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O TEMPO DA NATUREZA E O TEMPO DOS HUMANOS

O planeta Terra, possui cerca de 4,6 bilhões de anos. Isso significa que ele é bem
antigo, a depender do referencial, pois, se considerarmos a idade do universo (13
bilhões de anos), o nosso planeta não é tão antigo assim, porém se compararmos com o
tempo de formação das civilizações, aí sim a idade da Terra será muito ampla.

Por esse motivo, existem duas principais escalas de tempo: a do tempo da


natureza e o tempo dos humanos.

Quando falamos em tempo da natureza, referimo-nos a uma escala de tempo


que costuma ser medida nos milhões ou até bilhões de anos, tal a classificação das eras
geológicas e seus respectivos períodos.

Já quando falamos em tempo dos humanos, referimo-nos ao período de


surgimento da humanidade, o que corresponde ao uso de medidas de dezenas, centenas
e até milhares de anos.

Considerando todas essas transformações sobre as quais a Terra passou,


podemos ficar perplexos ao descobrirmos que os primeiros humanos em suas formas
atuais surgiram apenas no período quaternário, o último deles. Isso significa que, ao
passo em que o planeta possui quatro bilhões e meio de anos, os seres humanos
habitam-no há apenas alguns conjuntos de milênios.

Portanto, essa diferença entre uma escala de tempo e outra pode ser, para nós,
algo difícil de imaginar. Para facilitar essa tarefa, podemos fazer algumas metáforas que
elucidam melhor esta comparação, como por exemplo:

- Se todo o tempo geológico fosse reduzido a um dia, as primeiras civilizações teriam


surgido nos últimos três segundos.

- Se resumíssemos toda a história da Terra em um ano, os primeiros homens teriam


surgido nas últimas horas do dia 31 de dezembro.

- Se todos os dias da Terra fossem escritos em um livro de 460.000 páginas, o ser


humano teria aparecido pela primeira vez na página 459.600.

Dessa forma, quando falamos, por exemplo, que o relevo do Brasil é


geologicamente antigo, significa que ele tem uma data de formação que leva mais
tempo do que a de outros lugares. Por outro lado, quando falamos que os dobramentos
modernos são formações recentes, isso não significa que eles tenham surgido há pouco
tempo em termos históricos, mas há algumas centenas de milhares de anos, o que é
muito pouco comparado à idade da Terra. Por esse motivo, é muito importante
sabermos a diferença entre tempo dos humanos e tempo da natureza!

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HISTORIADOR, UM DETETIVE DO PASSADO

O trabalho do historiador, se assemelha ao de um investigador de polícia. A


função do detetive é a de esclarecer um crime já ocorrido. A função do historiador é
entender o que ocorreu nas sociedades do passado. Tanto o investigador quanto o
historiador seguem pistas e evidências. Da mesma forma que um criminoso deixa sinais,
pistas, "provas" de seu crime, os homens e mulheres que viveram no passado deixaram
registros de seus atos e pensamentos. São as fontes ou documentos. Cabe ao historiador
procurar as fontes adequadas para se aproximar do passado.

Contudo, o trabalho de um historiador vai muito além da tarefa do detetive. As


pessoas que viveram no passado não apenas faziam coisas muito diferentes das que
fazemos atualmente. Elas pensavam de maneira diferente da nossa, sendo assim, é como
se o historiador tivesse de investigar algo que aconteceu em um país muito distante, de
hábitos e cultura muito diferentes dos dele para que a história seja contada da maneira
mais correta como aconteceu.

Podemos citar como exemplo, uma estátua grega, que na atualidade é vista por
nós apenas como uma obra de arte, para um grego antigo poderia ser um objeto
religioso de grande importância e poder.

Desta forma, peças antigas de porcelanas, que atualmente são consideradas


valiosas e ficam bem guardadas em museus, na época em que eram usadas talvez não
tivessem tanto valor, servindo no dia a dia para refeições comuns. O historiador deve
analisar as fontes, portanto, com base nos valores da época em que elas foram
produzidas.

Durante muito tempo, os estudiosos da História acreditaram que apenas os atos


dos grandes governantes e líderes podiam mudar o rumo dos acontecimentos. Os
estudos sobre o passado concentravam-se nos atos dos reis, imperadores, generais,
nobres, comandantes de expedições, de revoltas e revoluções. Os temas estudados eram,
em geral, a política e a guerra.

Porém com o passar dos anos e das novas ideias e técnicas de pesquisa histórica,
a maioria dos historiadores não pensa mais dessa forma.

Ao longo do século XX, os historiadores marxistas e de outras correntes


historiográficas passaram a demonstrar que a economia é muito importante para
entendermos as sociedades de todos os tempos.

Eles ressaltam a importância de estudar elementos antes desprezados, como


identificar quem trabalha, de qual maneira se trabalha, quem lucra com o trabalho, como
se dá um valor as mercadorias, como a riqueza circula, etc. Com o estudo desses
elementos, é possível entender melhor diversos aspectos como a arte, a religião, entre
outros ramos.

