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Aula 1
Proposições ....................................................................................................................................................... 2
Leis do Pensamento .......................................................................................................................................... 4
Modificador ..................................................................................................................................................... 11
Proposições simples e compostas ................................................................................................................... 12
Conjunção p ˄ q .............................................................................................................................................. 13
Disjunção Inclusiva p ∨ q ............................................................................................................................. 16
Disjunção Exclusiva p v q ................................................................................................................................. 18
Condicional p → q ........................................................................................................................................... 19
Bicondicional p ↔ q ...................................................................................................................................... 20
Número de linhas de uma tabela-verdade ...................................................................................................... 21
Tautologia ....................................................................................................................................................... 24
Contradição ..................................................................................................................................................... 26
Contingência ................................................................................................................................................... 28
Equivalências Lógicas ...................................................................................................................................... 39
Proposições
Nosso principal objeto de estudo serão as proposições. E o que são proposições lógicas?
Há várias definições nos livros de lógica e cada banca adota “textos diferentes” para definir as
proposições. Vamos utilizar uma definição que englobasse um “acordo” entre livros e bancas
organizadoras. Chegamos à seguinte definição:
Chama-se proposição toda oração declarativa que pode ser valorada em verdadeira ou
falsa, mas não as duas.
Vejamos um exemplo:
Para começar, o conjunto de palavras deve ser uma oração declarativa, por exemplo:
“O Ponto dos Concursos obteve um grande índice de aprovação no concurso para AFRFB 2009”.
Outro ponto a ser analisado na definição é que a oração declarativa deve poder ser classificada
em V ou F, mas não as duas.
Vejamos alguns exemplos de orações declarativas que não podem ser classificadas em V ou F.
Vamos tentar classificar em verdadeiro ou falso. Se dissermos que esta “proposição” é verdadeira,
teremos uma contradição – pois será verdade que a frase é falsa, logo a frase é falsa. Se
dissermos que a “proposição” é falsa, teremos novamente uma contradição. Se assim o fizermos,
então será falso que a frase dentro daquelas aspas é falsa, portanto, a frase é verdadeira. Assim,
a “proposição” não pode ser nem verdadeira nem falsa. O que concluímos? Que esta frase não é
uma proposição lógica.
Observação: Frases contraditórias como esta são comumente denominadas de paradoxos.
Um paradoxo famoso é o de Eubulides que declarou: Eu sou mentiroso.
Ora, o paradoxo de Eubulides não pode ser uma proposição lógica.
Se dissermos que a frase de Eubulides é verdadeira, então é verdade que ele é um mentiroso e,
portanto, não pode declarar uma verdade. Contradição!
Se dissermos que a frase é falsa, então é falso que ele é um mentiroso. E se ele não é um
mentiroso, a frase não pode ser falsa (portanto, é verdadeira). Novamente uma contradição.
Assim, a frase “Eu sou mentiroso” não é uma proposição lógica.
Estes exemplos não são proposições lógicas porque não podem ser nem verdadeiros nem falsos.
Um importante tipo de sentença que não é proposição é a chamada sentença aberta ou função
proposicional.
Exemplo:
𝑥 + 5 = 10
Não dá para julgar esta frase em verdadeiro ou falso, simplesmente porque não é possível
descobrir o valor de x. Se x valer 5, de fato, 𝑥 + 5 = 10.
Caso contrário, se x for diferente de 5, a igualdade acima está errada.
“x” é uma variável, pode assumir inúmeros valores.
Quando a sentença possui uma variável, nós dizemos que ela é uma sentença aberta. Ela tem
um termo que varia, o que impede julgá-la em verdadeiro ou falso. Logo, não é proposição.
Ora, não sabemos quem é “ele”. Portanto, não podemos classificar esta frase em V ou F.
Se “ele” for Russel Crowe, então a frase é verdadeira.
Se “ele” for qualquer outra pessoa que não Russel Crowe, então a frase é falsa.
Como não sabemos quem é “ele”, não podemos classificar a frase e, portanto, não é considerada
uma proposição.
Estas discussões que fiz sobre frases que não são proposições são importantíssimas quando
estamos falando de CESPE-UnB.
Em tempo: é costume na Lógica “apelidar” as proposições com letras do alfabeto. Por exemplo:
Leis do Pensamento
Assim como a Filosofia, a Sociologia, a Economia e outras ciências, a Lógica também possui
diversas escolas. A Lógica tratada neste curso é a chamada Lógica Aristotélica (Lógica Formal,
Lógica da Forma) e toda a sua estrutura é fundamentada nas seguintes Leis do Pensamento.
1. Princípio da identidade
Toda proposição tem um dos dois valores lógicos: ou verdadeiro ou falso, excluindo-se qualquer
outro.
"Quem diz de uma coisa que é ou que não é ou dirá o verdadeiro ou dirá o falso. Mas se existisse
um termo médio entre os dois contraditórios nem do ser nem do não ser poder-se-ia dizer que é o
que não é." (Aristóteles)
"Efetivamente, é impossível a quem quer que seja acreditar que uma mesma coisa seja e não
seja" (Aristóteles)
O princípio da identidade afirma que uma proposição não pode ser “mais” verdadeira do que
outra. Não existem patamares de verdade. Na Lógica Aristotélica, todas as proposições
verdadeiras, assim como todas as proposições falsas, estão em um mesmo nível.
O princípio do terceiro excluído estabelece que só existem dois valores lógicos. Assim, por
exemplo, a proposição p (“Existe vida fora da Terra”) só pode assumir uma das duas
possibilidades, V ou F, excluindo-se um hipotético valor lógico “talvez”, “não lembro” ou “pode ser”.
O princípio de não contradição decreta que uma proposição não pode ser simultaneamente V e
F. Assim, se uma proposição é verdadeira, já temos certeza de que ela não pode ser falsa, e
reciprocamente.
O valor lógico de uma proposição p é indicado por V(p). Por exemplo, se a proposição p for falsa,
indicamos V(p) = F.
