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Quebrantamento:

Quebrantamento: espírito
espírito de HumilHação | 1
índiCe
•Introduão....................................................................06
• Capítuo 1
A Verdadeira Natureza da Huihaão ........11
• Capítuo 2
Utiidade e Propósito da Huihaão ............19
• Capítuo 3
Erros sobre a Huihaão a Sere
Cuidadosaente Evitados ..........................................34
• Capítuo 4
Conseho Principa: Não Recuse Ser
Totaente Huihado ...............................................52
4 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

preFÁCio
e stas páginas são ua traduão de u dos capítuos do ivro
do Rev. Richard Baxter, intituado Direões e Persuasões
para ua Conversão Segura (Directions and Persuasions to a
Sound Conversion). Dentre as doze instruões que ee fornece
no ivro, a  de que ua conversão não venha a ser abortada,
as si re, segura, sóida e saudáve, a quarta, aqui tradu -
zida, é a seguinte: “Atente para que a obra de huihaão seja
feita de odo copeto, e não fuja do
d o Espírito de contrião an -
tes que Ee copete Sua obra e você”.
O capítuo é, portanto, u tratado sobre quebrantaen -
to, sobre a obra de huihaão que o Espírito quer reaizar no
entendiento, vontade e sentientos de u pecador, a  de
habiitar seu coraão a receber a Cristo co a soicitude e dig -
nidade iprescindíveis, porque Cristo, escreve Richard Baxter,
“não virá através da Sua graa savadora à aa, para ser rece -
bido ai co desprezo: porque Ee veio na carne co o propó -
sito de ser huihado, as veio no Espírito co o propósito de
ser exatado”.
O Rev. Richard Baxter foi u conhecido pastor refor -
ado, o qua viveu na Ingaterra durante o sécuo XVII (1615-
1691). Era u não-conforista, que tentou reforar a Igreja da
Ingaterra, sendo uitas vezes preso por isso. Dentre os seus i -
vros ais iportantes estão: O Pastor Reforado, O Descanso
Eterno dos Santos, A Vida Divina, U Tratado sobre a Conver -
são, U Apeo ao não Convertido, Agora ou Nunca, e uitos
outros cássicos evangéicos.
Os escritos, a pregaão e a vida de Richard Baxter pro -
duzira u inegáve reavivaento espiritua na cidade de
Kidderinster, onde reaizou o seu inistério. Quando ee
chegou à cidade, era poucos os crentes e duvidosas as suas
conversões. Agu tepo depois, entretanto, o tepo de sua
igreja teve que ser auentado - ainda assi não coportava
ais as pessoas, que escaava as janeas para ouvir suas pre -
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HUmIlHAçO | 5

gaões. muitas ruas da cidade tivera todos os seus orado -


res convertidos: podia-se ouvir centenas de pessoas cantando
hinos de ouvor a Deus e pena rua; e as conversões dava
provas sucientes de sere sinceras e profundas.
O propósito da Editora Cássicos Evangéicos 1, coo o
próprio noe indica, é traduzir e editar obras (serões, bio -
graas, obras práticas e teoógicas) de hoens de reconhecida
estatura espiritua dos períodos ais goriosos da História da
Igreja, tais coo: Jonathan Edwards, John Owen, Richard Sib -
bes, Thoas Goodwin, ais recenteente martyn loyd-Jones,
e outros, coo o voue aqui apresentado de Richard Baxter,
que introduz a série.
Veos os escritos desses irãos do passado coo u
tesouro espiritua vaiosíssio, as ao eso tepo perdido
ou quase inacessíve aos eitores brasieiros. Desejaos resga -
tar aguns desses tesouros e copartihar suas jóias (consehos,
interpretaões, ensinos, experiências, uz e caor), tornando-os
ais acessíveis.

O Editor 

1 - Versão on-ine do ivro Richard Baxter, Quebrantaento: Espírito de Hu -


ihaão, 2 ed., trad. Pauo R. B. Angada (Beé-PA: Editora Cassicos Evan-
géicos, 1991). Direitos da traduào reservados.

* Digitado e revisado por Eir Beerguy Fiho.


introdução 1

1 - Esta é a introduão ao ivro inteiro: Direões e Persuasões para ua Con-


versão Segura (Directions and Persuasions to a Sound Conversion)
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a reza da conversão e santicaão é ua considera -


ão tão iportante que o nosso cuidado e diigência
e conrá-as não pode ser deasiadaente gran -
des. Tanto os ateístas professos, pagãos e inéis á fora, coo
os hipócritas auto-enganadores dentro da igreja, entrega-se
deiberadaente à ruína eterna ao negigenciare ta assunto
de conseqüência eterna, enquanto tê tepo, advertência e as -
sistência para considerare a questão co urgência. mutidões
vive coo brutos ou ateístas, esquecendo-se de que são nas -
cidos e pecado e iséria, deiberadaente acoodados nesta
situaão, os quais deve ser convertidos, ou serão condenados.
muitos dees não sabe a necessidade que tê de conversão,
ne o que é conversão ou santicaão. Aé disso, aguns pre -
gadores do Evangeho tê sido tão aentaveente ignoran -
tes quanto a u assunto de ta iportância que tê persuadido
o pobre e iudido povo de que apenas os pecadores grosseiros
e odiosos necessita de conversão, dessa fora proetendo
savaão àquees, aos quais Cristo, co uitas asseveraões,
decarou que não entraria no reino de Deus. Outros, ebo -
ra confesse que ua profunda santicaão é ago necessário,
iude suas aas co agua coisa que apenas se asseeha
a isso.
Aí está a causa da iséria e desonra da igreja. A própria
santidade é desonrada por causa dos pecados daquees que, se
dizendo santos, pretexta aquio que não tê. Por isso, teos
ihares que se chaa cristãos vivendo ua vida undana
e carna; aguns dees odiando o cainho da piedade, pensan -
do, contudo, que são convertidos por sentire agua tristeza
quando peca; deseja, quando o pecado já é passado, que
não houvesse acontecido aquio, ipora a isericórdia de
Deus por isso, e se confessa pecadores. Isto, ees toa por
verdadeiro arrependiento; ebora o pecado nunca tenha sido
orticado nas suas aas, ne os seus coraões tenha sido
evados a odiar e abandonar o pecado. Após havere usufruí -
do e se deeitado no pecado, ca tristes por causa do perigo,
as nunca são regenerados e feitos novas criaturas peo Espíri-
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to de Cristo.
É por isso, tabé, que teos tanta abundância de
eros “opinionistas”, que se considera pessoas reigiosas
porque udara de opinião ou de denoinaão, porque po -
de tagarear contenciosaente contra aquees que não pen -
sa coo ees, e porque se une àquees que parece ser os
ais piedosos, assi assuindo sere reaente santicados.
Isto proove taanho corre-corre de ua opinião à outra, e
ta reprovaão, injúria, e divisões, peo seguinte: a reigião de -
es consiste especiaente nas suas opiniões, sendo que nunca
orticara suas incinaões e paixões carnais e egoístas. Isto
si, produziria nees ua ente santa e ceestia.
Por isso tabé há tantos estres icenciosos, os quais
parece ser reigiosos, as que não refreia suas ínguas, seus
apetites, suas cobias, sendo antes escarnecedores, cauniado -
res, beberrões, gutões, iundos e ascivos, ou de agu odo
escandaosos para a sua santa prossão, porque desconhece
ua rea conversão e apega-se a ua udana fasa ou su -
percia.
Esta é a razão pea qua há tantos undanos que se con -
sidera hoens reigiosos, os quais faze de Cristo apenas u
servo dos seus interesses undanos, e busca os céus apenas
coo ua reserva para quando nada ais hes restar na terra, e
são apegados a certas coisas deste undo, as quais hes são tão
queridas, a ponto de não podere abandoná-as pea esperan -
a da gória; as entrega-se a Cristo co secretas exceões e
reservas, por causa de sua prosperidade no undo. Tudo isso
porque nunca conhecera ua conversão genuína, a qua de -
veria ter arrancado dos seus coraões este interesse undano, e
tê-os ibertado inteira e absoutaente para Cristo.
É por isso tabé que há tão poucos estres que po -
de desvencihar-se do seu orguho, suportar desconsideraão
ou ofensa, aar os seus iniigos, e abenoar aquees que os
aadioa; si, ou aar seus aigos piedosos que os irrita
ou desonra; e tão poucos que pode negar a si esos pea
honra de outros, ou fazer quaquer coisa consideráve por aor
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a Cristo, e obediência e conforidade co a Sua vontade. E


tudo isso, porque nunca experientara esta transforaão
savadora, que rebaixa o “eu”, e estabeece a Cristo coo sobe -
rano na aa.
Aí está tabé a razão pea qua se observa, atua -
ente, tanto exepo terríve de apostasia. Tantos utrajando
a Escritura, que pensa u dia tê-os convertido; utrajando o
cainho da santidade, o qua u dia professara; negando o
próprio Senhor que os coprou; e tudo porque anteriorente
se apegara a ua conversão supercia e fasa.
Oh, quão couente, e quão aentaveente esta i -
séria se anifesta entre os estres, nos seus discursos insípidos,
nas suas contendas e invejas, nas suas pretensões reigiosas, nas
suas foraidades ortas e divisões ipetuosas, ou nas suas
entes egoístas, soberbas e carnais! Ua conversão genuína te -
ria curado tudo isso, ou, peo enos, curado do doínio dessas
coisas.
Assi sendo, tendo no eu ivro “Apeo ao Não Con -
vertido” (Ca to he Unconverted) e esforado no sentido
de despertar aas descuidadas, e persuadir os obstinados a
se votare para Deus a  de que viva, eu aqui e dirijo
àquees que parece estar sob a obra de conversão. Tenciono
dar-hes aguas direões e persuasões para preveni-os de vi -
re a perecer no nasciento, e, assi, prevenir a hipocrisia, na
qua, provaveente, se forarão. Prevenir tabé o engano
de seus coraões, o engano nas suas vidas, e a iséria na hora
da orte, coisas estas, que provaveente se seguiria, para
que não viva coo aquees que honra a Deus co a sua
boca e co os seus ábios, as o seu coraão não está correto
diante Dee, ne são res à Sua aiana 1. Para que, por não se
entregare a ua consideraão profunda, ne enraizare a
seente de vida, ou por abafare-na co u aor e cuidado
predoinantes peo undo, venha a secar quando o fogo da
perseguião surgir. Para que, edicando sobre a areia, não ve -
nha a cair quando os ventos e as tepestades se evantare, e
1 - Is 29:13
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a sua ruína seja grande, e assi “Saia do nosso eio, a  de


que se anifeste que não era dos nossos; porque, se tivesse
sido dos nossos, teria peranecido conosco”. 2
Atente, portanto, para esta grande e iportante ques -
tão, e “procurai, co diigência cada vez aior, conrar a vos -
sa vocaão e eeião”3, e não dêe crédito aos seus coraões tão
fáci e conanteente; “as vote-se para o Senhor de todo o
seu coraão”. Apegue-se a Ee resoutaente e co propósito
de coraão, e atente a  de que venda tudo, copre a
péroa, e não hesite diante do preo, as se renda totaen -
te a Cristo, e vote-se para Ee - coo fez Zaqueu e outros
convertidos da igreja priitiva - renunciando a tudo o que não
te a Sua vontade.
Não deixe que nenhua raiz de aargura perane -
a; não faa exceões ou reservas; as negue-se a si es -
os; abandone tudo, e siga Aquee que os te guiado a este
cainho de autonegaão; e cone no Seu sangue, éritos e
proessas, por u tesouro nos céus; e, assi, vocês serão Seus
discípuos, e cristãos de fato.
leitor, se tu, de coraão, toares estas resouões e as
guardares, descobrirás, que nas tuas situaões ais críticas,
Cristo não te enganará, enquanto que o undo engana aquees
que o escohe. mas, se desistires, e pensares que estes teros
são deasiadaente duros, ebra-te de que a vida eterna te
foi oferecida; e ebra-te por que, e peo que a rejeitaste. Se nes -
ta vida terrena buscares o teu próprio benefício, espera ser ator -
entado, enquanto que as aas crentes, as quais trihara o
cainho da autonegaão, estarão sendo confortadas.

