Você está na página 1de 15

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/234839837

ANÁLISE CRÍTICA DO LAYOUT DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: UM


ESTUDO DE CASO EM UMA AGÊNCIA BANCÁRIA

Conference Paper · January 2011

CITATIONS READS

0 5,156

5 authors, including:

Henrique Rego Monteiro da Hora Helder Gomes Costa


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) Universidade Federal Fluminense
255 PUBLICATIONS   371 CITATIONS    312 PUBLICATIONS   1,317 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Alex Ferreira Paes Lorena Santos Pereira


INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA
1 PUBLICATION   0 CITATIONS   
1 PUBLICATION   0 CITATIONS   
SEE PROFILE
SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

USER'S PERCEPTION ON THE INFLUENCE OF GAME BASED METHODS ON DEVELOPING SKILLS View project

ICHSMT 2021 View project

All content following this page was uploaded by Henrique Rego Monteiro da Hora on 28 May 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


ANÁLISE CRÍTICA DO LAYOUT DE UMA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA AGÊNCIA
BANCÁRIA

Henrique Rego Monteiro Da Hora, Helder Gomes Costa, Alex Ferreira Paes, Lorena
Santos Pereira, Mesaque Medeiros Gusmão

UFF/ISECENSA, dahora@gmail.com, UFF, hgc@vm.uff.br, ISECENSA, alexfpaes@gmail.com, ISECENSA,


lorenapereira12@hotmail.com, ISECENSA, mesaquemedeiros@hotmail.com

Resumo
A realização desta pesquisa fundamentou-se em contribuir para o projeto de definição de
modelos de Arranjo Físicos (layouts) em uma agencia bancária sob a relação da organização
com a satisfação do ambiente com execução das atividades diárias. Onde buscou-se como
objetivo principal aproximar a missão da organização ao seu ambiente físico disponível de
trabalho analisando criticamente a arrumação deste espaço físico e propor melhorias
direcionadas. Realizou-se inicialmente nessa pesquisa um estudo critico da estrutura
organizacional dos moveis e objetos, a fim de desenvolver técnicas com modelos de layout
que pudessem obter um melhor desempenho no que se refira à satisfação dos usuários. Os
parâmetros utilizados são os princípios de desempenho do arranjo físico em relação aos
fatores de arrumação e organização dos recursos moveis do local estudado. O estudo de caso
foi realizado nesta mesma agência, onde as dificuldades encontradas introduziram alterações,
desconfortos e incompatibilidades na relação entre os parâmetros de layout e os usuários deste
local. Como resultado chega-se a um novo layout que resolve diversos problemas encontrados
na situação inicial.

Palavras-Chave: Layout, Arranjo Físico, Instituição Financeira


1. Introdução
Há muitas razões pela quais um Layout é, de certa forma essencial, para uma organização,
mas escolher um modelo é uma grande responsabilidade. E para que a escolha seja coerente
com o objetivo da empresa, é necessário coletar informações sobre todo procedimento
executado, desde a entrada dos materiais até a complementação do mesmo e também a
logística deste produto, porque se não houver uma boa elaboração no inicio poderá afetar todo
o fluxo do processo, tornando este demorado, tendo um excesso de tarefas, aumento no tempo
de execução de cada uma delas, entre outros.
De acordo com Martins & Laugeni (2006), para uma boa definição do modelo de Layout , são
necessárias dados sobre as especificações e características do produto envolvido, quantidades
do mesmo e de materiais necessários para desenvolvê-lo, seqüências de operações e de
montagem, espaço necessário para cada maquina, incluindo espaço para movimentação de
quem ira operar, estoques, manutenção, informação sobre o recebimento, expedição e
transportes.
Conforme Araújo (2001, p. 53), o estudo do Layout pode trazer conseqüências desastrosas se
não forem observadas algumas recomendações.
A melhor justificativa para todo cuidado em estudos dessa natureza é o fato de que a
mudança de uma mesa e cadeira de um ponto da sala para outro pode causar um
conflito maior do que a transformação estrutural de uma organização. É certo que o
espaço físico que utilizamos é de muita importância para nós mesmos. É possível
considerar que o brasileiro, zela muito pelo espaço que utiliza e cada vez mais tem
necessidade de maior e melhor conforto. Contudo não é apenas o aspecto visual e de
conforto que deve prevalecer no estudo de aproveitamento do espaço físico, mais do
que isso importa o fluxo inexistente entre pessoas e papéis. A função do gerente é
justamente investir nas questões de espaço físico que envolve a burocracia
(ARAÚJO, 2001, p. 53).
Conforme Banzato (2008), quando se analisam os impactos das alternativas de Layout sobre a
movimentação de materiais, destacam-se duas variáveis que se tornam responsáveis pelo
dimensionamento dos recursos de movimentação necessários: intensidade de fluxo e
distância.
O estimulo para o desenvolvimento deste trabalho voltado para a instituição financeira
OMEGA se deu quando, durante os processos diários de atividades profissionais e a
circulação dos clientes no ambiente físico da instituição percebeu-se uma considerável
dificuldade na organização das tarefas realizadas pelos profissionais e clientes dessa
instituição, onde se optou analisar criticamente o Layout (Arranjo Físico) do ambiente de
trabalho e sugerir um planejamento a fim de reduzir ou solucionar problemas do Layout usado
pelos funcionários e clientes dessa instituição em questão.