(BB1/2007/Cespe) Na lógica sentencial, denomina-se proposição uma frase que pode ser julgada
como verdadeira (V) ou falsa (F), mas não como ambas. Assim, frases como “Como está o tempo
hoje?” e “Esta frase é falsa” não são proposições porque a primeira é pergunta e a segunda não
pode ser nem V nem F. As proposições são representadas simbolicamente por letras maiúsculas
do alfabeto — A, B, C, etc. Uma proposição da forma “A ou B” é F se A e B forem F, caso
contrário é V; e uma proposição da forma “Se A então B” é F se A for V e B for F, caso contrário é
V.
Resolução
É uma oração declarativa, mas não pode ser classificada em verdadeiro ou falso. Se tentarmos
classificá-la como verdadeira, teremos uma contradição. Se classificarmos como falsa, temos uma
nova contradição, pois é falso dizer que a frase dentro daquelas aspas é mentira, e, portanto, ela
seria verdadeira. Logo, a frase “A frase dentro destas aspas é uma mentira” não é uma proposição
lógica.
A expressão X + Y é positiva.
É uma sentença aberta e não pode ser valorada em V ou F, pois não conhecemos os valores de X
e Y.
As frases p: O valor de 4 + 3 = 7 e q: Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira são
proposições, pois se constituem em orações declarativas e que assumem apenas um dos dois
valores lógicos V ou F.
O que é isto?
É uma frase interrogativa e, portanto, não é uma proposição.
02. (BB2/2007/Cespe) Uma proposição é uma afirmação que pode ser julgada como verdadeira
(V) ou falsa (F), mas não como ambas. As proposições são usualmente simbolizadas por letras
maiúsculas do alfabeto, como, por exemplo, P, Q, R, etc. Se a conexão de duas proposições é
feita pela preposição “e”, simbolizada usualmente por ∧, então se obtém a forma P∧Q, lida como
“P e Q” e avaliada como V se P e Q forem V, caso contrário, é F. Se a conexão for feita pela
preposição “ou”, simbolizada usualmente por ∨, então se obtém a forma P∨Q, lida como “P ou Q”
Resolução
As frases (I) e (III) são proposições, pois são orações declarativas. A frase (II) é imperativa e,
portanto, não é uma proposição. O item está certo
Resolução
A frase A está OK. É uma oração declarativa que pode assumir valores V ou F.
A frase B é uma frase interrogativa. Portanto, não é proposição.
A frase C é exclamativa. Portanto, não é proposição.
A frase D está OK. É uma oração declarativa que pode assumir valores V ou F.
A frase E é imperativa. Portanto, não é proposição.
04. As frases “Transforme seus boletos de papel em boletos eletrônicos” e “O carro que você
estaciona sem usar as mãos” são, ambas, proposições abertas.
Resolução
Para que uma frase seja uma sentença aberta, o sujeito deve ser uma variável.
A segunda frase não tem sentido completo. O que aconteceu com este carro? Não se trata de
uma proposição lógica, pois estas devem possuir sentido completo.
05. Considere a seguinte sentença aberta: “x é um número real e x2 > 5”. Nesse caso, se x = 2,
então a proposição será F, mas, se x = –3, então a proposição será V.
Resolução
Fazendo 𝑥 = 2;
Fazendo 𝑥 = −3;
“−3 é um número real e (−3)! > 5" é uma proposição verdadeira, pois 9 > 5.
06. (TRT 17ª Região 2009/CESPE-UnB) Proposições são frases que podem ser julgadas como
verdadeiras — V — ou falsas — F —, mas não como V e F simultaneamente.
[...]
A partir das informações do texto, julgue o item a seguir.
Resolução
A primeira frase é uma oração declarativa e que, mesmo que não saibamos, pode ser classificada
em V ou F.
A segunda frase é interrogativa. Não é proposição.
A terceira frase é uma sentença aberta. “Ele” é um termo que varia. Esta frase não pode ser
classificada em V ou F. Não é proposição.
07. (MRE 2008/CESPE-UnB) Proposições são sentenças que podem ser julgadas como
verdadeiras — V —, ou falsas — F —, mas não cabem a elas ambos os julgamentos.
[...]
Considerando as informações acima, julgue o item abaixo.
Considere a seguinte lista de sentenças:
I - Qual é o nome pelo qual é conhecido o Ministério das Relações Exteriores?
Resolução.
A sentença I é interrogativa. Perguntas, exclamações, ordens, desejos, expressões de
sentimentos e/ou opinião, tudo isso não pode ser classificado como proposição. São todos
exemplos de frases que não podem ser julgados em verdadeiro ou falso, não sendo classificados
como proposição.
II O que é o CT-Amazônia?
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Resolução.
A frase II é interrogativa, não podendo ser julgada em V ou F.
A frase III é uma frase imperativa, que também não é proposição.
Logo, são proposições as frases I e IV.
Letra A
Resolução
Resolução
Modificador
O modificador é um operador lógico que “troca” o valor lógico das proposições. Se temos em
mãos uma proposição verdadeira, então, ao aplicarmos o modificador, teremos uma proposição
falsa. Da mesma forma, se temos em mãos uma proposição falsa, então, ao aplicarmos o
modificador, teremos uma proposição verdadeira.
Os símbolos que indicam que uma proposição foi “modificada” são: ~ 𝑜𝑢 ¬ . A proposição
modificada é chamada de negação da proposição original.
Exemplos:
Está é uma proposição falsa. Ao aplicarmos o modificador, teremos uma proposição verdadeira.
Esta é uma proposição verdadeira. Vamos modificar o verbo e torná-la uma proposição falsa.
Dada uma proposição p qualquer, uma outra proposição chamada negação de p pode ser
formada escrevendo-se “É falso que...” antes de p ou, se possível, inserindo a palavra “não”.
