as imagens, elementos mais atraentes para
as crianças.

2. ORIENTAÇÕES NO MODO DE AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA 05 NO


TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM

Será considerada de nível 0 na Competência V a não apresentação da


proposta ou a proposta que não esteja relacionada ao tema ou ao assunto.

Será considerada de nível 3 na Competência V a proposta de intervenção


que considere, no mínimo, três dos elementos (agente, ação e modo, por
exemplo), do qual atrela, obrigatoriamente, de alguma forma de forma concreta
como realizá-la (por meio de...) sempre dessa forma.

Contudo, se houver apenas dois desses elementos fundamentais


(Ação+Agente+Modo/Meio+Efeito+Detalhamento), a proposta deverá ser
considerada de nível 2.

Por isso, recomendamos que o candidato apresente mais de um agente


sempre associado, explicitando com a ação esperada, pois são os dois principais.
Saiba que uma proposta com mais de uma ação, quando envolve mais de um
agente, só atinge esta nota mais alta em função da sua boa elaboração. Do
contrário, será atribuída a nota mais baixa pelo avaliador e menos pontos de
escore.
Não esqueça de que somente elementos válidos serão contados. Os
elementos nulos não são contados. Portanto, concretize as propostas! O comando
de avaliação do ENEM só considera de nível 5 a proposta bem detalhada,
articulada à discussão desenvolvida no texto e que apresenta:

o Os cincos elementos:
(Ação+Agente+Modo/Meio+Efeito+Detalhamento)
o Cada elemento válido já contabiliza um nível na Competência 05.
Exemplo: Nível 02 – com dois elementos. Nível 04 – com quatro elementos.
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No quadro abaixo, sintetizamos os pontos que não devem ser


esquecidos pelo candidato, tanto na composição dos textos do nosso curso
quanto na escrita de redação no exame:

3. ALGUNS EXEMPLOS DE PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM


VARIADOS NÍVEIS NA COMPETÊNCIA 05

Abaixo segue dois exemplos de excertos de parágrafos de conclusão


avaliados com a nota 200, atribuída o nível 5 pelo avaliador do ENEM:

O exemplo acima é completo: possui uma síntese mínima (linha 20), os


cincos elementos Agente (Ministério da Educação), Ação (duas, rígidas
fiscalizações nas escolas e palestras), Meio/Modo (através de assistentes
sociais), Efeito (para garantir a aplicação e ensinamento de Libras/com o objetivo
de incentivar a inclusão social, a fim de minimizar o prejuízo do futuro do deficiente
e preconceito da população), e, por fim, um Detalhamento aplicado no Efeito
(Dessa forma, o país dará largos passos para seu avanço).

Abaixo temos exemplos de excertos com notas variadas:

Apesar de bem escrita, o trecho abaixo não traz agentes explícitos,


perpassando uma intervenção uma tanta vaga para os padrões do ENEM. Atingiria
o nível 02 numa avaliação da parte conclusiva. Lembre-se de que os níveis 0,

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1 e 2 interferem na quantificação da Competência 02, uma vez que fica


pouco claro a assunção da índole tripartite característica da redação dissertativa,
composta de Introdução (Proposição)-Desenvolvimento (Argumentação)-
Conclusão (Intervenção).

O trecho abaixo contém as mesmas características do texto anterior. Além


disso há agravantes de alguns desvios de Competência 01, o que prejudica
a nota da conclusão, assim como a questão dos agentes que não é explicitada,
e só há um elemento válido, conferindo o nível 01 para o padrão ENEM:

O exemplo a seguir transita entre o nível 04 e o nível 05. Por quê? Consegue
ir muito mais adiante que o exemplo anterior, porém, embora contenha Agente,
Ação, Meio e Efeito, faltou o elemento adjunto para detalhamento para atingir
um padrão integral de cinco elementos, típico de um nível 5. Pode-se, assim,
fica com o nível 4, conferindo 160 pontos, uma vez que na avaliação do ENEM são
características de texto em dois níveis diferentes prevalece a nota menor,
algo que é válido para todas as competências da avaliação das redações do ENEM,
por não atingir integralmente o nível acima esperado.
Exemplo 04:

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4. ANÁLISES DE EXCERTOS CONCLUSIVOS E AS RESPECTIVAS


AVALIAÇÕES

A redação é avaliada no nível 5, na Competência V, por apresentar


abordagem completa do tema e proposta de intervenção, entre as linhas
13 a 19, com 5 elementos válidos. É importante reforçar que, ao identificar os
elementos, para além da identificação das estruturas gramaticais, temos de nos
atentar para o aspecto semântico de cada elemento. Para essa análise, as perguntas
sobre os elementos devem sempre ser aplicadas.

 O que deve ser feito? "deveriam entrar em um acordo” (Ação)


 Quem executa? “o governo e Empresa exibidoras” (Agente )
 Como se executa?/Por meio do quê? “com um plano de instalar telões”
(Modo/Meio)
 Para quê? "para um projeto que possa ta levando todo esse material para pessoas
de classe baixa e com pouca infra-estrutura” (Efeito)
 Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo
participante? “em parques de grande acesso”. (Detalhamento)

Há ainda o detalhamento do efeito (transmitindo um conteúdo selecionado,


educacional e livre para todas as idades), mas que não deve ser contabilizado
porque a proposta já apresentou um detalhamento anteriormente.

Portanto, a alternativa correta é aquela que justifica que “A redação é avaliada


no nível 5 por apresentar, respectivamente, o agente (“o governo e Empresa
exibidoras”), a ação ("deveriam entrar em um acordo”), o efeito ("para um projeto
que possa ta levando todo esse material para pessoas de classe baixa e com pouca
infra-estrutura”), o modo/meio (“com um plano de instalar telões”) e o
detalhamento do modo-meio (“em parques de grande acesso”). Há ainda o
detalhamento do efeito (transmitindo um conteudo selecionado, educacional e
livre para todas as idades), mas que não deve ser contabilizado porque a proposta
já apresentou um detalhamento anteriormente.

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Exemplo 2:
Evidencia, portanto, que ainda existem entraves para a democratização do
acesso ao cinema no Brasil. Dessa maneira, é necessário que o Governo, através da
criação de cinemas desvinculados de shoppings e próximos a essas populações, aumente
o número de pessoas que desfrutam do cinema, com o objetivo de diminuir a
desigualdade a esse acesso no país. É de igual importância ainda, que o Governo
também atue na difusão desse entretenimento, por meio de estabelecimento de
descontos no valor dos impostos para populações de baixa renda, para diminuir a
exclusão cinematográfica no Brasil. Somente assim será possível estabelecer uma
verdadeira igualdade no Brasil e eliminar a distância social existente ente os Napoleões
e outros bichos no país.

Para essa análise, as perguntas sobre os elementos devem sempre ser


aplicadas. No texto há duas propostas, porém, é considerada a mais abrangente e
completa:
 O que deve ser feito? (“aumente o número de pessoas que desfrutam do cinema”)
 Quem executa? (“o Governo”)
 Como se executa?/Por meio do quê? (“através da criação de cinemas”)
(Modo/Meio)
 Para quê? (“com o objetivo de diminuir a desigualdade a esse acesso no país”)
(Efeito)
 Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo
participante? (“desvinculados de shoppings e próximo a essas populações”.
(Detalhamento)

A redação é avaliada no nível 5 porque apresenta abordagem completa do tema


e as propostas de intervenção mais completas apresentam os 5 elementos válidos.
A primeira proposta, entre as linhas 23 e 25, apresenta o agente (“o Governo”), o
modo/meio (“através da criação de cinemas”), o detalhamento do modo/meio
(“desvinculados de shoppings e próximo a essas populações”), a ação (“aumente o
número de pessoas que desfrutam do cinema”) e o efeito (“com o objetivo de
diminuir a desigualdade a esse acesso no país”).
Há, ainda, dois detalhamentos do efeito (“Somente assim será possível
estabelecer uma verdadeira igualdade no Brasil”; “e eliminar a distância social
existente entre os napoleões e os outros bichos no país”), que não foram
contabilizados, porque a proposta já apresentou um detalhamento anteriormente.
A segunda proposta, entre as linhas 25 e 28, apresenta o agente (“o Governo”),
a ação (“atue na difusão desse entretenimento”), o modo/ meio (“por meio do
estabelecimento de descontos no valor dos ingressos para populações de baixa
renda”), o efeito (“para diminuir a exclusão cinematográfica no Brasil”) e o
detalhamento do efeito (“Somente assim será possível estabelecer uma
verdadeira igualdade no Brasil.”). Há, ainda, um outro detalhamento do efeito (“e
eliminar a distância social existente entre os napoleões e os outros bichos no país”),
que não foi contabilizado, porque a proposta já apresentou um detalhamento
anteriormente. A redação não é avaliada no nível 4 porque a proposta apresenta
mais de 4 elementos válidos, ou seja, já apresenta os 5 elementos.