2. Metodologia de Pesquisa
2.1. Classificação da Pesquisa
Para a elaboração deste trabalho, buscou-se uma fonte de dados coletados diretamente na
empresa OMEGA, na intenção de analisar criticamente o posicionamento do Layout visando
os benefícios e buscando solucionar de forma prática as falhas específicas do modelo original,
no entanto, também foram realizadas pesquisas em artigos, revistas técnicas, livros e fontes
disponíveis na literatura científica sobre otimização de Layout , a fim de ter como base as
informações necessárias para elaborar um melhor modelo de Layout na instituição em
questão. Portanto, esta pesquisa torna-se de caráter exploratória, com uma abordagem
qualitativa.
Portelli (1997), discutindo a importância da história oral, recursos de muitas pesquisas
qualitativas, nos diz que é a subjetividade do expositor que fornece às fontes orais o elemento
precioso que nenhuma outra fonte possui em medida igual. Já as pesquisas exploratórias,
segundo Gil (1999), visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo
aproximativo.

2.2. Procedimentos Técnicos


A estratégia de pesquisa neste projeto é a de analise crítica do atual Layout da empresa
OMEGA derivando os resultados da pesquisa no estudo de caso apresentado posteriormente
neste trabalho, pelo qual através deste, estima-se apresentar a verdadeira importância nas
tomadas de decisões dos Layout s bem definidos e também suas vantagens na aplicação
buscando o desenvolvimento funcional e qualidade operacional.
Para descrever a disposição, funcionalidade e estrutura do Layout da empresa em questão
realizou-se nesta pesquisa um questionário semi-estruturado aos funcionários e clientes da
instituição OMEGA a fim de coletar dados para alimentar o levantamento das informações
com relação ao Layout inicial e sugerido. Também para descrever como o trabalho realizado
pode melhorar a funcionalidade das atividades no ambiente da empresa. Vale salientar que
este questionário busca apenas analisar a satisfação das pessoas com a disposição, eficiência,
eficácia, fluxo dos materiais, informações e pessoas dentro da instituição financeira. Com
isso, foram confrontados os dados obtidos para concluir se houve ou não sucesso após a
implantação do Layout sugerido.

2.3. Limitações Metodológicas


O estudo e desenvolvimento dentro da instituição financeira OMEGA ficou limitado apenas à
descrição dos setores e o posicionamento dos mesmos dentro do ambiente físico. Constará na
abordagem de pesquisa um estudo críitico sobre a distribuição dos materiais, objetos, setores
e acessos da instituição financeira a fim de melhorar a relação dos funcionários e clientes com
novo modelo de Layout após aplicação.
Vale ressaltar que, esse trabalho não busca qualquer tipo de analise com relação ao valor
financeiro gasto ou reduzido, ou posicionamento sobre qualquer informação econômica da
instituição financeira OMEGA com relação a mudança do modelo de Layout ou não.