Simbolicamente, a negação de p é designada por ~ p ou ¬p . Para que ~ p seja uma
proposição, devemos ser capazes de classificá-la em verdadeira (V) ou falsa (F). Para isso
vamos postular (decretar) o seguinte critério de classificação: A proposição ~ p tem sempre o
valor lógico oposto de p , isto é, ~ p é verdadeira quando p é falsa, e ~ p é falsa quando
p é verdadeira.
p ~p
V F
F V
Tabela-verdade 1
A negação de uma proposição pode ser considerada o resultado de uma operação do “operador
negação” de uma proposição. O operador negação constrói uma nova proposição a partir de uma
proposição que já existe. Vamos estudar agora operadores lógicos que são usados para formar
novas proposições a partir de duas ou mais proposições preexistentes. Esses operadores lógicos
são chamados conectivos.
Exemplos:
A partir de proposições simples dadas podemos construir novas proposições compostas mediante
o emprego de operadores lógicos chamados conectivos, como “e” (conectivo de conjunção),
“ou” (conectivo de disjunção), e os condicionais “se... então”, “se e somente se”. Observe
que o modificador “não” não é um conectivo. “Não” é um advérbio de negação. A expressão “não”
não conecta duas proposições.
Exemplos:
Obs.: A proposição “Guilherme e Moraes são professores” é uma proposição simples. O sujeito
dessa proposição, porém, é composto. A proposição “Guilherme é professor e Moraes é
professor” é uma proposição composta.
11. A sentença “A presença de um órgão mediador e regulador das relações entre empregados e
patrões é necessária em uma sociedade que busca a justiça social” é uma proposição simples.
Resolução
O item está certo. Ainda não falamos em proposição composta, mas observe que temos apenas
um verbo na oração. Uma proposição é simples quando declara algo sem o uso de conectivos.
Observe ainda que o conectivo “e” na frase acima não está conectando duas orações. O conectivo
“e”, no nosso exemplo, está conectando as palavras “mediador” e regulador. Portanto, a
proposição é simples e o item está certo.
(STF 2008/CESPE-UnB) Filho meu, ouve minhas palavras e atenta para meu conselho.
A resposta branda acalma o coração irado.
O orgulho e a vaidade são as portas de entrada da ruína do homem.
Se o filho é honesto, então o pai é exemplo de integridade.
12. A primeira frase é composta por duas proposições lógicas simples unidas pelo conectivo de
conjunção.
13. A segunda frase é uma proposição lógica simples.
14. A terceira frase é uma proposição lógica composta.
15. A quarta frase é uma proposição lógica em que aparecem dois conectivos lógicos.
Resolução
12. Os verbos “ouve” e “atenta” indicam ordem (imperativo). Portanto não são consideradas
proposições lógicas. O item está errado.
13. Certo.
14. A proposição é simples. O sujeito da oração é que é composto. O item está errado.
15. “Se..., então...” é um conectivo só. O item está errado.
Conjunção p ˄ q
Duas proposições quaisquer podem ser combinadas pela palavra “e” para formar uma proposição
composta, que é chamada de conjunção das proposições originais. Simbolicamente
representamos a conjunção de duas proposições p e q por p ∧ q .
𝑞: 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠 à 𝑝𝑟𝑎𝑖𝑎
Se as duas parcelas componentes são verdadeiras, então, de fato, o pai levará o filho ao
Shopping e à praia. Logo, nossa proposição composta é verdadeira.
Teríamos então:
p q 𝑝∧𝑞
V V V
Neste quadro estamos indicando que se a proposição “p” (Vamos ao Shopping Center) for
verdadeira e a proposição “q” (Vamos à praia) também for verdadeira, então a proposição “P e Q”
(Vamos ao Shopping Center e vamos à praia) também será verdadeira.
Agora vamos imaginar que o pai levará o filho ao Shopping Center, mas não levará o filho à praia.
Agora a proposição composta é falsa. Ela afirma que “Vamos ao Shopping Center” e, além disso,
“Vamos à praia”. Afirma-se que as duas parcelas ocorrem ao mesmo tempo, o que não está
acontecendo (pois a segunda parcela é falsa). Portanto “p e q” é falso.
p q 𝑝∧𝑞
V F F
Analisemos agora a terceira situação: O pai não levará o filho ao Shopping Center, mas levará o
filho à praia.
Novamente, a afirmação de que “Vamos ao Shopping Center e vamos à praia” é falsa. Isso
porque uma das parcelas é falsa. Portanto:
p q 𝑝∧𝑞
F V F
E finalmente a última situação possível. O pai nem leva o filho ao Shopping Center nem o leva à
praia.
p q 𝑝∧𝑞
F F F
p q 𝑝∧𝑞
V V V
V F F
F V F
F F F
Vamos postular um critério para estabelecer o valor lógico (V ou F) de uma conjunção a partir dos
valores lógicos (conhecidos) das proposições p e q:
Exemplo:
Suponha que a proposição João é gordo seja verdadeira e que Mário não seja alto. Dessa
forma,
A conjunção “João é gordo e Mário é alto” é falsa, pois a proposição “Mário é alto” é falsa. A
composta só seria verdadeira se ambas as proposições “João é gordo” e “Mário é alto” fossem
verdadeiras.
16. (PC-CE 2012/CESPE-UnB) Se a proposição “João é pobre” for falsa e se a proposição “João
pratica atos violentos” for verdadeira, então a proposição “João não é pobre, mas pratica atos
violentos” será falsa.
Resolução
Ora, uma proposição composta pelo conectivo “e” é verdadeira quando seus dois componentes
são verdadeiros. Assim, a proposição acima é verdadeira e o item está errado.
Disjunção Inclusiva 𝒑 ∨ 𝒒
Duas proposições quaisquer podem ser combinadas pela palavra “ou” para formar uma
proposição composta que é chamada de disjunção inclusiva das proposições originais.
Simbolicamente, a disjunção das proposições p e q é designada por p ∨ q . O símbolo v é a inicial
da palavra grega vel.