Richard Baxter 

2 - 1 Jo 2:19
3 - 2 Pe 1:1O
Capítuo 1

a Verdadeira
NATUREZA DA
HumilHação
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H á ua huihaão preparatória que acontece antes de


ua transforaão savíca, que não deve ser despre -
zada, visto que nos aproxia de Deus, as que, contu -
do, não consiste nua tota subissão a Ee.
Esta huihaão preparatória, a qua uitos vêe fe -
necer, consiste principaente nas seguintes coisas: e priei -
ro ugar, ea reside principaente no teor de ser condenado
- este teor se asseeha ais à sensaão de edo. Consiste
tabé e ua certa apreensão da grandeza dos nossos pe -
cados, da ira de Deus que aeaa cair sobre nossas cabeas, e
do perigo e que nos encontraos de seros condenados para
sepre. Ea consiste ainda e certa copreensão da oucura da
qua soos cupados ao pecar, e de agu arrependiento por
ter u dia coetido tais coisas, e agu reorso de consciência
por isto. A isto pode se unir u certo sentiento de tristeza,
sendo este expresso através de geidos e ágrias. Isso tudo
pode ser acopanhado co conssões de pecado a Deus e a
hoens, aentaões por nossa iséria; e aguns, isto pre -
cede o próprio desespero. E, naente, isto pode evar a ua
indignaão contra nós esos, e à adoão de ua atitude de
severa vingana sobre nós esos; si, ais do que Deus e -
varia o hoe a adotar; coo Judas fez e se autodestruir.
Este desespero e auto-execuão não são parte da huihaão
preparatória, as o excesso, o seu erro, e a entrada do inferno.
mas há tabé ua huihaão que é própria ao con -
vertido, a qua acopanha a savaão, e que incui tudo o que
há na anterior, e uito ais - assi coo a aa raciona incui
o sensitivo, o vegetativo, e uito ais. Esta huihaão saví -
ca consiste nos seguintes particuares: ea coea no enten -
diento, e é enraizada na vontade. Opera nos sentientos e,
quando há oportunidade, anifesta-se e expressões e atitu -
des exteriores.
1. A huihaão do entendiento consiste e ua bai-
xa apreciaão de nós esos, nu auto-rebaixaento, e nu
auto-jugaento condenatório; e isto nas seguintes particuari -
dades:
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 13

Consiste nua apreensão profunda, sóida, habitua e


rea da hediondez dos nossos próprios pecados, e de nós es -
os por causa dees; isto porque ees são contrários à bendita
natureza e ei de Deus, e tão contrários à nossa própria per -
feião e be principa. Tabé consiste e ua sóida e xa
apreensão da nossa própria ruína por causa desses pecados, de
ta odo que os nossos jugaentos subscreve a eqüidade da
sentena condenatória da ei, e nos jugaos indignos da e -
nor isericórdia, e dignos de punião eterna. Consiste e ua
apreensão da nossa condião arruinada e iseráve: visto que
nós não apenas soos herdeiros de torento, coo tabé,
destituídos da iage e Espírito de Deus, perdeos Seu favor,
estaos debaixo do Seu desagrado e iniizade. Por causa do
nosso pecado, perdeos o direito da nossa parte na gória eter -
na, e grande é nossa incapacidade de nos ajudar a nós esos.
Isto se dá e ta edida, que nós jugaos reaente
os nossos pecados e a nós esos, por causa do pecado, ais
odiosos do que quaquer outra coisa que agu outro a pu -
desse nos tornar. Consideraos a nossa iséria, por causa do
pecado nas particuaridades referidas anteriorente, aior do
que quaquer caaidade exterior na carne, e do que quaquer
perda terrena que viesse a nos atingir. Isto nós apreendeos
através de u jugaento prático e não apenas por era espe -
cuaão inecaz. A fonte disto está e u certo conheciento
do próprio Deus, cuja ajestade é tão goriosa, e cuja sabedoria
é tão innita. O qua é tão bo e Si eso e para conosco,
cuja santa natureza é contrária ao pecado. O qua te e nós
ua propriedade absouta, e tabé é soberano sobre nós. Isto
é tabé proveniente de u conheciento do verdadeiro es -
tado da feicidade huana, que foi arruinada peo hoe e
conseqüência do pecado, a qua consiste e agradar, goricar
e gozar a Deus e aor, deiciar-se Nee, e ouvá-lo para se -
pre, e e ter ua natureza perfeitaente santa e adequada a
este propósito. Ver que o pecado é contrário a esta feicidade e
que nos te privado dea, é ua das fontes da verdadeira hu -
ihaão.
14 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

Esta huihaão no entendiento prové tabé de


u conheciento pea fé de Cristo crucicado, o qua foi orto
peos nossos pecados, o qua decarou na aneira ais viva
possíve ao undo através de Sua cruz e sofrientos o que é o
pecado, o que ee faz, e a situaão e que nós nos coocaos.
Assi, uito da huihaão savíca se processa no en -
tendiento.
2. A sede principa desta huihaão é na vontade, e
aí ea consiste nos seguintes atos: ao pensaros huideente
a respeito de nós esos, nós teos u constante desagrado
por nós esos e peos nossos pecados, e ua certa indigna -
ão contra nós por causa das nossas aboinaões. U pecador
huihado é u inquiridor de si eso, e coo ee é au, seu
coraão é contra ee próprio.
Há tabé na vontade u profundo arrependiento
por teros pecado, ofendido a Deus, abusado da Sua graa, e
por teros nos coocados e ta situaão; de ta odo que a
aa huihada desejaria gastar seus dias na prisão, a esoar,
ou e iséria corpora, ao invés de gastá-os no pecado; e se
pudesse coear de novo, ea preferiria escoher ua vida de
vergonha e caaidade no undo, do que ua vida de pecado,
e caria aegre pea troca.
Ua aa huihada deseja reaente se entriste -
cer por causa dos pecados que coeteu, e por causa dees ser
sensíve e aigida tão profundaente quanto fosse agradáve
a Deus. meso quando ea não pode derraar ua ágria,
ainda assi a sua vontade é derraá-as. Quando ea não con -
segue sentir nenhua profunda aião por causa do pecado,
seu sincero desejo é que possa senti-a. Ea preferiria ce vezes
chorar no desejo, quando não o faz e ato.
Ua aa huihada deseja reaente orticar a
própria carne peo uso daquees eios indicados coo sendo
aquees através dos quais Deus a subjuga, coo através do je -
 ju, abstinência, vestuário sipes, trabaho duro e negando-se
prazeres desnecessários.
É ua dúvida digna de consideraão se quaisquer des -
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 15

tes atos de huihaão deve ser usados propositadaente


e revide contra nós esos por causa do pecado. A isto res -
pondo que nós não podeos fazer nada, a títuo de revide, que
Deus não o perita, ou que torne nossos corpos enos habii -
tados para o Seu servio, pois esta atitude receberia revide de
Deus e da nossa aa. mas aquees eios de huihaão neces -
sários para doar o corpo pode be ser usados co dupa
intenão: prieiro e especiaente, coo u eio para nossa
segurana e coo precauão, a  de que a carne não venha a
prevaecer; e então, paraeaente, nós deveríaos car ais
contentes e ver ais sofriento ser iposto à carne, porque
ea foi e ainda é u grande iniigo de Deus e nosso, e a causa
de todo o nosso pecado e iséria. Este é o revide que é periti -
do ao penitente, e que aguns pensa ser tencionado.
Visto que a aa huihada te pensaentos huides
de si esa, então ea deseja que outros a avaie e a consi -
dere desse odo, eso que seja u pecador vi e indig -
no, desde que a sua desgraa não prejudique o Evangeho ou a
outros, ou venha a desonrar a Deus. Seu orguho é huihado
a ta ponto que ea não pode suportar ser depreciada co a -
gua condescendência. Não que aprove o pecado de quaquer
hoe que faa isso aiciosaente, as consentindo co o
 jugaento e repreensão daquees que faa isto co sinceri -
dade, e consentindo co o jugaento de Deus, ainda que atra -
vés daquees que o faa aiciosaente. A aa huihada
não ca se defendendo e atenuando injustaente seus pecados,
se descupando, e se inaando contra o reprovador; o que
quer que ea faa e ua tentaão, se esta atitude for predoi -
nante, seu orguho, e não huihaão, acabará por predoinar.
mas ea se juga a si esa o tanto quanto outros possa justa -
ente jugá-a, e huideente consente e ser huihada aos
ohos huanos até que Deus venha a evantá-a e a recuperar
sua dignidade.
A raiz de toda essa huihaão na vontade é u aor
a Deus, a que ofendeos, u ódio ao pecado que O ofendeu,
e que nos fez odiosos; u senso conante do aor e dos sofri -
16 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

entos de Cristo, O qua condenou o pecado na Sua carne.


Assi vocês vêe no que consiste a huihaão da von -
tade, a qua é a própria vida e aa da verdadeira huihaão.
3. A huihaão tabé incui os sentientos: ua
genuína tristeza peo pecado que coeteos; pea corrupão
que há no pecado; ua vergonha por estes pecados; u santo
teor a Deus quando nós O ofendeos, e dos Seus jugaentos
os quais ereceos, e ua apropriada aversão aos nossos pe -
cados. mas, coo ostrarei adiante, não é peo grau, as pea
sinceridade destes sentientos que você deve fazer u juga -
ento do seu estado; e isto diciente será discernido peos
próprios sentientos. Assi, portanto, a vontade é o eio ais
seguro através do qua podeos nos avaiar.
4. A huihaão tabé consiste expressivaente e
aões exteriores, quando é oferecida oportunidade. Não há hu -
ihaão verdadeira no coraão, se ea se recusa a aparecer no
exterior, quando Deus a requer no seu curso ordinário. Os atos
exteriores da huihaão são: ua conssão vountária dos
pecados a Deus e aos hoens, quando Deus o requer, isto é,
quando isto se torna necessário à Sua honra, ao be daquees
a que ofendeos, e satisfaão do ofendido. Isto deve ser fei -
to peo enos quando confessaos os pecados abertaente a
Deus na presena dos hoens. Ua aa não huihada se
recusaria a fazê-o por vergonha; as o huihado aceitaria
ivreente ser envergonhado, se isso viesse a advertir seus ir -
ãos, e justicar a Deus, e lhe dar gória. “Se confessaros os
nossos pecados Ee é e e justo para nos perdoar...” (1 Jo 1:9).
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns
peos outros, para serdes curados...” (Tg 5:16). “O que encobre
as suas transgressões jaais prosperará; as o que as confessa
e deixa, acanará isericórdia” (Prov 28:13). Não que a pes -
soa precise confessar seus pecados secretos a outros, a não ser
quando não possa acanar aívio; não que a pessoa deva pubi -
car as suas ofensas, vindo a desonrar a Deus ainda ais, e a ser
epeciho para o Evangeho. mas quando o pecado já é púbico
e especiaente quando a ofensa de outros, o endureciento
Quebrantamento: espírito de HumilHação | 17

dos ípios, a satisfaão da igreja co reaão ao nosso arrepen -


diento, requer nossa conssão e aentaão púbica, então a
aa huide deve e se subeterá a isto.
O hoe de coraão corropido, hipócrita, não hu -
ihado, entretanto, confessará apenas nos seguintes casos:
quando o sigio da conssão, ou a insignicância da fata, ou a
freqüência de ta conssão não traga grande vergonha sobre si.
Ou quando a fata já é tão púbica que seria vã quaquer tenta -
tiva de escondê-a, e a conssão não auentaria e nada a sua
desgraa. Ou quando a consciência está pesada, ou à beira da
orte, ou forado por agu terríve jugaento de Deus. E
todos estes casos o ípio pode confessar seus pecados. Assi
 Judas confessou: “Pequei traindo sangue inocente” (mt 27:4).
Faraó confessou: “Eu e o eu povo soos ípios” (Ex 9:27).
U adrão à beira da forca confessará; e o ais vi e desprezíve
ser, no seu eito de orte, tabé confessará. mas nós teos
ais conssões no eito de orte do que conssões vountárias
diante da igreja. Infeizente,o orguho e a hipocrisia tê pre -
vaecido de ta odo, e a antiga discipina da igreja te sido
tão negigenciada, que eu penso que na aioria dos ugares na
Ingaterra há uito ais pessoas que faze conssão na forca
do que pessoaente e ua congregaão.
A huihaão tabé deve ser expressa através de to -
dos aquees eios e sinais externos, aos quais Deus, através das
Escrituras ou da nossa própria natureza, nos concaa. Coo,
por exepo, através de ágrias e geidos, tanto quanto
oportunaente nos ocorra; através de jeju, e da atitude de
prostrar-se por causa de nossa popa e toice undanas, e uso
de roupas huides, poré decentes; condescendendo co os
ais desfavorecidos, e se sujeitando aos ais huides; usando
inguage e carruage sipes; e perdoando outros, por ser -
os sensíveis à grandeza dos nossos débitos para co Deus.
Assi eu ostrei breveente a vocês a verdadeira na -
tureza da huihaão, a  de que possa saber a que hes
estou persuadindo, e a que precisa subeter os seus coraões.
Capítuo 2

utilidade e
propósito da
HumilHação
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 19