3. Revisão da Literatura Científica


3.1. Definições e Conceitos de Layout
Para Borges (2001), a principal área de ação de um Layout industrial é, sem nenhuma dúvida,
a empresa, dando aos elementos produtivos definição e integridade. A questão relaciona-se
com o ambiente e arranjo de departamentos, células ou máquinas em uma planta ou chão de
escritório. Por causa dos aspectos geométricos e combinatórios do problema, trata-se de um
ponto cuja solução poderá chegar a altos níveis de complexidade, de acordo com o aspecto de
variabilidade do sistema. Ainda diz que, o Layout engloba fatores quantitativos e qualitativos
que associados, podem tornar-se difíceis de modelar e analisar. Também é o que estuda as
necessidades das condições humanas para o trabalho.
Em geral, sempre é preferível fazer alguma simplificação de processo e análise,
decompondo o problema em problemas menores e separados. Isto reduz o tamanho e
complexidade do problema, permitindo um estudo mais completo de vários planos
alternativos. O Layout (plant Layout - arranjo físico) é um estudo sistemático que
procura uma combinação ótima das instalações que concorrem para a produção,
dentro de um espaço disponível. Layout é a maneira como os homens, máquinas e
equipamentos estão dispostos em um ambiente. O problema do Layout é a locação
relativa mais econômica das várias áreas de produção na empresa. Em outras
palavras, é a melhor utilização do espaço disponível que resulte em um
processamento mais efetivo, através da menor distância, no menor tempo possível
(BORGES, 2001).
No ponto de vista de Oliveira (2008) os objetivos básicos do Layout são:
Integração total de todos os fatores que afetam o arranjo físico; movimentação de
materiais por distâncias mínimas, trabalho fluindo através da fábrica, todo o espaço
efetivamente utilizado, satisfação e segurança para os empregados, um arranjo
flexível que possa ser reajustado, minimizar custos de processamento, transporte e
armazenamento de material ao longo do sistema de produção.
Para Oliveira (2001), os objetivos buscados por um planejamento de Layout são:
Obter um fluxo de informações eficiente;
Obter um fluxo de trabalho eficiente;
Utilizar melhor a área disponível;
Facilitar a supervisão e a coordenação;
Reduzir a fadiga do empregado;
Isolar elementos insalubres (ruídos, vapores, iluminação, etc);
Aumentar a flexibilidade para as variações necessárias;
Clima favorável para o trabalho (motivação);
Impressionar favoravelmente clientes e visitantes.

3.2. Principais Tipos de Layout


De acordo com Krajewski & Ritzman (1999 apud FERNANDES, 2007) quando se escolhe
um Layout apropriado o mesmo pode proporcionar melhorias na organização e comunicação
das empresas, além de estar se direcionando as prioridades de competição desejadas no
mercado.
O Layout do setor produtivo é um dos grandes responsáveis pelos desperdícios
identificados pela filosofia da Produção Enxuta. Os tipos de desperdícios
diretamente relacionados à disposição dos meios de produção são o transporte, a
movimentação nas operações e os estoques.
Slack et. al. (2002) concordam que existem quatro tipos de Layout s principais os quais serão
apresentados a diante:
1. Layout por processo ou funcional;
2. Layout por produto ou de linha;
3. Layout celular;
4. Layout posicional ou fixo.

3.2.1 Layout por Processo ou Funcional


Segundo Martins & Laugeni (2006), os procedimentos e os equipamentos do mesmo tipo são
desenvolvidos no mesmo local e também operações ou montagens similares são unidas na
mesma área (Figura 1). O objeto se movimenta tentando alcançar os diferentes processos. O
Layout é flexível para atender a mudanças de mercado e do espaço físico, atendendo a
produtos diversificados em quantidades variáveis ao longo do tempo. Esse modelo apresenta
um fluxo longo dentro do ambiente da organização, que é adequado a produções variadas em
pequenas e/ou médias quantidades. Este modelo de Layout também proporciona uma relativa
satisfação no ambiente de trabalho.
Na visão de Tompikins et. al. (1996) este padrão de Layout é praticado através da união de
processos semelhantes em áreas específicas, formando setores de processos, conforme
podemos identificar na Figura 1.
Figura 1: Exemplo de Layout por processo. Fonte: Tompkins et al. (1996).

A movimentação de materiais não é calma e continua como no arranjo físico por produto.
Tipicamente há muito fluxo entre os departamentos e pouca movimentação dentro de cada
setor. O Sistema de produção é mais complicado e decisões operacionais como programação e
carga são importantes e trabalhosas. As escalas de estoques e lead- times dos procedimentos
são maiores.