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5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS PARA A COMPETÊNCIA 05

1) Topicalize no quadro ao final da página os Agentes e Ações da Proposta de


Intervenção apresentadas abaixo:

Em atenuação do problema pertinente cabe indispensavelmente a Constituição


promover a liberação das armas de fogo para a defesa do cidadão de bem (o que irá
apaziguar o país). O governo em sequência, através das corporações de segurança, deve
fortalecem a ordem no país com a utilização de métodos estratégicos. O Exército, por
sua vez, deve fiscalizar as fronteiras do Brasil para inibir a venda ilegal proveniente de
países vizinhos. Por fim, os sistemas educacionais e a mídia contribuir na
informatização e conscientização quanto ao uso das armas e métodos de defesa. Desta
forma o Brasil alcançará o progresso. (1)

Pode-se compreender, portanto, que para a proteção das crianças brasileiras e


da sociedade em geral, é necessária uma maior fiscalização da indústria de propaganda.
Associado a isso, faz-se pertinente a formação de oficinas educacionais, voltadas para
o ensino de Filosofia e Sociologia de um modo interativo nas escolas públicas e privadas,
dando ênfase a questões atuais, como a construção da identidade em um mundo
capitalista e globalizado. Assim, com a educação voltada para a formação do senso
crítico, ter-se-ia uma sociedade melhor. Afinal, como já afirmado pelo líder Nelson
Mandela, “é preciso que uma nova era comece.” (2)

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO

AGENTES 01: AGENTES 02:

_______________________________________: ___________________________________________:

Ações, modo, meio e detalhamento: Ações, modo, meio e detalhamento:

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ATIVIDADE DE OBSERVAÇÃO FINAL – REDAÇÃO PARCIAL.


Na avaliação que segue abaixo, você prosseguirá a dissertação, acrescentando
obrigatoriamente o número de 2 (dois) parágrafos: o D² e a conclusão, para sustentar o
tema abaixo. Para isso, antes da transcrição, do texto final, será necessário a elaboração das
duas justificativas para a construção destes parágrafos. OBSERVAÇÃO: O tema-título
deverá ser seguido à risca, de acordo com o seu conhecimento de mundo e de composição
de textos dissertativos.
COMO COMBATER A QUESTÃO DOS DST’S NOS JOVENS BRASILEIROS?

A atual Constituição Federal de 1988 assegura o acesso à saúde como direito


inalienável de todo cidadão brasileiro. Porém, tal condição democrática não anula os
empecilhos da situação que o Brasil se encontra diante do aumento das DST´S - Doenças
Sexualmente Transmissíveis-. Nesse contexto, vale destacar dois pilares fundamentais para
dirimir a alta incidências dessas moléstias, a educação e a mídia, as quais estão, na
atualidade, pouco relacionadas a essa função.
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12
13
14

Em segunda instância, cabe pontuar que a educação como alicerce de uma sociedade
deve alcançar um fim social, pois, do contrário, se torna fútil, como já dizia o escritor
Gilberto Freyre. No entanto, o que se percebe na contemporaneidade é que a educação não
está atendendo essa função, a qual teria um impacto positivo no campo da saúde, já que
consistiria na conscientização dos jovens sobre doenças sexuais. Isso é perceptível no
aumento da taxa de infectados entre jovens de 15 e 19 anos de idade que passou de 2,4
para 6,9 mil habitantes em 9 anos, segundo órgãos do Ministério da Saúde. Sendo assim,
isso só evidencia a pouca atuação que a educação está tendo na tentativa de erradicar
essas doenças.
Porventura, a fim de resolver o problema , o Governo_______________________________, em
junção ao ______________________________________________________________________________________, que é
a(o)_______________________________________________________________________________, precisam empregar
____________________________________________________________________________________________________________,
por meio de_____________________________________________________ e _____________________________________.
Além disto, o agente___________________________________________________________________________ deve
____________________________________________________________________________________________________________,
no intuito de _________________________________________________________, mas também incentivar a
participação popular, com a utilização ___________________________________________ aos métodos de
prevenção. Com isso, a população terá mais acesso a estes equipamentos.

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CAPÍTULO VI – Resumo/Quadro de
avaliação das Cinco Competências.
Situações que levam a nota zero.
Orientações de escrita dissertativa.
Análise de TEMA de Redação Enem.

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QUADRO DE AVALIAÇÃO SUCINTA DAS CINCO COMPETÊNCIAS


Competência I A redação é avaliada no nível _____ porque apresenta
Nível _____. estrutura sintática __________ e _________ desvios.
A estrutura sintática apresenta períodos ___________. E a
complexidade esperada em uma estrutura sintática?
______________________________________________.
Contém subordinações, orações intercaladas e inversões
sintáticas, o que garante fluidez às ideias?
______________________________________________.
Contém falhas? _______. Truncamento ou Justaposição?
___________.
E os desvios correspondem a:
E a escolha vocabular? __________________________.
Competência II A redação é avaliada no nível ________.
Nível _____. Ela apresenta as 3 partes do texto dissertativo-
argumentativo? ________________________________.
Alguma é embrionária? ___________________________.
Aborda o tema de forma completa? __________________.
Faz cópia ou baseia-se nos textos motivadores?
______________________________________________.
Possui repertório legitimado, pertinente ao tema e com uso
produtivo? _____________________________________.
O participante associou o repertório ao tema? __________.
Competência III A redação é avaliada no nível _______.
Nível ______. Apresenta abordagem completa do tema? ___________.
Projeto de texto estratégico e desenvolvimento das
informações, fatos e opiniões em todo o texto? _______
Quanto ao projeto de texto, o participante apresenta o quê
no texto? _______________________________________
______________________________________________.
Por fim, a proposta de intervenção retoma os aspectos
abordados ao longo do texto, construindo medidas
específicas? ____________________________________.
Desse modo, observa-se que se trata de um texto
estratégico? ____________________________________.
Apresenta a defesa do ponto de vista é feita de forma
gradual e organizada ao longo de todo o texto?
_____________________________________________.
Competência IV A redação é avaliada no nível _______ porque se
Nível ______. caracteriza pela presença ________ de elementos
coesivos.
Possui o emprego de operadores argumentativos
interparágrafos? ________________________________.
Observa-se o uso de elementos coesivos dentro dos
parágrafos? ___________________________________.
Há repetições ou inadequações? _________________.
Há operador argumentativo em, pelo menos, dois
momentos do texto? ___________________________.
Competência V A redação é avaliada no nível __________ porque
Nível ______. apresenta abordagem _________ do tema e suas propostas
de intervenção mais completas apresentam ______
elementos válidos.
Apresenta o agente? ____________________________.
Apresenta a ação? ______________________________.
Apresenta o meio/modo? _________________________.
Apresenta a finalidade? ___________________________.
Apresenta algum detalhamento? ____________________.

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1. SITUAÇÕES QUE LEVAM A NOTA ZERO

Em todas as situações expressas a seguir, será atribuída à redação nota


0 (zero).

Parte desconectada do tema

Texto insuficiente

o Trata-se de texto que apresenta visivelmente até 7 (sete) linhas escritas ou


menos, qualquer que seja o conteúdo.

Cópia de texto motivador

o Nesta Situação está o texto em que, descontadas as linhas com cópia de


texto motivador, sobram apenas 7 linhas ou menos.
o Em caso de uma ou outra paráfrase de trecho de texto motivador, a redação
é avaliada; no entanto, ela só atinge, no máximo, no nível 2 das
Competências II e III a redação que for feita exclusivamente com paráfrases
dos textos motivadores.

Fuga ao tema

o Por exemplo, no ENEM de 2014, foi configurado como fuga ao tema qualquer
encaminhamento que não tratasse do tema ou, pelo menos, de assunto a
ele relacionado; que tratasse, por exemplo, exclusivamente, de
consumismo, publicidade, infância, liberdade de expressão, exploração
sexual infantil ou trabalho infantil.
o Em casos de redações que continham as expressões "publicidade infantil”,
"propaganda infantil”, "publicidade dirigida às crianças” ou similares, o
avaliador deveria verificar se o texto tratava do tema ou, pelo menos, do
assunto. Se a redação não tratasse nem de um nem do outro, nem mesmo
embrionariamente, deveria ser considerada como Fuga ao Tema; caso
contrário, deveria ser avaliada normalmente.

Não atendimento ao tipo textual dissertativo-argumentativo

o Nesta Situação, o texto todo apresenta outra estrutura textual que não seja
a estrutura dissertativo-argumentativa (poemas, narrativas, diálogos,
relatos...).

Assinatura e quaisquer desenhos no texto, mesmo de pequena


dimensão

o Trata-se de texto com impropérios, desenhos e outras formas propositais


de anulação.

Em Branco

o Ocorre quando a Folha de Redação não apresenta texto escrito.

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2. ANALISANDO O TEMA DE 2017 E MODO DE ABORDÁ-LO NO TEXTO DE


REDAÇÃO

Da mesma forma como nos anos anteriores, a composição dos textos


motivadores do tema de redação do Enem em 2017 traz quatro textos, sendo um
deles um infográfico.

O primeiro texto motivador traz um elemento da Lei nº 13.146, do qual


garante o direito à educação a qualquer pessoa em qualquer situação, enfatizando
ao Ensino de Libras. Em relação a este primeiro texto, o candidato poderia refletir
sobre a alienação da sociedade inclui, para a estudante, o desconhecimento da
língua brasileira de sinais (Libras) e a segregação se dá, entre outros meios,
por meio da exclusão das pessoas surdas dos processos educacionais e culturais,
deixando-os à margem da sociedade. A partir disso, pode gerar uma Tese.