Vamos postular um critério para decidir o valor lógico (V ou F) de uma disjunção a partir dos
valores lógicos (conhecidos) das proposições p e q:
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplo:
V F
A disjunção “Vou à festa ou não me chamo Fulano” só seria falsa se ambas as proposições “Vou à
festa” e “Não me chamo Fulano” fossem falsas. Como a proposição “Vou à festa” é verdadeira,
temos que a composta é verdadeira. Assim,
V F
O uso do conectivo ou na disjunção inclusiva corresponde a um dos dois modos como a palavra
ou é usada na Língua Portuguesa. A disjunção inclusiva é verdadeira quando pelo menos uma
das duas proposições for verdadeira ou quando ambas forem verdadeiras. A disjunção inclusiva é
usada, por exemplo, na seguinte proposição:
Nesse caso, poderíamos ter as duas proposições “Hoje é sexta-feira” e “Hoje está chovendo”
verdadeiras. Não estamos afirmando que as duas são verdadeiras, mas que ambas poderiam ser
verdadeiras. Por outro lado, estamos usando a disjunção exclusiva quando dizemos:
Nesse caso, as duas proposições “Hoje é sexta-feira” e “Hoje é sábado” não podem ser
simultaneamente verdadeiras. Como já observamos, o uso do conectivo ou em uma disjunção
corresponde a um dos dois significados usados na Língua Portuguesa, denominados inclusivo e
exclusivo. A disjunção inclusiva p ∨ q é verdadeira quando pelo menos uma delas for verdadeira.
Quando o ou exclusivo é usado para conectar as proposições p e q, a proposição “ou p ou q,
mas não ambas” é obtida. A proposição é verdadeira quando p é verdadeira e q é falsa, ou
quando p é falsa e q é verdadeira, e é falsa quando ambas, p e q, são falsas ou ambas são
verdadeiras.
Em qual das duas situações você consegue ver a letra cursiva “i”? No símbolo da direita! Portanto,
aquele símbolo é o “e” (mesmo fonema do “i”).
Disjunção Exclusiva p v q
Duas proposições quaisquer podem ser combinadas pela palavra “ou” para formar uma
proposição composta que é chamada de disjunção exclusiva das proposições originais.
Simbolicamente, a disjunção das proposições p e q é designada por p v q.
Vamos postular um critério para decidir o valor lógico (V ou F) de uma disjunção exclusiva a partir
dos valores lógicos (conhecidos) das proposições p e q:
p q pvq
V V F
V F V
F V V
F F F
Condicional p → 𝒒
Quando duas proposições são conectadas com a palavra “se” antes da primeira e a inserção da
palavra “então” entre elas a proposição resultante é composta e é também chamada de
implicação. Simbolicamente, p → q . Em uma proposição condicional, o componente que se
encontra entre o “se” e o “então” é chamado de antecedente e o componente que se encontra
após a palavra “então” é chamado consequente. Por exemplo, na proposição “Se vou à praia,
então tomo banho de mar”, “vou à praia” é o antecedente e “tomo banho de mar” é o
consequente.
3º caso à antecedente falso e consequente verdadeiro. Guilherme não nasceu no Recife, mas
nasceu em Pernambuco. Isso é totalmente permitido, visto que Guilherme poderia ter nascido em
Petrolina, por exemplo. A proposição condicional é verdadeira.
Existe apenas uma situação em que o condicional é falso: quando a primeira proposição
for verdadeira e a segunda, falsa.
Bicondicional p ↔ q
Por exemplo, a proposição composta “Hoje é Natal se, e somente se hoje é 25 de dezembro”
significa que “Se hoje é Natal, então hoje é 25 de dezembro” e “Se hoje é 25 de dezembro, então
hoje é Natal”.
V V V V V V
V F F V F F
F V F V V F
F F F F V V
Ou ainda, para facilitar o processo mnemônico, podemos memorizar as regras que tornam as
compostas verdadeiras.
Para uma proposição simples p, o número de linhas da tabela-verdade é 2, pois, pelas leis do
pensamento a proposição p só pode assumir um dos dois valores lógicos: V ou F.
p
V
F
pq
VV
VF
FV
FF
Para 3 proposições p, q e r, o número de linhas da tabela-verdade é 23 = 8.
SEMPRE que você for construir uma tabela-verdade envolvendo 3 proposições, começaremos
com a seguinte disposição.
pqr
VVV
VVF
VFV
VFF
F VV
F VF
F FV
F FF
Cada linha da tabela (fora a primeira que contém as proposições) representa uma valoração.
Resolução
p q p∨q
V F V
(INSS 2008/CESPE-UnB) Proposições são sentenças que podem ser julgadas como verdadeiras
— V — ou falsas — F —, mas não como ambas. Se P e Q são proposições, então a proposição
“Se P então Q”, denotada por P → Q, terá valor lógico F quando P for V e Q for F, e, nos demais
casos, será V. Uma expressão da forma ¬P, a negação da proposição P, terá valores lógicos
contrários aos de P. P ∨ Q, lida como “P ou Q”, terá valor lógico F quando P e Q forem, ambas, F;
nos demais casos, será V.
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em território brasileiro será extraditado.
18. Para a simbolização apresentada acima e seus correspondentes valores lógicos, a proposição
B → C é V.
19. De acordo com a notação apresentada acima, é correto afirmar que a proposição (¬A) ∨ (¬C)
tem valor lógico F.
Resolução
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
Deste modo:
V(A)=F
V(B)=V
V(C)=F
B→C
Sabemos que o primeiro componente é verdadeiro e o segundo é falso. Esta é a única situação
em que o condicional é falso.
Segundo item:
¬A : verdadeira
¬C : verdadeira
Temos um “ou” em que as duas “parcelas” são verdadeiras, o que faz com que a proposição
composta seja verdadeira.
Tautologia
Vimos que o número de linhas de uma tabela-verdade é 2n (em que n é o número de proposições
simples).