Q uando eu houver faado sobre a utiidade e propósito


da huihaão, vocês entenderão ais do porquê da
necessidade dea para vocês esos.
1. U dos usos da huihaão é ajudar na orticaão
da carne, ou do “eu” carna, e aniquiá-a, visto ser esta o ídoo
da aa. A natureza do estado pecainoso e iseráve do ho -
e consiste no fato de haver se afastado de Deus, e de estar
entregue a si eso, vivendo agora para si eso, estudando,
aando e satisfazendo a si eso, ao seu “eu” natura ais do
que a Deus. U pecador se ivrará de uitos pecados exterio -
res e se ibertará de obras exteriores antes que venha a se iber -
tar do seu “eu” carna, e se ivre da fortaeza e poder do pecado.
Não há parte da orticaão tão necessária e tão difíci coo a
autonegaão - na verdade, ea virtuaente copreende todo o
resto, e se isto for feito, tudo estará feito. Se fosse apenas ua
questão dos seus aigos, seus supéruos, sua casa, suas terras,
tavez u coraão carna pudesse abrir ão disso. mas abrir
ão da sua vida, do seu tudo, do seu “eu”, é ua paavra dura
para ee, e suciente para fazê-o ir ebora pesaroso. Assi
sendo, aqui aparece a necessidade da huihaão; ea cooca
todo o fardo sobre o “eu”, e quebra o coraão do veho hoe,
e faz u hoe não toerar a si eso, a que anteriorente
aava sobreaneira.
A huihaão transfora esta torre de Babe e pó, e
faz co que nos detesteos até o pó e cinzas. Ea toca fogo na
casa, na qua conávaos e nos deeitávaos, diante dos nos -
sos ohos; e nos faz não apenas ver, as sentir, que é tepo de
nos renderos. O orguho é o pecado estre do ípio, e é parte
da huihaão fazê-o cair por terra. A auto-satisfaão é o pro -
pósito de suas vidas, até que a huihaão ajude a udar o cur -
so do rio; e aí, então, se você pudesse er os pensaentos dees,
veria que ees agora se considera os ais indignos; e se você
pudesse ouvir suas oraões e aentos, você os ouviria caar
por si esos coo se fosse os seus aiores iniigos.
2. A próxia utiidade da huihaão, e ipícita na
utiidade anterior, é orticar aquees pecados dos quais o
20 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

“eu” carna depende e peos quais é nutrido, e boquear todas


as avenidas e passagens através das quais ees são supridos. O
pecado é doce e querido por todos os que não são santicados;
as a huihaão faz co que se torne aargos e vis.
Assi coo as crianas são dissuadidas de brincar co
ua coéia de abehas quando são ua ou duas vezes ferra -
das por eas, ou de brincar co cães bravios quando são or -
didas por ees, assi Deus ensina Seus hos a sabere o que
signica brincar co o pecado, quando são gopeados por ee.
Ees distinguirão ua urtiga de arbustos inofensivos quando
sentire o seu ardor. Nós estaos tão acostuados a viver
peos sentidos, que Deus considera necessário que nossa fé te -
nha a ver co os sentidos para ajudá-a. Quando a consciência
acusa, o coraão sofre, gee de dor, e sentios que nenhu
expediente ou esforo nos ivrará disso, então coeaos a nos
tornar ais sábios do que antes, e a conhecer o que é reaente
o pecado, e o que ee nos causa. Quando aquio que era o nosso
deeite se torna a nossa aião, e ua aião pesada deais
para suportaros, isto cura o nosso deeite no pecado. Quando
Davi estava encharcando o seu eito co ágrias, e teve que
beber deas, o seu pecado não era ais a esa coisa para ee,
coo o foi quando o coeteu. A huihaão retira a pintura
desta prostituta que é o pecado e ostra-a e sua deforida -
de. Ea desascara o pecado, o qua assuiu ua áscara de
virtude, ou de ago irreevante, ou de ua coisa inofensiva. Ea
desascara Satanás, o qua foi transforado nu aigo, ou
e u anjo de uz, e revea o seu caráter aigno.
Quão difíci é curar u undano do aor ao dinheiro!
mas quando Deus cooca ta peso e sua consciência, a pon -
to de fazê-o geer e caar por socorro, o dinheiro perderá
o seu atrativo. Quando ee coea a chorar e geer por causa
das isérias que vê sobre si, e vê os efeitos da sua riqueza
corrupta, e a gangrena do seu ouro e prata coear a coer a
sua carne coo fogo, e seu ídoo se torna nada enos do que
u testeunho contra si, então estará ehor habiitado do que
antes para avaiar o pecado. O devasso pensa que te ua vida
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 21

feiz quando os ábios da prostituta destia favos de e, as


quando ee percebe que o  dea é aargoso coo o absinto,
agudo coo a espada de dois gues, que os seus pés desce
à orte, e que os seus passos conduze-na ao inferno 1, e ee
 jaz e tristeza, aentando-se da sua oucura, estará então e
ais condiões de jugar corretaente do que antes estava. O
manassés huihado e cadeias não é o eso que era quan -
do estava no trono; ebora a graa tenha contribuído ais para
isso do que seus grihões, estes fora úteis para este . A hu -
ihaão abre a porta do coraão, e he diz o que o pecado faz
à vida, e introduz a paavra de vida, a qua não havia ainda
penetrado aé dos ouvidos ou do cérebro.
É u trabaho cansativo faar a hoens ortos, os quais
perdera os seus sentientos; especiaente quando se trata
de ua doutrina efetiva e prática, a qua deveos hes couni -
car, e que será perdida se não for sentida e praticada. Até que a
huihaão opere, nós faaos a hoens ortos, ou peo e -
nos a hoens profundaente adorecidos. Quantos serões
eu tenho ouvido que se pensava viria a transforar os cora -
ões dos hoens internaente, a fazê-os chorar por causa dos
seus pecados, co tristeza e vergonha diante da congregaão,
evando-os a nunca ais se envovere co o pecado; e, no en -
tanto, os ouvintes quase que ne fora tocados por ees, as
saíra coo viera, coo se não soubesse do que o prega -
dor estava faando, porque os seus coraões estava o tepo
todo sonoento dentro dees.
Ua aa huihada, entretanto, é ua aa desper -
tada. Ea considerará aquio que é dito; especiaente quando
percebe que ve do Senhor, e diz respeito à sua savaão. É
u grande encorajaento para nós pregar para u hoe
que te ouvidos, vida e sentientos, que recebe a paavra co
apetite, saboreando-a, engoindo a coida que é coocada na
sua boca. A vontade é a principa fortaeza do pecado. Se nós
puderos acaná-a, nós podereos fazer agua coisa, as
se ea boquear o coraão, e nós não puderos chegar ais per -
1 - Pv 5:3-5
22 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

to do que o ouvido ou o cérebro, não haverá benefício agu.


A huihaão nos abre ua passage para o coraão, a  de
que possaos toar de assato o pecado e seu vigor. Eu hes
fao da natureza aboináve do pecado, que causou a orte de
Cristo, e eva ao inferno, e que é ehor correr para o fogo do
que, de aneira propositada, coeter o enor pecado, ebora
se trate de ago ta que o undo ne note. mas, ao hes faar, se
você não for huihado, pode ouvir tudo isto e superciaen -
te crer nisso, e dizer que é verdade, as é a aa huihada
que pode sentir o que he está sendo dito. Que uta nós teos
co u beberrão, ou co u undano, ou co quaquer ou -
tro pecador frívoo, na tentativa de persuadi-o a abandonar
seus pecados co aboinaão; e tudo co tão pouco resuta -
do! Às vezes ee deseja abandoná-os, as é tentado a provar
do pecado de novo; e assi ca adiando, porque a paavra não
se assenhoreou do seu coraão. mas quando Deus ve sobre
a aa coo ua tepestade, arrebentará as portas, e coo
se fosse reâpagos e trovões na consciência, apodera-se do
pecador e o sacode todo e pedaos co o Seu terror e he per -
gunta: O pecado é bo para ti? Ua vida carna e descuidada
é boa? Tu, vere desprezíve! Tu, too pedao de barro! Ousas
abusar de mi face a face? Ignoras que Eu estou te ohando? É
esta a obra para a qua continuas vivo? Fora co o pecado, se
ais deongas, ou jogarei fora a tua aa e te entregarei aos
atorentadores. Isto o desperta da sua deora e procrastina -
ão, faz co que veja que Deus te boa vontade para co ee,
e que, portanto, ee deve ter boa vontade para co Deus.
Se u édico te u paciente aante da coida que
sofre da gota ou de pedra nos rins, ou de quaquer outra doen -
a, e he proibir do vinho, bebida forte e outros aientos que
deseja, ogo que ee se sentir ehor se aventurará a prová-os, e
não se sujeitará às paavras do édico; as, quando for atacado
pea doena e sentir o torento, então se subeterá às prescri -
ões édicas. A dor o ensinará ais efetivaente do que as pa -
avras poderia fazê-o. Quando ee sente o que he é dooroso,
e que aquio sepre o faz adoecer, ee se repriirá ais do que
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 23

faria por atenão às recoendaões édicas.


Assi, quando a huihaão quebrar o seu coraão e
he zer sentir que está doente de pecado, e encher a sua aa
co dores agudas e sofrientos, então você terá ais desejo de
que Deus destrua o pecado e você. Quando o pecado pesar
sobre você, a ponto de não he peritir evantar os ohos, quan -
do zer co que vá a Deus co geidos e ágrias caan -
do: Oh, Senhor, te isericórdia de i porque sou pecador!
Quando você car feiz e procurar os inistros para aiviar
a sua consciência, encher os ouvidos dees co acusaões a si
eso, e revear até os pecados ais odiosos e vergonhosos,
então você cará feiz e se desvencihar dos pecados. Antes
disso não adianta he faar sobre orticaão e sobre rejeião
resouta dos seus pecados; os preceitos do Evangeho parecerão
rigorosos deais para que você se subeta a ees. mas u co -
raão quebrantado udaria a sua ente.
U saudáve avrador diria: “Eu coo o que quero”;
“os édicos só quere tirar o nosso dinheiro”; “eu nunca se -
guirei o conseho dees”. mas quando a enferidade vier sobre
ee, e houver tentado e vão tudo que estava ao seu acance e a
dor não he der descanso, e for evado ao édico, então ee fará
quaquer coisa, e toará quaquer reédio que ee he der, a
 de que possa ter agu aívio e se recupere.
Assi, quando o seu coraão estiver endurecido e não
huihado, estes pregadores e as Escrituras hes parecerão se -
veros deais. O que vocês deseja reaente são inistros
afetados e presunosos, que pregue o que be quisere. Vo -
cês nunca acreditarão que Deus concorda co as coisas duras
que os inistros éis prega, ne que Deus condenará vocês
peas coisas às quais dispõe seus coraões. mas quando aque-
es pecados se tornare coo que espadas no seu coraão, e
você coear a sentir aquio de que os inistros havia he
aertado, então a sua reaão será outra. Portanto, fora co o pe -
cado! Não há nada tão odioso, tão aigno, tão intoeráve. Oh,
se você pudesse se ivrar dee, custasse o que custasse! Então
você teria por seu ehor aigo aquee que he pudesse dizer
24 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

coo atar o pecado, e se ivrar dee; e aquee que afastasse


você desse aigo he seria coo o próprio Satanás. A huiha -
ão cava tão profundaente que ina o pecado, e a fortaeza
do a; e quando o aicerce está profundaente enraizado, a
huihaão o destroará. Quando os assassinos de Cristo tive -
ra o seu coraão gopeado, ees caara por u conseho
dos apóstoos. Quando u assassino dos santos é jogado cego
por terra, e o Espírito, aé disso, huiha a sua aa, então
ee é evado a caar: “Senhor, o que tu queres que eu faa?”
Quando u crue carcereiro que aoita os servos de Cristo é e -
vado por u treor de terra a u treor de coraão, ee então
caará: “Que devo fazer para que seja savo?”
Aqui se anifesta o uso das aiões; e eso o porquê
deas favorecere tanto a huihaão: os hoens são trazidos
à razão e oentos de crise. Quando ees jaze nu eito
de orte, agué pode faar-hes, que ees não vão, tão sober -
baente, fazer pouco caso do que hes é dito, ou escarnecer da
Paavra do Senhor, coo o zera na prosperidade. Deus será
ais considerado quando Ee peitear co ees co ua vara
na ão. Os aoites são a ehor ógica e o ehor discurso para
u too. Quando o pecado eva cativa a razão dees pea carne,
o arguento que poderá convencê-os deverá ser ta que a car -
ne seja capaz de entender. A carnaidade brutica o hoe de
ta odo que, tornando-se brutos, não são ais as razões ais
caras que prevaecerão; e se Deus não houvesse antido no
hoe corropido agu resquício de razão, nós pregaríaos
aos aniais co tanta esperana coo pregaos aos hoens.
mas as aiões tende por enfraquecer o iniigo que os cativa;
assi coo a prosperidade tende a fortaecê-o. A carne enten -
de a inguage da vara ehor do que a inguage da razão e
da Paavra de Deus.
Coo a parte sensíve da nossa huihaão proove a
orticaão, assi a huihaão raciona e vountária, que é
própria ao santicado, é a parte principa da orticaão. As -
si, coo você vê, é necessário que sejaos totaente hui -
hados, a  de que o pecado possa ser penaente aniquiado
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 25

e nós.

