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eB oe wv OLA@ @B' |B! OB iB of ogre Ae Ficura 6.1 © campo magnético analisado no capftulo anterior era criado apenas pela corrente elétrica. Neste capitulo vamos estudar 0 campo magnético gerado pela rotacao do elétron (‘spin’) e pelo movimento or bital do elétron em torno do niicleo atémico; vamos entao definir as correntes de magnetizacao. A partir deste modelo sao analisados os tres vetores magnéticos, a curva de saturacdo do ferro e o ciclo de histerese. O conceito de relutancia surge ao estudarmos os circuitos magnéticos. ‘Também é mostrado que a conhecida atracao entre o polo norte e o polo sul dos imas é simples consequéncia da forga de Lorentz F = qb x B. Sa ainda resolvidos alguns problemas de contorno em magnetostatica. 6.1 Classificagdo dos materiais 7 Vamos chamar de nao magnéticos os materiais, como a dgua, vidro e a madeira, que ndo reagem & presenca de um campo magnétic isto 6, ndo sao atraidos nem repelidos por um ima. Os materiais, como. ferro e 0 niquel, que so fortemente atraicios pelos imas, sao chamade de ferromagnéticos. Os materiais diamagnéticos sao aqueles sempre n pelidos pelos imas. O bismuto e a prata sao levemente diamagnética Os supercondutores so fortemente diamagnéticos (dato fato de fl rem quando colocados sobre um ima). ‘As propriedades magnéticas dos materiais podem ser explicad pelo movimento de seus elétrons ligados aos nticleos atémicos. Ta movimento de rotagao quanto o movimento orbital podem ser vi lizados como pequeninas espiras de corrente, cada uma gerando proprio campo de valor B’ (Figura 6.1). Estas correntes so chamadas correntes de magnetizacdo (i,) e formam dipolos magnéticos que reagir 4 aproximagao ce um ima com o campo de valor B. Se esta for no sentido de enfraquecer 0 campo do ima, o material é diam. tico, Se a reacdo for no sentido de reforcar fortemente o campo do © material é ferromagnético. Se ndo houver reacdo, temos um mati nao magnétic ‘Vejamos inicialmente como reage 0 movimento orbital dos trons & presenga de um campo externo B, De um modo geral, as orb no tém orientagées preferenciais e os campos préprios que cha de B’ tém orientagdes aleatérias e se cancelam. Para termos uma do que ocorre em média com estes dipolos, vamos analisar a reaca duas érbitas; uma com campo B’ de mesmo sentido de B e outra campo B’ de sentido oposto. Capitulo _Materiais magnéticos 197 D aluno deve agora conferir a orientacao de B’ em ambas as figuras a da mao direita a partir das correntes de magnetizacdo, que lo oposto ao mavimento dos elétrons. Em seguida deve fazer 0 ato vetorial indicado na expresso da forca de Lorentz e verificar as Ses das forcas qvB da figura, lembrando que 0 elétron é negativo. ‘A mecanica quantica nos garante que os raios das érbitas sao tizados, isto 6, s6 variam aos saltos, ndo sendo entao alterados em experiencia. Observe que a aproximacao de B ao material provoca reagdes fas na forca centripeta existente. Na Figura 6.1 da esquerda, a forca orentz reduz a forca centripeta e, na figura da direita, ela aumenta a centripeta. Lembrando a expressao da forca centripeta (o"/r), vemos que, na ra da esquerda, a velocidade do elétron sera reduzida (quB subtrati- o que vai diminuir o campo B’, e, na figura da direita, a velocidade aumentada (qvB aditiva), 0 que vai aumentar o campo B’. Assim, mpo préprio B’ dos dipolos diminui onde ele tem mesmo sentido aumenta onde ele é oposto a B, indicando um enfraquecimento campo resultante em ambos os casos. Este € 0 efeito diamagnético. mesmo resultado se chega pela lei de Lenz, que sera analisada no pitulo 7. Vejamos agora como reage um dipolo magnético no que concerne a. orientacao. A Figura 6.2 mostra uma espira de corrente de magneti- edo na qual a aplicacao da forca de Lorentz resulta em um conjugado Ievard 0 campo B’ do dipolo a girar até coincidir com a orientagao ‘campo externo B. > B Portanto, no que se refere a orientacdo dos dipolos, sempre tere- | ———> reforco do campo magnético resultante. Este efeito prevalece nos. = ——> steriais ferromagnéticos em que as correntes de magnetizagio sio ovenientes do “spin” dos elétrons. Nos materiais ndo magnéticos os efeitos de enfraquecimento e re- Ficura 6.2 ‘0 do campo se cancelam. Na Figura 6.3 temos um solenoide no qual foi colocado um nticleo e ferro para aumentar 0 campo magnético. Os dipolos orientam-se ¢ ‘campo resultante é a soma do campo B do solenoide com 0 campo B’ esultante dos dipolos. ‘Observe que, em qualquer ponto do interior do ferro, as correntes | ‘magnetizacéo vizinhas tém sentido oposto e se cancelam resultando . as as correntes de magnetizagao da superficie lateral do ferro, que formam um novo solenoide (tracejado na figura). O campo resultante no interior do solenoide longo sera: we Ficura 6.3 HoNi Ho Niy £ é No caso do ferro este solenoide ficticio contribui para o campo cerca de mil vezes mais do que o verdadeiro solenoide. Esse conceito nos permite visualizar como esse eletrofma pode se transformar em um fma permanente ao desligarmos a corrente. O solenoide real deixa de atuar © 0 solenoide ficticio pode