3.2.2 Layout por produto ou em linha.


Para Martins & Laugeni (2006) as máquinas e/ou as departamentos de trabalho são
posicionadas para ficar de acordo com a seqüência das atividades e são executadas de acordo
com a seqüência determinada sem percorrer caminhos alternativos, ou seja, precisam passar
pelo percurso estabelecido. O objeto cursa um caminho previamente determinado no
processo. É apontado para produção com baixa ou nenhuma variedade, em quantidade alta e
constante ao longo do tempo. Necessita de um forte investimento em maquinário e pode
apresentar problemas com relação à qualidade dos produtos desenvolvidos ou produzidos
caso não chegue a ter um bom aproveitamento do modelo de Layout . Para quem opera este
modelo costuma gerar índice elevados de estresse e monotonia.
De acordo com Martins & Laugene (1999), no Layout em linha as maquinas são colocadas de
acordo com a seqüência de operações e são executadas de acordo com a seqüência
estabelecida sem caminhos alternativos. O material percorre um caminho previamente
determinado dentro do processo.
O modelo de Layout por produto tem a melhor configuração para realizar a produção
contínua, o qual a estratégia da empresa está focada na fabricação de um único item. Nesse
modelo de arranjo físico, os departamentos de trabalho são seqüenciais, de modo que os
produtos são unidos de acordo com a sua movimentação pelos setores, sendo cada um deles
responsável pela execução de uma parte do trabalho (TOMPKINS et al. 1996).
Este tipo de Modelo pode ser observado na Figura 2:

Figura 2: Exemplo de Layout de produto ou em linha. Fonte: Tompkins et al. (1996).


Groover (1987, p.28 apud GORGULHO JUNIOR 2010) destaca a grande rigidez
deste arranjo físico, adotado somente quando o volume de produção justifica o
investimento, que é extremamente alto. Enquanto um arranjo físico funcional pode
ser elaborado aos poucos o arranjo físico em linha deve ser implantado de uma só
vez.
A Figura 3 apresenta uma representação para este arranjo físico.

Figura 3: Arranjo físico em linha. Fonte: Groover (1987 apud GORGULHO JUNIOR, 2010)
Este arranjo não necessita de mão-de-obra altamente qualificada e a maioria das tarefas é
simples e repetitiva. A movimentação de materiais é reduzida, o lead time é curto e o
inventário é baixo. Entretanto os equipamentos requerem alta confiabilidade, pois a falha em
uma estação pode causar parada de toda a linha. A linha de montagem é o exemplo mais
típico deste tipo de arranjo físico.

3.2.3 Layout Celular


Segundo Martins & Laugeni (2006) em definir em apenas um local (a célula) máquinas
variadas que possam produzir o produto completo. O produto se movimenta dentro da célula
para realizar os processos necessários. A característica principal é a relativa flexibilidade
quanto ao volume de lotes por produto produzido. Isso permite um nível significante de
qualidade e de produtividade, mesmo tendo uma tendência para especificidade para uma
família de itens. Reduz também o deslocamento do material e os estoques. A responsabilidade
sobre o produto final é centralizado e transmite satisfação no trabalho, com isso, torna a
produtividade quase full-time.
Na opinião de Arruda (1994 apud SILVA et al, 2005), a manufatura celular é definida como a
divisão física de uma dinâmica manufatura convencional, posicionada no interior de uma
produção celular. Acrescenta que cada célula do ambiente é desenvolvida para fabricar com
total eficácia tipos comuns, ou formas de itens que possuam maquinas, processos e fixações
parecidas.
Células ou mini-fábricas de produção é o rearranjo do Layout do setor de
manufatura em ilhas de produção. Para cada um desses dois tipos de organização
física do setor produtivo é designado um conjunto de produtos que sofrem operações
específicas. A diferença consiste no fato de que a quantidade de produtos alocados
para as mini-fábricas de produção é bem maior do que no Layout celular. Além
disso, as células de produção têm como princípio a utilização de um ou dois
operários. No ambiente de mini-fabricas mais de dois operários podem ser utilizados
na produção (ARRUDA 1994 apud SILVA et al 2005).
De acordo com Barbosa (1999), “entre algumas das vantagens do arranjo físico celular, as
quais podemos também correlacionar com as mini-fábricas de produção", encontram-se:
a) A facilidade para o retrabalho, quando eventualmente forem encontrados itens
defeituosos no final na linha;
b) A ausência de corredores, implicando na eliminação de veículos e pessoas que
não estão sendo aproveitadas nas atividades produtivas;
c) A facilidade de movimentação de materiais e ferramental, que está ligada ao
encurtamento da distância entre os equipamentos e postos de trabalho.

