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Aluno: Nathália Fanny Rodrigues Silva / 1º Período Direito

Resenha crítica da obra:


UM TOQUE DE CLÁSSICOS

Bocaiuva/MG
Setembro 2020
Identificação da obra
No livro “Um toque de Clássicos” mostra que foi por meio de estudos de Karl Marx,
Émile Durkheim e Max Weber que a base da sociologia e a própria sociologia foram
estabelecidas como ciência de fato, dessa forma, tornando-se assim uma disciplina
acadêmica. A ciência sociológica sobreveio para que assim possamos entender
melhor sobre os novos modelos de sociedade, seu sistema organizacional e a sua
base. A obra faz menção as transformações que aconteceram através da
industrialização e aos fatos ocorridos antes da sociologia como uma ciência.

Perspectiva Teórica da Obra


A obra é separa em quatro principais capítulos que traz a ampla herança literária
deixada pelos três pensadores (Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber), os
métodos de estudo e a qualidade de trabalho de cada autor. Entretanto, além de
discutir a sociologia, traz uma sinopse sobre os acontecimentos sociológicos na
história, cada autor traz a sua perspectivas e conceitos da sociologia e mostra como
elas se diferenciam e as vezes se ligam de tal maneira que se a sociologia pudesse
ser descrita em forma geométrica, com certeza seria um triângulo, com um pensador
em cada ponta, com suas bases se interligando.

Teses desenvolvidas na obra


“Um Toque de Clássicos” faz uma conexão entre os aspectos sociológicos, com os
acontecimentos ocorridos durante a revolução industrial e como elas mudaram a
maneira de viver e pensar.
Na revolução industrial o capitalismo se sobressaiu, dessa forma, as famílias se
locomoveram em busca de melhores condições de trabalhos nas cidades, que fez
com que crescessem rapidamente, com esse crescimento repentino, as cidades
despreparadas tiveram vários problemas como doenças, fome, falta de saneamento
básico, entre outros acontecimentos, que afetaram principalmente os mais pobres,
com tudo isso a taxa de expectativa de vida diminui absurdamente. Além disso, a
mulher passa a ter valor familiar e a criança deixa de ser tratada como mini adulto, o
casamento deixa de ser feito por negócios e passa a ser por um amor verdadeiro.
Com toda essa mudança de costumes, valores e pensamentos, surgiu também a
reforma protestante. As pessoas cada vez mais contestavam a divindade e a
autoridade da igreja. Elas passaram a crer na razão, ou seja, pensar por que a igreja
dominava tudo e onde se mantinha o poder. O individuo conquistou assim direitos e
autonomia sobre si próprio.
Foram através dessas mudanças que algumas formas de pensar e alguns nomes
ganharam destaque. na filosofia grega temos Rousseau, Thomas Hobbes e
Descartes. E na literatura francesa Conde de Saint-Simon, que chegou a conclusão
que os fenômenos sociais estariam sob a lei e que a razão era necessária para
controlar a ordem na nova sociedade. Claude Henri de Rouvroy.

