Você está na página 1de 17

Planejamento e gerenciamento através de software:

aplicação em esquadrias de fachada contínua


Rafael Medeiros de Oliveira – rafael.engcivil@hotmail.com

MBA - Gerenciamento & Qualidade da Construção Civil


Dalmass Escola de Líderes / Faculdade Cambury
Goiânia, GO, 14/05/2019

Resumo

Esta pesquisa busca aprimorar a interação do planejamento com o controle e


gerenciamento dos serviços executados. Para isso, foi desenvolvido um software
de linguagem simples para uso em obra, contendo cronogramas, check-lists,
instruções de serviços e diversos relatórios para auxílio da equipe técnica. O
software permite a alimentação dos dados in loco através de tablets e
smartphones, realizando a comparação simultânea com o planejamento inicial
da obra. O estudo tem como foco a execução de esquadrias de fachada
contínua, também denominadas pele de vidro. A pesquisa tem como objetivo
aperfeiçoar o planejamento e o gerenciamento de obra através do uso de uma
ferramenta computacional simples, como controle periódico e simultâneo dos
serviços em execução, no caso específico o subsistema esquadrias de fachada
contínua. A metodologia utilizada consiste em uma revisão bibliográfica realizada
em livros conceituados, normas técnicas vigentes, catálogos e artigos publicados
em revistas técnicas. Como resultado desta pesquisa, foi desenvolvido e testado
um denominado Aplicativo de Controle e Gestão de Obra (ACGO) versão 1.0. O
software permite o lançamento de todas as informações da obra.

Palavras-chave: Planejamento; Gerenciamento; Software; Esquadrias.

Abstract

This research seeks to improve the interaction of planning with the control and
management of services performed. For this, a simple language software was
developed for use on site, containing schedules, checklists, service instructions
and various reports to assist the technical team. The software allows data to be
fed on site through tablets and smartphones, making the simultaneous
comparison with the initial planning of the work. The study focuses on the
execution of continuous facade frames, also called glass skin. The research aims
to improve the planning and management of works through the use of a simple
computational tool, such as periodic and simultaneous control of running
services, in the specific case the continuous facade window frames subsystem.
The methodology used consists of a literature review carried out in concept
books, current technical standards, catalogs and articles published in technical
journals. As a result of this research, a so-called Work Control and Management
Application (ACGO) version 1.0 was developed and tested. The software allows
the release of all information of the work.

Keywords: Planning; Management; Software; Frames.


2

1 Introdução

Com o mercado cada vez mais exigente, as construtoras visam uma construção
enxuta, com um menor custo, menor índice de desperdícios e com prazos cada
vez menores, porém sempre atentando a boa técnica.
Um meio de planejar e gerenciar a execução de um serviço na obra contribui
diretamente para todo o setor da construção civil. Com isso, este estudo, que
tem como tema “Planejamento e gerenciamento através de software: aplicação
em esquadrias de fachada contínua”, tem extrema importância para o cenário
atual e vem para contribuir com todo o processo da engenharia.
Segundo Fritz Gehbauer (2002), “a essência do planejamento prévio consiste
em realiza-lo através de um método sistemático, levando-se em conta todos os
requisitos definidos para o empreendimento”.
Sendo assim, o planejamento consiste em uma etapa primordial para a obtenção
de um bom resultado final na obra. Planejando previamente cada etapa de
execução da obra, consegue-se uma redução no tempo de execução e no custo,
evita-se a incompatibilização de projetos, o desperdício de materiais e minimiza
qualquer imprevisto que venha a prejudicar a qualidade da construção e de todo
o processo executivo.
O planejamento, quando utilizado em conjunto com a tecnologia dentro da
engenharia civil assegura um controle mais preciso, ágil e prático, pois possibilita
a elaboração de planilhas, softwares e demais mecanismos que são
posteriormente utilizados para ter o controle da obra.
Utilizando o software desenvolvido, através de um smartphone, tablet ou
computador é possível verificar o andamento dos serviços realizados com os
previstos de forma simultânea, aprimorando assim todo o processo.
O uso das ferramentas do software auxilia no suporte para as equipes de
planejamento e gestão, facilitando a leitura dos indicativos a fim de promover
uma melhoria satisfatória na produtividade e qualidade dos serviços, pois é por
intermédio dos avisos emitidos, gráficos e tabelas geradas que possíveis
problemas são identificados.
Como afirma a engenheira Rosana Leal (2014), “a tecnologia deve favorecer a
qualidade do produto e o aumento da produtividade”. O software desenvolvido
busca justamente o aumento da produtividade e um controle mais aprimorado
tendo como resultado final uma obra com maior qualidade técnica.
Com a utilização do software é possível ter conhecimento pleno da obra,
detectar situações desfavoráveis e tomar decisões com agilidade. Permitindo
ainda, ter referência e parâmetros para acompanhamento das metas, emitir
documentos para rastreabilidade e criar dados históricos para futuros
comparativos.
No caso das esquadrias de fachada contínua, o software deve considerar a
posição desta frente de serviço dentro do aspecto geral da obra a partir do
cronograma global, checando se os serviços precedentes foram concluídos, a
disponibilidade dos materiais e da mão-de-obra necessários para o início da
execução do serviço.
O objetivo principal desta pesquisa é aperfeiçoar o planejamento e o
gerenciamento de obra através do uso de uma ferramenta computacional
simples, como controle periódico e simultâneo dos serviços em execução, no
caso específico o subsistema esquadrias de fachada contínua.
3