Figura 4: Arranjo físico celular. Fonte: Black (1991 apud GORGULHO JUNIOR, 2010)
Segundo Geib (1991 apud NASCIMENTO et al., 2007), pode-se definir trabalho em células
como uma tecnologia de organização de um sistema de produção onde:
a) Quanto ao fluxo de produção: procura-se o balanceamento da produção de
operação para operação, de modo que um setor ou grupo de trabalho é dividido
em subgrupos ou células de trabalho, segundo técnicas que possibilitam
alcançar o balanceamento proposto;
b) Quanto aos aspectos comportamentais e psicológicos envolvidos: procura-se
fortalecer o espírito de grupo e a motivação ao trabalho dos operadores, de
modo que o grupo, interagindo, cria uma forte sinergia, resultando daí um
propício ambiente de trabalho.
Entre os tipos básicos de arranjo físico, Slack et al. (2002) destacam o arranjo físico celular.
O Layout celular é aquele em que os recursos transformados, entrando no processo de
operação, são pré-selecionados para se deslocarem a uma parte específica do setor (ou célula)
onde todos os recursos necessários para transformar e atender a suas necessidades principais
de processamento se encontram. A célula em si, pode ser arranjada de acordo com o arranjo
físico por processo ou produto.
3.2.4 Layout Posicional ou Fixo
No arranjo físico posicional, o produto permanece fixo, enquanto os recursos como mão-de-
obra, máquinas e ferramentas se movimentam até ele para realizar o processamento (Figura
5). O arranjo fixo é flexível, pois tende a acomodar variedades no projeto. As habilidades
necessárias são altas e o trabalho é feito em equipes, o que fornece oportunidade de
enriquecimento do trabalho. A demanda é baixa ou esporádica e o produto é dificilmente irá
se movimentar. Este é o caso da construção de edifícios, navios, aviões e equipamentos de
grande porte.
O Layout posicional é contraditório se levar em consideração o padrão dos outros modelos,
pois os recursos transformados não se movem entre os recursos transformadores, mas sim o
inverso. Em vez de materiais, informações ou clientes fluírem através de um processo, quem
sofre o processamento se mantém parado, enquanto os recursos que realiza a montagem do
produto como, equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se para a cena do
processamento na medida do necessário (SLACK et. al. 2002).
Silva et al (2005) ainda destacam que:
Esse tipo de Layout é utilizado, por exemplo, quando os recursos a serem
transformados são muito grandes e de difícil locomoção. A indústria naval utiliza
este tipo de arranjo físico. Este tipo de Layout também é utilizado na construção
civil, pois os recursos transformados normalmente são produzidos para
permanecerem em um único local indefinidamente, exemplo prédios, pontes,
barragens, etc.
A marca principal desse tipo de arranjo físico é a baixa produtividade, além do que um
produto raramente é rigorosamente igual a outro.

Figura 5: Exemplo de Layout posicional. Fonte: Tompkins et. al. (1996)

4. Estudo de Caso
4.1. A empresa OMEGA
Situada no município de Campos dos Goytacazes no norte do estado do Rio de Janeiro, a filial
da empresa do segmento financeiro, apresenta atualmente um quadro de 70 (setenta)
funcionários, onde 19 (dezenove) são ligados diretamente ao atendimento na área comercial.
A empresa incorporou a instituição OMEGA em setembro de 2004, desenvolve uma produção
anual superior 20.000 produtos bancários, sendo está produção relativa entre cartões de
crédito, títulos de capitalização, seguros, crédito, consorcio e abertura de conta, e tendo como
seu publico alvo os correntistas desta agência.
4.2. Perfil da empresa OMEGA
Em meio ao desenvolvimento estrutural e tecnológico, também se fez de forma primordial o
desenvolvimento do processo de desverticalização da cadeia de valores da empresa, visando
excelência produtiva para atingir uma colocação equivalente de referencia no mercado, bem
como a satisfação direta dos clientes.
A empresa OMEGA possui como ponto forte de atuação produtiva da região norte e noroeste
fluminense. Buscando sempre ser a agência líder em performance sustentável e satisfação dos
clientes. Tendo como princípios a conduta ética, a transparência, boas práticas de governança
corporativa, foco na prestação de serviços financeiros e busca de rentabilidade, resultados e
desempenho com segurança.