Já o segundo texto motivador, o terceiro texto motivador, e o quarto


texto motivador traz um infográfico, uma imagem publicitária e um texto
informativo, finalmente, apresenta o texto foca na questão do ensino, afirmando
que a maioria das escolas do Brasil não incluem, de fato, os deficientes
auditivos e os demais portadores de necessidades especiais, uma referência
a todas as pessoas deficientes que tentam obter inclusão escolar, mas não
conseguem. Além disso, quando algum aluno portador de surdez rompe o ciclo
vicioso, conseguindo se escolarizar, o preconceito acaba barrando a progressão
dele.

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3. ANALISANDO O TEMA DE 2018 E MODO DE ABORDÁ-LO NO TEXTO DE


REDAÇÃO

Também igualmente a anos anteriores, consolidado nos exames do gênero,


a composição dos textos motivadores do tema de redação do Enem em 2018 traz
quatro textos, sendo um deles um infográfico e três reportagens.

O primeiro texto motivador, O gosto na era do algoritmo, de Daniel


Verdú para 'El País' explica como os algoritmos são usados por diversas empresas
como um "cérebro artificial" por trás dos sistemas de recomendação, rastreando o
comportamento online dos usuários para, então, indicar produtos a eles parecidos
aos que ele já consumiu. Já o segundo texto motivador trata sobre como a
inteligência artificial tem recebido poder decisório nas sociedades digitalizadas, e
o risco que isso pode apresentar para a democracia, o direito à informação e a
desigualdade. No trecho citado no Enem, expõe como o Facebook atua para
moderar publicações em sua rede social, algumas vezes sem razões convincentes.

Por sua vez, o terceiro texto motivador traz um texto do escritor britânico
Tom Chatfield, também sobre a moderação no Facebook. No caso, não é sobre a
moderação de posts que devem ou não ser retirados da plataforma, mas sim quais
são as publicações que aparecem ou não na linha do tempo dos usuários. Segundo
ele, essa questão envolve princípios de ética e isenção, porque podem influenciar
a opinião pública. Sem dúvidas, este texto serviu de mote para a possível
elaboração de Tese no 1º parágrafo.

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4. ANALISANDO O TEMA DE 2019 E MODO DE ABORDÁ-LO NO TEXTO DE


REDAÇÃO

A prova do Enem de 2019 era bastante aguardada, em face as mudanças


nos quadros do INEP e no MEC, advindos do novo governo eleito em 2018.
Contudo, continua trazendo quatro textos, sendo um deles um infográfico e três
reportagens.
O primeiro texto motivador faz uma retomada histórica da criação do
cinema e introduz no candidato ao tema mostrando como o cinema superou
expectativas ao se mostrar um importante instrumento cultural. Já o segundo
texto motivador ressalta o papel do cinema como expressão artística – a reflexão
e criticidade que ele provoca no espectador e, consequentemente, o impacto social
que isso tem, já que quem assiste é chamado para dialogar com esses temas.
Por sua vez, o terceiro e quarto texto motivador conversam muito entre
si e são mais informativos. O terceiro traz dados sobre o consumo e o acesso ao
cinema no Brasil, evidenciando uma realidade que mostra que esse acesso não é
democrático. Já o quarto texto é uma justificativa para o terceiro: ele evidencia
quais fenômenos sociais fizeram com que o cinema ficasse restrito a algumas
classes e regiões.

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5. ANALISANDO O TEMA DE 2020 E MODO DE ABORDÁ-LO NO TEXTO DE


REDAÇÃO

No ENEM, algo já consagrado na composição dos textos motivadores, traz


em média quatro textos, porém desta vez foram três.
O tema foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade
brasileira”. O tema da redação do Enem 2020 foi importante, pertinente, dentro
da realidade brasileira, e dentro do padrão esperado para o exame educacional.
A partir dos textos motivadores, a palavra chave primacial é o 'estigma',
uma conotação negativa que a sociedade dá às doenças mentais, talvez muito
ligado ao histórico de tratamento manicomial, também uma falta de
informação e conhecimento das doenças mentais e uma associação ao
afastamento, a sociedade sempre lidou com as doenças mentais como algo a
parte, assim como os presidiários, passa a ser algo a parte da sociedade.
Para esse tema, indicamos que há diversas opções de agentes de
intervenção, tais como, o Estado, o Ministério da Saúde e o SUS, seja agindo
para ampliar o atendimento ou criando políticas públicas de inclusão e, até mesmo,
proporcionando mais informação para as novas gerações por meio da escola e
campanhas.

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6. DICAS IMPORTANTES PARA QUANDO FOR INICIAR UMA PRODUÇÃO


TEXTUAL, TANTO NO CURSO QUANTO NO ENEM
Em mente, o que o redator deve levar em conta é a formulação da Parte
Introdutória e, a posteriori, do Desenvolvimento e Conclusão. E os passos
devem ser estes:

1. Formular uma situação-problema; 2. Estabelecer uma inferência, ou seja,


como você se posiciona diante da compreensão dos textos motivadores; 3.
Definir minimamente o objeto, ou seja, a definição básica sobre o tema e a
contextualização no momento presente; 4. A partir daí pode-se direcionar a TESE,
que deve ser seguida a partir dos seguintes termos:

4.1. Lembre-se de que a TESE é o seu ponto de vista objetivo sobre o que
“acha” do tema, ou onde ele vai dar. Assim sendo, é o que o Autor pensa,
defende e acredita sobre o assunto;

4.2. Interrogue o TEMA em vários sentidos, transformando em pergunta: cada


prisma, cada nuance sobre ele leva a pontos de observação sob vários
aspectos. Daí você terá maior segurança para escrever e anotar os dados e
compará-los.

4.3. Evite começar a redação de forma linear: você pode ter mais dificuldade
de sustentar o pensamento dentro da escrita direta, perdendo preciosos
minutos. Saiba que o tempo de duração de composição de todo o texto, desde o
planejamento até a última linha escrita na folha de redação não deve passar dos
80 minutos. Ultrapassando, saiba que isso interferirá no restante das outras
áreas do conhecimento, tornando o tempo para a respostas dele ainda menor.

4.4. Faça o planejamento de texto na área de rascunho! A oportunidade de


errar ou escrever algum equívoco antes do texto definitivo é maior, e assim
poderá fazer os ajustes e revisões na área designada para tal, antes de
transpor para a parte definitiva. Redação é revisão, é retificação e reflexão
antes do texto definitivo. Depois disso, um abraço! já era! Não há o que fazer
diante do que foi colocado, inclusive os erros!

4.5. Justifique a sua TESE com o argumento principal no D¹ e fundamente-o


com argumentos auxiliares, tanto no D¹, D² ou mesmo D³ com a estratégia
argumentativa que estiver mais à vontade. Contudo, apenas avance ao D³ se
considerar que tenha conhecimento geral que transcenda os textos
motivadores. Estes são também formas de avaliação, ainda que ninguém
explicite sobre, nem mesmo a Banca da Avaliação. Quando você acrescenta
conteúdos a mais e os interpreta também, adicionando, mais pontos fará
na C2 e C3.

4.6. E por último, para cada problema abordado no desenvolvimento em


resposta ou justificativa da TESE, anote um agente e uma ação, reservando-
lhe para o parágrafo de conclusão. A intervenção deve ser sempre concreta,
com mais detalhes possíveis, com pelo menos dois agentes e duas ações, mas
que, na construção, possua extensão máxima de um parágrafo de
desenvolvimento. Nunca maior!

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Abaixo segue uma redação padrão-final Curso, que teve, enquanto dos
dois Avaliadores do ENEM, nota 940 e 960:

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Abaixo segue uma redação do Enem de 2017, que teve, enquanto


dos dois Avaliadores do ENEM, nota 1000:

A formação educacional de surdos representa um desafio para uma sociedade


alienada e segregacionista como a brasileira. O desconhecimento da língua brasileira
de sinais — LIBRAS — e a visão inferiorizante que se tem dos surdos podem acabar
por excluí-los de processos educacionais e culturais e mantê-los marginalizados em
relação ao mundo atual. Portanto, esses desafios devem ser superados de imediato
para que uma sociedade integrada seja alcançada.
Em primeiro lugar, a pouca abrangência da língua de sinais entre os mais
diversos setores da sociedade faz dela um ambiente inóspito para os deficientes
auditivos. Pesquisas corroboradas por universidades brasileiras e estrangeiras, como a
Unicamp e a Universidade de Harvard, atentam para a importância da linguagem
como principal porta para a convivência social, permitindo uma multiplicidade de
interações interpessoais, como as de educação, cultura, trabalho e lazer. Assim, quando
a sociedade se fecha à comunicação por sinais, justificada pela ignorância, aqueles que
dependem dessa linguagem têm dificuldades de obter educação de qualidade e ficam,
muitas vezes, à margem das demais interações sociais.
Além disso, a maioria das escolas brasileiras não incluem os surdos, assim como
os demais portadores de necessidades especiais, em seus programas, estimulando a
diferença e o preconceito. Por mais que a legislação brasileira garanta o ensino
inclusivo, a maioria das escolas brasileiras não possuem estrutura para atender aos
deficientes auditivos, principalmente por conta da falta de profissionais qualificados. A
pouca inclusão dos jovens deficientes e não-deficientes valoriza a diferença entre eles,
gerando discriminação e uma sociedade dividida. O renomado geógrafo Milton Santos
dizia que uma sociedade alienada é aquela que enxerga o que separa, mas não o que
une seus membros, algo que se evidencia na exclusão de surdos em todos os níveis de
ensino.
Dessarte, visando a uma sociedade mais justa, é mister superar os desafios da
educação de deficientes auditivos. Para que o surdo se integre aos diversos meios sociais,
como o educacional, o MEC deve fazer uma reforma curricular, que contemple o ensino
de LIBRAS como obrigatório em todas as escolas, através de consultas populares na
internet para determinação da carga horária. Ademais, com o intuito de tornar as
escolas inclusivas, o MEC e o Ministério do Trabalho devem prover as escolas de
profissionais capacitados, que possam lidar com alunos surdos através de programas
de capacitação profissional oferecidos pelo SESI e SENAC. Dessa forma, o ensino
tornará a sociedade brasileira mais unida.
Maria Clara Delmas Campos, 18 anos, estudante do Rio de Janeiro
(Disponível em https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-vestibular/enem-
2017-leia-uma-redacao-que-tirou-nota-1000-22307655. Acesso em 14/02/2018).