3. Outro uso da huihaão é o de preparar a aa para encon -


trar ais graa, para a honra de Cristo e para o nosso próprio
be.
(1) Co reaão a Cristo, é de se esperar que Ee habite
apenas e aas que esteja preparadas para recebê-lo. Ne
a Sua pessoa, ne a Sua obra são tais que possa se coadunar
co u coraão não huihado. Até que a huihaão faa
u pecador sentir o seu pecado e iséria, não é possíve que
Cristo, coo Cristo, venha a ser be-vindo ou recebido co
a honra que Ee espera. Que iga para o édico quando não
está doente e ne tee a orte? Ee pode passar pea porta de
ta hoe, e este não o chaará, as quando a dor e o teor
da orte estão sobre si, ee irá atrás, procurará e iporará para
que venha. Correria para Cristo, e busca de socorro, aquee
que não sente sua própria necessidade ou perigo? Agarrar-se -
-ia Nee coo o único refúgio das suas aas, achegando-se a
Ee coo sua única esperana, aquees que não sente necessi -
dade Dee? Prostar-se-ia aos Seus pés endigando isericór -
dia aquees que passa uito be se Ee?
Quando os hoens ouve acerca do pecado e da i -
séria, e crêe apenas superciaente, ees pode procurar
Cristo e graa co frieza, e sente tão pouco o vaor do segun -
do, coo sente a iportância do prieiro. mas Cristo não é
nunca vaorizado e procurado coo Cristo, até que a tristeza
nos ensine coo vaorizá-lo; ne é Ee recebido co a honra
devida a u Redentor, até que a huihaão quebre todas as
portas; ne u hoe pode buscá-lo de todo o seu coraão,
se não o zer co o coraão quebrantado.
Tabé é certo que Cristo não baixará o custo para vir a ua
aa. Ebora Ee venha para o nosso be, receberá honra ao
fazer isso. Ebora Ee venha para curar-nos, e não porque te -
nha quaquer necessidade de nós, terá que receber as boas vin -
das devidas a u édico. Ee veio para nos savar, as será
honrado na nossa savaão. Ee convida a todos para a festa do
26 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

casaento, e até eso copee-os a vir; as espera que tra -


ga a veste nupcia, e não venha co ua roupa ordinária
que desonraria Sua casa. Ebora a Sua graa seja ivre, Ee não
a expõe ao desprezo, as terá a Sua penitude e iberdade go -
ricadas. Ebora Ee não venha para rediir a Si eso, as
a nós, ainda assi ve para ser goricado na obra da nossa
redenão. A Sua graa não é tão ivre a ponto de savar aquees
que não a vaoriza, e não dão graas por ea.
Assi sendo, apesar da fé ser suciente para aceitar o
do, a fé deve ser ua fé grata, que agnicará o doador, e
ua fé huide que reconhea o Seu vaor, e ua fé obediente
que responda ao Seu propósito. Assi, a fé que é a condião de
nossa justicaão é apropriada tanto à honra do doador, coo
à necessidade do recebedor. E coo a razão nos diz que deveria
ser, assi conra a experiência cristã. A aa que é verdadei -
raente unida a Cristo e copartiha da Sua natureza, vaoriza
ais a obra da Sua savaão, onde a honra de Cristo é aior.
Ea não consegue sentir prazer na idéia de ua graa ta que ve -
nha a desonrar o próprio Senhor da graa. Assi coo Cristo
é soícito para a savaão da aa, assi Ee faz a aa soícita
e receber corretaente Aquee que a sava. Deste odo, foi
através do Seu sangue, e não da nossa aceitaão do Seu ensino
ou governo, que obtiveos o resgate da nossa aa. mas, por
outro ado, Ee está resovido a não justicar a ningué através
do Seu sangue, exceto sob a condião desta fé, que é u assen -
tiento do coraão ao Seu ensino e senhorio. A virtude não está
tanto na apicaão ou concessão dos benefícios de Cristo quanto
está na Sua obra de adquirir para nós esses benefícios.
Quando Ee veio para nos resgatar, consentiu e ser
u sofredor, a dar a Sua face ao gopeador, e a se subeter
ao opróbrio. Suportou a cruz, desprezando a vergonha, e sen -
do injuriado não injuriou, as orou por Seus perseguidores.
Todavia, Ee não virá através da Sua graa savadora à aa
para ser recebido ai co desprezo, porque Ee veio na carne
co o propósito de ser huihado, as veio no Espírito co o
propósito de ser exatado. Cristo veio na carne para condenar o
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 27

pecado que reinava na nossa carne, e assi foi feito pecado por
nós, isto é, u sacrifício peo pecado. mas no Espírito, Ee veio
para conquistar a nossa carne e, através da ei do Seu Espírito
vivicador, para nos ibertar da ei do pecado e da orte2, a 
de que a justia da ei se cuprisse e nós, e tabé para que
não fôsseos condenados, nós os que andaos não segundo a
carne, as segundo o Espírito.
O reino de Cristo não era deste undo, porque, se o fos -
se, Ee procuraria estabeecê-o pea fora das aras e da uta,
que são os eios undanos. mas o Seu reino é dentro e nós;
é u reino espiritua, e assi, apesar de estar no undo, Ee
foi tratado co desdé, coo u too, coo u pecador, e
coo u infortunado. mas dentro e nós Ee deve ser tratado
co honra, e reverência, coo u Rei e Senhor absouto. A vez
do executor e do poder das trevas foi quando Ee estava e
agonia; as quando Ee ve através da Sua graa savadora a
ua aa, é a vez do Seu triunfo e casaento, e do poder pre -
vaecente da uz ceestia. Na cruz, Ee era coo u pecador, e
toou o nosso ugar, e suportou o que era a nossa cupa, e não
Sua. mas na aa Ee é o conquistador de pecados, e ve para
toar posse do que é Seu, e para reaizar a obra que perten -
ce a Ee na Sua dignidade; e, assi, Ee será ai reconhecido e
honrado. Na cruz, Ee estava derrubando o reino de Satanás, e
estabeecendo o Seu próprio, apenas de u odo preparatório;
as na aa, Ee faz abos sere executados iediataente.
Na cruz, o pecado e Satanás se vangoriara; as quando Ee
penetra a aa, é Ee que Se vangoria sobre ees, e não cessa
até os haver destruído. Na redenão, Ee Se consuiu; as na
conversão, Ee toa posse do que reiu. E ua paavra, Ee
veio ao undo e carne para ser huihado, as Ee ve à
aa, através do Seu Espírito, para a Sua erecida exataão.
Assi sendo, ebora Ee houvesse suportado ser cuspido na
carne, não suportará ser desprezado na aa. Assi coo no
undo Ee foi escarnecido co u títuo de rei, coroado co
espinhos, e vestido co tais roupas reais a  de que fosse feito
2 - R 8:2
28 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

objeto de opróbrio, assi, quando Seu Espírito entra e ua


aa, Ee é ai entronizado co a nossa consideraão ais reve -
rente, subjetiva, e profunda. Ee é ai coroado co o nosso ais
eevado aor, e gratidão, e adorado co a ternura da nossa
obediência e do nosso ouvor. A cruz haverá de ser a porão dos
Seus iniigos; a coroa e o cetro serão a Sua. E assi coo tudo
foi preferido e detriento Dee na terra, até eso o próprio
Barrabás, assi tabé todas as coisas haverão de ser subjuga -
das a Ee na aa santicada, e Ee obterá a priazia diante de
todas as coisas.
Este é o propósito da huihaão: preparar o coraão
para u aior gozo do Senhor, e preparar o cainho diante
Dee, e habiitar a aa para ser o tepo do Seu Espírito. Ua
aa huihada nunca se desvenciharia Dee usando bois, fa -
zendas, ou casaentos coo descupas. Aquee, poré, que
não é huihado fará uito pouco caso Dee.
(2) Assi coo o próprio Cristo será recebido co hon -
ra, ou então ne será recebido, assi deve acontecer co a i -
sericórdia e co a graa que Ee oferece. Ee não apicará o Seu
sangue e a Sua justia àquees que não hes dão vaor. Ee não
perdoará taanha quantidade de iniqüidades, ne reoverá
tais ontanhas que cae sobre a aa daquees que não sen -
te a necessidade de ta isericórdia. Ee não resgatará do po -
der do a, da opressão do pecado, dos arrabades do inferno
e não fará ebros de Seu próprio corpo, hos de Deus e her -
deiros dos céus, aquees que não aprendera a vaorizar estes
benefícios, as são ais votados para os seus pecados, isé -
rias e frivoidades do undo. Cristo não despreza Seu sangue,
Seu Espírito, Sua aiana, Seu perdão, ne Sua herana ceestia
e assi Ee não as dará a ningué que as despreze, até que Ee
os ensine ehor a conhecer o Seu vaor. Você pensa que esta -
ria de acordo co a sabedoria de Cristo dar bênãos indizíveis
coo estas a hoens que não tê coraão para vaorizá-as?
Porque dar a u hoe justicaão e adoão é ais do que
he dar todo este undo visíve: o so, a ua, o raento, e a
terra. Deveria estas graas ser dadas a agué que não iga
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 29

para eas? Porque assi Deus perderia Seu propósito. Ee não
obteria o aor, a honra ne a gratidão tencionada no Seu do.
É necessário, portanto, que a aa seja totaente huihada, a
 de que o perdão seja recebido coo perdão, e a graa coo
graa, e não negigenciados indevidaente.
(3) Assi coo a huihaão é necessária tanto para a
honra de Cristo e de Sua graa, assi tabé ea é necessária
para o nosso próprio benefício e consoaão. A isericórdia não
pode ser reaente nossa, se a huihaão não nos habiitar a
isso. Estas bênãos deve ser engoidas por u estôago va -
zio, e não toadas na vaidade e ipiedade. U hoe à beira
da forca se regozijará co u perdão; as u ero observa -
dor que se jugue inocente, não daria vaor a isso, as toaria
o perdão coo ua acusaão. Não há uita doura no noe
de u redentor para ua aa não huihada. Ea não vao -
riza o Espírito. O Evangeho não é evangeho para ea. As boas
novas de savaão não são tão aegres para ta pessoa quanto as
boas novas de riquezas ou deeites undanos. Assi coo u
estôago sadio é o que faz a refeião parecer agradáve a nós, e
assi coo o cardápio rústico é ais agradáve para o sadio do
que as refeiões sucuentas ao doente, da esa fora, se não
foros esvaziados de nós esos, vis e perdidos nas nossas
próprias prisões, e se a contrião não estiuar os nossos apeti -
tes espirituais, o próprio Senhor e todos os iagres da Sua gra -
a savadora seria aos nossos ohos coisa se vaor, e ouvir
ou pensar sobre estas coisas apenas nos aborreceria. Oh, que
tesouro inestiáve é Cristo para ua aa huihada! Que
vida nas Suas proessas! Que doura e cada experiência da
Sua graa, e que festa no Seu iensuráve aor!
(4) Outro uso da huihaão, ipícito no ite anterior,
é que ea é necessária para fazer co que o hoe se subeta
aos teros do pacto da graa. O hoe natura se agarra aos
prazeres da carne, e vive peos sentidos e é apegado às coisas do
presente. Ee não sabe coo viver apegado às coisas invisíveis
através de ua vida de fé. Esta é a nova vida que todos os que
vive e Cristo deve viver. Assi, portanto, Ee os convoca
30 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