continuar existindo se o ferro oferecer atrito suficiente para manter a orientac3o dos dipolos. (Os materiais chamados ferrites sao bastante utilizados por terem boas propriedades magnéticas além do fato de serem maus condutores, © que evita as correntes parasitas (Capitulo 7). B (resultante) = B + B’ 198 _Ondas eletromagnéticas hy Ficura 6.4 6.2" Curva de saturacao do ferro Estamos observando que 0 campo magnético de um solenoide lon- go ou de um toroide varia bastante com a presenga do ferro, em virtude de 0 efeito de orientacdo dos dipolos magnéticos ser muito grande. As- sim, 0 campo magnético B é criado por corrente elétrica e também pela corrente de magnetizacao formada pela arrumacao desses dipolos. Tor- na-se, entao, titil fazer o tratamento matematico do assunto com uma su- perposicao de campos, separando a parcela de B proveniente do solenoi- de real, da parcela proveniente do solenoide ficticio. Sao entao definidos: mais dois campos magnéticos; o campo H, criado apenas pela corrente elétrica, e o campo M, criado apenas pela corrente de magnetizagao: Ni ney Ni, e M Ocampo B resulta, entao: Ni, Bep tay Sea H=nM Hy + y= Hall = te Em que ,H €a parcela de B gerada pela corrente e y1,M € a parc de B gerada pela corrente de magnetizacao. E claro que, sem a present do ferro, a relagdo entre B e H vale: B=,H Imaginemos agora uma experiéncia de laborat6rio na qual v. aumentar a partir de zero o valor da corrente em um toroide de nticleo ar. Durante a experiéncia, vamos medindo os valores de Be H. E claro um grafico cartesiano desses valores vai ser uma reta, como se vé na Fi ra 6.4, Se agora repetirmos a experiéncia com a presenga do nucleo de ro teremos uma curva em que 0 campo B é bastante maior do que ‘A 1azS0 do aumento é 0 acréscimo j1,M proveniente da corre! de magnetizacao. Porém, a partir de certo valor de H observa-se valor ,.M para de crescer, indicando que todos os dipolos disponi jd se orientaram. A partir dai diz-se que o ferro atingiu a saturacao curva fica paralela a reta B = j1,H. A forma toroidal permite que a B versus H nao dependa da geometria, dependendo apenas do tipo | ferro utilizado. 6.3 Histerese ‘Apés termos chegado a saturacao do ferro, vamos prose; experiéncia anterior, reduzindo a corrente até que o campo H se Entdo observaremos que a volta da curva nao coincide com a ida. E embora anulando y,H, a componente j1,M nao se anula, pois, nai vendo conjugado orientador, os dipolos magnéticos podem conti orientados como estavam simplesmente por inércia ou atrito. O campo magnético B que restou depende apenas do materi chamado de campo residual (valores tipicos da ordem de 1 weber/ B,= 14M Capitulo _ Materiaismagnéticos Prosseguindo a experiéncia, vamos inverter a corrente no toroide, significa agora a presenca de conjugados nos dipolos forcando Jinversao de orientacéo, reduzindo entao o campo B até que se anu- jeste ponto (B = 0) temos j1,H negativo cancelando a parcela 1M jinda nao inverteu sua orientagao. O valor de H que anula o campo B é chamado de forca coerciva, lo H.. Seu valor é grande no ferro duro, usado na fabricacao de permanentes (H.da ordem de 10.000 A/m) e seu valor é pequeno stro doce, utilizado em transformadores, geradores e motores (H, lem de 80 A/m). Observando que a contribuiggo 1,M do ferro é sempre a distancia acurvae a rela da Figura 6.5, no ponto P teremos nula essa contri- 0, ou seja, af o ferro estard totalmente desmagnetizado. Prosseguindo, vemos 0 campo B saturar no sentido oposto. Uma fa inversio da corrente fecha o ciclo que é chamado de histerese. provado no Capftulo 7 que a érea do laco de histerese é proporcio- a0 calor produzido pelo atrito na inversao dos dipolos magnéticos. des forcas coercivas indicam extensas dreas no ciclo de histerese ¢ adas perdas por aquecimento. Olaco de histerese pode ser observado no osciloscépio. Enecessa- i Hor I Ficura 6.5 um transformador cujo miicleo de ferro atinja a saturagao nos extre- Pa da tensdo senoidal aplicada ao circuito, como se vé na Figura 6.6. cae oma ‘varredura deve ser desligada. Na entrada horizontal devemos ligar 35" 7 | % a tenso proporcional ao campo H e na entrada vertical devemos ,, ,,, r uma tensdo proporcional ao campo B. “oar TE O elevado valor de resisténcia (1 MQ) no secundario é para po- ‘mos consideré-lo circuito aberto. Assim, 0 campo H no ferro 6 vai spender da corrente no primério (ei de Ampere), que € proporcional & (0 no resistor de 200 ‘Vamos agora mostrar que a tenso no capacitor é proporcional ao 1po B. Allei de Faraday nos dé: Ficura 6.64 2, =N, =n, 4 > feat=NaB Logo vemos que para obter B é necessério integrar vO circuito RC do secundario é um integrador, pois a resistencia é bem maior que a reatancia capacitiva, valendo: a 7 R ‘A tensdo no capacitor seré entdo proporcional a integral da tensio no secundario: 2 1 fia=bfBa- Zz food Substituindo, vemos que v, seré proporcional a B: 1 NAB Com o circuito da Figura 6.6a obtivemos a fotografia da Figura 6.6b. Figura 6.6b Ondas eletromagnéticas = 7 z a Ficura 6.7 B a Ficura 6.8 Ficura 6.9 = 6.4" Desmagnetiza¢ao Se destigarmos a corrente em um ponto genético A do