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Abaixo segue uma redação do Enem de 2018, que teve, enquanto dos
dois Avaliadores do ENEM, nota 1000:

Segundo as ideias do sociólogo Habermas, os meios de comunicação são fundamentais para a


razão comunicativa. Visto isso, é possível mencionar que a internet é essencial para o desenvolvimento
da sociedade. Entretanto, o meio virtual tem sido utilizado, muitas vezes, para a manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar
determinados assuntos ou a consumir certos produtos. Isso ocorre devido à falta de políticas públicas
efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar”, de forma correta, na internet, e à ausência de
consciência, de grande parte da população, sobre a importância de saber utilizar adequadamente o
meio virtual. Essa realidade constitui um desafio a ser resolvido não somente pelos poderes públicos,
mas também por toda a sociedade.
No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário, pode-se citar que, no
século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de liberdade do mundo contemporâneo”,
afirmando que as pessoas eram controladas pela “indústria cultural”, disseminada pelos meios de
comunicação de massa. Atualmente, é possível traçar um paralelo com essa realidade, visto que
milhões de pessoas no mundo são influenciadas e, até mesmo, manipuladas, todos os dias, pelo meio
virtual, por meio de sistemas de busca ou de redes sociais, sendo direcionadas a produtos específicos,
o que aumenta, de maneira significativa, o consumismo exacerbado. Isso é intensificado devido à
carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” corretamente na internet,
explicando-lhe sobre o funcionamento do controle de dados e ensinando-lhe sobre como ser um
consumidor consciente.
Ademais, é importante destacar que grande parte da população não tem consciência da
importância da utilização de forma correta da internet, visto que as instituições formadoras de
conceitos morais e éticos não têm preconizado, como deveriam, o ensino de uma “polarização digital”,
como faz o projeto Digipo (“Digital Polarization Iniciative”), o qual auxilia os indivíduos a acessarem
páginas confiáveis e, assim, diminui o compartilhamento de notícias falsas, que, muitas vezes, são
lançadas por moderadores virtuais. Nesse sentido, como disse o empresário Steve Jobs, “A tecnologia
move o mundo”, ou seja, é preciso que medidas imediatas sejam tomadas para que a internet possa
ser usada no desenvolvimento da sociedade, ajudando as pessoas a se comunicarem plenamente.
Portanto, cabe aos Estados, por meio de leis e investimentos, com um planejamento adequado,
estabelecer políticas públicas efetivas que auxiliem a população a “navegar”, de forma correta, na
internet, mostrando às pessoas a relevância existente em utilizar o meio virtual racionalmente, a fim
de diminuir, de maneira considerável, o consumo exacerbado, que é intensificado pela manipulação
do comportamento do usuário pelo controle de dados. Além disso, é de suma importância que as
instituições educacionais promovam, por meio de campanhas de conscientização, para pais e alunos,
discussões engajadas sobre a imprescindibilidade de saber usar, de maneira cautelosa, a internet,
entendendo a relevância de uma “polarização digital” para a conscientização da razão comunicativa,
com o intuito de utilizar o meio virtual para o desenvolvimento pleno da sociedade."
FONTE:https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/03/Redacao-Livia-
taumaturgo.jpeg. Acesso: 20/01/2019.

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Abaixo segue uma redação do Enem de 2019, aluno do curso, com


o texto submetido à avaliação da prova na ocasião:

Redemocratização do acesso ao cinema brasileiro

A arte é uma das veredas pelas quais a sociedade pode galgar de modo a se expressar
em conformidade de seu desejo e da circunstância na qual existe. Portanto, a partir desta
conjectura, pode-se inferir que o cinema – uma das principais vertentes da produção artística
– possui uma importância indubitável quando se analisa o quadro social brasileiro – tanto
por sua contribuição à economia quanto por ser um meio de manifestação cultural. Desta
forma, ao saber que, constitucionalmente, é livre a expressão artística (artigo 5º, inciso IV e
IX) conclui-se que seu desenvolvimento estrutural deve englobar a todos os cidadãos possuintes
daquele direito.
Ao analisar a sociedade, pode-se verificar a estrutura na qual esta se fulcra. Em relação
à organização estrutural de uma localidade, pode-se abordar pontos como: desenvolvimento
econômico, educacional e artístico, que pode ser englobado pelo cinema. Desta maneira, o
primeiro ponto consiste na movimentação financeira que entorna a produção cultural de uma
região, gerando empregos tanto nos lugares nos quais se exibe o filme quanto na formação
do elenco o qual o constitui. Além disso, a vertente da educação pode ser compreendida
quando, seletivamente, se aborda filmes cujos temas são de cunho histórico, proporcionando
àqueles que os assistem a compreensão do contexto que não pôde viver.
No entanto, pode-se ‘’destrinchar’’ a explicação da forma de como o cinema intersecta
o plano da economia. Ao se ter conhecimento da estrutura social do Brasil, conjectura-se que
a mobilidade social, principalmente em sua ordem crescente, beira à estagnação. Portanto,
pode-se atribuir ao cinema – aquele produzido com um investimento considerado baixo – a
projeção de um caminho através do qual pessoas de baixa renda podem se estruturar quando
inclusos em um sistema de produção cultural que os instrua adequadamente. Desta forma, a
importância da democratização do cinema não só incidiria na sociedade economicamente,
mas também, educacionalmente.
Portanto, em detrimento da democratização do cinema, faz-se necessário que o
Governo, através do Ministério da Infraestrutura estabeleça um projeto de abertura de
cinemas, cujos preços sejam acessíveis, nos lugares cuja renda per capta seja abaixo da média,
para que os indivíduos que não possuam dinheiro para adquirir ingressos às salas de cinemas
possam desfrutar da arte e da expressão artística. Atrelado a essa ação, há a incumbência do
MEC de estabelecer programas, cujo intuito é fazer com que as escolas levem seus alunos
àqueles cinemas, de modo pelo qual os conteúdos exibidos sejam estabelecidos em
conformidade com os assuntos abordados em sala de aula. Desta forma, dar-se-á início ao
processo de democratização do cinema brasileiro.

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CAPÍTULO VII – Propostas de


Produção Textual voltados
ao ENEM

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL: AVANÇO OU RETROCESSO?

Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade


nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
A terceirização se generalizou nos países desenvolvidos no início dos anos 1960. Ganhou força na atualidade, com
a globalização. Chegou ao Brasil por volta da década de 1990. O que se discute agora, no país, é a possibilidade
Se o PL 4330 for aprovada, o número de atividades se ampliará exponencialmente criando espetaculares
oportunidades no mercado de trabalho com acentuada diminuição do desemprego, pois, será possível terceirizar a
atividade-fim. Obviamente que isso significa a abertura de milhões de postos de trabalho. Quem se posiciona
contra essa modernização no panorama trabalhista só pode ser a favor do desemprego. Esse pessoal defende o que
há de mais retrógrado nas leis trabalhistas do Brasil, sendo contra qualquer sopro de flexibilização e modernização
nas relações de trabalho.

In: Olavo CARNEIRO JR. http://direitostrabalhistas.blogspot.com.br/2015/04/eu-digo-sim-ao-pl-4330-


terceirizacao-de.html. Acesso em 29/04/2017.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A advogada trabalhista e professora da PUC-SP Fabíola Marques afirma que a nova lei da terceirização só é
boa para o patrão, “que vai terceirizar sempre que isso lhe trouxer uma redução de custos”. De acordo com
ela, a medida trará economia na folha de pagamento e nos encargos trabalhistas das empresas. Mas uma
consequência direta dessa economia é “a redução do valor pago ao empregado terceirizado, que terá sua
situação precarizada”. Ou seja, se o empresário gasta menos ao terceirizar, o valor pago à companhia
contratada – que conta com sua própria hierarquia e também busca o lucro – será menor, e o salário que
essa empresa paga a seus funcionários será mais baixo do que o recebido antes. Segundo Marques, outra
faceta negativa da terceirização para os trabalhadores é o enfraquecimento dos sindicatos, o que também
afetaria negativamente os salários.
In: Diário do Centro do Mundo: Acesso:29/04/2017).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03
Nesta terça-feira (07), o PL 4330/2004, projeto que trata de regras para a terceirização de trabalhadores, foi
aprovado em Plenário na Câmara dos Deputados. A proposta tem alguns pontos polêmicos como, por exemplo, o
artigo que permite a terceirização em qualquer tipo de atividade em empresas privadas, públicas e de economia
mista.
O ponto prevê a contratação de funcionários terceirizados em atividades meio (serviço necessário, mas
que não é a atividade principal da empresa) e atividades fim (atividade principal da empresa). Atualmente, a
terceirização é permitida apenas para atividades meio.
Entende-se por terceirização o processo em que uma empresa delega a contratação de funcionários à outra
empresa prestadora de serviços. A terceirização também acontece quando há a remuneração de funcionários por
serviços prestados. (FONTE: MATSUKI, Edgard. In: EBC – Empresa Brasil de Comunicação.
http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/04/entenda-o-que-diz-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao Acesso em
29/04/2017).

