Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
II – CREDENCIAIS DA AUTORIA
IV – DIGESTO
1
nos estudos qualitativos e evolução histórica e transformadora as pesquisas sociológicas e
qualitativas.
Em relação à pesquisa sociológica (uma forma de pesquisa qualitativa), verifica-se a
presença de um conjunto de especificidades, tais como: ausência da neutralidade do
pesquisador, objetividade relativa, flexibilidade na coleta de dados e heterodoxia da análise
dos mesmos. Já em relação as críticas feitas as pesquisas qualitativas os principais pontos de
atenção são destinados aos elementos que acentuam o seu caráter descritivo e narrativo.
A questão da ética no processo de elaboração das pesquisas qualitativas é relevante
para garantir a construção de estudos não tendenciosos. Esse debate se faz necessário devido a
proximidade observada entre o pesquisador e pesquisado. Já a evolução histórica da pesquisa
sociológica foi reflexo dos momentos históricos vivenciados pela humanidade. Assim como
os sujeitos passaram por transformações, tanto a pesquisa sociológica, quanto a pesquisa
qualitativa, que estudando os processos sociais e os sujeitos, passaram por transformações.
2
Como as pesquisas qualitativas são orientadas para a análise dos microprocessos, ou
seja, os estudos das ações sociais individuais e grupais, as técnicas de coletas de dados são
caracterizadas pela flexibilidade a situação que é estudada. Como consequência o pesquisar
engajado nesse tipo de trabalho científico, deve possuir competências como: criatividade,
intuição e imaginação, além de uma sólida formação técnica, para viabilizar a análise dos
dados apurados. Conforme defendido Robert Nisbet (2000) o trabalho do pesquisar envolvido
em uma pesquisa qualitativa, pode ser comparado ao trabalho artístico e classificado como
artesanal. Devido suas características singulares que variam de acordo com o problema e
objetivos de uma pesquisa.
A segunda seção do artigo apresenta as principais críticas da comunidade acadêmica à
abordagem qualitativa de pesquisa. O elemento central da pesquisa qualitativa, a presença
marcante da subjetividade, pode conduzir a estudos especulativos ou abstratos e superficiais.
Capazes de comprometer a neutralidade e a objetividade da produção do conhecimento
científico. Sendo considera por muitos, como estudos pré-científicos, dado ao elevado nível
de subjetividade.
São enumeradas e discutidas as quatro principais críticas da abordagem qualitativa de
pesquisa, são elas: a questão da representatividade, a questão da subjetividade, os problemas
relacionados ao coleta, processamento e análise de dados e questão da generalização dos
resultados.
Em relação a representatividade, é questionado a relevância dos estudos qualitativos,
feitos em sua grande maioria, com casos específicos. Considera-se a possiblidade do caso ou
dos casos selecionados para o estudo, não conseguirem ser ilustrações válidas da realidade um
sentido mais amplo.
A segunda crítica, aborda a questão da subjetividade, que é produto da interação entre
o pesquisador e o objeto de estudo. Ao mesmo tempo que essa proximidade possibilita a
realização das pesquisas qualitativas, ela coloca em debate a validade da pesquisa e o caráter
científico do conhecimento e do material produzido.
A terceira crítica reside nos problemas técnicos encontrados no momento de realizar a
coleta, o processamento e análise de dados. A primeira limitação apontada é a dificuldade
encontrada pelos pesquisadores para coletar tais informações. Após o árduo trabalho para
coletar os dados, surge a tarefa de organizar o grande e complexo volume de material obtido,
o que pode comprometer a qualidade da análise, caso o pesquisador não tenha expertise
necessária para tal tarefa.
3
A quarta e última crítica está associada a primeira crítica listada. Pelo fato de existir a
possibilidade dos casos considerados para a construção da pesquisa não serem representativos
do todo, será impossível realizar a generalização, ou seja, tornar aplicável os resultados
encontrados para um conjunto maior de casos.
A terceira seção do artigo discute outra peculiaridade da pesquisa qualitativa, a
necessidade de levantar a questão da ética no processo de desenvolvimento dos estudos. Esse
quesito se torna relevante devido a expressiva proximidade e envolvimento do pesquisador
com o sujeito pesquisado. A não observância da ética, no fazer da pesquisa qualitativa, pode
conduzir a resultados tendenciosos. O indivíduo que realiza uma pesquisa dessa natureza,
deve posicionar com um pesquisar e não como um militante, que é frequentemente seduzido
por uma ideologia. Em uma situação em que o pesquisar realiza a imersão em uma realidade,
com o objetivo de produzir um estudo, o mesmo deve examinar a realidade como ela é, não
como acredita que deva ser. Nesse sentido, um dos propositivos da pesquisa qualitativa é
produzir conhecimento que emancipe os sujeitos pesquisados e os torne autônomos.
A quarta e última seção do estudo, resgata dois momentos históricos relacionados ao
desenvolvimento da pesquisa sociológica e qualitativa. Segunda a autora, em geral a pesquisa
qualitativa, está orientada para aspectos de investigação micro-sociológicos, ou seja, temas
mais pontuais e específicos. Enquanto a tradição norte-americana, para esse tipo de pesquisa
está voltado para os aspectos macro-estruturais que busca trabalhar com múltiplos casos, ou
seja, o padrão de pesquisa denominado de Survey Research.
A partir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a pesquisa sociológica ganhou um
novo delineamento. Estando mais atenta a pressupostos antes característicos de pesquisas de
natureza quantitativa. Tal ideal foi construída no âmbito na academia norte americana e
depois disseminada para Europa e América Latina. Tendo como principal instituição
representante dessa mudança de paradigma, a figura dos centros de pesquisas, como por
exemplo, Bureau of Applied Social Research da Universidade de Colúmbia.
Segunda a autora, nesse momento, a pesquisa passa a ser compreendida como um
produto a ser comercializado em um mercado. E assim passa a ter como características
basilares a neutralidade e a objetividade, questões antes difíceis de serem alcançadas por
estudos qualitativos. Se, em sua essência, o pesquisador qualitativo era comparado a um
artista, por produzir algo artesanal, nesse momento o mesmo passa que ser considerado um
profissional que gera algo mais generalista.
4
O segundo momento histórico, importante para a pesquisa sociológica, foi iniciado a
partir da década de 1950, onde passou-se a criticar as características das pesquisas
sociológicas observados no pós-guerra. Criticava-se o chamado cientificismo ou de
empirismo abstrato, discutido anteriormente. Nesse segundo momento histórico, o cerne das
discussões estava firmado na retomada da essência da pesquisa qualitativa, e principalmente
na defesa do argumento de que a pesquisa qualitativa deve ser útil aos grupos sociais, e que a
solidariedade deve ser o elemento sucessor da objetividade. Assim o conhecimento fruto da
pesquisa qualitativa deve ser útil para os sujeitos. Útil no sentido de ser passível compreensão
por todos os sujeitos envolvidos.
VI – CRÍTICA DO RESENHISTA
b) Mérito da obra
O artigo possui grande valor acadêmmico tanto para a Sociologia, quanto para as
demais Ciências Humanas, devido a reflexão profunda acerca da metodolodia qualitativa de
5
pesquisa. Apesar dos argumentos e temas apresentados não serem necessarimente originais, a
maneira pela qual foram abordados e as dissertações da autora em relação a alguns pontos,
tornaram a leitura um momento avalioso para reflexão do processo de fazer pesquisa.
c) Estilo empregado