Significa dispor em uma tabela todas as possibilidades de valoração para esta proposição. Ou
seja, estamos preocupados em responder quando é que esta proposição é verdadeira e quando é
que ela é falsa.
pqr
VVV
VVF
VFV
VFF
FVV
FVF
FFV
FFF
Na primeira coluna, temos 4 “V” seguidos de 4 “F”. Na segunda coluna temos 2 “V” seguidos de 2
“F” alternadamente. Por fim, na terceira coluna temos “V” e “F” que se alternam.
Observe que não aparece a proposição 𝑞 propriamente dia e sim a sua negação. Portanto, o
primeiro passo é construir a negação de 𝑞. Lembre-se que se uma proposição é verdadeira, a sua
negação é falsa e reciprocamente.
p q r ~q
V V V F
V V F F
V F V V
V F F V
F V V F
F V F F
F F V V
F F F V
Valores opostos!!
Vamos obedecer a ordem de preferência. Vamos construir as proposições compostas que estão
dentro dos parênteses. Comecemos por 𝑝 ∧ 𝑟. Devemos conectar a proposição 𝑝 com a
proposição 𝑟 através do conectivo “e”. Lembre-se que uma proposição composta pelo “e” só é
verdadeira quando os dois componentes são verdadeiros. Vamos selecionar as linhas em que
ambas 𝑝 e 𝑟 são verdadeiras. Todas as outras possibilidades tornam a composta 𝑝 ∧ 𝑟 falsa.
p q r ~ q p∧r
V V V F V
V V F F F
V F V V V
V F F V F
F V V F F
F V F F F
F F V V F
F F F V F
Vamos agora construir a segunda proposição composta que está dentro de parênteses: ~𝑞 ∨ 𝑟.
Lembre-se que uma proposição composta pelo conectivo “ou” é verdadeira quando pelo menos
um dos dois componentes for verdadeiro. Vamos nos focar apenas nas linhas em que pelo menos
uma das duas ~𝑞 ou 𝑟 for verdadeira.
p q r ~ q p∧r ~ q∨r
V V V F V V
V V F F F F
V F V V V V
V F F V F V
F V V F F V
F V F F F F
F F V V F V
F F F V F V
Observe que tanto na linha 2 quanto na linha 6 as duas proposições são falsas, e portanto, a
composta construída é falsa nestes casos.
Desta forma:
p q r ~ q p ∧ r ~ q ∨ r ( p ∧ r ) → (~ q ∨ r )
V V V F V V V
V V F F F F V
V F V V V V V
V F F V F V V
F V V F F V V
F V F F F F V
F F V V F V V
F F F V F V V
Então é isso: se alguma questão perguntar se determinada proposição é uma tautologia, devemos
construir a sua tabela-verdade e verificar se ela é sempre verdadeira.
Contradição
Da mesma maneira, podemos definir contradição (ou proposição logicamente falsa) como uma
proposição composta que é sempre falsa. Vamos mostrar, por exemplo, que a proposição
composta ~𝑝 ∧ 𝑞 ↔ (𝑝 ∨ ~𝑞) é uma contradição.
Ora, como estamos trabalhando com apenas duas proposições simples, então o número de linhas
da tabela-verdade será igual a 2! = 4.
𝑝𝑞
VV
VF
FV
FF
O primeiro passo é construir as negações destas duas proposições simples.
𝑝 𝑞 ~𝑝 ~𝑞
VV F F
VF F V
FV V F
FF V V
Vamos agora construir a proposição composta que está no primeiro par de parênteses: ~𝑝 ∧ 𝑞.
Foque seu olhar na terceira e na segunda coluna. Quando é que uma proposição composta pelo
conectivo “e” é verdadeira? Quando os dois componentes são verdadeiros. Desta forma, a
composta só será verdadeira na terceira linha.
𝑝 𝑞 ~𝑝 ~𝑞 ~𝑝 ∧ 𝑞
VV F F F
VF F V F
FV V F V
FF V V F
Vamos construir a proposição composta que está no segundo par de parênteses: 𝑝 ∨ ~𝑞.
Devemos olhar agora apenas para a primeira e quarta colunas. Quando é que uma proposição
composta pelo conectivo “ou” é verdadeira? Quando pelo menos um dos dois componentes for
verdadeiro. Desta maneira, a composta será verdadeira na 1ª, 2ª e 4ª linhas.
𝑝𝑞 ~𝑝 ~𝑞 ~𝑝 ∧ 𝑞 𝑝 ∨ ~𝑞
VV F F F V
VF F V F V
FV V F V F
FF V V F V
Vamos olhar apenas para as duas últimas colunas. Devemos ligá-las através do conectivo “...se e
somente se...”. Quando é que uma proposição composta pelo conectivo “...se e somente se...” é
verdadeira? Quando os dois componentes possuem o MESMO valor lógico. Acontece que as
duas últimas colunas possuem valores lógicos contrários. Desta forma, ela nunca poderá ser
verdadeira.
𝑝 𝑞 ~𝑝 ~𝑞 ~𝑝 ∧ 𝑞 𝑝 ∨ ~𝑞 ~𝑝 ∧ 𝑞 ↔ (𝑝 ∨ ~𝑞)
VV F F F V F
VF F V F V F
FV V F V F F
FF V V F V F
Contingência
Contingência é uma proposição composta que pode verdadeira e pode ser falsa.
Lembre-se que o número de linhas de uma tabela verdade composta por 𝑛 proposições simples é
igual a 2! .
Para calcular o valor lógico de 𝑝 → (𝑞 ∧ 𝑟), devemos calcular o valor lógico da proposição (𝑞 ∧ 𝑟)
e, em seguida, conectar a proposição 𝑝 com (𝑞 ∧ 𝑟) através do conectivo “se..., então...”.
𝑝 𝑞 𝑟 𝑞∧𝑟 𝑝 → (𝑞 ∧ 𝑟)
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
Este é o modelo inicial de uma tabela-verdade composta por 3 proposições simples. Para listar
todas as possibilidades, devemos proceder assim:
Lembre-se que uma proposição composta pelo conectivo “e” (∧) só é verdadeira quando todas as
proposições componentes forem verdadeiras.