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Com o Prof. Claudio Sousa Pereira

A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
AS INTERNAÇÕES COMPULSÓRIAS DOS DEPENDENTES DE CRACK:
INTERVENTORA SOCIAL OU VIOLADORA DOS DIREITOS HUMANOS?
Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
Recentemente, a chamada cracolândia da capital paulista tornou-se notícia em todo o país, devido a uma ação
policial, que, visando reprimir o tráfico de drogas, resultou em muita polêmica e numa disputa entre o município e
o Ministério da Saúde. A despeito das críticas daqueles que veem na proposta apenas uma tentativa de limpar as
ruas, diversos motivos empurram os governantes à medida extrema da internação compulsória. A droga surgiu
no Brasil no fim da década de 1980 e ficou restrita aos grandes centros urbanos e às populações de classe baixa
por mais de uma década. Nos últimos anos, o crack se espalhou pelo país, atingiu todas as classes sociais e
ganhou contornos de epidemia.
(FONTE: SANCHES, Mariana. Internar à força resolve? In: Revista Época. Acesso: 04/06/17).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A INTENÇÃO É HIGIENISTA E MORALISTA
A decisão de restrição de liberdade dos usuários de droga, com a suposta finalidade de tratamento sem
autorização, esconde uma intenção notadamente higienista e moralista, que se mostra como projeto de um
governo e que contraria uma concepção de cidade, como espaço público democrático e plural. A cidade que
se quer impor é aquela em que só há lugar para alguns, para aqueles que são desejáveis, para os corpos
que importam.
(FONTE: PEDROSO, Margarete Gonçalves. Justificando – Cracolândia: internação compulsória genérica e
outros. In: Carta Capital

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 - A OPINIÃO DE UM ESPECIALISTA: DRÁUZIO VARELLA

Sou a favor da internação compulsória dos usuários de crack, que perambulam pelas ruas feito zumbis. Por
defender a adoção dessa medida extrema para casos graves já fui chamado de autoritário e fascista, mas
não me importo. A você, que considera essa solução higienista e antidemocrática, comparável à dos
manicômios medievais, pergunto: se sua filha estivesse maltrapilha e sem banho numa sarjeta da
cracolândia, você a deixaria lá em nome do respeito à cidadania, até que ela decidisse pedir ajuda? De
minha parte, posso adiantar que fosse minha a filha, eu a retiraria dali nem que atada a uma camisa de
força. Para lidar com dependentes de crack é preciso conhecer a natureza da enfermidade que os aflige.
Crack é droga de uso compulsivo causadora de uma doença crônica caracterizada pelo risco de recaídas.
É de uso compulsivo, porque vai dos pulmões ao cérebro em menos de 10 segundos. Toda droga psicoativa
com intervalo tão curto entre a administração e a sensação de prazer provocada por ela, causa dependência
de instalação rápida e duradoura — como a que sentem na carne os dependentes de nicotina. (In:
https://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/internacao-compulsoria-2/). Acesso: 04/06/2017

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Com o Prof. Claudio Sousa Pereira

A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
A PARTICIPAÇÃO INCLUSIVA DAS COMUNIDADES NO CONJUNTO DA SOCIEDADE
Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
É essencial "urbanizar uma favela", integrando-a com o resto da cidade, por novas estradas, habitação social e
infraestrutura básica. Contudo, o que também resulta ser tão essencial é, simultaneamente, ajudar a transformar
a vida dos moradores da favela, dando-lhes a possibilidade de se profissionalizar para novos tipos de emprego.
Assim, escolas de ensino fundamental e médio, espaços de convivência cultural e desportiva, faculdades e cursos
de formação profissional, bem como o investimento público e o privado em novos tipos de atividades comerciais
e industriais tornariam tudo isso realidade. Em comunidades como Paraisópolis, em São Paulo, esse mecanismo
de "revolução molecular", como previamente proposto por Felix Guattari e Suely Rolnik, já se revela bem-
sucedido. (FONTE: LEE, Frank. Depoimento ao Site: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-
urbanismo/187/artigo153300-1.aspx. Acesso: 28/08/2016

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A resposta a todas as perguntas é sim. A favelização é a combinação da ausência do Estado (falta de
saneamento básico, pavimentação, luz, água, coleta de lixo) com a falta de oportunidades de educação e
de emprego para seus moradores. Sem acesso a serviços públicos essenciais, privada de meios de se
profissionalizar e de conseguir prover a família de melhores condições de vida a comunidade se ressente,
o que agrava essa situação. Quanto mais integrado à sociedade estiver quem vive em uma "favela", mais
retorno essa sociedade terá: profissionais mais qualificados, redução de custos com saúde pública e dos
índices de violência. Assim, todos ganham. Urbanizar favelas é contribuir diretamente para uma solução às
negligências do passado. (FONTE: Opinião da Folha de São Paulo. In: www.folha.com.br

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

A Olimpíada de 2016 será um vexame mundial para o Rio de Janeiro, se a cidade mantiver como única
solução para integrar as favelas a ocupação policial. Para a antropóloga americana Janice Perlman,
contudo, ainda há tempo de os Jogos serem, ao contrário, um "momento de glória". As favelas são a alma
da cidade, diz, e devem ser entendidas como seu ativo. "A diversidade é o que faz o Rio ser maravilhoso.
Estigmatizar um grupo de pessoas excluídas, apropriar-se de sua força e sua arte e jogá-las no Minha Casa,
Minha Vida não é a minha ideia de solução". Perlman teme que a crise econômica no país traga retrocessos
e escancare a "falsidade" de se definir classe média pelo poder aquisitivo, e não pela igualdade de
oportunidades e de proteção perante a lei. (FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1720720-olimpiada-sera-vexame-se-rio-nao-integrar-
favelas-diz-antropologa-americana.shtml. Acesso: 28/08/2016).

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
É POSSÍVEL AINDA ACREDITAR NA POLÍTICA PARTIDÁRIA BRASILEIRA?

Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade


nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
O Poder de Estado é dividido entre órgãos políticos distintos. No Brasil, esses são exercidos
respectivamente, pelo presidente da república, Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O Executivo possui a função de fazer as leis funcionarem. O presidente pode votar ou sancionar leis
criadas pelo Legislativo, editar medidas provisórias, etc. O Legislativo é responsável por idealizar as leis e julgar
as propostas do presidente. O parlamento brasileiro é bicameral, ou seja, é composto por duas “casas”: a Câmara
dos Deputados e o Senado. Qualquer projeto de lei deve primeiramente passar pela Câmara e depois, se aprovado,
pelo Senado. O Poder Judiciário deve interpretar as leis e fiscalizar o seu cumprimento. O mesmo é composto por
11 juízes, escolhidos pelo presidente e aprovados pelo Senado.
(ENCICLOPÉDIA SÉCULO XXI. Rio de Janeiro: Summus, 2005).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A grande maioria das pessoas acha que política é uma atividade relacionada com governo, partidos políticos,
esfera pública, ideologia, políticas públicas, etc. Uma definição mais formal dessa leitura diria que a política
é a pratica da arte ou ciência de dirigir e administrar estados ou outras unidades políticas. O que tem de
errado nessa definição? Muita coisa! O principal problema é confundir o local da atividade com a natureza
desta. Uma definição de política que retrata apenas o universo governamental não é uma definição de
política, mas uma descrição sobre uma das manifestações da atividade política. Portanto, aqueles que
acham que a política está restrita a esfera governamental ou pública não entenderam o que é política.
A política não está presente somente na vida pública. A política é uma atividade humana. Ou seja, onde
houver interação haverá política! Existe política dentro de casa? Nos negócios? Nas empresas? No mundo
acadêmico? Entre alunos e professores? Marido e mulher? A política está presente em todos esses
ambientes. A própria análise do risco político internacional se depara com fórmulas variadas de
entendimento da política. Analisar e gerir o risco político no Brasil demanda monitorar o comportamento dos
partidos e dos políticos no Congresso.
(FONTE: Heni Ozi CUKIER. O que é política? http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/risco-politico-
global/2015/10/06/o-que-e-a-politica/
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

A palavra política tem vários significados. Um deles é o ato de governar, de administrar e cuidar das
instituições públicas, ou seja, do Estado. O povo paga impostos e esse dinheiro deve ser aplicado para o
bem de todos, como, por exemplo, para a construção de escolas, creches, universidades, hospitais, estradas
e casas; ou para contratar policiais para manter a segurança pública, professores para ensinar as crianças
e os jovens, e médicos para cuidar da nossa saúde.
Enfim, se o nosso dinheiro não for bem empregado, não teremos os bens e serviços que precisamos
para viver bem. E quem administra o dinheiro dos nossos impostos são os políticos, pessoas escolhidas por
todos nós, brasileiros com mais de 16 anos, durante as eleições.
Os políticos também podem estar no parlamento, fazendo as leis que dizem o que podemos ou não
fazer e quais são os direitos e deveres que cada um de nós tem como cidadão. O Estado, administrado
pelos políticos, também tem autoridade para usar a força (polícia e exército) para manter a ordem. (FONTE:
Ministério Público. http://www.turminha.mpf.mp.br/eleicoes/o-que-e-politica-1. Acesso: 11/03/2016).