4.3. A Situação Problema


Devido à forte influência do mercado consumidor que atualmente exige cada vez mais das
empresas um grau elevado de excelência que vai além do cumprimento de prazos e qualidade,
iniciou-se um planejamento estratégico focando analisar e atender tanto aos requisitos que
influenciam o mercado consumidor quanto aos fatores internos organizacionais, atuando
sobretudo com eficiência e eficácia agregando um diferencial em sua qualidade para manter-
se em uma posição equivalente no mercado.
Desta forma, pode-se separar o quadro estrutural da empresa em alguns aspectos. O primeiro
aspecto é relativo ao setor de infra-estrutura, pois o ambiente de trabalho era impróprio e
caracterizado pelo desconforto e índices de insegurança. O segundo aspecto é quanto ao
processo produtivo, pois os produtos não estavam sendo oferecidos aos clientes de acordo
com suas necessidades, o que gerava um alto índice de cancelamento. O terceiro aspecto é
quanto à sinalização indicando os setores da agência, o que gerava um transtorno tanto para o
cliente quanto para o funcionário, que tinha que parar várias vezes para dar informação. Outro
aspecto relevante é a falta de um setor de consignação, já que o funcionário responsável por
fazer empréstimo consignado apesar de ter uma mesa não tinha computador para fazer a
simulação e a contratação, então se fazia necessário usar as estações de trabalho dos
funcionários do atendimento.
Figura 6: Layout inicial Instituição Financeira OMEGA. Fonte: Desenho ilustrativo Inst. Financeira
OMEGA Jun./2010.

Figura 7: Layout sugerido Instituição Financeira OMEGA. Fonte: Desenho ilustrativo Inst. Financeira
OMEGA Nov./2010.
5. Análise Crítica & Resultados
5.1. Situação Inicial
Em detalhes observa-se que a movimentação dentro da organização torna-se prejudicada
devido às falhas da formatação existente (falhas essas relatadas na tabela 4). Verifica-se
também que existem algumas necessidades indispensáveis para o conforto e acomodação dos
clientes e funcionários, que não se encontram presente no Layout inicial da instituição
financeira OMEGA. Necessidades essas que influenciam diretamente na satisfação tanto
interna quanto externa.
No entanto, é fácil observar que a disposição do espaço físico da filial ajuda à formatação e
alteração do modelo de Layout inicial sem prejudicar o andamento da execução das tarefas,
pois essa alteração demanda de um determinado tempo, espaço e mão-de-obra necessários
para realizar as ações medidas para execução do processo, espaço esse o qual a instituição
apresenta em grande escala e dispõe a possibilidade para flexibilizar as atividades durante o
tempo de execução das alterações do modelo.
A planta baixa pode ser verificada na Figura 6, presente no apêndice deste trabalho