2 Planejamento e Controle de Obra

Para que o controle de uma obra seja eficiente, devem-se conhecer previamente
todas as fases do planejamento, desde o projeto e o cronograma geral até o
detalhamento dos procedimentos de execução, a sequência executiva, bem
como as normas regulamentadoras vigentes.
No processo de planejamento da obra, é necessário realizar a decomposição
dos serviços, de modo que a obra seja subdividida em partes menores, para que
possa organizá-la em blocos, e estes sejam detalhados em outras subdivisões
ainda menores. Este detalhamento busca facilitar o dimensionamento da
duração das atividades, os materiais e mão-de-obra necessária para a execução
da obra.
A estrutura hierarquizada que a decomposição gera é chamada de Estrutura
Analítica do Projeto – EAP (ALDO DÓREA MATTOS, 2010). Para um mesmo
projeto existem diversas leituras, pois cada profissional tem seus métodos de
planejamento, portanto podem-se ter EAPs distintas em um único projeto.
O acompanhamento e controle dos serviços executados na obra tem um papel
fundamental na eficiência do planejamento, pois este nem sempre corresponde
à realidade. O terceiro quadrante do ciclo PDCA de Walter Shewhart, ilustrado
pela Figura 1, item ‘C’, checar, deve ser realizado periodicamente.

Figura 1 – Ciclo PDCA

Fonte: Aldo Dórea Mattos (2010)

Realizando o controle dos serviços executados com frequência, os atrasos e


outras situações desfavoráveis são detectados a tempo de uma intervenção,
buscando minimizar as consequências negativas relativas a prazo, custo e
qualidade da obra.
Segundo o engenheiro civil Silvio Melhado, professor da Poli-USP, o bom
planejamento não apenas prevê os problemas, mas ajuda a contorna-los mais
cedo. Em um levantamento informal, Melhado aponta o mau planejamento como
causa de mais de 40% das patologias em edifícios (apud LIMA, março de 2011).
Dividir a obra em pacotes de serviços facilita o controle e o gerenciamento,
devendo englobar itens como: projetos, orçamentos, cronogramas, controles de
tempo, custo e produtividade. Os pacotes deverão ser dispostos em ordem
cronológica, de acordo com a sequência executiva da obra.
O uso da tecnologia dentro da engenharia civil possibilita um controle muito mais
preciso, ágil e prático. Por meio de planilhas eletrônicas e softwares, os
levantamentos realizados in loco são posteriormente lançados para o controle
4

das diversas áreas da obra. Esta pesquisa propõe uma interação simultânea
neste processo, através de um software de linguagem simples, compatível com
várias plataformas e sistemas operacionais (computadores, smartphones,
tablets).