a abandonar tudo, a crucicar o undo e a carne, e negar a si


esos, se quisere ser Seus discípuos. mas quão reutante é
o hoe natura para renunciar a tudo e se entregar totaen -
te a Cristo! mas quão ansioso ee é para se agarrar às coisas do
presente, por fata de conana nas proessas ceestiais, tendo
os céus, e útia anáise, apenas coo ua reserva. É nestes
teros que os hipócritas são reigiosos, e é assi que engana
as suas aas. mas quando o coraão é verdadeiraente que -
brantado, ee não ais peranecerá desse odo co reaão a
Cristo, as se subeterá totaente aos Seus teros. Não esta -
beecerá condiões co Ee, as aceitará co gratidão as Suas
condiões. Co Cristo, co graa, e co a esperana da gória,
quaquer coisa he satisfaz a aa.
(5) Outro uso da huihaão é nos preparar para reter e
progredir na graa quando nós a recebeos. O ditado diz: “O
que é conseguido co faciidade, faciente se perde”. Se Deus
desse o perdão dos pecados ao que não é huihado, quão cedo
Ee seria desprezado! Quão faciente ta pessoa daria ouvidos
à tentaão, e retornaria ao seu próprio vôito! Coo nós di -
zeos: “A criana queiada tee o fogo”. Quando o pecado
o gopear, e quebrar o seu coraão, você o aboinará enquan -
to viver. Quando a tentaão vier, você se ebrará da sua dor
aguda: “Não é isto aquio que e custou tantos geidos, e
deixou no pó, e quase e condenou, e vou eu coetê-o nova -
ente? Foi tão difíci para eu ser restaurado por u iagre de
isericórdia, vou eu agora correr novaente para a iséria da
qua eu fui savo? Não tive eu tristezas, teor e inquietaão su -
cientes para que vá agora buscar ais disso, e renovar o eu
transtorno?” Assi, a ebrana dos seus sofrientos será u
contínuo aerta para você. U espírito contrito, que é esvaziado
de si eso, e ao qua é ensinado o vaor de Cristo e da iseri -
córdia, não apenas se agarrará a ees, as saberá coo usá-os,
co gratidão a Deus e benefício para si eso.
(6) Outro uso da huihaão é preparar a aa para
se aproxiar do próprio Deus, de que ea se afastou. Assi
coo a nenhua criatura é peritido se aproxiar do Deus
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 31

dos céus, a não ser que o faa co reverente huidade, assi
tabé a nenhu pecador é peritido se aproxiar Dee, a
não ser que o faa e contrita huidade. Que é que pode
sair de ta estado de ipiedade e iséria, e não trazer consigo o
senso disso e seu coraão? Não é peritido a u ho pródi -
go encontrar seu pai co tanta conana e ousadia, coo se ee
nunca o tivesse abandonado, a não ser que diga: “Pai, pequei
contra os céus e contra ti, e já não sou digno de ser chaado
teu ho”3. Não é se fata que ua aa cupada, ou que a -
gué que é resgatado do fogo, ohará para Deus co ua face
soberba, as co a cabea baixa de vergonha e tristeza, baten -
do no peito e dizendo: “Ó Senhor, te isericórdia de i,
pecador!”4; “Porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos
huides concede a Sua graa” 5; “O Senhor é exceso, contudo
atenta para os huides; os soberbos, Ee os conhece de onge” 6;
“Porque assi diz o Santo: Habito no ato e santo ugar, as ha -
bito tabé co o contrito e abatido de espírito, para vivicar
o espírito dos abatidos, e vivicar o coraão dos contritos” 7; “...
as o hoe para que oharei é este: o aito e abatido de es -
pírito, e que tree da inha paavra”8; “Perto está o Senhor dos
que tê o coraão quebrantado e sava os de espírito contrito” 9;
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; cora -
ão copungido e contrito; não o desprezarás, ó Deus” 10. Não
há retorno para Deus, a enos que não nos toereos por causa
das nossas aboinaões.
Quanto ais nos aproxiaos de Deus, ais nós deve -
os nos detestar até o pó e cinzas. Ee não aceita u pecador e
seus pecados; as prieiro o ava e ipa. A conversão deve
nos fazer huides coo crianas, as quais são ensináveis e não

3 - lc 15:18,19
4 - lc 18:13
5 - 1 Pe 5:5
6 - S 138:6
7 - Is 57:15
8 - Is 66:2
9 - S 34:18
10 - S 51:17
32 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

procura por grandes coisas no undo ou, de outro odo, não


pode entrar no reino de Deus.
Estes são os usos e a necessidade da huihaão.
Capítuo 3

erros sobre a
HumilHação
a serem Cui-
dadosamente
eVitados
34 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

p eo que já foi dito, você pode perceber quais os erros a


sere cuidadosaente evitados co reaão à sua hui-
haão, e co que cuidados ea deve ser buscada.
(1) U erro co o qua você deve toar cuidado, é o de
não encarar a huihaão coo ago irreevante, ou coo ape -
nas u apêndice à fé, que pode ser dispensado. Não pense que
ua aa não huihada, enquanto ta, pode ser santicada.
Aguns coraões carnais supõe que apenas os pecadores ais
atrozes precisa ser contristados e ter o coraão quebrantado,
as que isto não é necessário para ees, que fora criados des -
cente e reigiosaente desde a ocidade. mas é tão possíve ser
savo se fé e se arrependiento quanto se esta huiha -
ão especia, a qua eu já descrevi, e que é parte da sua santica -
ão.
(2) Out ro erro a ser cuidadosaente evitado é o de coo -
car a sua huihaão soente ou principaente na parte eo -
ciona, ou nas expressões externas dessas eoões. Eu e rero
tanto a ua dor aguda, coo à tristeza de coraão, ou ainda às
ágrias. mas você deve se ebrar que o vaor dea, coo eu
disse antes, está na sua reaão ao jugaento e na vontade. Não
é o grau de ua tristeza ou angústia de sentientos que os -
trará ehor o grau de sinceridade da sua huihaão, e uito
enos as suas ágrias ou expressões exteriores. mas é a baixa
avaiaão que você faz de si próprio, e a aceitaão e ser visto
coo vi aos ohos dos outros. É o seu descontentaento, e o
desejo de geer e chorar por causa do pecado o tanto quanto
Deus gostaria que você o zesse, juntaente co a aceitaão
do jugaento e vontade antes descritos que deonstra rea -
ente a sua huihaão.
Há dois grandes perigos aqui, diante de você, a sere
evitados. Há aguns que pode ter terríveis angústias de tris -
teza, e estão a ponto de arrancar os próprios cabeos, si, e até
eso de dare u  a si próprios, coo Judas, por causa
do horror da sua consciência; e isto poderia hes parecer que
ees teria verdadeira huihaão. mas eso assi não a
tê. Aguns pode chorar abundanteente e u serão,
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 35

ou e ua oraão, ou ao encionar seus pecados a outros, e,


portanto, pensar que estão reaente huihados; as ainda
assi pode não estar. Pois, se ao eso tepo, seu coraão
aa o pecado e prefere apegar-se a ee do que se ivrar dee, ou
não te u ódio habitua peo pecado e u aor predoinan -
teente uito aior a Deus, a sua huihaão nada te a ver
co a obra de savaão. Os seus sentientos e as suas ágrias
pode até ser forados contra a sua vontade. Se você não deseja
reaente odiar o pecado, os sentientos e as ágrias dici -
ente signicaria ais do que ua graa cou.
muitos pode chorar por causa dos sentientos, e por
causa da natureza feinina sensíve, e ainda assi perane -
cere não huihados, podendo até estar e u grau uito
eevado de orguho. Quão reguarente veos tantos que são
assi! As uheres, especiaente, pode chorar ais e u
cuto ou conversa, do que agué que está reaente quebran -
tado poderia fazê-o e toda a sua vida, e ainda assi estare
tão onge de se vere vis aos seus próprios ohos e desejare
ser vistas assi aos ohos dos outros que eas odiarão, reprova -
rão e criticarão todos aquees que as acusare co as fatas que
eas esas parece se aentar. Tabé, ao sere acusadas
de horrendos pecados, estas pessoas se descuparão e suaviza -
rão seus pecados, fazendo dees assunto de enor iportância
e se apegando àquees que tenha u ato conceito deas. É
assi que o pecado reina reguarente e seus coraões: a -
nifesta-se nas suas paavras e vidas; faz co que odeie aque -
es que co deidade as reprova; e que viva e contenda
co quaquer u que venha a desonrá-as, apesar de todas as
ágrias que cae dos seus ohos. Assi, portanto, não jugue
peos sentientos, ou apenas peas ágrias, as pea reaão
aos jugaentos e pea vontade, coo foi dito acia.
U outro caso, que é uito ehor e ais feiz do que o
prieiro, as que produz grande dicudade, é o erro daque -
es que pensa que não tê ua verdadeira huihaão por
não experientare tais sentientos e iberdade de ágrias
coo outros experienta quando o coraão dees é contrista -
36 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

do, pois não consegue derraar sequer ua ágria.


Diga-e apenas isto: “Você se vê coo vi aos seus pró -
prios ohos por ser cupado de pecados, e isto contra o Senhor,
a que você reaente aa? Você odeia os seus pecados, por
causa das suas aboinaões, e desejaria de coraão sofrer quan -
do estivesse pecando? E se você tivesse que escoher de novo,
você preferiria sofrer do que pecar? Você sente o desejo de se
entristecer por causa do pecado eso quando não pode sen -
tir tristeza, e deseja chorar, ainda que não consiga? Pode você
suportar caaente quando é ofendido, porque sabe que é re -
aente vi? É você grato a u reprovador sincero, apesar dee
he ostrar o ais terríve pecado? Você considera as suas pró -
prias paavras e feitos indignos, e as paavras e feitos dos outros
ehores, desde que haja a enor razão para isso? Você atribui
 justia às aiões que vê de Deus e às repriendas verdadei-
ras de hoens, e se considera indigno da counhão dos santos,
ou de ver a justia de Deus se Ee viesse a condená-o?”
Este é o estado de ua aa huihada. Se você puder
responder arativaente a estas perguntas, então não precisa
duvidar da sua aceitaão por parte de Deus, eso que você
não derrae ua ágria. Há ais huihaão e ua baixa
estia de nós esos do que e i ágrias, e ais e ua
vontade ou desejo de chorar peo pecado do que nas ágrias
que vê otivadas peo terror, por ua consciência pesada, ou
peos sensíveis sentientos naturais. Se a vontade estiver cor -
reta, você não precisa teer. É aquee que ais odeia o pecado
e é ais severo para co o pecado que é huihado por causa
dee. Aquee que aenta o pecado hoje e o coete aanhã é
uito enos huihado e penitente do que aquee que não é
atraído para o pecado na esperana dos prazeres do undo,
ne o coete, eso que fosse para savar sua vida.
(3) Para evitar isto aguns incorre no erro oposto e
pensa que a tristeza e ágrias são desnecessárias, e que po -
de se arrepender co ou se ágrias. Estes, fundaenta
tudo e aguns desejos vagos e inecazes; e assi, pensa que
o coraão foi udado. mas certaente Deus não criou os sen -
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 37

tientos e vão. É ipossíve que u hoe possa ter ua


vontade santicada e as suas eoões não anifeste agu -
a correspondência, e seja controadas pea vontade. Ebo -
ra não possaos geer naquee grau que desejaríaos, ainda
assi terá de haver agua tristeza sepre que o coraão for
verdadeiraente udado, e, aparenteente, esta tristeza de -
veria ser grande. Ningué pode crer de coraão que o pecado é
o aior a para sua aa se ser aigido por isto. Na verda -
de, os nossos sentientos ais vivos deveria ser afetados por
estas coisas tão iportantes. É ua vergonha ver u hoe
geer por u aigo e aentar por ua provaão, que afeta
apenas a carne, e, no entanto, ser tão insensíve à praga do pe -
cado, à ira do Senhor, e sorrir e gracejar co tais pesos sobre a
sua aa.
Ebora a tristeza e as ágrias não seja o coraão e a
parte principa de nossa huihaão, ainda assi eas deve
ser buscadas coo u dever. Si, certo grau de tristeza é ab -
soutaente necessário, e a fata de ágrias não é u bo si -
na naquees que as derraa por outras coisas. Na verdade, a
convicão da nossa oucura e cruedade deveria ser tão grande
a ponto de quebrar o nosso coraão de tristeza, derreter o nosso
peito, e produzir rios de ágrias dos nossos ohos. Se nós não
podeos produzir isso e nós, deveos antes aentar a du -
reza do nosso coraão, ao invés de nos descuparos.
(4) Neste ite, tratareos de coo responder à questão,
se é possíve a u hoe ser huihado e se arrepender e
deasia.
A anifestaão exterior da huihaão, que consiste nos
atos que provê do entendiento e da vontade, não pode ser
aiores do que o próprio entendiento e a vontade que pro -
duzira estes atos. Se as anifestaões externas fore aiores
do que a própria vontade, eas não apenas serão erradas coo
tabé nada terão a ver co a verdadeira huihaão sava -
dora. U hoe pode se considerar pior do que ee reaente
é, pensando fasaente de si eso coo se ee fosse cupado
de pecados dos quais reaente ee não é; e isto não é a esa
38 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