ciclo de his- terese, como se vé na Figura 6.7 dependendo do tipo de ferro do torot- de, a amostra ficaré magnetizada com um campo residual que podera alcancar o valor 1,M criado pelas correntes de magnetizacao. Jé seo ciclo for interrompido em algum dos pontos P, a amostra toroidal ficard totalmente desmagnetizada, pois af o valor y,M é nulo. Na prética é mais facil conseguir 0 cancelamento do magnetismo residual fechando gradualmente o lago de histerese, como se vé na Fi- gura 68 de tal modo a atingir a origem dos eixos, onde B, H e M sia. nulos. Esse fechamento pode ser conseguido aplicando uma corrente al- ternada cujo valor é reduzido gradualmente, por exemplo, por meio de um termistor. Nas operagdes de guerra a mina magnética é bastante utilizaday 0 sensor que liga o circuito de explosio da mina ¢ acionado pelo mag- netismo residual do navio. Esse magnetismo surge principalmente du- rante a construcao do navio, pois sua posicdo fixa em presenga do cam- po magnético da Terra permite a orientagao dos dipolos do ferro. N navios de guerra é entdo feita uma desmagnetizacao inicial chamad: de “deperming”, como a da Figura 6.8. Essa desmagnetizacao leva vatios navios da mesma classe a semelhante estado de magnetismo sidual, que é medido e leva o nome de assinatura magnética. Porém esse magnetismo é continuamente alterado com o decor do tempo, principalmente pela variagao da posicao do navio em re cdo ao campo magnético da Terra, Para cancelar 0 campo magnéti do navio existe um conjunto de bobinas enroladas no casco em que valor conveniente de corrente continua ¢ ligado sempre que a navegi gio ocorrer em regides onde haja possibilidade de minas ou torped magnéticos. Esse sistema de desmagnetizacao do navio é chamado “degaussing”. Outro cuidado a ser tomado com as minas é fazer uma varredi magnética. Neste caso, pequenos navios, fabricados com material ‘magnético, rebocam fios percorridos por elevadas correntes, cujo ca po magnético vai provocar a exploséo das minas a distancia da order de 200 metros da popa (Figura 6.9). 6.5 Permeabilidade Vamos retomar 0 solenoide longo com nticleo de ferro no qual: campo resultante é criado pela corrente no fio e pela corrente de mat netizagao na superficie lateral do ferro: Ni, Ni, Bap, +1,—2= Hy t Ho T= + nM ‘Vamos chamar de material linear aquele em que haja uma razo4\ proporcionalidade entre a causa (i) e a consequéncia (i,) do fendme de magnetizacdo. A constante de proporcionalidade é denominada s cetibilidade magnética: iy = Xub Capitulo é Materials magnéticos Quanto maior a suscetibilidade, maior a facilidade de orientagao 3s dipolos. O campo B resulta: Ni NXni Ni B= FE = (4 Xe) = fiy (1+ Xy) HE Essa relagdo mostra a proporcionalidade de B com H no ferro, ge- eralizando a relagao B = 1, no vacuo. Somos entao levados a definir permeabilidade , generalizando a constante ji; B= (1+ X_)H = WH = Hy (1+Xx) Observe que a suscetibilidade dos materiais no magnéticos 6 nu- a, resultando em = jiy. A suscetibilidade dos materiais diamagnéticos Enegativa, resultando em j1 < pry ‘A razao entre a permeabilidade do material e a do vacuo é cha- ‘mada de permeabilidade relativa p,,. Seu valor é de alguns milhares no ferro, indicando grande facilidade de orientacao de dipolos. No ciclo de histerese nao se aplicam os conceitos de suscetibili- dade e permeabilidade, pois deixa de haver a relacao proporcional de ‘causa ¢ efeito, j4 que, ao anularmos o campo H, o campo B continua a existir (B residual). . Define-se ainda a permeabilidade dinamica pela derivada de B em relagao a H. Sua utilidade surgira quando tratarmos de indutor nao li- neat (Capitulo 7). 6:6 Circuito magnético No estudo de motores, geradores e transformadores o fluxo ¢ do campo magnético B adquire uma importéncia muito grande em virtude da Lei de Faraday (Capitulo 7). Torna-se entao til chamar de circuito ‘magnético um caminho fechado percorrido pelo fluxo magnético, como se vé no toroide de ferro da Figura 6.10. ‘Uma amperiana tracada ao longo do circuito magnético de com- primento nos permite escrever: ([Heu=Nis n= x O conceito de permeabilidade nos da: = HN e B O fluxo sera: o=BA= ENA e Reescrevendo a expressao do fluxo na forma seguinte, surgem os conceitos de relutancia e de forca magneto-motriz: p= tN __Ni___forca magneto-motriz € (tua) relutdncia Ficura 6.10 202 _Ondas eletromagnéticas Observe a analogia com um circuito elétrico, pois a expresso da relutdncia é igual & da resisténcia, substituindo a condutividade pe- la permeabilidade. Essa relacdo é chamada de lei de Ohm do circuito magnético e vai nos facilitar 0 calculo do fluxo magnético. ‘Vamos agora enrolar as N voltas de fio, juntas, como se vé na Fi- gura 6.11. ‘A rigor, 0s resultados anteriores nao valem, pois ndo temos mais, a simetria que nos garantiu o mesmo valor de H para qualquer ponto da amperiana. Porém, a permeabilidade do ferro é tao grande que 0 fio enrolado, mesmo de forma assimétrica, vai excitar as correntes de magnetizacao do ferro de modo que os campos B e H vao ficar “cana- Figura 6.11 lizados” no toroide. A ligeira alteragao provocada pela assimetria do