3 Informática

Por meio da utilização de um aplicativo de licença livre de banco de dados e


manipulação, através de linguagem de programação web (PHP, HTML, Java,
Jquery), foi desenvolvido um sistema acessível por navegadores de internet que
possui compatibilidade com uma série de sistemas operacionais (Android, IOS,
Windows, Linux, MacOS), presentes em smartphones, notebooks, ultrabooks e
desktops.
O sistema em estudo visa o ramo da construção civil, focando no planejamento e
gerenciamento de obra, sendo acessível através da rede interna da obra, sem
necessariamente o uso da internet ou qualquer aplicativo previamente instalado.

3.1 Software
Pode-se dividir a informática em duas categorias, hardware e software. A
primeira, traduzida do inglês, significa ‘equipamento’. Trata-se das partes físicas
que compõe uma máquina, como o gabinete, disco rígido, memória, entre outros
itens utilizados na fabricação de um computador ou equipamentos eletrônicos.
A segunda categoria e de foco no estudo, traduzida do inglês significa ‘programa
de computador’, sendo a ferramenta que torna a máquina operacional.
“O software é a parte programável de um sistema de informática. Ele é um
elemento central: realiza estruturas complexas e flexíveis que trazem funções,
utilidade e valor ao sistema. Mas outros componentes são indispensáveis: as
plataformas de hardware, os recursos de comunicação de informação, os
documentos de diversas naturezas, as bases de dados e até os procedimentos
manuais que se integram aos automatizados” (FILHO, 2000).
Os softwares em geral, são distribuídos com suas funções e diversas categorias
em lojas especializadas, entretanto existem hoje softwares voltados para ramos
mais específicos a fim de suprir determinado campo de atividade. Com isso, há o
mercado de profissionais especializados em desenvolver softwares para essas
determinadas atividades, este trabalho é feito por um programador.

3.2 Bancos de dados MySQL


MySQL é o banco de dados mais usado mundialmente em aplicações web,
segundo a companhia Oracle, em 2014, 9 a cada 10 sites que usam banco de
dados optam pelo MySQL por sua facilidade e estabilidade com simultâneos
acessos.
As grandes redes sociais que necessitam de um amplo banco de dados contam
com o MySQL para armazenamento desses dados. Em agosto de 2013, a rede
social Twitter obteve um recorde de acessos tendo 143.199 tweets por segundo,
e tudo sendo armazenado e processado pelo banco de dados MySQL,
confirmando assim seu grande desempenho em tarefas múltiplas vinculadas ao
armazenamento.
Entre as principais características do MySQL, se destaca o fato de tratar-se de
um software de uso livre com base na GPL (do inglês General Public License,
5

categorizando softwares de uso público com licença gratuita), se tem pouca


exigência quanto aos recursos de hardware oferecendo diversas portabilidades
(suportando praticamente qualquer plataforma atual) e linguagens de
programações como Delphi, Java, C/C++, Python, Perl, PHP, ASP e Ruby.

3.3 Controle do subsistema esquadrias através do software

Tratando-se do subsistema esquadrias, mais especificamente as de fachada


contínua, a ferramenta de controle deve considerar a posição desta frente de
serviço dentro do aspecto geral da obra a partir do cronograma global, checando
se os serviços precedentes foram concluídos, a disponibilidade dos materiais e
da mão-de-obra necessários para o início da execução do serviço.
O software contempla também, os procedimentos de execução de serviço, fichas
de verificação (check-lists), parâmetros de qualidade e comparativos de
produção. Com esses dados, o software irá emitir avisos, gerar gráficos e
tabelas, servindo de suporte para as equipes de planejamento e gestão,
facilitando a leitura dos indicativos a fim de promover uma melhoria satisfatória
na produtividade e qualidade dos serviços.

4 Esquadrias

Os vãos têm como função a comunicação entre ambientes externos e internos,


sendo as esquadrias um elemento de vedação utilizado para o controle de
passagens de agentes como ruídos, umidade, poeira, insetos, calor, visão,
chuva, vento, intrusos, etc.
O estudo em questão é baseado no processo de fabricação e montagem de uma
esquadria de alumínio externa, nomeada pele de vidro ou fachada contínua, com
base na linha de perfis Citta Due disponibilizada pelo catálogo de montagem da
empresa ALCOA.