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
O DIREITO À ACESSIBILIDADE DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA
SOCIEDADE BRASILEIRA: FORMAS DE INCLUSÃO
Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
O DIREITO NO TRÂNSITO: Tem direito a isenção do IPVA, o deficiente físico condutor ou não; o deficiente
visual não condutor; e o deficiente mental (severo ou profundo) ou autista não condutor.
A solicitação deve ser feita na Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) do local onde o deficiente reside. Os
documentos exigidos em cada região podem variar, por isso, é necessário acessar o site da SEF do seu estado
para verificar a documentação necessária para dar entrada ao pedido de isenção.
A declaração de isenção de IPVA só é concedida para apenas um único veículo no nome da pessoa portadora
de necessidades especiais. A aprovação de um novo pedido de isenção implica a baixa de qualquer outro que se
encontre ativo em relação ao mesmo proprietário. (FONTE: EBC. Acesso: 14/10/2017).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
NOVAS DIRETRIZES PARA A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS
A inclusão dos portadores de necessidades especiais na sociedade orientou na elaboração de políticas e leis na
criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de deficientes nos últimos 50
anos. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em
caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais em que possa participar ou tentar
acompanhar o ritmo dos que não tenham alguma deficiência específica.
Diante disso, a sociedade deve mudar suas estruturas e serviços oferecidos, abrindo espaços conforme as
necessidades de adaptações específicas para cada pessoa com deficiência a serem capazes de interagir naturalmente
na sociedade. Todavia, este parâmetro não promove a discriminação e a segregação na sociedade. A pessoa com
deficiência passa a ser vista pelo seu potencial, suas habilidades e outras inteligências e aptidões.
Dessa forma a Inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais, de uma forma em geral, tem como foco destacar
a importância de se estar discutindo e buscando meios adequados, para que possa haver um processo de inclusão
que atinja todas as classes sociais. (FONTE: http://www.direitonet.com.br/. Acesso: 16/10/2017).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
VANTAGENS E RISCOS DO USO DOS BITCOINS NA ECONOMIA E SOCIEDADE ATUAL

Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade


nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
A bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos citados. O primeiro
motivo é que não é possível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe fisicamente,
é totalmente virtual.
O outro motivo é que sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma
descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas
máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.
No processo de nascimento de uma bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede
competem entre si na resolução de problemas matemáticos. Quem ganha, recebe um bloco da moeda.
(FONTE: https://exame.abril.com.br/mercados/entenda-o-que-e-bitcoin/. Acesso: 14/03/2018).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
MAS AFINAL, O QUE É O BITCOIN E O QUE ESTÁ POR TRÁS DO ALVOROÇO MUNDIAL EM TORNO
DA MOEDA?
O que é o Bitcoin? O Bitcoin é basicamente um arquivo digital que existe online e funciona como uma moeda
alternativa. Nisso, ele se diferencia muito de moedas convencionais, como o dólar americano. Ele não é impresso
por governos ou bancos tradicionais, mas criado por um processo computacional complexo conhecido como
"mining" (mineração). Todas as moedas e todas as transações feitas com elas ficam registradas na rede de internet
– em um espaço conhecido como "blockchain", uma espécie de banco de dados descentralizado que usa
criptografia para registrar as transações. Dessa forma, os arquivos não podem ser copiados ou fraudados e as
transações não podem ser rastreadas. (FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42313567.).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

O Banco Central do Brasil emitiu nessa quinta-feira, 16, um comunicado para alertar a população sobre
os riscos de comprar e guardar moedas virtuais com finalidade especulativa.
A instituição afirma que o comunicado foi liberado devido ao crescente interesse em relação à
bitcoin e outras criptomoedas e pondera que elas “não são emitidas nem garantidas por qualquer
autoridade monetária, por isso não têm garantia de conversão para moedas soberanas, e tampouco
são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores. Seu valor
decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor”.
A compra e guarda das moedas virtuais estão sujeitas a riscos, como a possibilidade de perda de
todo o capital investido e da típica variação de seu preço. Além disso, as empresas que negociam ou
armazenam bitcoin em nome dos usuários não são reguladas, autorizadas ou supervisionadas pelo
Banco Central. Em outras palavras, portanto, o investimento é arriscado e deve ser feito por conta e
risco do usuário.
(FONTE: https://olhardigital.com.br/pro/noticia/banco-central-faz-alerta-sobre-riscos-da-bitcoin/72416)

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
AS CONDIÇÕES NOS PRESÍDIOS BRASILEIROS VERSUS SEGURANÇA PÚBLICA
NACIONAL: ANÁLISE, DISCUSSÕES E INTERVENÇÕES
Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
Atualmente, os mais de 700.000 presos que se encontram cumprindo penas no país em regime de
encarceramento mais ou menos rígido fazem do Brasil o país com a terceira maior população prisional, em
termos absolutos. E o modelo de encarceramento que praticamos, infelizmente, alimenta um ciclo de
violências que se projeta para toda a sociedade, reforçado por uma ambiência degradante em
estabelecimentos que pouco ou minimamente estimulam qualquer proposta de transformação daqueles que
ali estão. O tratamento com respeito de presos é indício da civilização de uma sociedade e o primeiro passo
que se dá na tentativa de regenerar a vida daqueles que um dia haverão de retornar a sociedade. (FONTE:
Conselho Nacional de Justiça. In www.cnj.jus.br. 04/02/17).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
Entre as ações previstas estão a construção de presídios e a defesa da adoção de penas alternativas para crimes
menos graves a fim de reduzir a superlotação das prisões brasileiras. O governo pretende reduzir em 7,5% o número
anual de homicídios dolosos nas capitais do país
Objetivos: de acordo com o Ministério da Justiça, os três principais objetivos são a redução de homicídios
dolosos e de feminicídios; o combate integrado à criminalidade organizada internacional (em especial tráfico de
drogas e armas) e crime organizado dentro e fora dos presídios; e modernização do sistema penitenciário.
Ações previstas: entre as ações previstas no plano e apresentadas pelo ministro Alexandre de Moraes
estão a implantação de centros de inteligência integrados das polícias nas capitais, a criação de forças-tarefa no
Ministério Público para investigações de homicídios e o fortalecimento do combate ao tráfico de armas e drogas
nas fronteiras. (FONTE: JADE, Líria. Agência EBC.. In: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2017).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 – A REPERCUSSÃO DO ASSUNTO EM JORNAIS INTERNACIONAIS

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL: O CONFRONTO DA
NECESSIDADE VERSUS GARANTIAS CONSOLIDADAS
Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01 - REGRAS ATÉ 2017


Qual é a regra atual para as aposentadorias? Há duas regras. A primeira é por tempo de contribuição. Os
homens podem se aposentar com qualquer idade após 35 anos de contribuição ao INSS, enquanto as
mulheres podem fazê-lo após 30 anos de contribuição, também sem idade mínima. Há também a
aposentadoria por idade. Os homens com 65 anos podem requerer aposentadoria aos 65 anos, desde que
tenham ao menos 15 anos de contribuição. As mulheres, por sua vez, podem se aposentar com 60 anos,
também com pelo menos 15 anos de contribuição. (FONTE: CARTA CAPITAL. Site:
https://www.cartacapital.com.br/economia/Acesso: 24/02/2017).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017.
Em 2016, o déficit do INSS chega aos R$ 149,2 bilhões (2,3% do PIB) e em 2017, está estimado em R$ 181,2
bilhões. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o
regime, diminuirão.
Quais são as principais mudanças? O relatório final da comissão da Reforma da Previdência fixa idade
mínima para requerer aposentadoria - 65 anos para homens e 62 anos para mulheres - e acaba com a possibilidade
de aposentadoria exclusivamente por tempo de serviço no INSS. Além disso, eleva o tempo mínimo de
contribuição de 15 anos para 25 anos.
A idade mínima será diferente para homens (65 anos) e mulheres (62) e será progressiva, ou seja, evoluirá
como uma escadinha. A idade mínima vai começar aos 53 anos (mulheres) e 55 anos (homens). Haverá regras
diferentes para os trabalhadores (INSS, servidor público, rural e regimes especiais). O tempo de contribuição para
a aposentadoria integral foi reduzido de 49 para 40 anos. (FONTE: LEITÃO, Mirian. 22 pontos sobre a Reforma.
RJ: Jornal O Globo, 2017).
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 – BRASIL VERSUS MUNDO – CONDIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
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padrão da língua portuguesa sobre o tema:
FORMAS DE PREVENÇÃO PARA CONSERVAÇÃO
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL BRASILEIRO
Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
“O Museu Nacional é o triste caso da tragédia anunciada”, diz. “Os incêndios são um grande fator de risco para
museus não só no Brasil, mas em todo o mundo, pela combinação de fatores como grande quantidade de materiais
orgânicos inflamáveis e prédios históricos antigos com falta de estrutura e de manutenção, além da legislação inadequada,
gestores com curto período de mandato e descaso com a cultura. A soma final resulta em desastres incalculáveis como
este.” pelo menos uma instituição cultural brasileira é destruída pelo fogo anualmente. Todas as tragédias citadas
poderiam ter sido evitadas, afirma o especialista. E muitos outros acervos continuam em risco. “A maioria dos museus
brasileiros não têm sistema de prevenção de incêndio. É a regra”, diz. (FONTE: PEDERSOLI JR., José Luíz. Entrevista
a Raquel Carneira. In: Incêndios destroem um patrimônio cultural por ano no Brasil. Revista Veja:
www.veja.abril.com.br. Acesso: 29/09/2018).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02 - INCÊNDIO DO MUSEU NACIONAL É VITÓRIA DA INTOLERÂNCIA E


