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SANTARÉM-PA
2017
INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CAMPO
Linha de pesquisa:
SANTARÉM-PA
2017
TEMA E PROBLEMA
A Educação Infantil no/do campo tem se estabelecido nas últimas décadas com um
marco de lutas por uma educação de qualidade para os povos tradicionais, através de políticas
públicas voltadas para suas especificidades. Porém, conforme Silva (et al. 2012) essa junção
de saberes é extremamente complexa pelos poucos materiais publicados.
Pasuch, afirma que:
(...) à Educação Infantil e a Educação no/do campo – duas áreas na educação que
possuem saberes acumulados que, até recentemente, foram construídos de maneira
paralela -, passem a acolher e a formalizar as ações específicas expressas na
diversidade populacional. (PASUCH, 2013, p. 26, grifo nosso).
Essa afirmação de Pasuch (2013) retrata a diversidade histórica em que foram sendo
traçados os caminhos da Educação infantil e da Educação do Campo, chegando a unirem-se
em um só caminho de ideias e lutas por uma educação infantil de qualidade. Silva (2013, pp.
18-19) traça fios que elucidam o encontro desses saberes
Essa concepção dos saberes das populações do campo é evidenciado nas Diretrizes
Curriculares Nacionais reforçando a interlocução com a população local.
Art. 8º (...)
§ 3º - As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de
agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e
acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem:
I - reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a
constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais;
II- ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e
identidades, assim como a práticas ambientalmente sustentáveis;
III - flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades respeitadas as
diferenças quanto à atividade econômica dessas populações;
IV- valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de
conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características
ambientais e sócio culturais da comunidade (DCNEI, 2009, p. 3).
Diante do exposto, torna-se relevante analisar como a política de educação infantil está
sendo efetivada na várzea do município de Santarém/PA? Como as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação infantil estão sendo efetivadas nas escolas da região de várzea? Como
está sendo delineado o currículo para a EI na várzea de Santarém tendo como base a
interdisciplinaridade intrínseca nas DCNEI´s?
Refletindo esse cenário a pesquisa torna-se imprescindível para a as discussões da
conjuntura atual da educação infantil no campo e a efetivação das políticas publicas para a
infância no meio rural.
JUSTIFICATIVA
1
A educação do campo evidenciada por lutas para a educação no/do campo, tem essa nomenclatura pontuada por
Caldart (2009, p. 149) “No: o povo tem direito a ser educado no lugar onde vive; Do: o povo tem direito a uma
educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades
humanas e sociais.”
Os povos ribeirinhos tem uma história de lutas constantes pela educação, à efetivação
das políticas públicas devem buscar desenvolver atividades que levem em conta os saberes
acumulados dos sujeitos do campo, pressupondo que são sujeitos ativos de sua mudança.
Logo, torna-se relevante analisar a efetivação das políticas públicas com vista a
compreender a atual conjuntura da educação infantil no campo, bem como, subsidiar novas
contribuições para o avanço nas discussões da educação infantil no campo.
Objetivos:
Objetivo Geral: Analisar como a política de educação infantil está sendo efetivada na
várzea do município de Santarém/PA.
Objetivos específicos:
a) Investigar de que forma está sendo efetivadas as metas do PNE /2016-2026 da EI na região
de várzea;
b) Avaliar como as diretrizes curriculares nacionais da EI estão sendo efetivadas nas escolas
da região de várzea;
c) Avaliar o currículo proposta para a EI na várzea de Santarém-PA.
REVISÃO DA LITERATURA
Art 4º. O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, organizada da seguinte forma:
a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
c) ensino médio;
II – educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família
e da comunidade (LDB/1996).
A criança como ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada
cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo
meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família,
biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de
interações sociais que estabelece com outras instituições sociais. (RCNEI, 1998, p.
21)
Art. 2º (...)
Parágrafo único: A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às
questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios
dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e
tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos em defesa de projetos que
associem as soluções exigidas por questões à qualidade social da vida coletiva no
país. (DOEBEC, 2002)
O Parecer 36/2001 do qual Edla Soares foi relatora, indica que as escolas do campo
devem destacar o respeito às diferenças e a política de igualdade, retratando a inclusão dos
povos da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, indo além, acolhendo os espaços
pesqueiros, caiçaras, ribeiros e extrativistas tornando o meio rural, um campo de
possibilidades. Mas, essa dinâmica foi prejudicada pela ausência de um sistema nacional que
assegurasse um conjunto de políticas educacionais, todavia com a presença dos movimentos
sociais do campo no cenário nacional essa realidade tem-se transformado ocorrendo
mudanças significativas. Os movimentos sociais influenciaram as diretrizes, a oferta e o
financiamento da educação escolar no campo.
A Resolução 7352/2010 que trata da Política de Educação do Campo e sobre o
PRONERA, destaca-se quem são os sujeitos do campo e reitera a definição das escolas do
Campo.
Art. 8º (...)
§ 3º - As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de
agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e
acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem:
I - reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a
constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais;
II- ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e
identidades, assim como a práticas ambientalmente sustentáveis;
III - flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades respeitadas as
diferenças quanto à atividade econômica dessas populações;
IV- valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de
conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características
ambientais e sócio culturais da comunidade (DCNEI, 2009, p. 3).
METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
BASTOS, Ana Paula Vidal; CASTRO, Edna; RAVENA, Nírvia. Papel da Pós-Graduação do
Naea-UFPA na formação interdisciplinar para o desenvolvimento sustentável. In: PHILIPPI
Jr., Arlindo; SILVA NETO, Antônio J. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e
Inovação. Baurueri, SP: Manole, 2011.
BOGDAN, Robert C., BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação: Uma
introdução à teoria e aos métodos. Porto Codex – Portugal: Porto Editora, LDA, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei das Diretrizes e Bases da Educação. LDB 9.394/96.
Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1996.
CALDART, Roseli S., A Escola do Campo em Movimento. In: ARROYO, Miguel Gonzalez;
CALDART, Roseli S.; MOLINA, Mônica Castagna (Org.). Por uma educação do campo.
Petrópolis , RJ: Vozes, 2009. p. 87-131.
2
Escola pólo é a escola considerada pela secretaria de educação municipal de Santarém/PA como aquela que
tem todos os dispositivos para o funcionamento administrativo e pedagógico. Sendo responsável pelas escolas
de pequeno porte, chamadas escolas anexos.
HAGE, Salomão Muffareg. Por uma escola do campo de qualidade social: transgredindo
o paradigma (multi) seriado de ensino. Em Aberto, Brasília, v. 24, n. 85, p. 97-113, abr.
2011.
NETO, Otávio Cruz. O trabalho de campo como descorbeta e criação. In: MYNAIO, Maria
Cecília de Sousa (Org).Pesquisa Social. Editora Voze, 1993, p. 70. Disponível em:
<http://www.faed.udesc.br/arquivo/id_submenu/1428/minayo_2001.pdf> Acesso em: 13 jun.
2016, 19:39.
KUHLMANN JR., Moysés. Políticas para a educação infantil: uma abordagem histórica.
In:___ Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação,
1998.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
SILVA, Ana Paula Soares da; PASUCH, Jaqueline; SILVA, Juliana Bezzonda. Educação
Infantil do Campo. 1º Ed. São Paulo: Cortez, 2012.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ANO DE EXECUÇÃO
ATIVIDADES
2018 2019
3. Qualificação do Projeto;
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5. Redação Final;
X