Nessa linha de análise destacam-se os trabalhos de historiadores marxistas, que


consideram a luta de classes um elemento vital para a compreensão das mudanças
históricas.

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Na atualidade, destacam-se novas abordagens propondo o estudo da cultura
como o conjunto de atos e significados das ações humanas. Essa postura procura, de
forma geral, unir o estudo da economia e dos valores culturais, do marxismo e das
mentalidades, enfatizando, porém, o papel dos indivíduos como sujeitos de sua própria
história.

Segundo essas novas formas de abordagem, as pessoas possuem liberdade para


interpretar o que é determinado pela classe a que pertencem e pela mentalidade de seu
tempo. A história passa a ser a união das histórias de todas as pessoas. Uma história de
todos para todos.

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O QUE MUDOU E O QUE FICOU NA HISTÓRIA

Para entendermos melhor sobre as mudanças do presente tópico, vamos recorrer


a um exemplo, que será a cidade do Rio de Janeiro, então vejamos:
Quem pensa no Rio de Janeiro logo vem à cabeça belas paisagens naturais,
praias, Bossa Nova, vida noturna boêmia e animada e ambiente com grande inspiração
visual com obras conhecidas em todo o mundo como o Cristo Redentor e os Arcos da
Lapa. Mas o Rio vai além disso. Com 449 anos, a cidade que foi sede da Colônia, do
Império e da República por quase duzentos anos respira história e o antigo e o novo se
encontram.
Muitas mudanças urbanas e na paisagem aconteceram de lá para cá. Uma delas
há cerca de 110 anos quando a Avenida Central – atual Rio Branco – foi inaugurada
pelo prefeito da época Francisco Pereira Passos, que prometia modernidade e ampla
circulação do tráfego. A construção de amplas avenidas deixou para trás a “cidade
velha”, colonial, com vielas estreitas e deu lugar a “cidade nova”, a partir de obras de
saneamento e demolições de casarões que viraram novos sobrados naquela época.
Atualmente, alguns sobrados ainda existem, mas a maioria deu lugar a prédios altos e
com design contemporâneo.
Com as avenidas vieram também os parques e a construção do novo porto. Entre
1920 e 1950, a cidade do Rio de Janeiro ficou conhecida mundialmente atraindo turistas
pela sua imagem romântica e belezas naturais, mas até os dias de hoje o Rio de Janeiro
continua a ser um importante centro cultural do Brasil e chama atenção de pessoas do
mundo inteiro. A cidade é um museu a céu aberto com numerosas construções públicas,
civis e religiosas com imenso vocabulário arquitetônico e dos mais variados
movimentos e tendências de arte.
Em quase 500 anos de história, a Cidade Maravilhosa se preparou e contou com
grandes projetos e obras de infraestrutura para realizar pela primeira vez os Jogos
Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Sendo assim nos anos anteriores a realização das
Olimpíadas já foi possível notar o crescimento da cidade e as mudanças já feitas para
abrigar os jogos olímpicos como as alterações no estádio mais conhecido do Brasil, o
Maracanã entre outros pontos da cidade.
Para quem é carioca da gema, vale lembrar de um clipe gravado durante a
produção do filme “Roberto Carlos em ritmo de aventura”, em plena época da Jovem
Guarda. Nele é possível notar algumas diferenças do Rio atual, mais tranquilo, com ruas
mais vazias e pouco tráfego, coisa que hoje pouco vemos na cidade maravilhosa.

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A

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S
ANEXO 01

Tabela da escala geológica do tempo

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ANEXO 02

Imagem de obras de arte para estudo dos historiadores

Representação gráfica da economia, política e sociedade para fins de estudos históricos

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Foto representando escola antiga
Os historiadores contemporâneos buscar conhecer o modo de vida da sociedade em
geral, não somente a política, economia e autoridades

ANEXO 03

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Avenida Central (foto acima) e Teatro Municipal do Rio de Janeiro e ao fundo prédios
comerciais (foto abaixo) – Esta imagem representa bem o que mudou e o que ficou na
história, inclusive mostrando em uma mesma foto passado e presente nos dias atuais.

ANEXO 04

Ladeira do Meireles no bucólico Bairro de Santa Tereza; Centro do Rio (foto acima) e a
famosa Escadaria de Selarón, do artista chileno Jorge Selarón que foi radicado na cidade
do Rio de Janeiro (foto abaixo). Locais que mais uma vez representam a convivência
entre passado e presente dentro de uma mesma localidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. PENA, Rodolfo F. Alves. "Tempo histórico e tempo geológico"; Brasil Escola.


Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tempo-historico-tempo-
geologico.htm

2. PEDROSA, Fábio Augusto de Carvalho Pedrosa. “História, uma investigação do


passado”; História Inteligente. Disponível em
http://historiainte.blogspot.com.br/2013/05/historiauma-investigacao-do-passado.html

3. BATISTA, Monique. “Emprego pelo mundo”; Disponível em


http://www.empregopelomundo.com.br/noticias/rio-de-janeiro-449-anos-onde-o-antigo-
e-o-novo-andam-lado-lado/

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