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Defina e distinga:
II.
António, funcionário da Sociedade de Transportes S.A., aquando da entrega de umas máquinas
nas instalações da Associação Desportiva da Beira, neutralizou as câmaras de vigilância e alarme
existentes no armazém, danificando-as. Nesse mesmo dia, à noite, António entrou nas instalações
da Associação e levou todo o recheio existente no armazém, aproveitando-se do facto de ter,
naquela manhã, desativado o sistema de segurança.
Resolução:
a)
b)
III.
Carlos, de 17 anos, casado com Maria, trabalhava na Fábrica de Papel S.A. quando levou com
uma caixa cheia de papel na cabeça. Do acidente resultaram graves sequelas que afetaram o
comportamento do Carlos. Nomeadamente, começou a ter comportamentos suicidas intercalados
com agressividade e saídas noturnas todos os dias, onde gastava no mínimo 200,00€ por noite.
De um dia para o outro saiu da casa onde vivia com Maria. Em seguida comprou um
apartamento dando em troca a moradia que tinha comprado em solteiro e onde vivia com Maria.
Pouco tempo depois, decidiu vender um carro que havia comprado, também enquanto solteiro, a
um amigo, por 5.000,00€, quando o seu valor de mercado era 6.500,00€.
a) Maria pode solicitar alguma providência junto do Tribunal para evitar que o comportamento
do Carlos cause danos?
b) Qual a validade dos atos realizados pelo Carlos?
Resolução:
a)
- Identificação das incapacidades jurídicas previstas no Código Civil. Referir que o Carlos,
apesar de menor, tinha plena capacidade de exercício por se ter emancipado. Breve referência ao
regime de emancipação.
- No caso, não existiriam fundamentos para decretar qualquer incapacidade jurídica, uma vez que
não resulta do enunciado qualquer anomalia psíquica que ponha em causa a capacidade para o
Carlos se autogovernar.
- Poderia no entanto discutir-se a possibilidade por prodigalidade; no entanto os dados do
enunciado não parecem ser suficientes para fundar a possibilidade de decretamento de uma
inabilitação. Breve referência ao direito ao livre desenvolvimento da personalidade e vinculação
do direito civil à Constituição para fundar uma interpretação restritiva das incapacidades
jurídicas.
- O único meio para defesa dos interesses patrimoniais de Maria seria requerer a separação
judicial de pessoas e bens ou o divórcio.
b)
- Os gastos na vida nocturna e venda do carro seriam válidos, na medida em que não há dados
que demonstrem a incapacidade de facto do Carlos (art. 257.º). Quanto muito poder-se-ia falar do
estado de necessidade (art. 282.º), mas também aqui não há dados para invocar o instituto.
- Já quanto à permuta da casa, não obstante ser um bem próprio, verifica-se uma ilegitimidade
conjugal, por se tratar da casa de morada de família (não obstante ser um bem próprio do Carlos,
art. 1686.º-A, n.º2). Definir ilegitimidade conjugal e distinguir da incapacidade de exercícios.
Referir o regime especial de invalidade.
- Referir ainda a natureza de património conjugal como exemplo imperfeito de património
colectivo (mão comum).