5.2. Situação Sugerida


Com o Layout proposto pode-se visualizar o aproveitamento de cada espaço, tornando o
ambiente organizado, seguro e confortável. Também se verifica que não são necessárias
grandes alterações na estrutura física do local para realizar as devidas alterações no âmbito de
aplicar um modelo de Layout adequado ao ambiente e satisfatório para quem circula ou o
utiliza.
No modelo de Layout trabalhado, procurou-se aproximar a necessidade das pessoas com a
disponibilidade física da instituição OMEGA para que estimulasse a integração da
organização com os clientes e funcionários.
Neste novo modelo é também imposto um ambiente em que a organização possa compreender
as necessidades de cada pessoa ao local em que executa suas atividades tanto pessoais quanto
profissionais, pois é necessário não apenas mudar a aparência, mas também a cultura
organizacional e a estima das pessoas que circulam neste ambiente de trabalho. Neves (2000,
p.22), afirma que o clima organizacional é matéria estudada a mais tempo do que a cultura,
visto que as empresas precisam mensurar dados estatísticos acerca do mesmo em seus
ambientes de trabalho, enquanto que à cultura organizacional é destinado um aspecto muito
mais conceitual e reflexivo.
No entanto, pode-se definir este novo modelo sugerido como um natural e adequado à visão
desta empresa. Já que a posição da mesma no mercado esta representativamente ligada a
comodidade e segurança no que diz respeito a infra-estrutura e qualidade de serviço.
A planta baixa da situação sugerida pode ser verificada na Figura 7, presente no apêndice
deste trabalho.
Na Tabela 4 apresenta-se a o resumo das falhas e melhorias sugeridas na análise do Layout .
Tabela 1: Falhas do modelo inicial x Soluções/Justificativas novo modelo.
Falhas do modelo do Layout
Melhorias, Novo modelo de Layout Soluções/Justificativas.
Inicial
O banheiro que antes era para os clientes passou a ser para os funcionários,
Banheiro de funcionários
foi construído um banheiro masculino e um feminino só para os clientes do
distante do pátio
lado oposto da agência.
Filas se cruzando (caixa-ordem A fila dos caixas mudou a sua direção para evitar que se cruzassem com a fila
de pagamento) da ordem de pagamento.
Só uma entrada Foi criada uma entrada pelo estacionamento.
Falta de sinalização de setores
Todos os setores da agência foram sinalizados com placas presas ao teto.
dentro da agência
Falta de balcão de informações Foi criado um balcão de informações.
O bebedouro que antes era em frente ao banheiro foi colocado na sala de
Bebedouro mal localizado
espera da PJ, ao lado do sofá.
Sem setor de empréstimo Foi criado um setor de empréstimo consignado com um sistema próprio e
consignado sofás de espera.
Número de mesas incompatível
As mesas e cadeiras foram trocadas e instaladas de acordo com as normas de
com a quantidade de
segurança do trabalho.
funcionários
Foi construído um pequeno almoxarifado entre a gerência e o atendimento ao
Almoxarifado distante do pátio
cliente.
Caixa distante Os caixas são distantes da porta de entrada por questões de segurança.
Fonte: Estudo dos dados nos modelos das Figuras 6 e 7.

6. Conclusão
6.1. Quanto aos objetivos
O modelo de Layout bem estruturado é um trabalho que, quando bem distribuído combinando
todos os materiais, moveis presentes com a estrutura do ambiente, influencia em sua grande
maioria na satisfação do pessoal com o desenvolvimento das atividades no ambiente de
trabalho. No entanto, considera-se que a empresa que busca a excelência ou melhoria básica
de Layout por apresentar um modelo consideravelmente ineficaz encontrara algumas
resistências para realizar tal reformulação por se tratar de um procedimento que se torna
desafiador tendo em vista que requer uma grande demanda de tempo para alterar e estudar o
ambiente.
No âmbito da questão, em geral, foi analisado que a instituição mencionada apresenta
algumas dificuldades em sua estrutura física devido à má formatação do Layout , de seus
objetos e complementos. Com isso, buscou-se as necessidades de reformulações estruturais na
distribuição física organizacional. A forte exigência do mercado moderno faz com que as
empresas tomem iniciativas fundamentando-se no grau de excelência elevado, buscado por
todas as instituições comprometidas com o desenvolvimento, para satisfazer seus clientes
internos e externos, onde este é a verdadeira força de influência do mercado. Contudo, essa
exigência vai afora da qualidade de prazos e atendimento das instituições, por isso a
necessidade de um planejamento estrutural organizacional gradual, faz com que insira um
diferencial na qualidade para manter e melhorar a realização de procedimentos e
desenvolvimento dos processos executados pelos clientes internos e externos.
Constatou-se então, que na instituição analisada após estruturado o novo modelo o mesmo se
apresentou basicamente como um Layout por processo ou funcional mesclado com as
variações de Layout em corredor, espaço aberto e Layout de escritórios. Tendo em vista que
sua funcionalidade depende exclusivamente da adaptação da organização a padronização ao
novo modelo.
Portanto, o resultado da aplicação do Layout foi bem disposto e alcançado, ao desejado de
acordo com os objetivos e as analises criticas apontadas do projeto durante este trabalho.
6.2. Quanto ao trabalho realizado
O mercado de instituição financeira está cada vez mais moderno e organizado no que se refere
a Layout de trabalho, para que seus clientes e funcionários possam utilizar da melhor forma o
ambiente físico e aplicar os processos da instituição da forma mais flexível e estruturada.
Sendo assim estão sempre em busca da eficiência e qualidade no atendimento e realização dos
procedimentos. Por isso a instituição financeira segue uma tendência holística de análise,
justamente para manter a posição e conceito da instituição em ascendência.
Foi visto durante várias visitas a esta filial da instituição financeira OMEGA que a mesma
apresentava grande dificuldade tanto na realização das tarefas internas (atividade dos
funcionários), quanto no atendimento aos clientes. Devido à falta de planejamento e
distribuição dos objetos no espaço físico interno.
Contudo, constatou-se que não havia um planejamento para a melhoria do Layout desta filial
após realizarmos um estudo panorâmico e sistêmico do ambiente. Com isso este problema
está prejudicando a imagem da instituição e desvalorizando a sua tendência organizacional.
Portanto, como resultado do aumento dos postos de trabalho e da reorganização do ambiente
propostos pelo novo modelo, a empresa OMEGA obteve um maior aproveitamento de suas
instalações, gerando um ambiente organizado, influenciando diretamente na satisfação dos
funcionários e clientes reduzindo também tempo das atividades internas.

