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Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista: RE
635659/SP; Inq 3731/DF.
ÍNDICE
DIREITO PROCESSUAL PENAL
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Constitucionalidade do Provimento do TJ que regulamentou a audiência de custódia.
Anulação da pronúncia por excesso de linguagem.
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Constitucionalidade do Provimento do TJ que regulamentou a audiência de custódia
Importante!!!
Audiência de custódia consiste no direito que a pessoa presa em flagrante possui de ser
conduzida (levada), sem demora, à presença de uma autoridade judicial (magistrado) que irá
analisar se os direitos fundamentais dessa pessoa foram respeitados (ex: se não houve
tortura), se a prisão em flagrante foi legal e se a prisão cautelar deve ser decretada ou se o
preso poderá receber a liberdade provisória ou medida cautelar diversa da prisão.
A audiência de custódia é prevista na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), que
ficou conhecida como "Pacto de San Jose da Costa Rica", promulgada no Brasil pelo Decreto
678/92 e ainda não regulamentada em lei no Brasil.
Diante dessa situação, o TJSP editou o Provimento Conjunto nº 03/2015 regulamentando a
audiência de custódia no âmbito daquele Tribunal.
O STF entendeu que esse Provimento é constitucional porque não inovou na ordem jurídica,
mas apenas explicitou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH e do CPP.
Por fim, o STF afirmou que não há que se falar em violação ao princípio da separação dos
poderes porque não foi o Provimento Conjunto que criou obrigações para os delegados de
polícia, mas sim a citada convenção e o CPP.
STF. Plenário. ADI 5240/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/8/2015 (Info 795).
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Conceito
Audiência de custódia consiste...
- no direito que a pessoa presa em flagrante possui
- de ser conduzida (levada),
Previsão
A audiência de custódia é prevista na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), que ficou
conhecida como "Pacto de San Jose da Costa Rica", promulgada no Brasil pelo Decreto 678/92.
Veja o que diz o artigo 7º, item 5, da Convenção:
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
(...)
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais (...)
Segundo entende o STF, os tratados internacionais de direitos humanos que o Brasil foi signatário
incorporam-se em nosso ordenamento jurídico com status de norma jurídica supralegal (RE 349.703/RS,
DJe de 5/6/2009). Desse modo, na visão do STF, a Convenção Americana de Direitos Humanos é norma
jurídica no Brasil, hierarquicamente acima de qualquer lei ordinária ou complementar, só estando abaixo,
portanto, das normas constitucionais.
Obs: na época em que a CADH foi aprovada no Brasil, ainda não havia a previsão do § 3º do art. 5º da CF/88.
Regulamentação
Apesar de existir um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional (PLS nº 554/2011), o certo é que a
audiência de custódia ainda não foi regulamentada por lei no Brasil. Isso significa que não existe uma lei
estabelecendo o procedimento a ser adotado para a realização dessa audiência.
Diante desse cenário, e a fim de dar concretude à previsão da CADH, recentemente, alguns Tribunais de
Justiça, incentivados pelo CNJ, passaram a regulamentar a audiência de custódia por meio de atos internos
exarados pelos próprios Tribunais (provimentos e resoluções).
Qual é a amplitude da expressão "sem demora" prevista na CADH? Em até quanto tempo a pessoa presa
deverá ser levada para a audiência de custódia?
Não existe uma previsão específica de tempo na CADH. A doutrina majoritária defende, contudo, que esse
prazo deve ser de 24 horas, aplicando-se, subsidiariamente, a regra do § 1º do art. 306 do CPP.
Esse foi o prazo adotado pelo PLS nº 554/2011, em tramitação no Congresso Nacional.
O STF concordou com os argumentos da ADEPOL? A audiência de custódia disciplinada por meio de ato
do Tribunal de Justiça é inconstitucional?
NÃO. O STF julgou improcedente a ADI proposta.
A Corte afirmou que o artigo 7º, item 5, da Convenção Americana de Direitos Humanos, por ter caráter
supralegal, sustou os efeitos de toda a legislação ordinária conflitante com esse preceito convencional. Em
outras palavras, a CADH inovou o ordenamento jurídico brasileiro e passou a prever expressamente a
audiência de custódia.
Ademais, a apresentação do preso ao juiz está intimamente ligada à ideia da garantia fundamental de
liberdade, qual seja, o “habeas corpus”. A essência desse remédio constitucional, portanto, está
justamente no contato direto do juiz com o preso, para que o julgador possa, assim, saber do próprio
detido a razão pela qual fora preso e em que condições se encontra encarcerado. Justamente por isso, o
CPP estabelece que “recebida a petição de ‘habeas corpus’, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o
paciente, mandará que este lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar” (art. 656).