MORTE DO CONHECIMENTO
O fogo no Museu Nacional é uma das maiores tragédias da humanidade - sim, muito além do Brasil -, é como
a queima da Biblioteca de Alexandria da história do Brasil, da história da fauna, da flora, da história dos povos
indígenas, da colonização... É uma destruição de memórias, de livros, de peças, de artefatos, de áudios, de imagens,
de fósseis que sobreviveram a milhares de anos, de vidas inteiras dedicadas a pesquisa, de conhecimento acumulado
para a humanidade, um acervo imprescindível para as futuras gerações. Ainda que não exista até o momento a
determinação das causas do incêndio, certamente as condições para que ele ocorresse de forma tão devastadoras é
sim um crime. E ao mesmo tempo, reflexo do País que nos tornamos, um país bruto, insensível, ignorante, desigual,
autoritário. Cortes das bolsas, falta de investimentos básicos. Se foi com Temer que ruiu o Museu, assim como tantos
outros espaços públicos estão sendo destruídos, é evidente que muito poderia ter sido feito antes. Mas é difícil no
país que se construiu, algum ministro ou governante pensar em um projeto que deve levar mais de dez anos, como
seriam necessários para realizar verdadeiras obras no Museu Nacional. (FONTE: MILANEZ, Felipe. O incêndio do
Museu Nacional é vitória da intolerância e morte do conhecimento. In: www.cartacapital.com.br). Acesso: 29/09/2018).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 - O descaso que corrói o patrimônio, de parque arqueológico


à casa de Santos Dumont

Museus em chamas, bibliotecas entregues às traças e prédios históricos devorados por cupins ou simplesmente
colocados à venda pelo preço do terreno. Em um cenário de crise econômica e com imposição de um teto para os
gastos públicos federais, a Cultura e a preservação do patrimônio histórico acabam sendo uma das primeiras e
maiores vítimas. A destruição de boa parte do Museu Nacional na noite de domingo, no Rio de Janeiro, é um
exemplo extremo do que se repete silenciosa e diariamente em todo o país.
(FONTE: ALESSI, Gil. Acesso em: 29/09/2018.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/politica/1536002917_439429.html. Adaptado.

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padrão da língua portuguesa sobre o tema:
ESTRATÉGIAS DE AMPLIAÇÃO PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Apresentando sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
Realmente o toque retal não tem nada de animador. Bem, a próstata é uma glândula masculina localizada
entre a bexiga e o reto. Ela envolve a porção inicial da uretra e participa do processo de produção do sêmen, aquele
líquido que carrega os espermatozoides produzidos no testículo. É responsável pela secreção de fluidos e enzimas de
um terço do líquido seminal eliminado durante a ejaculação.
Normalmente a próstata possui o tamanho aproximado de uma noz e é composta por diversos tipos
diferentes de células. Como essa glândula está localizada em frente ao reto, o médico pode facilmente avaliar os
contornos da glândula pelo toque retal. Em uma condição normal, a próstata é lisa e firme, mas nunca endurecida.
Caso seja percebido algum aumento no tamanho ou a presença de endurecimento ou nódulos é sinal de que algo pode
estar errado. (FONTE: In: https://diariodebiologia.com/2011/12/. Acesso: 02/09/2018)

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
A próstata é uma glândula que faz parte do aparelho reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga. Sua
principal função é a produção do esperma. O câncer de próstata acontece devido ao desordenamento na
multiplicação de suas células.
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, após os tumores de pele. Esse tipo de neoplasia pode
demorar a se manifestar, portanto, é importante a realização constante de exames preventivos a fim de que a
descoberta não seja feita com o tumor já em estágio avançado. Infelizmente, não é possível evitar a doença. No
entanto, as chances de cura são de quase 90% quando diagnosticada precocemente.
Os homens a partir dos 45 anos, com fatores de riscos, ou com 50 anos, sem fatores de risco, devem ir ao
urologista anualmente para fazer os exames de avalição da glândula.
O mês de novembro é o período de maior incentivo à prevenção ao câncer de próstata. Porém, os cuidados
devem ser constantes, durante todo o ano. O câncer de próstata é uma doença que demora a apresentar sintomas.
Cerca de 20% dos casos não conseguem ser diagnosticados através do exame sanguíneo (PSA). O exame de toque
retal permite que o médico avalie possíveis alterações na glândula, como o endurecimento, sendo o método mais
preciso para a identificação de nódulos suspeitos.
Portanto, o exame sanguíneo é complementar ao exame digital retal na busca de um diagnóstico precoce.
(FONTE: Novembro Azul. In: http://hcp.org.br/index.php 02/09/2018).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
O MOVIMENTO INTERNACIONAL ANTIFAS DEFENDE, EFETIVAMENTE,
A DEMOCRACIA?
Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
Desde as eleições presidenciais de 2018, as palavras “fascista” e “fascismo” passaram a figurar
assiduamente no debate político, principalmente pautadas pelos discursos e práticas de Jair Bolsonaro (sem
partido). O termo figurou nos noticiários no último final de semana e nesta segunda-feira (1º), por conta da
repercussão da manifestação autodenominada “antifascista em defesa da democracia” realizada em São
Paulo por torcidas organizadas de clubes de futebol.
Assim como Bolsonaro, nos Estados Unidos, Donald Trump também enfrenta uma série de protestos
desencadeados pelo assassinato do cidadão estadunidense George Floyd – morto pela polícia de
Mineápolis na última segunda-feira (25) –, pautados pelo antirracismo, mas que também levantam a
bandeira antifascista. Além de ameaçar as manifestações com um possível uso das Forças Armadas, Trump
prometeu, pelo Twitter, classificar grupos antifascistas como organizações terroristas.
(FONTE:https://www.brasildefato.com.br/2020/06/01/o-que-significa-ser-antifascista-e-por-que-o-bolsonari
smo-e-o-fascismo-do-seculo-21).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02
Armando Boito Júnior, professor Titular de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), explica que o fascismo é um um movimento social reacionário que se situa nas camadas
intermediárias da sociedade capitalista, ou seja, nas classes médias, e tem como principal objetivo a
eliminação da esquerda do processo do político.
Segundo ele, o fascismo tem uma ideologia “de culto à violência, anticomunista, contrária aos
movimentos de modernização e democratização dos costumes e da sociedade”, e é um regime político cujo
auge pode desembocar em uma ditadura fascista, onde há a paralisia das liberdades coletivas e individuais..
(FONTE: Folha de São Paulo: www.folha.org.br Acesso: 09/06/2020).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 –ANTIFAS NÃO LUTAM POR DEMOCRACIA


"O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou. Vai declarar o movimento antifascista, conhecido
como Antifa, como organização terrorista. Tenho lido algumas coisas de gente assombrada por causa disso.
“Como lutar contra o fascismo pode ser chamado de terrorismo?”. Ou mais: “Como criminalizar quem luta
pela democracia?”
A questão é que os antifas não lutam por democracia alguma. Sendo justo, “democracia” para eles é a
destruição do Estado e suas instituições. O fim da religião e da imprensa. Antifas querem o caos. São o
“braço armado” dos anarquistas: os black blocs. Voltando ao terror antifa. É apenas um justo reconhecimento
pelo que fazem hoje e seus genitores, os anarquistas, fizeram. O terrorismo moderno tem origem nessas
organizações. O curioso é que foram eles mesmos que se autodenominavam terroristas.
Os anarquistas da Narodnaya Volya (Vontade do Povo) foram os pioneiros. Eles realizaram um
atentado a bomba que resultou na morte do czar Alexandre II, em 1881. A academia definiu o evento como
o início da “primeira onda do terrorismo”. A violência se alastraria pela Europa. Este é o DNA antifa.”
FONTE CONSULTADA: (In: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/leonardo-coutinho/antifas-).

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija uma redação dissertativo-argumentativa em norma
padrão da língua portuguesa sobre o tema:
O PROJETO DA ESCOLA SEM PARTIDO PODERÁ DIMINUIR
A DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA ESCOLAR NO BRASIL?
Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
O movimento “Escola sem Partido” é um grupo que diz representar pais e professores. O movimento diz se
preocupar "com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras", e afirma que "um
exército organizado de militantes travestidos de professores prevalece-se da liberdade de cátedra e da
cortina de segredo das salas de aula para impingir-lhes a sua própria visão de mundo". O movimento coleta
“depoimentos de estudantes que tiveram de aturar a militância político-partidária ou ideológica de seus
professores”, e afirma que decidiu publicar porque sempre esbarrou "na dificuldade de provar os fatos e na
incontornável recusa de nossos educadores e empresários do ensino em admitir a existência do problema".
(FONTE: FAJARDO, Vanessa. Escola sem Partido. El País – Versão Brasil. In: http://brasil.elpais.com).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02 – OS DEVERES DO PROFESSOR


1 - O Professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, para promover os seus próprios
interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. 2 -
O Professor não favorecerá, não prejudicará e não constrangerá os alunos em razão de suas convicções
políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas. 3 - O Professor não fará propaganda político-
partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.
4 - Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de
forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e
perspectivas concorrentes a respeito. 5 - O Professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam
a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 6 - O Professor não permitirá que
os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da
sala de aula.
A presença do cartaz em sala de aula tem o objetivo de informar os estudantes sobre o direito que eles têm
de “não serem doutrinados”. (FONTE: ESCOLA SEM PARTIDO, Objetivos. Por uma Educação sem
doutrinação. In: http://escolasempartido.org/objetivos).