enrolamento é desprezada e os resultados anteriores so uma étima aproximacao da realidade. Em seguida vamos estender o conceito de circuito magnético para © caso de dois tipos de ferro, com areas e comprimentos diferentes, co- mo se vé na Figura 6.12. fluxo do campo B que “percorre” o circuito é sempre o mesmo em virtude de o campo B nao ter fonte de fluxo jé que seu divergente & sempre nulo. Assim, vale a lei de Kirchhoff: o fluxo que entra em um 16 ¢ igual ao fluxo que sai do n6. Jé 0 campo B vai variar de um ma= terial para outro em virtude de variagao da area. Porém essa variagi oo de B nao pode ser brusca na fronteira (V-B =0), resultando em ui a configuragao na qual as linhas de campo se aproximam gradualment oo _"e=uando a trea se reduz, conforme mostra a Figura 6.13. ee ee O campo H seré diferente nos dois materiais, mesmo se a Area for. Ay & Figura 6.12 Picura 6.13 ‘mesma, em razao da diferenca de permeabilidades. Assim, uma amy riana ao longo do circuito magnético nos dé: 4 = a “ ([Fedt=Ni= H+ Hat, =m ia Substituindo H = B/j1, em cada material: nix Bie 4 Bee, A ba Ficura 6.14 Multiplicando e dividindo pela Area: 6 t i Ni=B,A, 1 +B,A, = , HAL * IyAy bs Tirando 0 valor do fluxo (4 = B,A, = B,Az): Lot Ni ras Ficura 6.15a mA iA, Aisevénovamente,na Figura 6.14, aanalogia como circuitoel Esta analogia se generaliza de modo que o citcuito magnético, figuras 6.15a e 6.15b é facilmente resolvido pelo circuito elétrico SR g0, resultando para o fluxo: eee ie ee n+ Re A Ficuna 6.15b R +R, Se 0 circuito magnético possuir um pequeno espaco de ar, chama- treferro (em inglés, gap), basta incluir sua relutancia no circuito logo. No entreferro ha um espalhamento das linhas de B de modo sua 4rea A, na expresso da relutancia ¢ ligeiramente maior do que 4o A do ferro, como se observa na Figura 6.16. Na maioria das aplicagdes considera-se A, = A, desprezando 0 es- ‘ento do campo magnético no entreferro. Nas figuras 6.17a e 6.17b temos 0 circuito magnético de um gera- de dois polos com seu circuito elétrico andlogo. “Fifa magnética, disquete, HD, CD, DVD e Blu-ray ‘A fita magnética utilizada em gravadores de dudio ou de video pléstico coberto por uma camada de particulas de dxido de ferro, laco de histerese é bastante amplo (ferro duro). E uma gravacdo légica, com variacdo na intensidade de magnetizacao. ‘A cabeca de gravacao é um circuito magnético feito com ferro cujo de histerese € praticamente inexistente (ferro doce). A presenga do erro (Figura 6.18) € para obrigar o fluxo magnético a passar pela que tem baixa relutancia. O movimento da fita permite que seus clos magnéticos fiquem orientados conforme a intensidade e a fre- éncia da corrente no enrolamento da cabeca de gravacao. O sentido e a quantidade das setas na fita da Figura 6.18 indicam orientagio e a intensidade do campo magnético residual que ficou svado pela corrente senoidal no enrolamento. Para reproduzir o sinal gravado, basta passar a fita com a mesma locidade na cabeca do gravador, que a variacao do fluxo magnético entreferro vai criar um fluxo varidvel no circuito magnético e, pela lei Faraday (Capitulo 7), teremos uma tensao v(#) nos extremos do en- Jamento da Figura 6.19, com a mesma frequéncia da senoide gravada. Para apagar uma gravacao basta passar a fita em um ima perma- nte, (O disquete e o HD (hard-disk) so gravados e tocados magnetica- ‘mente. ‘Ambos precisam de cabeca de gravacdo assim como a fita mag nética. A diferenga é que a gravagao da fita 6 analdgica e a gravacao do disquete e do HD ¢ digital, em cédigo binario no qual a informagao é gravada em bits, ou seja, cada ponto da trilha esté magnetizado ou no esté, correspondendo aos bits 1 ou 0. J4 0 compact disk (CD) ¢ o digital video disk (DVD), além de se- rem digitais bindrios, sio gravados e tocados com laser, nao utilizando ‘0 campo magnético, A informagao é gravada em bits dados por peque- ninas perfuracdes com duas profundidades, ora mais funda ou mais rasa. Com a evolucao da tecnologia de televiséo para a alta definicao (HD, high definition), surgiu a necessidade de uma tecnologia de arma- zenamento de dados com capacidade superior. Isso é conseguido com 0 Blu-ray, que também utiliza laser, porém azul, de menor comprimento de onda que o vermelho utilizado no DVD. O menor comprimento de onda possibilita menores perfuragdes e maior quantidade delas em um mesmo disco. Capitulo r Ficura 6.16 Ficuna 6.17a Materiais nagnéticos 203 Re WAN R ae Figura 6.17b Ficuna 6.18 ® 204 Ondas eletromagnéticas Figura 6.20 6.8" Alto-falante A finalidade do alto-falante é transformar um sinal elétrico em on- das sonoras. Existem alto-falantes piezoelétricos, capacitivos e magné- ticos. Descreveremos o mais usado, que é 0 magnético. Ele é constituido de um circuito magnético no qual o campo € criado por um fm perma- nente em forma de anel (Figura 6.20). No entreferto fica 0 fio enrolado e colado ao cone de papelao. A corrente i, que tem a frequéncia w do som, passa no fio de comprimento ¢. Chamando de B 0 campo magnético no entreferro, a forga no fio que faz o cone vibrar vale: F = Bil = Bélsenut Essa vibragfo cria ondas sonoras de