coisa que verdadeira huihaão. mas, se ee tiver ua cara


apreensão da adade do seu pecado e da sua própria vieza, a
isto ee não deve teer.
No âbito da vontade é ais caro: nenhu hoe
pode estar querendo ivrar-se do pecado e deasia, ne ter a
esa aversão ao pecado quanto o próprio Senhor o te. mas,
quanto à outra parte da huihaão que consiste e aguda tris-
teza ou ágrias, pode uito be ocorrer e deasia, ebora
eu conhea uito poucos que incorre neste erro ou precise
teer isso, pois o hoe nora do undo é estúpido e duro
de coraão, e até a aioria dos piedosos são aentaveente
insensíveis.
Ainda assi, há aguns poucos que necessita desse
conseho, a  de que não se agonize e grau excessivo de
tristeza. Perita que o seu coraão se disponha o ais possí -
ve contra o pecado, as perita tabé agu iite às suas
tristezas e ágrias. Este conseho é necessário aos seguintes
tipos de pessoas: (1) Às pessoas eancóicas, as quais estão
e perigo de sere perturbadas, e agire de odo irraciona
e se propósito por excessiva tristeza. Seus pensaentos são
xos, confusos, sobrios, escuros e cheios de teores, e aca -
ba tornando as coisas piores do que já são, sendo ais pro -
fundaente afetadas por estes sentientos do que suas cabeas
pode suportar. (2) Este é o caso tabé de aguas uhe -
res fracas de espírito, as quais não são eancóicas, as ainda
assi, por fraqueza natura de seus cérebros e por sere ata -
ente sensíveis, não tê condiões de suportar estas cooões
sentientais sérias e profundas que outros pode desejar, pois
a profundidade da sua sensibiidade e a intensidade das suas
paixões representa u perigo de sere esadas peos seus ju-
gaentos, e sere faciente anadas à eancoia, ou a ago
ainda pior.
Ser destituído da razão é ua das grandes caaida -
des corporais nesta vida, e isto seria u grande probea tan -
to para a própria pessoa coo para os que a cerca. Trata-se
de ua questão de vergonha e desonra para o Evangeho aos
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 39

ohos dos ípios que não entende o caso. Quando ees vêe
agua tristeza excessiva e desesurada, ou agué cair e
perturbaão, isto representa ua grande tentaão para que fu -
 ja da reigião, evite a tristeza que ve de Deus e todos os
pensaentos sérios a respeito das coisas ceestiais. Faz co que
os toos escarnecedores diga que a reigião torna o hoe
auco, e que esta huihaão e conversão para as quais os
concaaos é o cainho para fazê-os perder o juízo. Assi
sendo, por causa da tristeza dos piedosos, e do endureciento
dos ipiedosos, o caso se reveste de seriedade a ponto de re -
querer nosso aior cuidado e evitá-o.
Pergunta: mas se é tão perigoso entristecer-se, tanto de
odo insuciente coo e deasia, o que fará u pobre pe -
cador e ta desadeiro, e coo pode ee saber quando deve
restringir sua tristeza?
Resposta: Há pouquíssias pessoas no undo que tê
razão e teer o excesso deste tipo de tristeza. A situaão gera
do hoe é ser insensíve; a tristeza do undo provoca uito
ais eancoia e perturbaão do que a tristeza que ve de
Deus. mas, para aquees poucos que estão e perigo de exces -
so, eu prieiraente direi coo discernir o perigo e, depois,
coo reediá-o.
Quando a sua tristeza é aior do que o seu jugaento
pode suportar, co aparente perigo de perturbaão ou de dis -
túrbio eancóico e diinuião de seu entendiento, então a
tristeza é certaente deasiada e deve ser restringida. Porque
se você arruinar a sua razão, você se constituirá e opróbrio
para a reigião, e não estará habiitado para nada que seja re -
aente bo: ne para sua edicaão, ne para o servio do
reino de Deus.
Se você estiver co ua séria doena a qua a tristeza
poderia auentar o risco para sua vida, você então te razão
para restringi-a; ebora não deva abster-se de arrepender-se,
ou descuidar-se da sua savaão; as, o sentiento de tristeza,
esta você deve oderar ou reduzir.
Quando a tristeza é tão grande a ponto de transtornar a
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sua ente, ou enfraquecer o seu corpo, de odo a incapacitá -


-o para o servio de Deus, e a torná-o ais despreparado para
fazer o be, você te razão então para oderar e restringir a
tristeza.
Quando a intensidade da sua tristeza sobrepuja a e -
dida necessária do seu aor, ou aegria, ou gratidão, deixando
estes de ado, apossando-se ais do seu espírito do que deve -
ria, não deixando espao para os seus outros deveres, então esta
tristeza é excessiva, e precisa ser restringida. Há aguns que se
esforaria e utaria co seus coraões para arrancar agu -
as ágrias e auentar sua tristeza, os quais, entretanto, fa -
ze pouco caso de outros sentientos e não se esforaria a
etade para auentar sua fé, aor e aegria.
Quando o seu sofriento, por causa da sua intensidade,
o conduz à tentaão ou ao desespero, ou a pensar que Deus e o
Seu servio são duros deais, ou a desvaorizar Sua graa e a
satisfaão de Cristo, coo se fosse decientes e insucientes
para você, neste caso, você te razão para oderar e restringir
o sofriento.
Quando a sua tristeza é inoportuna e a vontade precisa
de ipuso e oentos quando você é concaado à grati -
dão e à aegria, você te então razão e oderá-a e restringi-a
durante estas épocas. Não que devaos eiinar toda tristeza,
seja qua for o dia de aegria ou gratidão, a enos que possa -
os supriir todos os nossos pecados nos deveres daquee dia.
Tabé não deveos supriir todo conforto espiritua e pra -
zer nos dias de aior huihaão. Porque assi coo o nosso
estado aqui é u isto de graa e pecado, assi tabé todos
os nossos deveres reigiosos deve ser u isto de aegria e
tristeza. É apenas no céu que tereos aegria absouta, assi
coo é apenas no inferno que há tristezas absoutas, ou, peo
enos, e nenhu estado de graa. mas, por enquanto, por
causa disso tudo, há épocas agora quando u destes sentien -
tos deve ser exercido de odo ais preponderante, e o outro
e enor grau. E tepos de caaidades, por exepo, e
após ua queda, nós soos tão concaados à huihaão
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 41

que o conforto deveria apenas oderar nossas tristezas, e o seu


exercício deveria estar subisso nestas épocas. Assi tabé
e épocas de especia isericórdia da parte do Senhor nós po -
deos ser concaados a exercitar nossa gratidão, ouvor e ae-
gria tão preponderanteente que a tristeza deve nos anter
huides, e ser, por assi dizer, servia às nossas aegrias.
Quando graa e isericórdia são ais einentes, então
a aegria e o ouvor deveria ser predoinantes, o que se veri -
ca co ais freqüência e ua vida cristã que anda erguida
a cuidadosaente co Deus. Quando pecado e jugaento são
ais einentes, a tristeza deve então ser predoinante, visto
ser u eio necessário para ua sóida aegria. Assi sendo,
noraente u pecador que ainda está passando pea obra de
conversão, e é recé-chegado a Deus de u estado de rebeião,
deve estiuar ais tristeza, e se dar ais a geidos e ágrias
do que posteriorente, quando for trazido à reconciiaão co
Deus, a andar co integridade.
Pergunta: mas quando é, por outro ado, que eu posso
saber que a inha huihaão é pequena deais, e que deveria
e esforar para auentá-a?
(1) Quando, aparenteente, não há os perigos acia
encionados, quais seja de destruir seu corpo, perturbar sua
ente, transforar suas facudades, afogar as outras graas,
deveres, etc. Não havendo estes perigos você te pouca razão
de teer o excesso.
(2) Quando você não se huihou o suciente para evá-
-o a vaorizar o aor de Cristo, a ter estia peo Seu sangue e
seus efeitos, a ter foe e sede Dee e de Sua justia e a endi -
gar ardenteente peo perdão de seus pecados. Então você te
razão de desejar ais huihaão. Se você não sente grande
necessidade de Cristo, as passa por Ee tão desinteressada-
ente, coo o estôago cheio passa pea coida, coo se você
pudesse passar uito be se Ee, então você pode estar certo
de que precisa ser ais quebrantado. Se você não é tão ovido
peo aor de Deus, a ponto de se desvencihar de quaquer coi -
sa para gozá-lo, e de não considerar nada ais querido do que
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os céus, você necessita car sob convicão dos seus pecados e


iséria u pouco ais, e de iporar ao Senhor que o save do
seu coraão de pedra. Se você pode ouvir do aor e dos sofri -
entos do seu Redentor se ferver de aor por Ee novaen -
te, e pode er ou ouvir as proessas de graa, sobre os dons de
Cristo, e sobre a vida eterna se nenhua consideráve aegria
ou gratidão, é tepo de iporar a Deus por u coraão ais
huihado.
(3) Quando há uitos atos e baixos na obra da sua con -
versão, e você ca às vezes nu bo estado, e novaente nu
au estado, coo se ainda estivesse irresouto quanto a se deve
udar ou não; quando você hesita diante dos teros que Cristo
estabeece quanto à autonegaão, à crucicaão da carne, e a
abandonar tudo pea esperana da gória, e acha estas coisas
duras, e está ainda considerando se deveria subeter-se a eas
ou não, ou está ainda reservando secretaente agua coisa
para você eso. Isto tudo certaente ostra que você ainda
não foi sucienteente huihado, caso contrário você não es -
taria agindo tão evianaente para co Deus. Ee ainda deve
coocar os seus pecados diante de você, e segurá-o por u pou -
co sobre o fogo do inferno, e fazer soar e sua consciência ta
estapido, a ponto de fazer co que você se subeta e acabe
co suas dúvidas, e o ensine a não ais procrastinar co seu
Criador.
O próprio Faraó cava subisso e insubisso a Deus,
e às vezes deixava Israe ir, às vezes não, sendo necessário que
Deus o huihasse co praga sobre praga, até fazê-o sube -
ter-se e car até feiz e peritir que o povo partisse. meso
quando Deus usa dos eios de graa, quando o coraão é duro,
Ee faz tanto uso das tristezas quanto seja necessário para fazer
co que o hoe se subeta o ais cedo possíve aos Seus
teros e se aegre e obter isericórdia e tais teros.
(4) Quando você está insensíve e desaniado quanto
às ordenanas de Deus e a Escritura te pouca vida ou doura
para você; quando se encontra quase que indiferente se invoca a
Deus e secreto ou não, se vai à igreja ou não para ouvir a Paa -
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 43

vra e unir-se e ouvor a Deus na counhão dos santos; quan -


do não sente grande gosto nos cutos e nos sacraentos, as
pratica-os quase que eraente por costue, ou para aiviar
a sua consciência, e não por ua grande necessidade que sinta
dessas práticas, ou do be que encontra neas. Isto ostra, por
certo, que você carece de ais u pouco da vara e da espora de
Deus. Seu coraão ainda não foi sucienteente quebrantado,
as Deus precisa toá-o novaente e Suas ãos.
(5) Quando você está esquecido de Deus, e da vida por
vir, e esquece tanto dos seus pecados coo do sangue do Sa -
vador, e cooca os seus pensaentos quase que continuaente
nas vaidades a nas coisas deste undo, coo se estivesse cres -
cendo ais nestas coisas do que na sua necessidade de Cristo.
Isto ostra que a pedra ainda está no seu coraão, que Deus
precisa fazer co que você se aiente de u cardápio ais
difíci, para corrigir os seus apetites, e fazê-o sentir o seu pe -
cado e iséria até que Ee retire os pensaentos que você te
nas coisas que são na reaidade pouco iportantes, e o ensine
a preocupar-se ais co o seu estado eterno. Se você coea
a se esquecer do seu próprio estado e de Deus, é tepo de ser
ebrado disto.
(6) Quando você coea a sentir ais doura na cria -
ão, e a ser ais isonjeado co apausos a honras, e a sentir
ais prazer na abundância, e ais ipaciência co a pobreza
ou necessidade, ou co os erros dos hoens, e co as cruzes
do undo; quando você se dedica a ser be sucedido, e está
desejoso de se tornar rico e cai de aor peo dinheiro; quando
você se atira aos cuidados e negócios do undo, e ca oprii -
do co uitas coisas por sua própria escoha. Isto ostra, na
verdade, que você está perigosaente não huihado. Se Deus
tiver isericórdia de você, Ee o rebaixará e fará co que a sua
riqueza se torne e aargura e absinto para você, abaterá o seu
apetite e ensinará que ua coisa é reaente necessária: “Dese -
 jar ardenteente a coida que não perece”. Ensiná-o-á daí e
diante a escoher a ehor porão.
44 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

