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Quebrantamento: espírito
espírito de HumilHação | 1
índiCe
•Introduão....................................................................06
• Capítuo 1
A Verdadeira Natureza da Huihaão ........11
• Capítuo 2
Utiidade e Propósito da Huihaão ............19
• Capítuo 3
Erros sobre a Huihaão a Sere
Cuidadosaente Evitados ..........................................34
• Capítuo 4
Conseho Principa: Não Recuse Ser
Totaente Huihado ...............................................52
4 | Quebrantamento: espírito de HumilHação
preFÁCio
e stas páginas são ua traduão de u dos capítuos do ivro
do Rev. Richard Baxter, intituado Direões e Persuasões
para ua Conversão Segura (Directions and Persuasions to a
Sound Conversion). Dentre as doze instruões que ee fornece
no ivro, a de que ua conversão não venha a ser abortada,
as si re, segura, sóida e saudáve, a quarta, aqui tradu -
zida, é a seguinte: “Atente para que a obra de huihaão seja
feita de odo copeto, e não fuja do
d o Espírito de contrião an -
tes que Ee copete Sua obra e você”.
O capítuo é, portanto, u tratado sobre quebrantaen -
to, sobre a obra de huihaão que o Espírito quer reaizar no
entendiento, vontade e sentientos de u pecador, a de
habiitar seu coraão a receber a Cristo co a soicitude e dig -
nidade iprescindíveis, porque Cristo, escreve Richard Baxter,
“não virá através da Sua graa savadora à aa, para ser rece -
bido ai co desprezo: porque Ee veio na carne co o propó -
sito de ser huihado, as veio no Espírito co o propósito de
ser exatado”.
O Rev. Richard Baxter foi u conhecido pastor refor -
ado, o qua viveu na Ingaterra durante o sécuo XVII (1615-
1691). Era u não-conforista, que tentou reforar a Igreja da
Ingaterra, sendo uitas vezes preso por isso. Dentre os seus i -
vros ais iportantes estão: O Pastor Reforado, O Descanso
Eterno dos Santos, A Vida Divina, U Tratado sobre a Conver -
são, U Apeo ao não Convertido, Agora ou Nunca, e uitos
outros cássicos evangéicos.
Os escritos, a pregaão e a vida de Richard Baxter pro -
duzira u inegáve reavivaento espiritua na cidade de
Kidderinster, onde reaizou o seu inistério. Quando ee
chegou à cidade, era poucos os crentes e duvidosas as suas
conversões. Agu tepo depois, entretanto, o tepo de sua
igreja teve que ser auentado - ainda assi não coportava
ais as pessoas, que escaava as janeas para ouvir suas pre -
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO
HUmIlHAçO | 5
O Editor
to de Cristo.
É por isso, tabé, que teos tanta abundância de
eros “opinionistas”, que se considera pessoas reigiosas
porque udara de opinião ou de denoinaão, porque po -
de tagarear contenciosaente contra aquees que não pen -
sa coo ees, e porque se une àquees que parece ser os
ais piedosos, assi assuindo sere reaente santicados.
Isto proove taanho corre-corre de ua opinião à outra, e
ta reprovaão, injúria, e divisões, peo seguinte: a reigião de -
es consiste especiaente nas suas opiniões, sendo que nunca
orticara suas incinaões e paixões carnais e egoístas. Isto
si, produziria nees ua ente santa e ceestia.
Por isso tabé há tantos estres icenciosos, os quais
parece ser reigiosos, as que não refreia suas ínguas, seus
apetites, suas cobias, sendo antes escarnecedores, cauniado -
res, beberrões, gutões, iundos e ascivos, ou de agu odo
escandaosos para a sua santa prossão, porque desconhece
ua rea conversão e apega-se a ua udana fasa ou su -
percia.