mesma frequéncia que a cor- rente de entrada no alto-falante. Observe que o fio é enrolado apenas para aumentar seu comprimento, o que aumenta a forca no cone de papelao. ‘Acnergia elétrica que é transformada em energia sonora nos con- duz a definir uma resisténcia equivalente s, valendo: poténcia sonora = ri° Porém 0 fio tem uma resistencia Ghmica R, de forma que a potén- cia entregue ao alto-falante vale: RP+rP= (Ren? ‘Aimpedancia Z do alto-falante é praticamente resistiva, valendo: Z=Rer O rendimento 1) do alto-falante é um valor da ordem de 5% a 25%, dado pela expressao: ais r Retr R+r Os alto-falantes maiores, em geral, respondem bem as baixas fre- quéncias e siio chamados de “woofer”. Os menores respondem bem as altas frequéncias e se chamam “tweeter”. Um cuidado a tomar quando usamos dois alto-falantes é liga-1 com a mesma polaridade, isto 6, de tal forma que o deslocamento d cone seja no mesmo sentido e ndo defasado de 180°. Essa polaridac pode ser conferida ligando uma pilha aos terminais do alto-falante observando 0 deslocamento do cone de papelao. Af fica também dente que a corrente continua é indesejavel no alto-falante. O antisso: seria a geracdo, no mesmo ponto, de um som defasado de 180° de out som. Haveria siléncio em virtude do cancelamento dos dois sons. E ainda interessante lembrar que o alto-falante magnético p funcionar como microfone jé que, se movimentarmos o cone, 0 fio cionaré como gerador criando uma forga eletromotriz. Isso pode comprovado ligando os terminais de um alto-falante no osciloscépio falando sobre o cone de papelio. 6.9 Circuito magnético com permeabilidade varidvel No caso de desejarmos melhor aproximacao no célculo de um cuito magnético, néio podemos admitir que a permeabilidade seja c tante. Devemos entiio trabalhar com a curva de saturago do ferro constitui o circuito magnético. Aqui vamos admitir que estamos na da curva ou que a ida ea volta sao praticamente coincidentes. os um toroide como exemplo. O valor de H é facilmente spartir da corrente: He D este valor de H entramos na curva de saturacao e tiramos 0 B, Basta multiplicar B pela érea da segio que temos 0 fluxo. agora nosso exemplo um toroide com entreferro, no qual 0 seja calcular 0 valor de Ni para obter determinado valor de By ferro, Basta lembrar que B no ferro e no entreferro 6 0 mesmo indo espalhamento) e entrar na curva de saturagao com este ‘e sair com H no ferro. O valor Hy no ar ¢ facilmente obtido divi- B, por jg. Conhecidos os comprimentos do ferro e do entreferro, Ampére nos dé a solucao: ([Hdt=NiaHye, + He © problema seja obter B, a partir de dado valor de Ni a téc- ser usada é a da reta de carga, como se faz com resistores néo . Aplicando a lei de Ampére no toroide com entreferro: Ni=H,¢, +He “Substituindo H, ==: My Beane Ma A intersecco dessa reta com a curva de saturacdo do ferro nos da 10 de operacao (Figura 6.21) cujas coordenadas sao (B, H) no ferro. Ni Circuito magnético com ima permanente Na fabricagdo de medidores ¢ alto-falantes é comum a necessidade circuitos magnéticos nos quais o fluxo magnético é criado por um 4 permanente. Na Figura 6.22 vemos 0 circuito magnético composto ferro doce, entreferro e ima permanente com sua curva de histerese. Chamando de f, 0 comprimento do ima, de ¢ 0 comprimento do ‘o doce e de f, 0 comprimento do entreferro, a lei de Ampere nos dé: [iat= Admitindo que a permeabilidade do ferro doce é constante e lem- ‘brando que B = B,- B, vemos que B, ¢ H, devem satisfazer a equacao da reta: =H,t,+He+Hyly Hg, +2048 # Mo Porém, B, eH, devem também estar sobre a curva de histerese e a solucdo € a interseccao vista na Figura 6.22. ‘No caso do circuito ser constituido apenas por ima com entreferro, ou por ferro cujo magnetismo residual B, desejamos obter, basta fazer Capitulo be of Materiais magnéticos 205 ponto de operago Figura 6.21 xe / a xX" Ficura 6.22 206 _Ondas eletromagnéticas £ =O na equagao da reta antes de tragé-la sobre a curva de histerese do ferro. Esse procedimento é 0 mesmo utilizado em circuitos elétricos quando tracamos a reta de carga sobre a curva caracteristica de um re- sistor nao linear para obter 0 ponto de operacao. Se tivermos um ima toroidal sem entreferto, ¢ e f, seriam nulos, H, também seria nulo e B residual estaria sobre o eixo B,e teria seu maximo valor. Assim entendemos que se deve fechar 0 circuito magné- tico dos imas com um pedaco de ferro para guardé-los com um grande valor de B, para evitar sua desmagnetizacao natural. O maior valor do campo residual cria um conjugado orientador sobre os dipolos que ten- tarem a desarrumagao, por aquecimento, impacto ou presenga de um. ‘campo magnético externo. 