4.1 Ancoragem
O primeiro passo para a inicialização do serviço é a colocação das ancoragens,
tratando-se de um elemento de fixação feito de alumínio firmada por
chumbadores mecânicos de expansão no concreto, a ancoragem é responsável
por fixar e sustentar os perfis de alumínio que sucedem o peso de toda estrutura
da fachada.
Através do histórico de obras em que havia fachadas com uso de vidro refletivo,
notou-se o problema de que quando a incidência de luz parte do meio interno,
dentro do apartamento, a alvenaria e as ferragens (chumbadores, fixadores,
cantoneiras, contra marcos, ancoragens, etc.) permaneciam a mostra, com isso
a melhor solução para tal problema foi a pintura com tinta preta fosca para toda
alvenaria e ferragens.

A figura 2 mostra o detalhamento da ancoragem e do chumbador.


6

Figura 2 – Ancoragem e chumbador

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)


4.2 Perfis Verticais
Após a fixação das ancoragens, se inicia a colocação de perfis de alumínio,
podendo ser chamadas de colunas ou montantes. O perfil de alumínio tem
tamanho comercial de 6,2 metros sendo fixado através de parafusos específicos
para linha e perfil.
A figura 3 mostra o detalhamento da ancoragem e do chumbador.

Figura 3 – Parafusos de fixação de perfis

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

Tratando-se de uma fachada contínua, diferente das fachadas que são feitas
para vedação de determinado vão ou pavimento, há a necessidade de unirem-se
vários perfis. Para a junção utiliza-se o componente de alumínio chamado “luva”,
que se refere a um perfil em menor escala a fim de se firmar no meio interno de
duas colunas responsáveis pela fixação da estrutura da fachada. A “luva” é
parafusada apenas no perfil inferior em que é unida, permitindo assim a
dilatação entre os perfis de alumínio.
A figura 4 apresenta um perfil e sua luva, da linha Citta Due, da ALCOA.

Figura 4 – Perfil LC024 e luva LUV982

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

4.3 Perfis Horizontais


Tratando-se também de perfil de alumínio, os perfis horizontais ou travessas se
diferenciam em seu dimensionamento, característico pelo peso de até 50%
7

inferior aos perfis verticais (linha Citta Due), entretanto em caso de vãos acima
de 1,5 metros de largura recomenda-se o uso de perfis com grande capacidade
de carga.
Para a colocação das barras horizontais na estrutura, primeiramente são
necessárias adaptações de encaixe, para isso é feita a usinagem da aba do
perfil em 24,3cm, conforme Figura 5.

Figura 5 – Travessa usinada

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

Após sua usinagem, a travessa é parafusada fazendo um encaixe perfeito na


coluna.

4.4 Quadros
A fabricação dos quadros é iniciada assim que a estrutura (montantes e barras
horizontais) está totalmente finalizada. Os quadros são fabricados através da
união de barras formando figuras poligonais, pelo geral, formatos retangulares
em que sua superfície plana fornecerá espaço para colagem do vidro. A união
dessas barras é feita por cantoneiras e cunhas, se tratando de perfis
previamente cortados.
A Figura 6 apresenta um esquema de perfil para quadro, da linha Citta Due, da
ALCOA.

Figura 6 – Perfil para quadro

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

A Figura 7 apresenta em esquema a cantoneira e a cunha.


8

Figura 7 – Perfil para quadro

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)


A importância da estrutura finalizada para inicialização da fabricação dos
quadros é essencial devido ao exato tamanho dos eixos entre travessas e
colunas, informação necessária para ter conhecimento da medida a ser cortada
para formação do quadro.
A Figura 8 exemplifica a medida entre eixos.

Figura 8 – Medidas entre eixos

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

Para a vedação dos quadros, o fabricante especifica as corretas guarnições a


serem utilizadas, no caso estudado a guarnição externa recomendada é usada
tangente ao vidro sendo eficaz na junção para cobrir possíveis infiltrações pelo
furo do parafuso. Quanto a guarnição interna é usada entre a estrutura (coluna e
travessa) e o quadro, garantindo a estanqueidade do ambiente interno.
A Figura 9 apresenta modelos de guarnições da linha Citta Due da ALCOA.