Esta é a razão pea qua há tantos undanos que se con -
sidera hoens reigiosos, os quais faze de Cristo apenas u
servo dos seus interesses undanos, e busca os céus apenas
coo ua reserva para quando nada ais hes restar na terra, e
são apegados a certas coisas deste undo, as quais hes são tão
queridas, a ponto de não podere abandoná-as pea esperan -
a da gória; as entrega-se a Cristo co secretas exceões e
reservas, por causa de sua prosperidade no undo. Tudo isso
porque nunca conhecera ua conversão genuína, a qua de -
veria ter arrancado dos seus coraões este interesse undano, e
tê-os ibertado inteira e absoutaente para Cristo.
É por isso tabé que há tão poucos estres que po -
de desvencihar-se do seu orguho, suportar desconsideraão
ou ofensa, aar os seus iniigos, e abenoar aquees que os
aadioa; si, ou aar seus aigos piedosos que os irrita
ou desonra; e tão poucos que pode negar a si esos pea
honra de outros, ou fazer quaquer coisa consideráve por aor
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Richard Baxter
2 - 1 Jo 2:19
3 - 2 Pe 1:1O
Capítuo 1
a Verdadeira
NATUREZA DA
HumilHação
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utilidade e
propósito da
HumilHação
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 19
e nós.
pecado que reinava na nossa carne, e assi foi feito pecado por
nós, isto é, u sacrifício peo pecado. mas no Espírito, Ee veio
para conquistar a nossa carne e, através da ei do Seu Espírito
vivicador, para nos ibertar da ei do pecado e da orte2, a
de que a justia da ei se cuprisse e nós, e tabé para que
não fôsseos condenados, nós os que andaos não segundo a
carne, as segundo o Espírito.
O reino de Cristo não era deste undo, porque, se o fos -
se, Ee procuraria estabeecê-o pea fora das aras e da uta,
que são os eios undanos. mas o Seu reino é dentro e nós;
é u reino espiritua, e assi, apesar de estar no undo, Ee
foi tratado co desdé, coo u too, coo u pecador, e
coo u infortunado. mas dentro e nós Ee deve ser tratado
co honra, e reverência, coo u Rei e Senhor absouto. A vez
do executor e do poder das trevas foi quando Ee estava e
agonia; as quando Ee ve através da Sua graa savadora a
ua aa, é a vez do Seu triunfo e casaento, e do poder pre -
vaecente da uz ceestia. Na cruz, Ee era coo u pecador, e
toou o nosso ugar, e suportou o que era a nossa cupa, e não
Sua. mas na aa Ee é o conquistador de pecados, e ve para
toar posse do que é Seu, e para reaizar a obra que perten -
ce a Ee na Sua dignidade; e, assi, Ee será ai reconhecido e
honrado. Na cruz, Ee estava derrubando o reino de Satanás, e
estabeecendo o Seu próprio, apenas de u odo preparatório;
as na aa, Ee faz abos sere executados iediataente.
Na cruz, o pecado e Satanás se vangoriara; as quando Ee
penetra a aa, é Ee que Se vangoria sobre ees, e não cessa
até os haver destruído. Na redenão, Ee Se consuiu; as na
conversão, Ee toa posse do que reiu. E ua paavra, Ee
veio ao undo e carne para ser huihado, as Ee ve à
aa, através do Seu Espírito, para a Sua erecida exataão.
Assi sendo, ebora Ee houvesse suportado ser cuspido na
carne, não suportará ser desprezado na aa. Assi coo no
undo Ee foi escarnecido co u títuo de rei, coroado co
espinhos, e vestido co tais roupas reais a de que fosse feito
2 - R 8:2
28 | Quebrantamento: espírito de HumilHação
para eas? Porque assi Deus perderia Seu propósito. Ee não
obteria o aor, a honra ne a gratidão tencionada no Seu do.
É necessário, portanto, que a aa seja totaente huihada, a
de que o perdão seja recebido coo perdão, e a graa coo
graa, e não negigenciados indevidaente.