6.11 “Atragao norte-sul dos imas = Define-se como polo norte de um ima, eletrofma ou enrolamento a regido de onde saem as linhas de campo B. E claro entao que as linhas de campo magnético entram no polo sul, percorrem 0 ferro e saem no polo norte (Figura 6.23). Vamos agora mostrar que a atragao entre o polo norte de um ima € 0 polo sul de outro ima é simples consequéncia da forca de Lorentz. A Figura 6.24 mostra as linhas de campo de um {ma agindo sobre as car it gas em movimento (correntes de magnetizacao) de outro ima. Observe que a resultante das foreas de Lorentz seré para a esque ~ da, isto é, haverd atracao. Idéntico resultado obteremos se analisarmos rob 0 efeito das linhas de B do segundo ima agindo no movimento de car gas do primeiro, como se vé na Figura 6.25. Ficura 6.24 E claro que semelhante andlise mostra que polos de mesmo noi F * se repelem. ‘ ‘Se um ima for quebrado conforme a Figura 6.26a, as duas pé Ri serio atrafdas. Porém, se ele for quebrado conforme a 6.26b, as di er (.) partes serao repelidas, jé que polos de iguais nomes foram formados. Quando um prego é aproximado de um ima, sempre existe \" atrago em virtude de o prego nao ser ima permanente, ou seja, a ori tacdo de seus dipolos ¢ feita com a proximidade do ima, de modo qui campo préprio se soma ao campo orientador, criando-se entéo um de nome oposto; as correntes de magnetizacio do imé e do prego sempre a mesma orientagio e se atraem. Aagulha magnética de uma biissola é um fma permanente em senga do campo magnético da Terra, que pode ser considerado me. Os dipolos magnéticos da agulha recebem conjugados que f sua orientagio até uma posicao de equilibrio, ou seja, se soltarmos agulha magnética flutuando no mar ela nao sai navegando. Som campos nao uniformes criam forga resultante. Campos unifo: criam conjugados. 6.12 Magnetoestri¢ao Trata-se de um fendmeno andlogo ao efeito piezoelétrico no a pressio provoca arrumacao de dipolos elétricos criando dife Figura 6.26b potencial. materiais magnéticos que respondem a excitagées mecanicas, is~ 'sdipolos magnéticos sentem tragdes e compressdes e modificam a¢ao, produzindo deformagées em suas dimensées fisicas. fendmeno da magnetoestrigdo é reversivel, ou seja, uma ex: ‘mecanica altera as propriedades magnéticas do material e, trdrio, uma excitagdo magnética faz 0 material variar suas di- ; Bes. ‘A magnetoestricao ¢ dita positiva quando o material submetido a po magnético aumenta sua dimensdo; ela € dita negativa se 0 ‘al diminuir sua dimensao. O niquel possiti magnetoestrigéo negativa, pois quando subme- a campo H da ordem de 50 A/m sofre uma reduucio da ordem de em seu comprimento. (© fendmeno da magnetoestrigdo tem utilizag4o em sonar de navios {quais a aplicagio brusca de um campo magnético no material mag Jritivo cria uma vibracdo mecanica de ultrassom que se propaga no mar. O eco desse ultrassom é recebido pelo mesmo sensor que ‘sua permeabilidade modificada pela recepsao desta onda mecanica, Copitules Materiais magnéticos _ 207 | Fontes de He M No Capitulo 5 deduzimos a equagao de Maxwell seguinte, mos. jo que as linhas de campo B circulam ao redor das correntes: VxB= py) que as linhas de B circulam ao redor qualquer movimento de cargas, inclusive dos movimentos orbitais ‘spin, surgindo a definigao de corrente de magnetizacio. Devemos do, acrescentar a equacao de Maxwell a densidade de corrente de gnetizacao J: VxB=p,] + Holm { Neste capitulo estamos vendo ‘Alei de Ampere para o campo B resulta: IB-dl=n,i+i,) Ali de Biot e Savart fica: abxG, FA pat Bate [Grind ‘Os campos H e M sao entao definidos de modo a separar mate- maticamente o efeito da corrente elétrica do efeito da corrente mag- nética: vx=J VxM= Ju ‘Assim, A vai ignorar a presenca de i,,€ M vai ignorar a presenga dei. Substituindo no rotacional de B: xB ap ¥ x A+ 1,0 xM = V x(t + HM) 208 Ondas eletromagnéticas ta Ficura 6.27 O que nos leva a: Assim, temos definidas as fontes de circulagao de H e Mi, mas ain- da nos faltam suas fontes de fluxo. Aplicando divergente a ambos os membros da tiltima igualdade, vem: V-B=p,VxA+p,V-M Porém, 0 campo B continua tendo divergente nulo, o que nos con- duz a duas hipéteses. A primeira, que o divergente de H e também o divergente de M seriam nulos; nao é verdade, pois na fronteira entre 0 ferro e 0 ar a relacdo B = ;1 H nos mostra que a variagao de permeabili- dade exige variacao de H, obrigando af a existéncia de seu divergente. Ficamos entao com a segunda hipétese, que mostra serem simétricas as fontes de fluxo de He de M: V-A+V-M=0 Essas fontes sao puramente matematicas, ndo tém existéncia fisica e so definidas por analogia ao campo elétrico D: V-A= Py VM Em que p,, se chama densidade de cargas magnéticas. 6:14 Densidade de momento de dipe ‘A definigao da fonte de circulagao de M nos permite mostrar este campo vetorial pode ser interpretado pela densidade volum: ca de momento de dipolo magnético. Vamos lembrar que um dipol magnético é um anel de corrente e que seu momento 6 o produto corrente por sua rea. Separemos agora um cilindro elementar magnetizado de di ses d$ e dé como se vé na Figura 6.27, na qual a corrente de magnet Gio di,, percorre a superficie lateral do cilindro. Vamos impor ao campo M sua nulidade fora do material que magnetizado, assim como fizemos com 0 vetor P. A lei de Ampere aj cada abragando a corrente di,,nos dé: Made = di, Multiplicando por dS e tirando o valor de M: _di,dS © dedS Porém, o numerador é momento de dipolo eo denominador & lume, resultando: M= # = densidade de momento de dipolo Assim, confirmamos que M sera grande quando houver