𝑝 𝑞 𝑟 𝑞∧𝑟 𝑝 → (𝑞 ∧ 𝑟)
V V V V
V V F F
V F V F
V F F F
F V V V
F V F F
F F V F
F F F F
Observe que a proposição pode ser verdadeira e pode ser falsa, dependendo dos valores
atribuídos às proposições p,q e r.
Resolução
Basta construir a tabela-verdade que possui 22 = 4 linhas. Para determinar o valor lógico de
( p ∨ q)∧ ~ q devemos antes determinar os valores de p ∨ q e de ~ q .
Lembre-se que a proposição 𝑝 ∨ 𝑞 é verdadeira quando pelo menos um dos dois componentes for
verdadeiro.
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Vamos agora construir a negação de q. Seus valores devem ser contrários aos valores de q.
p q p∨q ~ q
V V V F
V F V V
F V V F
F F F V
Finalmente vamos construir a composta ( p ∨ q)∧ ~ q . Para isto, vamos conectar a terceira coluna
com a quarta coluna através do conectivo “e”. Lembre-se que a composta pelo “e” só é verdadeira
quando os dois componentes são verdadeiros.
p q p ∨ q ~ q ( p ∨ q)∧ ~ q
V V V F F
V F V V V
F V V F F
F F F V F
Resolução
Devemos conectar a proposição 𝑝 com a proposição 𝑞 através do conectivo “e”. Lembre-se que
uma proposição composta pelo conectivo “e” só será verdadeira quando os dois componentes
forem verdadeiros.
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
Vamos agora construir a proposição composta que está no segundo par de parênteses: 𝑝 ∨ 𝑞.
Lembre-se que a composta 𝑝 ∨ 𝑞 só é verdadeira quando pelo menos um dos dois componentes
for verdadeiro. Isto acontece nas três primeiras linhas.
p q p∧q p∨q
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
p q p ∧ q p ∨ q ( p ∧ q) → ( p ∨ q)
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V
Resolução
Devemos conectar a proposição A com a proposição 𝐵 através do conectivo “e”. Lembre-se que
uma proposição composta pelo conectivo “e” só será verdadeira quando os dois componentes
forem verdadeiros.
A B A∧ 𝐵
VV V
VF F
FV F
FF F
Vamos agora construir a proposição composta que está no segundo par de parênteses: 𝐴 ∨ 𝐵.
Lembre-se que a composta 𝐴 ∨ 𝐵 só é verdadeira quando pelo menos um dos dois componentes
for verdadeiro. Isto acontece nas três primeiras linhas.
A B A∧ 𝐵 𝐴 ∨ 𝐵
VV V V
VF F V
FV F V
FF F F
Finalmente vamos construir a composta (A∧B) → (A∨B). Devemos conectar a terceira coluna com
a quarta coluna através do conectivo “se...,então...”. Lembre-se que uma proposição do tipo 𝑝 → 𝑞
só é falsa quando p é verdadeiro e q é falso. Como isto nunca acontece, então a composta é
sempre verdadeira.
A B A∧ 𝐵 𝐴 ∨ 𝐵 (A∧B) → (A∨B).
VV V V V
VF F V V
FV F V V
FF F F V
(SEBRAE-BA 2008/CESPE-UnB) A proposição é uma declaração que pode ser julgada verdadeira
(V) ou falsa (F), mas não cabem ambos os julgamentos para a mesma proposição. É usual
representar proposições simples por letras maiúsculas do alfabeto, como A, B, C etc. As
proposições compostas são construídas a partir da conexão de proposições. Uma proposição na
forma A v B é composta, sendo lida como “A ou B” e avaliada como F quando A e B são ambas F,
e, nos demais casos, é V; uma proposição na forma A ˄ B é composta, sendo lida como “A e B” e
avaliada como V quando A e B são ambas V, e, nos demais casos, é F. Uma proposição na forma
¬A é a negação de A, sendo, portanto, V quando A é F, e F quando A é V, e é uma proposição
composta. Parênteses podem ser usados para agrupar as proposições e evitar ambigüidades.
Tendo como referência as informações apresentadas acima, julgue os próximos itens.
21. As proposições na forma ¬(A˄B) têm exatamente três valores lógicos V, para todos os
possíveis valores lógicos de A e B.
Resolução
Devemos conectar a proposição A com a proposição 𝐵 através do conectivo “e”. Lembre-se que
uma proposição composta pelo conectivo “e” só será verdadeira quando os dois componentes
forem verdadeiros.
A B A∧ 𝐵
VV V
VF F
FV F
FF F
A B A∧ 𝐵 ¬(A˄B)
VV V F
VF F V
FV F V
FF F V
22. Se A for considerada uma proposição F e B for considerada uma proposição V, então a
proposição ¬B v A é F.
Resolução
Se a proposição B for considerada V, então a sua negação ¬B será F. Observe que a proposição
A também é falsa. Considere a proposição ¬B v A: é uma proposição composta pelo conectivo
“ou” em que os dois componentes são falsos. Portanto, a proposição ¬B v A é falsa. O item está
certo.
Resolução
A B
V V
F F
Para construir ¬((¬A)˄B), devemos construir a negação de A (que terá valores opostos aos de A).
A B ¬A
V V F
F F V
O próximo passo é conectar a proposição ¬A com a proposição B através do conectivo “e”. Uma
proposição composta pelo conectivo “e” só é verdadeira quando os dois componentes são
verdadeiros. Este fato não acontece. Portanto, a proposição (¬A)˄B será falsa nas duas linhas.
A B ¬A (¬A)˄B
V V F F
F F V F
Finalmente, ¬((¬A)˄B) é a negação de (¬A)˄B. Como a proposição (¬A)˄B é falsa nas duas
linhas, então ¬((¬A)˄B) será V nas duas linhas.