(7) Quando você percebe que poderia votar a brincar


co as circunstâncias propícias ao pecado, ou a ohar para eas
co disposião na ente coo se ainda tivesse a ente votada
para isso e quase que pudesse votar o seu coraão querendo no -
vaente aquio; quando você coea a ter a ente novaente
votada para suas vehas copanhias e cainhos, ou coea
a se aproxiar o ais possíve novaente dessas coisas, e a
ohar co xaão para a isca na tentativa de provar daquio que
é proibido, e quase que não pode dizer coo negar as suas in -
cinaões, apetites, sentientos e desejos. Isto ostra que você
carece de ua obra de despertaento. Parece que Deus precisa
er para você ais u pouco da Paavra, e fazer co que você
soetre aqueas inhas de sangue, as quais, ao que parece, você
se esqueceu. Ee precisa acender o fogo da sua consciência, até
que você sinta e entenda se é reaente bo brincar co o pe -
cado, co a ira de Deus, e co o fogo eterno.
(8) Quando você coea a se tornar indiferente co re -
aão a sua counhão co Deus. Você coea a não pensar
ais uito se Ee he aceitou reaente e se de fato he anifes -
tou o Seu aor, as coea a deixar de ado as suas oraões e a
não ais atentar para eas ou ao que acontece co eas. Passa a
fazer uso dos sacraentos raraente questionando o resutado
desta prática. Quando você pode dispensar o consoo espiritua
dos santos e extrai pouco conforto espiritua de Cristo e dos
céus, e cada vez ais dos seus aigos, bens, prosperidade e
situaões ateriais, tavez coece a sentir-se tão be na co -
panhia de pessoas do undo, faando e agindo coo eas, co
a esa satisfaão que antes tinha ao editar no aor de Cris -
to. Isto ostra que você ainda não te u rea senso do perigo
que corre. A huihaão ainda te ua grande obra a reaizar
e você. Você precisa ser ensinado a conhecer ais a sua casa,
a ter ais prazer e seu Pai, a conhecer ais o seu arido, seus
irãos e Cristo, ais a sua herana, do que os estranhos ou
iniigos de Deus e seus.
(9) Quando você coea a fazer pouco caso das orde -
nanas ou de outras isericórdias, e ao invés de recebê-as co
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 45

gratidão e se aientar deas passa a queixar-se deas, e nada he


agrada, dizendo: “O pastor é uito fraco”, ou “o pastor é uito
exigente”, ou “o pastor é uito fora”, “isso deveria ser des -
se ou daquee odo”, “o cuto é uito ou pouco fora”, “ee
gesticua uito ou pouco”, “esta orde não está boa”, “isto ou
aquio não é apropriado”. Isto tudo ostra que você carece ser
huihado, e que você está ais preparado para a vara do que
para o aiento. Se Deus pudesse apenas abrir a porta do seu
coraão e ostrar caraente a adade e o vazio que há nee,
você veria que o erro não está no pastor ne no cuto, e eso
que houvesse erro nees, o erro aior ainda seria o seu. A causa
da sua reutância e contenda co o undo está no seu próprio
estôago cheio, e Deus precisa he dar u reédio, que faa o
seu coraão doer antes que Ee terine a Sua obra. Então o seu
apetite será corrigido, a sua frivoidade terá , e aquio que
você antes criticava passará a he ser doce.
(10) Quando você coea a tufar de orguho, a pensar
uito ato de si eso, a ter bons conceitos sobre o seu próprio
taento e desepenho, ter prazer e ser notado e visto coo
agué que desponta entre os piedosos, e não pode suportar
ser esquecido ou ser deixado de ado. Quando você considera
os taentos e desepenho dos outros inferiores e coparaão
co os seus, se considera tão sábio quanto seus estres e passa
a ouvi-os coo se fosse juiz dees, co espírito de jugaento,
e achando que poderia fazer tão be quanto ees. Quando você
coea a encontrar fata naquio que deveria estar he nutrin -
do, e não encontra nada e cada serão a não ser defeitos, e
a acha que não coeteria tais erros. Quando você deseja vee -
enteente ser seu próprio estre e se considera ais habii -
tado a pregar do que a aprender, a dirigir do que ser dirigido,
a responder do que a perguntar. Quando você pensa tão be
de si eso que a igreja não é ais boa ne pura o suciente
para sua copanhia, ebora Cristo não seja ai negado, e você
não seja ai induzido a pecar. Quando você se torna crítico e
passa a agravar ais e ais a fata dos outros, diinuindo as
suas virtudes. Pode ver u cisco nos ohos dos outros, as não
46 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

consegue discernir as virtudes dees, a não ser que seja atas


coo ua ontanha, e ningué pode passar por piedoso ao
seu jugaento, a não ser os santos ais einentes. Quando
você passa a desejar veeenteente as novidades na reigião e
a se achar ais sábio do que a igreja presente e antiga, e se con -
sidera excepciona por não ser coo os deais. Quando você
não pode ouvir ne este ne aquee pastor, ebora seja na
verdade inistros de Cristo. Quando você ca batendo sepre
na esa teca: “Saí dentre ees, e separai-vos dees”, coo se
Cristo houvesse chaado você a sair da igreja, quando na ver -
dade o chaa a sair da copanhia dos inéis. Tudo isso indica
que você necessita de ais huihaão.
Você te u inchao que precisa ser aberto para per -
itir que o ar saia e ee seque. Para que você não venha a se
perder, para que não venha a ser abandonado por Deus e ser
entregue a si eso, você precisa ser trazido à huihaão no -
vaente co u testeunho. Quando Deus he revirar e he
ostrar que você é u pobre, iseráve, cego e nu, e que está
inchado se razão e se enchendo de si eso, Ee fará você
parar diante daquees que você despreza. Ee fará você se con -
siderar indigno da counhão co aquees que antes você ju -
gava indignos de você. Fará co que se considere indigno de
ouvir aquees pastores aos quais você antes virava as costas. Ee
 jogará por terra o seu ensino, coisas toas, e o tornará feiz e
ser ensinado de novo. Nua só paavra, por eio da conversão
Ee o fará novaente coo criana, ou você nunca entrará no
reino dos céus.
Este orguho espiritua é ua doena aentáve, e con -
siste e ago excessivaente triste. Para uitos, é o preúdio
de condenaão e apostasia. Deus os entrega aos seus próprios
conceitos e à sabedoria que ees tanto estia, até que estes os
eve à perdião. E dentre aquees que são curados, há uitos
que o são da aneira ais triste, pois é cou Deus deixá -
-os sozinhos até que se ance a erros aboináveis ou caia
e agu pecado vergonhoso e escandaoso, até que se torne
objeto de escândao e coentários entre os hoens. Esta vergo -
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 47

nha e confusão pode, entretanto, despertá-os, a  de que


venha a copreender o que foi que os tornou tão orguhosos,
e a reconhecere que não passa de sipes veres.
Desse odo eu ostrei quando é que você deve buscar
ua huihaão ais profunda, e quando pode concuir que
ainda não foi sucienteente huihado. Si, quando ua
huihaão e aior grau é necessária à sua aa.
Pergunta: Be, as ainda assi, você ainda não nos
disse que cainho u pobre pecador deveria toar e ta des -
adeiro, quando não sabe se sua huihaão, no que diz res -
peito à parte eociona, é insuciente ou deasiada.
Resposta: 1. Vocês esos pode discernir parcia -
ente peo que foi dito, se tê necessidade de ais ou enos
huihaão, apenas testando o coraão por essas indicaões. 2.
mas, ainda assi, eu os aconseharia e persuadiria veeente -
ente, e caso de dicudade, a recorrere a agu inistro
capaz e e, para ua resouão.
Se você sente que a tristeza se apodera deasiadaen -
te do seu espírito, que põe e perigo o seu entendiento ou
a sua saúde, especiaente se você é ua uher sentienta
ou ua pessoa eancóica, não peranea neste estado por
uito tepo, para que a deora não venha a fazer aquio que
não poderá ser faciente desfeito, as vá e converse sobre o
seu caso, e pea conseho. Esta é ua das principais funões
dos pastores: que você possa tê-os à disposião para se acon -
sehar co ees a respeito das doenas e perigos da sua aa,
assi coo você faz co os édicos co reaão às doenas e
perigos do corpo. Desvencihe-se de toda tiidez pecainosa,
e não continue a conar e si eso e nas suas habiidades,
as vá àquees aos quais Deus designou co superintendência
sobre você para estas situaões, e conte-hes o seu caso.
Este é o odo de Deus, e Ee abenoará a Sua própria
ordenana. Pessoas eancóicas, sensíveis e irritadias não são
 juízes habiitados para avaiar sua própria situaão. Neste caso,
você deve desconar do seu próprio entendiento e não ser
orguhoso, ne se agarrar obstinadaente a cada capricho que
48 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

venha à sua cabea, as, ao sentir a sua fraqueza, cone-se à


direão dos seus éis inistros, até que o seu probea seja
superado, e você se torne ais capaz de discernir por você es -
o.
Outro erro do qua você será aqui aertado é o de pensar
que a tristeza e as ágrias são desejáveis e si esas. Eas
são desejáveis apenas coo expressão de ua disposião since -
ra da vontade, e quando eas ajuda a atingir o  para o qua
a huihaão é designada. Assi, aqui você poderá aprender o
cainho peo qua deve buscá-as.
(1) Você não deve coocar a ênfase da sua reigião neas,
coo se fôsseos chaados peo Evangeho apenas para ua
vida de tristeza. mas deve fazer da tristeza e das ágrias ser -
vas da sua fé, aor, e aegria no Espírito Santo, e de outras gra -
as. Assi coo o uso da aguha é apenas para abrir cainho
para a inha, e então é a inha, e não a aguha, que faz a costura,
assi, a nossa tristeza serve apenas coo preparaão para a fé
e aor, sendo estes os que une a aa a Cristo. É, portanto,
u triste erro que aguns que uito preocupados por sua
fata de tristeza, as pouco preocupados por sua fata de fé e
aor, e ore e se esforce para quebrar seus coraões, ou cho -
re peos pecados, se, contudo, fazere o eso para obter
aqueas graas aiores, às quais a tristeza deveria conduzi-os.
U deveria ser feito se se deixar de ado o outro.
(2) Visto que as ágrias são ua expressão do coraão,
eas deveria ser espontâneas e sinceras, uindo vountaria -
ente do sentiento interior por causa do a que aenta -
os. Se você vier a chorar bastante, eraente por pensar que
as ágrias são e si esas necessárias, e não por causa do
ódio que sente peo pecado e peo sentiento da sua natureza
vi e assassina, isto não te nada a ver co a verdadeira hui -
haão. Se o coraão estiver huihado diante do Senhor, não é
a fata de ágrias que fará co que Deus o despreze. Aguns
são, por natureza, tão pouco dados ao choro que não pode
chorar por nenhua coisa externa, ne pea perda do ais
querido aigo, ebora fosse capazes de fazer dez vezes ais
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 49

para savar a vida dee do que aguns que chora à vontade.


