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Quim. Nova, Vol. 24, No. 1, 10-12, 2001. Artigo
Tabela 1. Dados obtidos para as curvas de calibração (álcoois e ésteres: 50, 100, 250, 500 e 1000 mg/L; Acetaldeído: 5, 10, 20,
40 e 60 mg/L; Propionaldeído: 1, 3, 5, 7 e 10 mg/L)
Composto Tempo de Coeficiente de Interseção Inclinação Desvio
Retenção (min.) regressão linear R A B padrão S D
Álcool metilíco 3,08 0,9912 -0,0324 4,8 x 10-4 0,0187
Álcool etilíco 3,30 0,9940 -0,0277 6,9 x 10-4 0,0259
Acetato de metila 3,75 0,9981 -0,0272 7,0 x 10-4 0,0106
Álcool n-propilíco 4,23 0,9997 -0,0149 2,1 x 10 -4 0,0051
Álcool isobutílico 11,65 0,9934 -0,0373 7,7 x 10 -4 0,0440
Acetato de amila 12,28 0,9964 -0,0232 7,7 x 10-4 0,0161
3-pentanol 13,29 0,9940 -0,0661 2,8 x 10-3 0,0773
Álcool n-butílico 15,02 0,9941 -0,0254 1,0 x 10 -3 0,0286
Álcool isoamílico 18,02 0,9950 -0,0271 1,2 x 10 -3 0,0274
Acetato de hexila 20,85 0,9955 -0,0326 1,1 x 10 -3 0,0268
n-octanol 35,82 0,9901 -0,0287 1,5 x 10-3 0,0534
Benzoato de metila 42,03 0,9986 -0,0110 1,1 x 10-3 0,0268
Mentol 42,40 0,9986 -0,0138 1,0 x 10-3 0,0247
Decanol 46,55 0,9844 -0,0240 1,3 x 10 -3 0,0609
Dodecanol 51,70 0,9996 -0,0110 1,1 x 10 -3 0,0095
Acetaldeído 9,83 0,9995 0,6326 1,9 x 10-3 2,3530
Propionaldeído 23,66 0,9946 -0,4770 3,8 x 10-3 1,4580
obtidos cinco pontos de concentração na faixa de 50 a Tabela 2. Teores médios de álcoois, ésteres e aldeídos em
1000 mg/L, veja-se Tabela 1. Foi empregado como padrão amostras de óleo fúsel. Concentração média (g.L -1) de 3 series
interno o álcool n-hexílico (800 mg/L). As curvas de calibração de amostras para cada usina.
para álcoois e ésteres foram obtidas por regressão linear
Composto OF-1 OF-2 OF-3
plotando-se a área do analito/área do padrão interno versus
concentração do analito. Os coeficientes de correlação obtidos Álcool metilíco 26,9 17,7 5,0
foram próximos da unidade. Álcool etilíco 46,9 12,0 26,4
As curvas de calibração para o acetaldeído e o propionaldeído
foram preparadas com cinco pontos de concentração na faixa de Álcool n-propilíco 14,5 6,5 14,6
5 a 60 mg/L para acetaldeído e 1 a 10 mg/L para propionaldeído, Álcool isoamílico 380 367 425
a partir das correspondentes 2,4-dinitrofenilhidrazonas. Foi Álcool isobutílico 133 140 201
empregada uma mistura metanol/acetonitrila (8:2) como
Acetato de metila ND 8,7 x 10-4 ND
dissolvente. As curvas para os aldeídos foram obtidas por re-
gressão linerar plotando-se a área do analito versus a concen- Acetato de amila 3,7 x 10-4 ND ND
tração do analíto, obtendo-se coeficientes de correlação próxi- 3-pentanol 1,1 x 10-4 ND 8,3 x 10-5
mos das unidade. Álcool n-butílico 2,7 x 10 -3 2,3 x 10-3 6,0 x 10-4
Acetato de hexila 2,3 x 10 -4 2,5 x 10-4 5,8 x 10-4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
n-octanol 1,4 x 10-4 9,8 x 10-4 ND
Na Tabela 1 estão reunidos os valores obtidos para as cur- n-decanol 1,2 x 10 -4 ND 9,0 x 10-5
vas de calibração dos compostos analisados.
Álcool n-amílico 1,7 x 10-3 2,1 x 10-3 3,1 x 10-3
Os álcoois e ésteres foram identificados por sucessivas adi-
ções de padrão e pelo respectivo tempo de retenção em dife- Formiato de etila 1,1 x 10 -4 ND 9,4 x 10-4
rentes colunas (HP-CARBOWAX 20M E HP-FFAP). Os com- Álcool 2-butílico 1,3 x 10 -4 2,0 x 10-3 3,0 x 10-3
postos carbonílicos foram identidicados por comparação do Benzoato de metila 1,4 x 10-3 1,6 x 10-3 9,3 x 10-3
tempo de retenção e sucessivas adições de padrão.
A Tabela 2 resume os resultados provenientes das amostras Acetaldeído 1,2 x 10 -2 1,0 x 10-2 5,2 x 10-3
correspondentes a diferentes etapas da safra de 1997 / 98, de Propionaldeído 1,9 x 10 -3 3,1 x 10-3 2,8 x 10-3
três usinas produtoras de álcool. Observa-se através destes re-
ND: não detectados.
sultados que os álcoois isoamilíco e isobutilíco são os com-
postos majoritários. Foram encontrados baixos teores médios
dos ésteres e aldeídos detectados nas amostras analisadas o orgânicas12-18 e como solventes de extração nas analises de com-
que não descarta a possibilidade da sua exploração futura, postos de interesse farmacológico19,20. Seus derivados, ésteres, têm
empregando tecnologias convenientes. grande utilidade nas indústrias de plástico e perfumaria.