mi dipolos magnéticos e ser nulo no vacuo e nos materiais nao ma; cos, que nao possuem dipolos. ondigées de fronteira de B, He M lisar condigées de fronteira ou de contorno em um campo ve- verificar 0 comportamento de suas componentes logo antes ois da superficie de separagio entre dois materiais. A andlise :ponente normal é feita pelo divergente e a anélise da compo- ‘tangencial ¢ feita pelo rotacional. A presenga de descontinuidade na fronteira indica fluxo nascendo em volume nulo, ou seja, ite infinito. Para o campo B, o divergente nao pode ser infinito, ele 6 sempre nulo. Entdo, na fronteira, temos: Bu = Bia Admitindo linearidade (B = 1H): Hy = tate — ouseja Hy = Hie Logo vemos que o divergente de H valerd infinito. Outro modo de ir a descontinuidade de H, é por meio da definicao: VA Aplicando 0 teorema da divergéncia: [V-Adv=fF-d3 = f pqd0= qu Usando esse resultado na gaussiana da Figura 6.28: HydS—H 5 =dq,, Hy — Aye Analogamente, 0 campo M sofre descontinuidade normal, seu di- ente vai a infinito, valendo: Na Figura 6.29 temos um circuito magnético no qual a densidade pode ser visualizada. No ferro, temos B, H e M, todos no mesmo sentido. No ar, B se ‘tém, M se anula e H aumenta. A variacdo de Me de H faz surgir p,,, fronteira. Cargas magnéticas positivas no polo norte e negativas no jlo sul. ‘A Figura 6.30 mostra 0 mesmo circuito magnético, porém com corrente desligada. Os campos B e M continuam no mesmo senti- do em virtude do magnetismo residual. O campo H no ferro inverte seu sentido (intersecgao no segundo quadrante do lago de histerese, Exercicio 6.11). As cargas magnéticas mantém sua polaridade. Obser- ‘ve que M nasce em cargas negativas, o que era de se esperar pelo seu divergente. ‘Analisemos agora as componentes tangenciais dos campos B, He M através de seu rotacional. Alei de Ampere aplicada a Figura 6.31 nos da: Hyd — Hdl = di Em que di €a corrente na fronteira, dentro da amperiana. No limi- te, a drea da amperiana se anula, porém di se mantém, resultando em uma densidade | de valor infinito. A descontinuidade tangencial leva a Copitulos Materials magnéticos _ 209 Figura 6.28 Ficura 6.29 Ficura 6.30 By Ficura 6.31 ‘Ondas eletromagnéticas fa infinito 0 valor do rotacional. Define-se entdo a densidade superficial de corrente: di Ha-Ha == in—Hy = = Je Analogamente, teremos para a descontinuidade tangencial de Be de M: By ~By = He(Js + Jon) My —My = Exemplo 6.1 Um cilindro de raio @ e altura 2s é um ima permanente com uma distribuicdo de campo M longitudinal e uniforme. Estudar as fontes de Bea configuragao das linhas destes campos. Solucio: ‘A descontinuidade normal de M nas bases do cilindro locali- za densidades superficiais de cargas magnéticas, negativas onde M Ficura 6.32 nasce e positivas onde M termina. A descontinuidade tangencial de M localiza a densidade superficial de correntes de magnetizacao, se- gundo a regra da mao direita (Figura 6.32). Podemos agora separar a configuracao resultante de M (cam- a>) po uniforme) em duas configuragGes: a primeira a partir das cargas. (conservativa, M,) ea segunda a partir das correntes (solenoidal, M.), como se vé na Figura 6.33. Observar que no exterior do ima a componente conservati cancela a componente solenoidal. Dentro do ima estas componel Moo= M tes tém inclinages que se cancelam e sua soma € 0 dado camy uniforme. Essa superposicéo de componentes pode ser conferida no Ihe em qualquer ponto do espago. Vamos verifics-la para o centro cilindro, af calculando 0 campo criado pelos dois discos de cargas pelo solenoide de correntes. O teorema da divergéncia nos garante que uma carga magne! caq,, cria campo M com um valor dado pela lei de Coulomb: 4s nr? Ficura 6.33 © campo M criado por um disco de cargas negativas pode obtido a partir da Figura 6.34. m= f Mascoso= fa es [peenet - Pam 27ARCOSO Py = dar? 2 Masa figura da: R=htgd r=hsec Capitulo 6 Substituindo: Pom p%httgihisec*@d0cos® _ Pan Mao == 0d0= 228 IP sec" to == (1-cosd,) Levando em conta que sao dois discos e substituindo 0 valor de y temos para a componente conservativa: M, = 222(1—cosd)= M(1-cos6) Para o célculo da componente solenoidal devemos usar a lei de t e Savart para o campo M. 1p, dexa Mo and Esse célculo jé foi feito no Exemplo 5.6 para o campo B, no centro solenoide: Ni 2 Por analogia, temos a componente solenoidal de M: 8 = 1, Ni (cost, +c0s0,)= 1, cost = J, £088 M, = J, C080, = Mcos6, O campo resultante pode agora ser conferido: M=M,+M,=M(1-cos@,)+Mcos0, =M ‘A configuragao de B pode ser obtida a partir das correntes, como se observa na Figura 6.35. O campo H de um ima permanente & conservativo e sua configuracio pode ser obtida da distribuicao de cargas (Figura 6.36). Observar ainda que a relagao B = 1, H+ 14. M pode ser verifica- da por superposigio de suas componentes. 5. +8,-»,(A. +H,)+H.