Geidos, assi coo as ágrias, tabé são expressões de
tristeza, as a rejeião e ódio sinceros ao pecado, são evidên -
cias ainda ehores do que abos.
Quando, entretanto, a pessoa te ua disposião na -
tura para chorar, eso que seja por dicudades ateriais, e
ainda assi não pode derraar ua ágria peo pecado, aí o
caso é ais questionáve.
(3) A razão principa pea qua vocês deve se esforar
para ter ua tristeza ais profunda é para que possa obter o
 ao qua a tristeza deveria evar: que o pecado vos seja ais
odioso e orticado co ais efetividade; que o “eu” seja hu -
ihado, para que Cristo possa ser ais vaorizado, desejado e
exatado, e para que você seja ehor habiitado a ua aior
counhão co Deus no tepo por vir, seja savo do orguho, e
antido vigiante.
Peo que foi dito, você te ua regra pea qua pode
acertadaente discernir que grau de huihaão deve ser a -
canado: ea deve ir tão profundaente a ponto de inar o
nosso orguho. O coraão deve ser tão quebrantado quanto ne -
cessário para nos afastar do pecado e nos desvencihar do “eu”
carna. Se isso não for acanado, ainda que você chore os pró -
prios ohos, isso não vaerá nada. Você precisa ser rebaixado a
ta ponto que o sangue de Cristo e o favor de Deus venha a ser
ais preciosos a seus ohos do que o undo inteiro, e e seu
próprio coraão preferira antes aquees do que este. Aí, então,
você pode estar seguro de que a sua huihaão é sincera, quer
você derrae ágrias ou não.
Peo que foi dito, você tabé pode concuir que deve
fugir da idéia de atribuir às suas próprias huihaões qua -
quer vaor da honra devida apenas a Cristo. Não pense que
você pode satisfazer a justia da ei ou erecer quaquer coi -
sa da parte de Deus peo vaor dos seus sofrientos, eso
que você venha a chorar ágrias de sangue. Isto não será ua
verdadeira huihaão, se não consistir no senso de reconhe -
ciento da sua indignidade e erecida condenaão, e se não
50 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

evá-o a buscar por perdão e vida e Cristo, e se não evá-o


a se ver perdido e totaente incapaz e si eso. Portanto,
seria cara contradião se a verdadeira huihaão viesse a ser
tida coo satisfaão ou érito, ou ago e que conar ao invés
de Cristo.
Capítuo 4

ConselHo
prinCipal: não
reCuse ser
totalmente
HumilHado
52 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

t endo tratado apaente da natureza e razões da ver -


dadeira huihaão, eu quero concuir co o conseho
que é inha principa intenão aqui: não recuse ser tota
e profundaente huihado. Não se canse da obra de huiha -
ão do Espírito.
A aião não é u convidado be-vindo à natureza hu-
ana; as a graa pode achar razão para he dar boas-vindas.
A graa é sincera e não pode toar consciência de ipiedade
se se dispor a se aentar por isso. Há agua coisa de Deus
na tristeza piedosa, por isso a aa a aceita, procura por ea e
caa por ea. Si, a aa até se entristece quando não conse -
gue ais se entristecer. Não que a tristeza, coo ta, seja dese -
 jáve, as coo ua conseqüência necessária da nossa aião
por causa do pecado, e coo u antecedente necessário para a
restauraão que se seguirá.
Assi coo podeos nos subeter à própria orte
co acaentada expectativa, porque ea é santicada para ser
a passage para a gória, ebora seja doorosa e si esa
para a natureza huana, assi uito ais nós podeos nos
subeter à huihaão e ao quebrantaento do coraão co
u santo desejo, porque ea é santicada para que seja a entra -
da para o estado de graa.
A títuo de incentivo, considere o que se segue:
1. A aior parte dos seus sofrientos ocorrerá apenas
no início. Ua vez que você se estabeea e u cainho san -
to, você encontrará ais paz e conforto do que e quaquer
outro cainho que possa seguir. Eu sei que se você se envover
co o pecado novaente, ee provocará ais sofriento e
você. mas ua vida piedosa é ua vida de retidão, conversão é
u abandono do pecado e conseqüenteente u abandono da
causa dos sofrientos. Você não pode suportar tais sofrientos
por u pouco ais?
2. Considere de onde você está vindo. Não é de u es -
tado de ira? Onde você esteve todo este tepo, não foi sob o
poder de Satanás? O que você fez durante toda a sua vida, não
foi se subeter à escravidão do pecado, e ofender o seu Senhor,
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 53

e destruir-se a si eso? Seria próprio, seria razoáve, seria sin -


cero, vir de ta estado se aentar ter peranecido por tanto
tepo nee?
3. Considere, tabé, que a huihaão é necessária a
sua própria restauraão e savaão. Você pensa que coeteria
tão grande excesso, e então seria curado se nenhu propó -
sito? Você suportaria, para a saúde do seu corpo, o coprii -
do ais aargo, e o reédio ais repugnante, a dieta ais
rigorosa, e até retirar o seu sangue, porque sabe que a sua vida
depende disto e não há outro reédio. Não deveria você, en -
tão, suportar, para a savaão da sua aa, os sofrientos ais
aargos, as repriendas ais duras, as conssões ais fran -
cas, e a abundância de ágrias? O pecado não será vencido de
odo ais fáci, o “eu” não será conquistado de outra aneira,
o coraão do pecado não será quebrado, até que o seu coraão
seja quebrado.
Nós sabeos que não há nenhu érito e seus so -
frientos, e que não são ees que farão co que Deus perdoe
seus pecados. Ne tão pouco a sua tristeza é requerida por ser
o sangue de Cristo insuciente. mas ea é parte do fruto do Seu
sangue sobre a sua aa. Se o sangue Dee não derreter e que -
brar o seu coraão, você não te parte Nee. É preciso que você
aente por Aquee que você traspassou, e este fruto do Seu
sangue é u preparativo para ais. É tão ipossíve você ser
savo se fé, coo se arrependiento e huihaão.
Considere quanta ruindade havia nas suas obras; pode -
ria você ser grato por isso? Que foi que o trouxe a essa neces -
sidade de sofriento? Você passou toda a sua vida abusando
da sua natureza, e causando o seu próprio a, e agora você
te á vontade para co o transtorno necessário para a sua
cura? A que você acusaria, e e que encontraria fata, senão
e você eso? Não foi você que pecou? Não foi você que
aientou o fogo do seu sofriento e seeou as seentes deste
fruto aargo, e acariciou a causa dos seus próprios transtornos?
Não foi Deus que fez isto, foi você eso. Ee quer apenas
desfazer aquio que você fez. Não tenha, portanto, á vontade
54 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

para co o Seu édico, se você precisa ser purgado, sangrado,


e te que passar pea ais rigorosa dieta, as “agradea” a si
eso o ter que passar por isto.
4. Considere tabé que você te u sábio e eigo
édico, o qua conheceu Ee eso o que são a tristeza e o
sofriento, pois por sua causa Ee foi feito u hoe de do -
res1, e, portanto, pode se copadecer daquees que estão e
sofriento. Ee não se deeita no seu sofriento e dores, as
na sua cura e subseqüente consoaão. Por conseguinte, você
pode estar seguro de que Ee o tratará da aneira ais genti e
oderada, e não coocará sobre você ais do que o necessário
para o seu próprio be, ne he dará u cáice ais aargo
do que a sua doena o requeira.
Quando Ee ostra a sua grande sipatia para co o
contrito, é para que possa vivicar o seu coraão. Aé disto,
Ee diz: “não contenderei para sepre, ne e indignarei con-
tinuaente; porque do contrário o espírito denharia diante de
mi e o fôego da vida que Eu criei” 2... Ee chaa para Si “todos
os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu os aiviarei” 3. Ee
foi enviado para curar os quebrantados de coraão; procaar
ibertaão aos cativos; para recobrar a vista aos cegos e para pôr
e iberdade os ageados. Quando Ee quebrar o seu coraão,
Ee tabé o unirá da fora ais terna e segura do que você
possa razoaveente desejar.
Até esos os seus inistros, quando se esfora para
quebrar o coraão de vocês, e huihar vocês até o pó, não tê
outro propósito que não o de trazê-os a Cristo, à vida e ao con -
forto. Ebora ees que feizes e ver os ohos chorosos dos
seus ouvintes e e ouvir as suas conssões e aentaões, ainda
assi, não é porque ees tenha prazer nas suas aiões, as
porque antevêe os seus frutos de savaão. Ees sabe ser isto
necessário para a paz eterna de vocês. Você pode er quais são
os pensaentos dees nas paavras de Pauo: “Agora e aegro,

1 - Is 53:3
2 - Is 57:16
3 - mt 11:28
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 55

não porque fostes contristados, as porque fostes contristados


para arrependiento; pois fostes contristados segundo Deus,
para que de nossa parte nenhu dano sofrêsseis, pois a tristeza
segundo Deus produz arrependiento para a savaão que a
ningué traz pesar; as a tristeza do undo produz orte.
Porque quanto cuidado não produziu isto eso e vós que
segundo Deus fostes contristados! Que defesa, que indignaão,
que teor, que saudades, que zeo, que vindita!” 4.
A verdade é que ne Cristo, ne seus inistros tê
aquee aor too e apaixonado por vocês, e piedade de vocês,
coo vocês tê por si esos. Ees não são tão dóceis, a ponto
de evitar que sofra as tristezas que são necessárias para ivrá -
-os do inferno. Não obstante, ees não coocaria sobre vocês
ais tristezas do que é necessário, ne tê vocês experien -
tado ua gota de vinagre ou fe, ou derraado ua ágria, a
não ser que tenha servido para o vosso conforto e savaão.
5. Considere tabé que sofrientos são aquees que
os presentes sofrientos evita, e que sofrientos serão aque -
es no inferno, os quais são evitados por estes sofrientos que
vê de Deus, na terra. Coparados co os sofrientos do in -
ferno, os sofrientos do arrependiento são aegrias. Os seus
sofrientos produze esperana, as os sofrientos daquees
que perece no inferno conduze ao desespero. Os seus sofri -
entos são pequenos e não ais do que ua gota, coparados
co o oceano dees. Os seus cura, as os dees atorenta.
Os seus são a vara de u pai, as os dees são instruentos
de tortura e forcas. Os seus estão isturados co aor, as o
dees não, antes oprie-nos e confusão. Os seus são curtos,
as os dees não tê . Você preferiria o sofriento dees,
e vez do sofriento que ve de Deus? Preferiria você uivar
co os deônios e rebedes, do que chorar co os santos e  -
hos? Preferiria você ser quebrado no inferno por torentos, do
que na terra pea graa?
Não é ago razoáve de sua parte rebear-se por causa
dos sofrientos que acabarão por savá-o, se você ebrar do
4 - 2 Cor 7:9-11
56 | Quebrantamento: espírito de HumilHação

que ees irão savá-o e do que sofre todos aquees que não são
huihados aqui pea graa! O quão diferente é o sofriento
que outros estão agora suportando. Não resungue por causa
da abertura de ua veia enquanto que uitos ihares estão
agora sangrando até o coraão.
6. Considere tabé que quanto ais você for correta -
ente huihado, ais doce Cristo e todas as suas isericór -
dias serão para você enquanto viver. Ua prova do aor de
Cristo fará co que você bendiga aquees sofrientos que o
preparara para isto. O próprio Cristo não é iguaente vao -
rizado, ne eso por todos aquees que Ee savará. Não de -
veria você ser antes esvaziado de você eso ais e ais, para
que seja ais cheio de Cristo daqui e diante? Quando você
sentir os Seus braos envovendo-o, e vê-lo naquea postura
e que se encontrava o pai do ho pródigo, você agradecerá
àquees sofrientos que o habiitara para os Seus braos.
Se você for totaente huihado, viverá todos os seus
dias de odo uito ais seguro. A huihaão he fará odiar
o pecado, por causa do qua você veio a sentir dor aguda, e he
fará fugir de ocasiões que he fora tão caras.
O pecado do orguho é u dos pecados ais ortais e
danosos no undo; e é a razão de ihares de estres sere
a sucedidos. A huihaão é totaente contrária a ee, e,
portanto, precisa ser ago be-vindo e desejáve. Vaeria a pena
suportar todo o sofriento que ce hoens suporta aqui
para savá-o deste perigoso pecado do orguho.
7. Ua huihaão profunda é usuaente u sina
de ua aior exataão futura. “Porque que a si eso se
exatar, será huihado; e que a si eso se huihar, será
exatado”5. “Huihai-vos, portanto, sob a poderosa ão de
Deus, para que Ee e tepo oportuno vos exate” 6.
Quanto ais ato u hoe pretenda construir, ais
profundaente ee deve cavar para fazer o aicerce. As suas
consoaões serão provaveente aiores quanto aiores fo -

5 - mt 23:12
6 - 1 Pe 5:6
QUEBRANTAmENTO: ESPRITO DE HUmIlHAçO | 57

re seus sofrientos. Você pode ivrar-se daqueas hesitaões


que acopanha outros por todos os seus dias e que acaba
fazendo co que nunca seja verdadeiraente huihados.
Você não precisa estar ainda questionando, ou arrancando seus
aicerces, coo se você tivesse que coear tudo novaente.
Se uitas coisas concorre para o seu sofriento, isto é u si -
na de que você poderá ser grandeente usado. Pauo deve ter
sido huihado profundaente na sua conversão, a  de que
pudesse ser habiitado coo u “instruento escohido para
evar o meu noe perante os gentios e reis”7.
Cooque tudo isto diante de você, e considere quantos
otivos você te para acaentar a obra de huihaão da gra -
a, e não, ao invés disso, apagá-a.
Quando o seu coraão coear a se aigir por causa do
pecado, não procure a copanhia dos toos para beber ou se
distrair, co o propósito de se esquecer da aião do pecado.
Não expuse estes sentientos da sua ente, coo se fosse
indesejáveis, coo se ees houvesse vindo para agoá-o.
mas que sozinho, e considere o assunto, e de joeho, e secre -
to, cae ao Senhor para visitá-o e para quebrar o seu coraão
e para prepará-o para estas consoaões savadoras, para que
não o deixe neste mar Vereho, as traga-o à outra arge e
cooque e sua boca os cânticos de ouvor.

7 - At 9:15

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