6.3. Quanto aos trabalhos futuros


Devido ao grande valor desse assunto para as empresas, deriva-se que a partir deste trabalho
torna-se influenciável a evolução da pesquisa dos Layout’s aplicados nas instituições em
geral, podendo desempenhar no mercado uma moderna e organizada maneira de se estudar e
aplicar um modelo de Layout adequado a determinada organização. Portanto, calcula-se que a
continuidade desta pesquisa é imensurável, analisando a devida importância do assunto para o
mercado e desenvolvimento profissional.

7. Referências Bibliográficas

ARAUJO, L. C. G., Organização, Sistemas e Métodos e as Modernas Ferramentas de Gestão


Organizacional. São Paulo: Atlas, 2001.
BANZATO, E. Projeto de Armazéns. São Paulo: IMAM, 2008.
BARBOSA, F. A., Um estudo da implantação da Filosofia Just in Time em uma empresa de grande porte e
a sua integração ao MRPII. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), UFSCAR, São Carlos, 1999.
BORGES F. Q. Layout. Revista Latu & Sensu, Belém, v. 2, n. 4, p. 29-35. 2001.
FERNANDES, J. R.; Estudo da implantação de um Layout celular – Trabalho de conclusão de curso
(Bacharel em Engenharia de Produção) – Joinville, SC, 2007. Disponível em:
http://www.producao.joinville.udesc.br/tgeps/2007-01/2007_1_ tcc07.pdf Acessado em: 6 nov 2010.
GIL, A.C., Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999
GORGULHO JUNIOR J. H. C.. Automação da manufatura. notas sobre: arranjos físicos - Universidade
Federal de Itajubá – UNIFEI - Instituto de Engenharia de produção e Gestão – IEPG; Mar 2010. Disponível em:
http://www.iem.unifei.edu.br/gorgulho/eme006/EME006_2010b_Arranjos_Fisicos.pdf Acessado em: 5 Nov
2010.
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P., Administração da Produção, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
NASCIMENTO, S. P. ; BEHR, R. R. ; BIANCO, M. F. Uma análise da utilização do conceito de células de
trabalho em serviços: estudo de caso em uma instituição financeira. In: Encontro de Engenharia de
Produção, 2007, Foz do Iguaçu.
OLIVEIRA D. M.; LAYOUT DE FABRICA – Artigo: Jornal livre; 5 set 2008. Disponível em:
http://www.jornallivre.com.br/199938/Layout -de-fabrica.html Acessado em: 6 Nov 2010.
PORTELLI, A. O que faz a história oral diferente. In: Cultura e Representação. São Paulo: Projeto História,
no. 14. Educ, 1997.
SILVA. L.; BUOSI T.; SILVA V. C. O.; Melhorando o Layout físico através da aplicação do conceito de
celula de produção e redução da movimentação: um estudo de caso – São Carlos, SP, Brasil, 2005.
Disponível em: http://www.hominiss.com.br/admin/docs/arquivos/Melhorando_o _Layout _fisico.pdf Acessado
em: 3 Nov 2010.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JONHSTON, R., Administração da Produção. 2ªed. São Paulo: Atlas, 2002.
TOMPKINS, J. A.; WHITE, J. A.; BOZER, Y. A.; FRAZELLE, E. H.; TANCHOCO, J. M. A. & TREVINO,
J. Facilities Planning. Jonhn Wiley & Sons, Inc. Copyright, 1996.

View publication stats

Você também pode gostar