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Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola de Química

IQF367 - Físico-química experimental

Docente: Carlos Bielschowsky

Discente: Leandro Jesus Sousa

MEDIDA DA PRESSÃO DE VAPOR DE UM LÍQUIDO PURO

1. Introdução

A pressão de vapor é a pressão exercida pelo vapor de uma substância líquida no


líquido quando ocorre o equilíbrio entre essas fases. A pressão de vapor é uma
propriedade característica de líquidos e está relacionada diretamente com as forças de
interação entre as moléculas que formam esse líquido e a temperatura do sistema. Quanto
menor a pressão de vapor, maior são as forças de atração entre as moléculas e maior a
temperatura necessária para se atingir o ponto de ebulição. Quanto maior a temperatura
do sistema maior tende-se a ser a pressão de vapor.

A pressão de vapor é uma propriedade medida apenas no equilíbrio líquido –


vapor. Ou seja, quando a quantidade de líquido vaporizado é igual a quantidade de vapor
condensado.

A equação de Clausius-Clapeyron pode ser deduzida a partir de uma análise de


equilíbrio entre duas fases. Parte-se do ponto em que os potenciais químicos são iguais,
dado o equilíbrio líquido-vapor.

μL = μv em um dado valor de pressão e temperatura. Pequenas alterações de


pressão e temperatura provocam pequenas alterações nos potenciais químicos.

μL + dμL = μV + dμV em (T+dT, P+dP). A partir da Equação de Gibbs-Duhem:

2. Procedimento experimental
Um aparato parecido com o da imagem abaixo foi montado.

Com a utilização de uma bomba de vácuo, retira-se o ar de dentro da tubulação


que será preenchida por vapor em uma dada temperatura. É medida a variação da altura
de uma coluna de mercúrio no tubo em “U” que será utilizada para calcular a pressão do
vapor, com a devida correção com a pressão atmosférica, que era de 765,5 mmHg no dia
da realização do experimento. Após a obtenção da media, resfria-se e o vácuo é regulado
a partir da abertura e fechamento da válvula.

3. Resultados e discursão

A partir dos dados experimentais fornecidos, obteve-se a seguinte tabela, com os


cálculos devidamente realizados:

Tabela 1 – Dados experimentais fornecidos pelo professor

T(°C) hs hi T(K) 1/T Dh Pv ln(Pv)


63,9 782 190 337,05 0,00297 592 173,5 5,15618
64,8 772 197 337,95 0,00296 575 190,5 5,24965
68,1 761 206 341,25 0,00293 555 210,5 5,34949
70,1 750 215 343,25 0,00291 535 230,5 5,44025
71,9 740 223 345,05 0,0029 517 248,5 5,51544
73,4 731 230 346,55 0,00289 501 264,5 5,57784
74,9 721 239 348,05 0,00287 482 283,5 5,64721
76,3 711 246 349,45 0,00286 465 300,5 5,70545
77,6 701 254 350,75 0,00285 447 318,5 5,76362
78,9 691 263 352,05 0,00284 428 337,5 5,82157
Tabela 2 – Dados tabelados de pressão de vapor da água.

Pv T(°C) T(K) 1/T ln(Pv)

156,43 61 334,15 0,002993 5,052609


179,31 64 337,15 0,002966 5,189116
214,17 68 341,15 0,002931 5,36677
254,6 72 345,15 0,002897 5,539694
314,1 77 350,15 0,002856 5,749711
369,7 81 354,15 0,002824 5,912692

Para fins de comparação, plotou-se uma série de dados tabelados juntamente com
os dados fornecidos pelo professor, como pode ser visto no gráfico abaixo:

5,9

5,8

5,7
y = -5052,1x + 20,164
5,6 R² = 0,9958

5,5 Dados fornecidos pelo professor


Dados tabelados
5,4

5,3

5,2

5,1

5
0,0028 0,00285 0,0029 0,00295 0,003 0,00305

Ao plotar os dados tabelados para a pressão de vapor da água, obteve-se a equação da reta

y = -5089,1x + 20,284, enquanto que para os dados fornecidos pelo professor obteve-se

y = -5052,1x + 20,164 com um coeficiente de correlação de 0,9979. Logo os dados se adequam


bem ao perfil linear neste intervalo de temperatura. Cabe ressaltar que um ponto ficou um
pouco discrepante do resto da curva (T = 337,95 K e Pv = 190,5).

4. Conclusão

Experimentos envolvem erros e incertezas associadas, mas comumente os erros


são agravados por medições malfeitas. É impossível realizar uma análise que seja
totalmente livre de erros. Entretanto, podemos minimizá-los e estimar grandezas com
uma exatidão aceitável. Erros de leitura do operador tais como: medição da temperatura
pelo termômetro e da pressão de vapor podem ocorrer.

Se multiplicarmos o coeficiente angular da reta obtida, podemos determinar a


entalpia de vaporização da água: −𝐿𝑣 = 5052,1 × 8,3143 = 42,005 𝐾𝑗 /𝑚𝑜𝑙

O valor tabelado para a entalpia de mudança de fase da água é de 40,733 Kj/mol,


42,005−40,733
logo temos o desvio: 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = × 100 = 3,12%
40,733

Pelo valor do desvio obtido, diz-se que o valor obtido é satisfatório.

5. Referências
1. Práticas de laboratório e, biologia vegetal. Disponível em
https://biologiavegetal.com/aula-12-espectroscopia-de-luz-visivel-e-
determinacao-do-coeficiente-de-extincao-molar/. Acessado em 16/12/2020.
2. SKOOG, D.A.; LEARY, J.J. Principles of instrumental analysis. Editora
Saunders, 1992.
3. PERRY, R. H.; CHILTON, C. H. Manual de Engenharia Química. 5.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Dois, 1980.

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