Resumo
O livro inicia-se com a reflexão sobre as origens e a natureza da vida social, em que
somente em meados do século 19 surge a chamada Sociologia na Europa. A
primeira revolução industrial e o surgimento do proletariado, que ocorreu na metade
do século 18, gerou mudanças em aspectos político e urbano.
Com as revoluções industrial e agrícola na Inglaterra houve diminuição na taxa de
mortalidade e aumento da população. Ocorre também mudanças na instituição
familiar, desenvolvimento afetivo. Já as mudanças culturais contribuíram para a
concepção orgânica, substituindo-a por pensamentos individualistas.
Além desse impacto causado, a Revolução Francesa também teve influência para o
modo sociológico de interpretar e investigar a realidade social, com o movimento
iluminista.
Com formação de leis, sociedade e governantes, perde-se a liberdade e os direitos
naturais. Criando assim uma sociedade uniforme, que por mais que fosse admirada
levava os homens a se odiarem conforme o conflito de seus interesses. Assim a
comunicação de ideias torna-se a base dessa união.
Foi Auguste Comte quem criou o termo Sociologia, que logo veio a se generalizar,
contribuindo para que alguns o percebessem como o fundador da própria ciência. A
sua maior preocupação era com a crise causada na época, segundo ele, pela
desorganização social, moral e de ideias.
Assim criou-se o positivismo que foi a corrente de pensamento que teve maior
influência sobre o método de investigação a fim de que a Sociologia ultrapassasse
os obstáculos impostos. Portanto a Sociologia era, e continua a ser, um debate entre
concepções que procuram dar resposta às questões cruciais de cada época.
Autores em que o livro se inspirou
KARL MARX
Karl Marx, primeiro grande sociólogo da historia, na teoria dele, encontra-se uma
critica ao capitalismo. No seu método dialético ele aponta as contradições da
sociedade que resulta na negação de uma ordem. Para Marx, a sociedade teria que
ser criticada para então relevar sua capacidade.
No seu estudo, Marx aponta a diferença entre o homem e o animal e como se
relacionam com a natureza. De acordo com ele, os animais são
seres de necessidades que tem como limite as condições naturais, o homem, porém
é capaz de superá-las a partir da interação e transformação da natureza. É através
do trabalho que o homem consegue um domínio sobre a natureza, herdando certas
formas de trabalho de gerações antigas e as modificando conforme o seu tempo, de
geração em geração. Dessa forma, fazendo uso das divisões de trabalho, que no
pensamento marxista, o capitalismo causa a alienação do indivíduo. Marx aponta que
o aumento da produção desencadeou o surgimento das classes sociais e com elas a
luta de classes. Segundo ele, a luta de classes foi a principal ferramenta para as
principais mudanças e transformações na história.
O capitalismo e as formas socioeconômicas, são principais ideias marxistas, de um
lado o trabalhador que oferece sua força e seu trabalho, do outro o empregador com
o dinheiro em troca do seu trabalho. Para Marx, o capitalismo pode ser extinto se a
sociedade fazer um revolução, pois o empregador enxerga o trabalho como uma
simples forma de existir.
Por fim, Marx afirma que o comunismo é a grande solução para o futuro, pois assim o
homem tem poder na sociedade e seria uma nova forma de construir a sociedade
humana.
ÉMILE DURKHEIM
Émile Durkheim, francês, pensador e sociólogo, surgiu em meio as guerras na
Europa, defendendo a ideia de indivíduo, que ele só se aperfeiçoa pela lei do
progresso.
No pensamento de Durkheim, o coletivo era o que produzia a sociologia, através dos
fatos sociais, que estava presente em todos os indivíduos de uma sociedade. O
pensador afirma que a sociedade não é limitada, se transforma segundo as maneiras
de agir do individuo e a sua maneira de ser (fatores naturais que se transformam
junto com a sociedade).
Para o autor, os fatos sociais são constituídos de conceitos e vivências, e para
analisá-los devem tratar fatos sociais como “coisas” e separá-los de alguma pré-
noção para conseguir analisar o fato em si.
Para Durkheim, para o homem viver em sociedade, é necessário ele estar sob regras
e preceitos morais. Dessa forma, o homem se torna livre a partir do momento em que
a sociedade busca um bem comum.
MAX WEBER
Max Weber, alemão, sofreu grande influência dos pensadores Marx e Nietzsche, que
abordavam o capitalismo ocidental, mostrando como as ideias e fatores materiais
intervinham na sociologia.
No estudo de Weber, ele determina o posicionamento que um cientista deve assumir,
sem deixar que seus próprios pensamentos e ideias o atrapalhe, sem julgar a partir
deles e sem camufla-los como fatos sociais, além disso, ele distingui ciência de
política, sendo a ciência racional, trazendo o esclarecimento e conhecimento, tendo
como obrigação dizer a verdade, enquanto que, a política reflete na ação do homem.
Weber aponta que as ciências sociais buscam compreender os eventos culturais do
meio em que o indivíduo está inserido, com todas as suas particularidades. E são
esses fatos particulares que os cientistas devem estudar. O conceito de tipo ideal,
criado por Weber, ajuda o cientista na análise da sociologia. O tipo ideal ajuda na
compreensão da realidade. Por fim, a ação social é fundamental.

Reflexão crítica sobre obra


No livro as autores Tania Quintaneiro, Maria Ligia de Oliveira Barbosa e Marcia
Gardênia Monteiro de Oliveira, abordam os temas sociológicos com base nos
pensamentos de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber de forma e direta.
Os pensadores em suas obras originais abordam os temas sociológicos de maneira
complexa, o intuito das autoras, além de apresentar essas obras, era mostrarem de
maneira mais simples, de maneira que ficasse melhor para a compreensão do leitor
dos assuntos mencionados, porém, mesmo tentando deixar a obra mais facilitada
para o entendimento, ainda temos um pouco de dificuldade para compreender,
principalmente no texto de Karl Marx.

APRESENTAÇÃO DO/A AUTOR DA OBRA


Tania Quintaneiro é graduada em Ciências Sociais, com mestrado em Ciência
Política pela UFMG onde se aposentou como professora do Departamento de
Sociologia e Antropologia da mesma instituição.
Maria Ligia de Oliveira Barbosa é socióloga, tem doutorado pela Universidade
Federal de Campinas e pós-doutorado em Economie e Sociologie de
i’Education pelo Institute pour la Recherche, na Universidade da Borgonha.
Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira é professora da UFMG.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia
Gardênia Monteiro. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. rev. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

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