A B ¬A (¬A)˄B ¬((¬A)˄B)
V V F F V
F F V F V
24. Proposições na forma (¬(A ˄ (B v C))) v (A ˄ (B v C)) têm somente valores lógicos V, para
quaisquer que sejam os valores lógicos de A, B e C.
Resolução
Quem tem um bom “olho” resolve rapidamente esta questão. A priori, deveríamos construir uma
tabela verdade com 8 linhas, já que estão envolvidas três proposições simples. Devemos construir
a tabela-verdade de (¬(A ˄ (B v C))) v (A ˄ (B v C)). Observe que chamando a proposição A ˄ (B v
C) de 𝑝, esta composta pode ser reescrita assim:
¬p ∨ 𝑝
𝑝 ¬p ¬p ∨ 𝑝
V F V
F V V
Resolução
Lembre-se que o símbolo v representa o “ou”, e não o conectivo “e”! Portanto, o item está
errado.
26. A proposição “O SEBRAE facilita e orienta o acesso a serviços financeiros” é uma proposição
simples.
Resolução
O item está errado. Há duas proposições conectadas pelo “e”.
27. Considerando que as proposições “Seu chefe lhe passa uma ordem” e “Você não aceita a
ordem sem questioná-la” sejam V, a proposição “Se seu chefe lhe passa uma ordem, então você
aceita a ordem sem questioná-la” é julgada como F.
Resolução
Concluímos que:
Portanto,
“Se seu chefe lhe passa uma ordem, então você aceita a ordem sem questioná-la” é julgada como
F, pois o primeiro componente é verdadeiro e o segundo é falso. Este é o único caso em que uma
composta pelo “se...,então...” é falso.
Resolução
A B ¬B
V V F
V F V
F V F
F F V
Vamos agora construir A˄B. Devemos conectar a proposição A com a proposição 𝐵 através do
conectivo “e”. Lembre-se que uma proposição composta pelo conectivo “e” só será verdadeira
quando os dois componentes forem verdadeiros.
A B ¬B A˄B
V V F V
V F V F
F V F F
F F V F
Vamos construir A→(¬B). Devemos conectar a primeira coluna com a terceira coluna através do
“se...,então...”. Só há um caso em que a composta é falsa: quando o primeiro componente for
verdadeiro e o segundo for falso. Isto acontece na primeira linha.
A B ¬B A˄B A→(¬B)
V V F V F
V F V F V
F V F F V
F F V F V
Devemos negar a proposição A→(¬B), obtendo (¬(A→(¬B))). Basta trocar os valores lógicos da
última coluna.
29. Se A, B e C são proposições simples, então existem exatamente duas possibilidades para que
a proposição (A˄B)˄C seja avaliada como V.
Resolução
A tabela-verdade possui 2³ = 8 linhas.
A BC
V VV
V VF
V FV
V FF
F VV
F VF
F FV
F FF
Vamos conectar a proposição A com a proposição B através do conectivo “e”. Devemos nos focar
nas linhas em que os dois componentes são verdadeiros (já que neste caso a composta será
verdadeira).
A BC A˄B
V VV V
V VF V
V FV F
V FF F
F VV F
F VF F
F FV F
F FF F
Devemos agora conectar a proposição A˄B com a proposição C através do “e”. O único caso em
que as duas são verdadeiras acontece na primeira linha.
AB C A˄B (A˄B)˄C
VV V V V
VV F V F
VF V F F
VF F F F
FV V F F
FV F F F
FF V F F
FF F F F
O item está errado, pois há apenas uma possibilidade em que (A˄B)˄C é verdadeira.
(SEBRAE 2010/CESPE-UnB)
Resolução
AB
VV
VF
FV
FF
AB ¬B
VV F
VF V
FV F
FF V
Vamos construir a proposição [¬B]→A. Devemos conectar a terceira coluna com a primeira
coluna.
ATENÇÃO!!!
A B ¬B [¬B]→A
V V F V
V F V V
F V F V
F F V F
Finalmente vamos construir [¬B]˅{[¬B]→A}. Devemos conectar ¬B (terceira coluna) com [¬B]→A
(quarta coluna) através do “ou”. Em todas as linhas há pelo menos uma verdadeira, portanto a
composta [¬B]˅{[¬B]→A} é sempre verdadeira.
A B ¬B [¬B]→A [¬B]˅{[¬B]→A}
V V F V V
V F V V V
F V F V V
F F V F V
O item está certo.
Resolução
AB
VV
VF
FV
FF
AB ¬B
VV F
VF V
FV F
FF V
Vamos construir A→B. Este condicional só é falso quando A é verdadeiro e B é falso (2ª linha).
A B ¬B A→B
V V F V
V F V F
F V F V
F F V V
Vamos agora conectar as duas últimas colunas através do conectivo “e” para formar [¬B]˄[A→B].
Observe que os dois componentes são verdadeiros na última linha.
AB ¬B A→B [¬B]˄[A→B]
VV F V F
VF V F F
FV F V F
FF V V V
A proposição dada não é logicamente falsa (contradição). Trata-se de uma contingência. O item
está errado.
32. Considere que A, B e C sejam proposições simples, distintas, e que a proposição D seja
definida por D = [A↔B]→[¬A]→C. Nesse caso, a tabela-verdade da proposição D tem 16 linhas.
Resolução
Equivalências Lógicas
Grosso modo, duas proposições são logicamente equivalentes quando elas “dizem a mesma
coisa”.
Por exemplo:
𝑝: Eu joguei o lápis.
As duas proposições acima têm o mesmo significado. Elas querem dizer a mesma coisa!! Quando
uma delas for verdadeira, a outra também será. Quando uma delas for falsa, a outra também será.
Dizemos, portanto, que elas são logicamente equivalentes.
Em símbolos dizemos:
𝑝⇔𝑞
p q p → q q → p ( p → q) ∧ (q → p) p ↔ q
V V V V V V
V F F V F F
F V V F F F
F F V V V V
Assim, acabamos de mostrar que uma proposição bicondicional equivale à conjunção de dois
condicionais.