A Tabela 3 a seguir resume os teores médios para os princi- A Tabela 4 reúne os álcoois que constituem 77 ± 8 % da
pais compostos nas amostras de óleo fúsel estudadas mostrando massa média de um litro de óleo fúsel. O álcool isoamilíco
que os teores médios dos álcoois isoamilíco (390,0 g.L-1) e apresenta a maior contribuição a esta porcentagem.
isobutilíco (158,0 g.L-1) nas diversas amostras são da mesma or- Assim elevados teores dos álcoois isoamilíco e isobutilíco
dem de grandeza. Estes componentes possuem reconhecida im- (390 e 158 gramas, respectivamente por litro do óleo fúsel), o
portância dadas as suas aplicações como reagentes em sínteses baixo preço comercial do óleo fúsel (R$ 0,30 por litro) e seu
Tabela 3. Teores médios (g.L -1) dos álcoois majoritários nas amostras analisadas. (± desvio padrão).
Composto OF-1 OF-2 OF-3 Média
Álcool metilíco 26,9 (± 1,1) 17,7 (± 0,9) 5,0 (± 0,8) 16,6 (± 8,9)
Älcool etilíco 46,8 (± 0,8) 12,0 (± 0,7) 26,4 (± 1,0) 28,4 (± 17,8)
Álcool n-propilíco 14,5 (± 2,5) 6,5 (± 1,3) 14,6 (± 2,0) 11,9 (± 4,7)
Álcool isoamilíco 380 (± 8) 367 (± 7) 425 (± 12) 390 (± 48)
Álcool isobutilíco 133 (± 7) 140 (±4) 201 (± 6) 158 (± 59)
Tabela 4. Porcentagens dos álcoois majoritários nas amostras de óleo fúsel analisadas.
Composto Concentração OF-1 OF-2 OF-3
média (g.L-1) (812 g.L-1) (786 g.L-1) (788 g.L-1)
Álcool metilíco 16,6 3,3 % 2,3 % 0,7 %
Álcool etilíco 28,4 5,7 % 1,5 % 3,3 %
Álcool n-propilíco 11,9 1,8 % 0,8 % 1,8 %
Álcool isobutilíco 158 16,4 % 17,8 % 25,5 %
Álcool isoamilíco 390 46,8 % 46,6 % 54,0 %
Totais 705 74,0 % 69,0 % 85,3 %
elevado volume de produção por safra (350 milhões de litros na 6. Clark, W. C.; Ed. Carbon Dioxide Review, 1992; Clarendon
safra 1997-98), são fatores que devem estimular propostas de Press; Oxford, U. K., 1982, 303.
desenvolvimento de tecnologia para a sua exploração industrial. 7. Oman, H.; CHEMTECH 1988, 116.
Estudos de algumas destas propostas encontram-se em desen- 8. Bezerra, C. W. B.; Nascimento, R. F.; Cerroni, J. L.; Lima
volvimento em nosso Laboratório. Neto, B. S.; Franco, D. W.; Reunião Anual da SBQ,
Caxambu - MG, 1994.
AGRADECIMENTOS 9. Bezerra, C. W. B.; Nascimento, R. F.; Furuya, S. M. B.;
Cerroni, J. L.; Lima Neto, B. S.; Franco, D. W.; Reunião
Os autores agradecem a FAPESP, CNPq e CAPES pelos Anual da SBQ, Caxambu - MG, 1995.
auxílios financeiros e bolsas concedidas. As usinas do Estado 10. Lanças, F. M.; Galhiane, M. S.; Bol. Soc. Chil. Quim.
de São Paulo: Colosso, São José do grupo Zillo-Lorenzetti e 1993, 38, 177.
Malosso pela doação das amostras. 11. Bezarra, C. W.; Dissertação de Mestrado, IQSC-USP, São
Carlos, SP, 1995.
REFERÊNCIAS 12. Catálogo SIGMA de reagentes químicos, 1998.
13. Ogonowski, J.; Sikora, E.; Przem Chem. 1996, 75, 135.
1. Clarke, M.; Edye, L.; ACS Sym. Ser. 1996, 647, 229. 14. Lietti, L.; Sun, Q.; Herman, R. G.; Catal. Today 1996, 27, 151.
2. Dados obtidos durante uma visita realizada na usina São 15. Vaze, A. S.; Sawant, S. B.; Pangarkar, V. G.; J Appl.
José do grupo Zillo-Lorenzetti, novembro de 1998, (Co- Electrochem. 1997, 27, 584.
municação particular). 16. Mitra, A.; Subramanian, S.; Das, D.; Appl. Catal. A-Gen.
3. Dados do Ministério da Indústria Açúcareira de Cuba 1997, 153, 233.
(MINAZ), outubro de 1998 (Comunicação particular). 17. Sasaki, Y., Chem. Lett. 1996, 9, 825.
4. Cooperativa dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool 18. Kuroda, Oi. S.; Matsuno, Y. S.; Nippon Kagaku Kaishi
do Estado de São Paulo Ltda. – COPERSUCAR., V 1993, 8, 985.
Seminário de Tecnologia Industrial, São Paulo, 19. Garcia, M. A.; Aramayona, J. J.; Bregante M. A.;
Editoração Eletrônica; Digital Art Computação Gráfica J. Chromatogr. B 1997, 693, 377.
S/C Ltda. 1993. 20. Liaw, W. J.; Ho, S. T.; Wang J. J.; Hu, O. Y. P.; Li, J.
5. Aresta, M.; Quim. Nova 1999, 22, 269. H.; J. Chromatogr. B 1998, 714, 237.