Figura 9 – Guarnições

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

4.5 Vidros
A colagem de vidros pode variar dependendo do produto a ser usado para o fim,
no caso em estudo o produto utilizado para a união entre quadro e vidro foi a fita
de dupla face da empresa 3M, no qual após um treinamento dado pelo
9

engenheiro representante da empresa é dado o certificado de garantia do uso do


produto, feita da seguinte forma:
A superfície plana do quadro já montado e do vidro é limpa usando álcool
isopropílico, seguida do uso do primer, que é feita através de tiras de panos, no
qual não poderá ser reutilizada, sendo descartada após limpeza de cada quadro
e vidro. Após a limpeza do quadro e vidro, é feita a colagem da fita dupla no
vidro, nunca de forma diferente. Por fim o plástico de proteção superior da fita
dupla face é retirado e o vidro é colado sobre o quadro, sendo definitivamente
fixado. Após a fixação do vidro ao quadro, é realizada a este a vedação nas
laterais, entre o vidro e a guarnição, utilizando silicone neutro.
Um exemplo da colagem do vidro ao quadro de alumínio é apresentado abaixo
na Figura 10.

Figura 10 – Colagem de vidro ao quadro de alumínio

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

4.6 Fixação
Podemos dividir a fixação dos quadros em duas categorias, quadros fixos e
móveis. Os quadros fixos são parafusados por meio de presilhas que são
colocadas durante o processo de montagem dos quadros, segundo a linha Citta
Due a distância entre as presilhas deve ser de aproximadamente 40 cm, não
podendo exceder essa distância.
A figura 11 apresenta um detalhamento das presilhas.

Figura 11 – Presilhas, imagem editada

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)


10

Para os quadros móveis a fixação é feita através de um componente chamado


“braço maxim-ar” responsável pela abertura basculante do quadro, o mesmo é
parafusado na parte interna do quadro e na barra vertical da estrutura de
alumínio. O braço maxim-ar usado deve respeitar o peso máximo que ele
suporta assim como especificado em catálogo.

A figura 12 apresenta as dimensões das presilhas da linha Citta Due da ALCOA.

Figura 12 – Braço Maxim-ar

Fonte: Catálogo linha Citta Due - ALCOA (2012)

4.7 Acabamento
Após a finalização da parte externa da fachada é iniciada a parte do acabamento
interno, essa fase é executada visando reduzir ruídos entre os apartamentos e
eliminar imperfeições de alvenaria presentes na parte interna da fachada.
O acabamento realizado entre a fachada e alvenaria é feita através da união de
perfis específicos de alumínio no qual internamente recebem a aplicação de lã
de vidro, um material de vedação acústica que pela sua descontinuidade e
elasticidade dificulta a propagação de sons.
A figura 13 mostra um perfil de acabamento interno.

Figura 13 – Perfil de acabamento interno

Fonte: Fonte Própria (2014)


11

5 Metodologia

A pesquisa está embasada através de uma revisão bibliográfica realizada em


livros conceituados na área de planejamento e controle de obras, normas
técnicas vigentes, catálogos e artigos publicados em revistas técnicas, em meio
físico e digital. O levantamento bibliográfico contempla todas as ramificações da
pesquisa, sendo elas planejamento e controle de obras, a base do software
utilizado e as esquadrias de fachada. Sendo possível comparar o planejamento
e controle da obra realizado manualmente com o mesmo trabalho utilizando o
software.
Foram utilizados exemplares disponibilizados em meio digital através de sites de
periódicos e também em meio físico. O objetivo da revisão bibliográfica é
amparar esta pesquisa por meio de autores e trabalhos reconhecidos no meio
profissional e acadêmico.