(3) Assi coo a huihaão é necessária tanto para a
honra de Cristo e de Sua graa, assi tabé ea é necessária
para o nosso próprio benefício e consoaão. A isericórdia não
pode ser reaente nossa, se a huihaão não nos habiitar a
isso. Estas bênãos deve ser engoidas por u estôago va -
zio, e não toadas na vaidade e ipiedade. U hoe à beira
da forca se regozijará co u perdão; as u ero observa -
dor que se jugue inocente, não daria vaor a isso, as toaria
o perdão coo ua acusaão. Não há uita doura no noe
de u redentor para ua aa não huihada. Ea não vao -
riza o Espírito. O Evangeho não é evangeho para ea. As boas
novas de savaão não são tão aegres para ta pessoa quanto as
boas novas de riquezas ou deeites undanos. Assi coo u
estôago sadio é o que faz a refeião parecer agradáve a nós, e
assi coo o cardápio rústico é ais agradáve para o sadio do
que as refeiões sucuentas ao doente, da esa fora, se não
foros esvaziados de nós esos, vis e perdidos nas nossas
próprias prisões, e se a contrião não estiuar os nossos apeti -
tes espirituais, o próprio Senhor e todos os iagres da Sua gra -
a savadora seria aos nossos ohos coisa se vaor, e ouvir
ou pensar sobre estas coisas apenas nos aborreceria. Oh, que
tesouro inestiáve é Cristo para ua aa huihada! Que
vida nas Suas proessas! Que doura e cada experiência da
Sua graa, e que festa no Seu iensuráve aor!
(4) Outro uso da huihaão, ipícito no ite anterior,
é que ea é necessária para fazer co que o hoe se subeta
aos teros do pacto da graa. O hoe natura se agarra aos
prazeres da carne, e vive peos sentidos e é apegado às coisas do
presente. Ee não sabe coo viver apegado às coisas invisíveis
através de ua vida de fé. Esta é a nova vida que todos os que
vive e Cristo deve viver. Assi, portanto, Ee os convoca
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dos céus, a não ser que o faa co reverente huidade, assi
tabé a nenhu pecador é peritido se aproxiar Dee, a
não ser que o faa e contrita huidade. Que é que pode
sair de ta estado de ipiedade e iséria, e não trazer consigo o
senso disso e seu coraão? Não é peritido a u ho pródi -
go encontrar seu pai co tanta conana e ousadia, coo se ee
nunca o tivesse abandonado, a não ser que diga: “Pai, pequei
contra os céus e contra ti, e já não sou digno de ser chaado
teu ho”3. Não é se fata que ua aa cupada, ou que a -
gué que é resgatado do fogo, ohará para Deus co ua face
soberba, as co a cabea baixa de vergonha e tristeza, baten -
do no peito e dizendo: “Ó Senhor, te isericórdia de i,
pecador!”4; “Porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos
huides concede a Sua graa” 5; “O Senhor é exceso, contudo
atenta para os huides; os soberbos, Ee os conhece de onge” 6;
“Porque assi diz o Santo: Habito no ato e santo ugar, as ha -
bito tabé co o contrito e abatido de espírito, para vivicar
o espírito dos abatidos, e vivicar o coraão dos contritos” 7; “...
as o hoe para que oharei é este: o aito e abatido de es -
pírito, e que tree da inha paavra”8; “Perto está o Senhor dos
que tê o coraão quebrantado e sava os de espírito contrito” 9;
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; cora -
ão copungido e contrito; não o desprezarás, ó Deus” 10. Não
há retorno para Deus, a enos que não nos toereos por causa
das nossas aboinaões.
Quanto ais nos aproxiaos de Deus, ais nós deve -
os nos detestar até o pó e cinzas. Ee não aceita u pecador e
seus pecados; as prieiro o ava e ipa. A conversão deve
nos fazer huides coo crianas, as quais são ensináveis e não
3 - lc 15:18,19
4 - lc 18:13
5 - 1 Pe 5:5
6 - S 138:6
7 - Is 57:15
8 - Is 66:2
9 - S 34:18
10 - S 51:17
32 | Quebrantamento: espírito de HumilHação
erros sobre a
HumilHação
a serem Cui-
dadosamente
eVitados
34 | Quebrantamento: espírito de HumilHação
ohos dos ípios que não entende o caso. Quando ees vêe
agua tristeza excessiva e desesurada, ou agué cair e
perturbaão, isto representa ua grande tentaão para que fu -
ja da reigião, evite a tristeza que ve de Deus e todos os
pensaentos sérios a respeito das coisas ceestiais. Faz co que
os toos escarnecedores diga que a reigião torna o hoe
auco, e que esta huihaão e conversão para as quais os
concaaos é o cainho para fazê-os perder o juízo. Assi
sendo, por causa da tristeza dos piedosos, e do endureciento
dos ipiedosos, o caso se reveste de seriedade a ponto de re -
querer nosso aior cuidado e evitá-o.