(M,+M,) Em que B, =0,H, =0e M, € 0 simétrico de HZ, resultando 0 que era de esperar: Pois as correntes de magnetizacao criam campos B e M solenoi- dais de mesmo sentido e relacionados por j1,, como consequéncia das definigdes: VxM=],, VxB=1,(0 +7.) Vale ainda lembrar que 0 conceito de permeabilidade nao se aplica ao ferro do ima permanente, jé que nao hé linearidade entre BeH. Materials magnéticos 211 Figura 6.35 Ficura 6.36 eletromagnéticos ty 6.16 Probl de contorno Em uma regido isenta de correntes, porém com a presenga de cam- pos e materiais magnéticos, o campo H é conservativo, valendo: VxA=0 V-A=p, Por analogia ao campo elétrico E, podemos definir 0 potencial magnttico ¢,, pela igualdade: Ve, Substituindo, temos a equagio de Poisson para o potencial mag- nético: v(-¥8,)=0, VO, =—p, Essa equacao se reduz & equagao de Laplace se na regiéo nao hou- ver cargas magnéticas: VO,= Assim, podemos aplicar os métodos de solucao da equagio de La- place desenvolvidos nos capitulos 2 e 3 para obter potenciais e campos magnéticos. | Exemplo 6.2 Uma esfera de ferro, raio a, permeabilidade yest centrada | origem de um sistema de coordenadas no qual existe um campo |" uniforme apontando segundo o eixo oz. Obter o campo B dentro fora da esfera. _ Solucito: | Na Seco Esfera dielétrica em campo uniforme, no Capitulo | resolvemos um problema semelhante, em que analisamos a per | bagao provocada por uma esfera dielétrica em campo elétrico unif me. As equacées do problema eram: “ve Vb=0 As condigdes de fronteira eram a continuidade do potencial e continuidade de D normal (cE,; = €E,a)- No problema da esfera de ferro as equagées sao: H=-Vo, Ve, =0 As condigdes de fronteira s4o a continuidade do potencial continuidade de B normal (j1H,. = 1, H,2). Comparando, constatar que ha dualidade e a solucao dos problemas é a mesma, bast: trocar, na solugao antes obtida, E por H, € por je €, por pi, ol para o potencial: Copituloé Materials magnéticos_213 Hs Hrcose w+ 2h, ©, (interior ,, (exterior) = Hcos®|—r + O campo H ¢ obtido pelo gradiente e resulta: No interior: @ ua k eu 1425 Los leosea, — H|1- 4 FM |sensa, ve fetes " | 4 bs Observar que 0 campo no interior da esfera tem distribuicéo forme. O valor do campo B dentro da esfera é: Syintt 2p, + 1 Ecomo >> 14, temos: . B= (interior) = H. B = (interior) = 3y,,Ha, (Ou seja, a presenca da esfera triplica o campo B = pH que exis- a antes, no local onde foi colocada a esfera. No exterior, ainda para grandes valores de permeabilidade, o mpo B vale: emplo 6.3 Um cilindro de ferro de raio a, permeabilidade 4, foi colocado perpendicularmente a um campo tniforme H que aponta segundo eixo oy, Calcular 0 campo B dentro e fora do cilindro. Solugito: Trata-se de um problema dual ao do cilindro dielétrico da Figu- 1a 3.24, Trocando E por He «, por j1,, 0 potencial magnético resulta: 2H BTM, ®, (interior) rseng &, (exterior) = Hsend|—r + H+H, O campo F é obtido pelo gradiente: Fdinterior) — 2H leenat 7 H (interior) = 24" (senga, +cosa,)= ams .) +My 214 Ondas eletromagnéticas by Alexterior) = sen ~ hh +H, ng +Hcos¢|1-4#—#e # w+, Para j1 >> 1, 0 campo B resulta: B(interior) = 2,Hi, i i \ j B(exterior) = j.,Hsend i +45], +u,Heoso|1— r No qual se pode perceber que no interior do ferro 0 campo é uniforme e vale o dobro do que existia antes. No exterior, para pon- tos afastados do ferro, o campo nao se altera. _Exemplo 6.4 7 | Mostrar que no caso do cilindro de ferro do exemplo anterior "ser oco, seu interior é uma regio blindada magneticamente, isto é as linhas de campo B sao desviadas pelo ferro, ficando desprezivel 0 campo para r o,= senolar +f r ‘Vamos dividir 0 problema em trés regides e chamar os _ ciais de: A Ficura 6.37 i Gy = send] Ayr + o rb | Ovalor de C,é nulo para evitar 0 potencial infinito na orige |" Ovalor de A, pode ser obtido pelo fato de que para grandes val e de ro campo H é uniforme e vale: | ds ay Integrando, vem: ©,,, = -Hy =—Hrsend=send(A,r) > A,=—-H Restam entdo as constantes A,, A, C, C, que serao determi __ pela continuidade do potencial nas fronteiras r= ae r= Copitules _ Matteriais magnéticos 215 Juntando as quatro equacées dadas pelas condigées de frontei- simplificando, e substituindo o valor de A;: ¢ C. 2 Hp Abe B= —Hb+ > Eliminando denominadores: A@ =A,e+C, A,b? + C, = Hb? +C, HA? = pA, ~ wy WAP — pC, =-n,HO = nC, Tirando o valor de C,na primeira equacdo e substituindo nas outras: Ape + Ag? — Ag? =-Hb + C, MoAy? = MPA, — ba Ay + BA? BAD? —HAd + HA? =~ HHO — iC, Tirando o valor de C, na primeira e substituindo nas outras: 216 Ondas eletromagnéticas Aa = 2A, — a A, HA,D — pA? + pAgP= = HHO? = ,AQb — Aya? + 4,Aya? — 1, Fb Arrumando: A? (utp) +A, (2u0) =0 Ay? (—n+ 14.) +Aa|a? (w= ,) +B (1+ H,)] = 20H Resolvendo por Krammer, temos: 41,7 paren Fray elm) —2y1, (ut 4, )PH (uta) ~# (am) 1 Substituindo estes valores para obter C, e C,: 1.) P a (u-H,) Plat Hy) HL 7 Date Ha) oH (Hb (w+ wy) - a? (Up Antes de substituir essas constantes, vamos aplicar 0 gradi para obter 0s campos: Capitulo $ _ Materiais magnéticos (Os campos B serao dados por: fa penal a } + cos + ha, 2y, (61 +070?) ear 2p, (b* +070?) a Goa Pl Observar que 0 campo B, é uniforme e pequeno em virtude da senca de ju no denominador. Esse tipo de blindagem ¢ usada em 10 do canhao eletrénico do osciloscépio para evitar que algum po magnético desvie o feixe de elétrons. B, = 4,H =, H seng|1— “+1, H cose}

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