Há algumas equivalências notáveis que são muito cobradas em concursos. Vamos enunciar as
equivalências, demonstrá-las e aplicá-las.
Demonstração:
p q ~ q ~ p p → q ~ q →~ p ~ p ∨ q
V V F F V V V
V F V F F F F
F V F V V V V
F F V V V V V
Como os valores lógicos das três proposições são iguais, elas são ditas logicamente equivalentes.
Em uma linguagem informal, poderíamos construir o seguinte algoritmo para construir essas
proposições equivalentes notáveis, dada a proposição condicional p → q .
Por exemplo, dada a proposição “Se bebo, então não dirijo”, temos que as seguintes proposições
são equivalentes a ela:
33. (SGA/AC 2007/CESPE-UnB) As proposições A→B e (¬B) → (¬A) têm a mesma tabela
verdade.
Resolução
Como comentei anteriormente, estas duas proposições são equivalentes. O item está certo.
34. (Agente Penitenciário SJDH-BA 2010/FCC) Uma afirmação equivalente à afirmação “Se bebo,
então não dirijo” é
(A) Se não bebo, então não dirijo.
(B) Se não dirijo, então não bebo.
(C) Se não dirijo, então bebo.
(D) Se não bebo, então dirijo.
(E) Se dirijo, então não bebo.
Resolução
Letra E
35. (Polícia Civil 2007/Ipad) A sentença “Penso, logo existo” é logicamente equivalente a:
a) Penso e existo.
b) Nem penso, nem existo.
c) Não penso ou existo.
d) Penso ou não existo.
e) Existo, logo penso
Resolução
Dada a proposição “penso à existo”, temos, trivialmente, duas proposições equivalentes a ela:
i) Se não existo, então não penso. (Nega o antecedente e o consequente, troca a ordem e
mantém o conectivo.)
ii) Não penso ou existo. (Nega o antecedente e troca o conectivo por “ou”).
Letra C
Resolução
i) Se a pessoa melhora o seu desempenho profissional, então ela faz cursos de aperfeiçoamento
na sua área de trabalho. (Nega o antecedente e o consequente, troca a ordem e mantém o
conectivo.)
ii) Uma pessoa faz cursos de aperfeiçoamentos na sua área de trabalho ou ela não melhora o seu
desempenho profissional. (Nega o antecedente e troca o conectivo por “ou”).
O que a FCC fez foi trocar a ordem das proposições no caso ii. Isto é perfeitamente permitido, já
que a o conectivo “ou” permite a troca da ordem das frases sem alterar o seu sentido.
Letra E
Resolução
A B ¬A ¬B
V V F F
V F F V
F V V F
F F V V
Para construir (¬A)˅(¬B) devemos conectar a terceira coluna com a quarta coluna através do
conectivo “ou”. A composta será verdadeira em todas as linhas que houver pelo menos uma
verdadeira.
A B ¬A ¬B (¬A)˅(¬B)
V V F F F
V F F V V
F V V F V
F F V V V
Para construir ¬A→B, devemos conectar a terceira coluna com a segunda coluna (com o
conectivo “se...,então...). Observe que devemos olhar primeiro para ¬A e depois para B.
A B ¬A ¬B (¬A)˅(¬B) ¬A→B
V V F F F V
V F F V V V
F V V F V V
F F V V V F
O item está errado, pois as proposições ¬A→B e (¬A)˅(¬B) não possuem as mesmas valorações.
38. A proposição “Se o Coelho Branco não olhou o relógio, então Alice não perseguiu o Coelho
Branco” pode ser simbolizada por (¬B)→(¬A).
Resolução
Portanto, (¬B)→(¬A): “Se o Coelho Branco não olhou o relógio, então Alice não perseguiu o
Coelho Branco”.
39. A proposição “Se o Coelho Branco olhou o relógio, então Alice não perseguiu o Coelho
Branco” é equivalente à proposição “O Coelho Branco não olhou o relógio ou Alice não perseguiu
o Coelho Branco”.
Resolução
Então dada a proposição “Se o Coelho Branco olhou o relógio, então Alice não perseguiu o
Coelho Branco”, devemos negar apenas o primeiro componente e trocar o conectivo por “ou”.
Obtemos: “O Coelho Branco não olhou o relógio ou Alice não perseguiu o Coelho Branco”. O item
está certo.
Resolução
Resolução
Novamente uma questão envolvendo equivalência do conectivo “se..., então...” com o conectivo
“se..., então...”. Vimos na questão anterior que devemos negar os dois componentes e trocar a
ordem. O problema negou os dois componentes, mas não trocou a ordem das frases. O item está
errado.
42. (TRE-RJ 2012/CESPE-UnB) A proposição “Se o vereador Vitor não participou do esquema,
então o prefeito Pérsio não sabia do esquema.” é logicamente equivalente à proposição “Se o
prefeito Pérsio sabia do esquema, então o vereador Vitor participou do esquema”.
Resolução
O item está certo. Esta questão aborda a equivalência (𝑝 → 𝑞) ⟺ (∼ 𝑞 →∼ 𝑝). Neste tipo de
equivalência, permanecemos com o conectivo “se..., então...”, negamos os dois componentes e
trocamos a ordem das frases.
43. (TRE-RJ 2012/CESPE-UnB) A proposição “Se o vereador Vitor não participou do esquema,
então o chefe de gabinete não foi o mentor do esquema.” é logicamente equivalente à proposição
“O vereador Vitor participou do esquema ou o chefe de gabinete não foi o mentor do esquema”.
Resolução
Nesta questão temos uma equivalência do conectivo “se…, então…” com o conectivo “ou”. Vamos
relembrar:
(𝑝 → 𝑞) ⟺ (∼ 𝑝 ∨ 𝑞)
Ou seja, para transformar uma frase de “se…, então…” para “ou”, devemos negar o primeiro
componente e repetir o segundo.
Proposição Se o vereador Vitor não então o chefe de gabinete não foi o mentor do
participou do esquema esquema.