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 – CRÍTICAS AO PROJETO DA ESCOLA SEM PARTIDO


Para o Filósofo Leandro Karnal, o projeto é a expressão máxima da ignorância humana: “É uma asneira
sem tamanho, uma bobagem conservadora, de gente que não é formada na área e que decide ter uma ideia
absurda, que é substituir o que eles imaginam que seja uma ideologia por outra ideologia…É uma crença
fantasiosa de uma direita delirante e absurdamente estúpida de que a escola forme a cabeça das pessoas
e que esses jovens saem líderes sindicais. Os jovens têm sua própria opinião. Os jovens não são massa de
manobra…. Toda a opinião é política, inclusive a ‘escola sem partido’... A demonização da política é a pior
herança da ditadura militar, que além de matar seres humanos, ainda provocou na educação um dano que
vai se arrastar por mais algumas décadas”. FONTE (In:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/07/leandro-karnal-desmonta-o-escola-sem-partido-

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A partir da leitura das instruções abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao
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padrão da língua portuguesa sobre o tema:
FORMAS E POSSIBILIDADES DE CONTROLES RELACIONADOS
AO VÍCIO DA PORNOGRAFIA
Apresente sua proposta de observação que respeite os direitos humanos e a integridade
nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
"O número de homens e mulheres que podem dizer que nunca viram qualquer tipo de pornografia é bastante
baixo. E isso acontece principalmente porque ela tem se tornado banal e uma ação que já não traz mais
vergonha como antes. Como um câncer que se espalha silenciosamente, ela tem contaminado a vida das
pessoas e vista como um entretenimento comum. No entanto, já é comprovado cientificamente que a
pornografia é prejudicial tanto àquele que dela consome diretamente, quanto à sua família e a sociedade
em geral. O consumo de pornografia tem efeitos biológicos, psicológicos e espirituais, e assim como
qualquer outro vício traz mudanças no sistema nervoso. "
(FONTE: https://www.semprefamilia.com.br/casamento-e-compromisso/10-conselhos-para-se-livrar-da-
pornografia)
TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02 – CANAIS GLOBOSAT FATURAM MILHÕES COM PORNOGRAFIA
A pornografia é mesmo um negócio lucrativo no Brasil - que o diga a Globosat. Segundo o jornalista Ricardo
Feltrin (UOL), a programadora via satélite ligada às Organizações Globo faturou, apenas no ano passado,
um total de R$ 180 milhões somente com a venda de canais e produtos eróticos - o que também corresponde
ao ganho médio anual comum com esse segmento da empresa.
Ao todo, a Globosat possui seis canais pornográficos - Sexy Hot, PlayboyTV, SH Rapidinhas,
Venus, Sextreme, For Man e Brazzers (os dois primeiros estão disponíveis tanto na Net como na SKY,
principais operadoras de TV por assinatura do país). Apenas com a venda de filmes on demand, o grupo
teve um lucro aproximado de R$ 72 milhões ao longo de 2016. Tamanho faturamento não é casual: a
Globosat possui literalmente o monopólio da veiculação de pornografia no Brasil.. (FONTE: Opinião da Folha
de São Paulo. In: www.folha.com.br)

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03

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padrão da língua portuguesa sobre o tema:
FORMAS DE CONCILIAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO NA CONTEMPORANEIDADE
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nacional. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 01
As interações entre ciência e religião são variadas e complexas, tanto historicamente como na atualidade.
Modelos podem ser úteis para explicar os dados. O artigo compara quatro dos principais modelos propostos
para descrever as interações de ciência e religião, destacando suas forças e fraquezas, e conclui que o
modelo da “complementaridade” é o mais frutífero de todos.
Em ciência, modelos rivais são frequentemente foco de intenso debate. O termo “modelo” tem vários
sentidos em ciência, mas em geral se refere a uma ideia chave capaz de incorporar satisfatoriamente um
certo grupo de dados. No começo dos anos 1950, por exemplo, diversos modelos rivais tentaram descrever
a estrutura do DNA, a molécula que codifica os genes, mas no final Watson e Crick puseram fim à discussão:
o modelo da dupla hélice de fato proveu a melhor forma de descrever a estrutura do DNA1.
Seria possível um modelo único capaz de esclarecer, de um modo semelhante, o relacionamento entre
a ciência e a religião? Parece bem improvável. Para começar, ambas são empreendimentos altamente
complexos. Além do mais, ambas existem em constante fluxo. Diferentemente da estrutura mutável do DNA,
descrita por um modelo único e bem estabelecido descoberto recentemente, não há um relacionamento
entre a ciência e a religião aguardando para ser descoberto.
(FONTE: https://www.cristaosnaciencia.org.br/ciencia-religiao-modelo/)

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 02 – A COMPLEXIDADE DO TEMA


O tema da relação entre religião e ciência é delicado e complexo. Especialmente a representação midiática
dessa relação parece se alimentar de tal dicotomia que, em muitos casos, não serve a nada mais senão a
finalidades de inclinação político-ideológica. Mesmo quando essa representação dá lugar a uma avaliação
mais circunstanciada, a questão da relação entre religião e ciência parece ainda hoje agravada pelo
destaque conferido a alguns flagrantes episódios de conflitualidade na história moderna (entre eles, o de
Galileu Galilei, mas também o confronto polêmico entre criacionismo e teoria da evolução darwiniana), por
uma difusa desconfiança e ignorância recíprocas e por um uso, em muitos casos, instrumental da ciência,
que visa a defender posições que são puramente ideológicas. (FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/170-
noticias/noticias-2014/531288-religiao-e-ciencia-uma-introducao-ao-debate)

TEXTO DE MOTIVAÇÃO 03 – CIÊNCIA E FÉ NÃO SÃO TERMOS EXCLUDENTES


Ciência e fé não são conceitos excludentes, pelo contrário. Pode-se dizer que estão interligados e que são
complementares. Para além da famosa frase de Einstein, que disse que Deus não jogava dados com o
universo, a ciência não é a única fonte de fatos e a religião vai além do reino dos valores e da moral. Na
verdade, a religião pode ter um impacto positivo sobre a ciência, como ocorreu no desenvolvimento da
moderna ética médica. E muitos cientistas do passado eram cristãos devotos, assim como o são alguns
líderes no meio científico de hoje. (FONTE: https://jornal.usp.br/cultura/nao-deve-haver-balburdia-na-
relacao-entre-ciencia-e-fe/)

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Projeto de texto (modelo universal)


ESTRATÉGIA DE ABERTURA:

o Definir o objeto; do que se trata o Tema:

o Situação-problema:

o Pressuposto filosófico:

PROBLEMA (TESE)
o Afirme e defenda a sua Tese:

o Justificativa: porque...

CAUSA 01 (D¹) CAUSA 02 (D²)


o Construa o seu argumento: o Construa o seu argumento:

REPERTÓRIO TÉCNICO PARA EMBASAR REPERTÓRIO TÉCNICO PARA EMBASAR


o Use um argumento de autoridade por o Use um argumento de autoridade por
citação: citação:

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

o AGENTE 01: Quem executa?

o AGENTE 02: Quem executa em conjunto?

o AÇÃO: O que deve ser feito?

o MEIO OU MODO: Como executa? E por meio de quê?

o FINALIDADE: Para quê? (Resultados pretendidos ou alcançados)

o DETALHAMENTO: Que informação acima pode ser acrescentada/detalhada?


(Deve detalhar qualquer elemento acima, a seu gosto).

FECHAMENTO: Último período a ser escrito, dentro do último parágrafo:

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Projeto de texto (modelo universal)
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Projeto de texto (modelo universal)


ESTRATÉGIA DE ABERTURA:

o Definir o objeto; do que se trata o Tema:

o Situação-problema:

o Pressuposto filosófico:

PROBLEMA (TESE)
o Afirme e defenda a sua Tese:

o Justificativa: porque...

CAUSA 01 (D¹) CAUSA 02 (D²)


o Construa o seu argumento: o Construa o seu argumento:

REPERTÓRIO TÉCNICO PARA EMBASAR REPERTÓRIO TÉCNICO PARA EMBASAR


o Use um argumento de autoridade por o Use um argumento de autoridade por
citação: citação:

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

o AGENTE 01: Quem executa?

o AGENTE 02: Quem executa em conjunto?

o AÇÃO: O que deve ser feito?

o MEIO OU MODO: Como executa? E por meio de quê?

o FINALIDADE: Para quê? (Resultados pretendidos ou alcançados)

o DETALHAMENTO: Que informação acima pode ser acrescentada/detalhada?


(Deve detalhar qualquer elemento acima, a seu gosto).

FECHAMENTO: Último período a ser escrito, dentro do último parágrafo:

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_______. Notas sobre os desvios gramaticais e de convenção de escrita. In: Corrêa, Vilma
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