Pergunta: mas se é tão perigoso entristecer-se, tanto de
odo insuciente coo e deasia, o que fará u pobre pe -
cador e ta desadeiro, e coo pode ee saber quando deve
restringir sua tristeza?
Resposta: Há pouquíssias pessoas no undo que tê
razão e teer o excesso deste tipo de tristeza. A situaão gera
do hoe é ser insensíve; a tristeza do undo provoca uito
ais eancoia e perturbaão do que a tristeza que ve de
Deus. mas, para aquees poucos que estão e perigo de exces -
so, eu prieiraente direi coo discernir o perigo e, depois,
coo reediá-o.
Quando a sua tristeza é aior do que o seu jugaento
pode suportar, co aparente perigo de perturbaão ou de dis -
túrbio eancóico e diinuião de seu entendiento, então a
tristeza é certaente deasiada e deve ser restringida. Porque
se você arruinar a sua razão, você se constituirá e opróbrio
para a reigião, e não estará habiitado para nada que seja re -
aente bo: ne para sua edicaão, ne para o servio do
reino de Deus.
Se você estiver co ua séria doena a qua a tristeza
poderia auentar o risco para sua vida, você então te razão
para restringi-a; ebora não deva abster-se de arrepender-se,
ou descuidar-se da sua savaão; as, o sentiento de tristeza,
esta você deve oderar ou reduzir.
Quando a tristeza é tão grande a ponto de transtornar a
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ConselHo
prinCipal: não
reCuse ser
totalmente
HumilHado
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1 - Is 53:3
2 - Is 57:16
3 - mt 11:28
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que ees irão savá-o e do que sofre todos aquees que não são
huihados aqui pea graa! O quão diferente é o sofriento
que outros estão agora suportando. Não resungue por causa
da abertura de ua veia enquanto que uitos ihares estão
agora sangrando até o coraão.
6. Considere tabé que quanto ais você for correta -
ente huihado, ais doce Cristo e todas as suas isericór -
dias serão para você enquanto viver. Ua prova do aor de
Cristo fará co que você bendiga aquees sofrientos que o
preparara para isto. O próprio Cristo não é iguaente vao -
rizado, ne eso por todos aquees que Ee savará. Não de -
veria você ser antes esvaziado de você eso ais e ais, para
que seja ais cheio de Cristo daqui e diante? Quando você
sentir os Seus braos envovendo-o, e vê-lo naquea postura
e que se encontrava o pai do ho pródigo, você agradecerá
àquees sofrientos que o habiitara para os Seus braos.
Se você for totaente huihado, viverá todos os seus
dias de odo uito ais seguro. A huihaão he fará odiar
o pecado, por causa do qua você veio a sentir dor aguda, e he
fará fugir de ocasiões que he fora tão caras.
O pecado do orguho é u dos pecados ais ortais e
danosos no undo; e é a razão de ihares de estres sere
a sucedidos. A huihaão é totaente contrária a ee, e,
portanto, precisa ser ago be-vindo e desejáve. Vaeria a pena
suportar todo o sofriento que ce hoens suporta aqui
para savá-o deste perigoso pecado do orguho.
7. Ua huihaão profunda é usuaente u sina
de ua aior exataão futura. “Porque que a si eso se
exatar, será huihado; e que a si eso se huihar, será
exatado”5. “Huihai-vos, portanto, sob a poderosa ão de
Deus, para que Ee e tepo oportuno vos exate” 6.
Quanto ais ato u hoe pretenda construir, ais
profundaente ee deve cavar para fazer o aicerce. As suas
consoaões serão provaveente aiores quanto aiores fo -
5 - mt 23:12
6 - 1 Pe 5:6
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7 - At 9:15