Desse modo, o STF entendeu que o Provimento Conjunto do TJSP não inovou na ordem jurídica, mas
apenas explicitou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH e do CPP.
Por fim, o STF afirmou que não há que se falar em violação ao princípio da separação dos poderes porque
não foi o Provimento Conjunto que criou obrigações para os delegados de polícia, mas sim a citada
convenção e o CPP.
TRIBUNAL DO JÚRI
Anulação da pronúncia por excesso de linguagem
Quais são os crimes dolosos contra a vida (de competência do Tribunal do Júri)?
homicídio (art. 121 do CP);
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (art. 122 do CP);
infanticídio (art. 123 do CP);
aborto em suas três espécies (arts. 124, 125 e 126 do CP).
EXERCÍCIOS
(JUIZ TJSC 2015) O excesso de linguagem reconhecido acarreta a anulação da decisão de pronúncia ou do acórdão que
incorreu no mencionado vício. Assim, conforme já decidiu o STF, deverá ser providenciado o desentranhamento e
envelopamento da respectiva peça processual, para evitar que o jurado tenha acesso à tal peça processual. ( ) E
Gabarito
1. E
REPERCUSSÃO GERAL
DJe de 17 a 21 de agosto de 2015
CLIPPING DO D JE
17 a 21 de agosto de 2015
MS N 33.092-DF
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES
Mandado de Segurança. 2. Tribunal de Contas da União. Tomada de contas especial. 3. Dano ao patrimônio da Petrobras. Medida cautelar de
indisponibilidade de bens dos responsáveis. 4. Poder geral de cautela reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. 5.
Observância dos requisitos legais para decretação da indisponibilidade de bens. 6. Medida que se impõe pela excepcional gravidade dos fatos
apurados.Segurança denegada.
*noticiado no Informativo 779
ADI N 5.081-DF
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO
TSE. INAPLICABILIDADE DA REGRA DE PERDA DO MANDATO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA AO SISTEMA ELEITORAL
MAJORITÁRIO.
1. Cabimento da ação. Nas ADIs 3.999/DF e 4.086/DF, discutiu-se o alcance do poder regulamentar da Justiça Eleitoral e sua competência para dispor
acerca da perda de mandatos eletivos. O ponto central discutido na presente ação é totalmente diverso: saber se é legítima a extensão da regra da
fidelidade partidária aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.
2. As decisões nos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a
eleição de deputados federais, estaduais e vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos,
tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente
preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu.
3. O sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema
proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de
mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e art. 14, caput).
4. Procedência do pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade.
*noticiado no Informativo 787
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais aprofundada do
pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham despertado ou possam despertar de
modo especial o interesse da comunidade jurídica.
LEI – APLICAÇÃO NO TEMPO – TRIBUTO – IRRETROATIVIDADE. Lei regedora de tributo há de ser editada em certo exercício, para
observância no subsequente.
BALANÇO – CORREÇÃO MONETÁRIA – EXERCÍCIO DE 1989 – ARTIGO 30, § 2º, DA LEI Nº 7.799/89. Ante o princípio da
irretroatividade, surge inconstitucional o § 2º do artigo 30 da Lei nº 7.799/89, no que impôs a correção monetária das demonstrações
financeiras referentes ao exercício de 1989.
RELATÓRIO: O Tribunal Regional Federal da 4ª Região acolheu pedido formulado em apelação, sufragando tese assim sintetizada na ementa do
acórdão de folha 247 a 250:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
DO EXERCÍCIO DE 1989. LEI Nº 7.799/89, arts. 2º e 3º. Constitucionalidade da exigência. Recurso provido (folha 250).
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
III – Cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
Conforme salientado pela melhor doutrina – Geraldo Ataliba e Roque Antônio Carraza –, o princípio da irretroatividade da norma há de ser
perquirido e preservado no âmbito da eficácia, dos resultados provocados pelas leis. Fatos anteriores à Lei nº 7.799/89, a demonstração financeira tal
como resultante da lei revogada – nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989 –, não podem ser apanhados por diploma a eles posterior, sob pena de solapar o
sistema voltado à preservação da segurança jurídica.
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
17 a 21 de agosto de 2015
Medida Provisória nº 688, de 18.8.2015 - Dispõe sobre a repactuação do risco hidrológico de geração de energia
elétrica, institui a bonificação pela outorga e altera a Lei n o 10.848, de 15 de março de 2004, que dispõe sobre a
comercialização de energia elétrica, a Lei no 12.783, 11 de janeiro de 2013, que dispõe sobre as concessões de energia
elétrica, e a Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, que institui o Conselho Nacional de Política Energética. Publicada no
DOU, Seção 1, Edição Extra, p.2, em 18.8.2015.