6 Resultados

O software foi desenvolvido, testado, e denominado Aplicativo de Controle e


Gestão de Obra (ACGO) versão 1.0.
A primeira etapa da utilização do software é realizada pela equipe de
planejamento, onde será efetuado o lançamento de todas as informações da
obra, como endereço, quantidade de unidades habitacionais, as etapas do
serviço, funcionários, cronograma, entre outros.
Este trabalho realizado pela equipe de planejamento configura o software para
aquela determinada obra, personalizando cada aba de utilização de acordo com
a real necessidade.
É importante que as equipes de planejamento e de obra estejam alinhadas, para
que não aja nenhuma divergência e não falte nenhum tipo de informação que
venha a prejudicar o andamento da obra. O software conta com dois módulos de
visualização, o módulo para computadores e o módulo para smartphones.
A figura 14 apresenta o layout do software utilizado em smartphones.

Figura 14 – Layout do Software

Fonte: Fonte própria (2016)

O software apresenta o cronograma da obra a partir dos dados informados pela


equipe de planejamento, listando a porcentagem executada de cada frente de
serviço, a data de início a e data prevista para a finalização.
12

A figura 15 mostra o Cronograma gerado pelo software.


Figura 15 – Cronograma gerado pelo ACGO

Fonte: Fonte própria (2016)

Com o software, a visualização do cronograma é rápida e direta, sendo possível


verificar in loco possíveis atrasos em determinados serviços.
A equipe de planejamento fornece dados contendo a instrução de cada serviço
da obra, explicitando o passo a passo de cada um, definindo um padrão de
execução, garantindo a qualidade e a boa técnica.
A figura 16 mostra uma das instruções de serviço fornecida pelo software.
Figura 16 – Listagem de instruções de serviços

Fonte: Fonte própria (2016)

O software tem como principal proposta tornar simultâneo o processo de


verificação, permitindo o usuário conferir se os serviços executados estão de
acordo com o que foi previsto, relativos a prazo e qualidade.
Para realizar essa verificação é comum o uso de check-lists, que são
instrumentos de controle compostos por um conjunto de tarefas que devem ser
seguidas.
Cada empresa possui um processo de verificação característico, realizado
através dos check-lists em meio físico, que na maioria das vezes são transcritos
para o meio digital. O uso do software gera uma otimização desta tarefa, pois o
preenchimento é realizado diretamente no meio digital.
13

Os check-lists serão realizados através de formulários dados pelo software, com


preenchimento simples através de ícones a serem marcados com um simples
toque.
Após o preenchimento é possível gerar um relatório já configurado para
impressão.
A figura 17 mostra o check-list gerado pelo software.
Figura 17 – Check-list do ACGO

Fonte: Fonte própria (2016)

Os check-lists são divididos em duas abas, com diferentes classificações: por


serviços e em outra por apartamento. Na primeira é possível visualizar todas as
frentes de serviço da obra, ao clicar em um serviço o software lista todos os
apartamentos para que seja efetuada a checagem.
Já na segunda, que classifica os check-lists por apartamento, são mostrados
todos os apartamentos e ao clicar em um é possível realizar a conferência de
todos os serviços realizados no respectivo apartamento.
A figura 18 mostra o check-list por apartamento gerado pelo software.
Figura 18 – Check-list por apartamento

Fonte: Fonte própria (2016)

Com o auxílio do software é possível também acessar catálogos pertinentes ao


serviço realizado, no caso do objeto de estudo, catálogos da linha Citta Due da
empresa Alcoa.
A figura 19 mostra o armazenamento de catálogo gerado pelo software.
14

Figura 19 – Normas Catálogos do ACGO

Fonte: Fonte própria (2016)

Baseado nos dados lançados inicialmente e com o preenchimento dos check-


lists realizados periodicamente é possível visualizar um relatório de
produtividade, apresentado através de uma tabela e um gráfico.
O resultado da produtividade é gerado a partir da inserção de um período, sendo
data inicial e data final.
A figura 20 apresenta os formulários de dados de entrada, seguido da tabela de
listagem de produtividade gerada pelo software.
Figura 20 – Aba Produtividade

Fonte: Fonte própria (2016)


15

A figura 21 apresenta o gráfico de produtividade gerado pelo software.


Figura 21 – Gráfico de produtividade

Fonte: Fonte própria (2016)

Todos os processos realizados no software são armazenados através do banco


de dados MySQL e operados por linguagem PHP, Javascript e Jquery que
poderão ser acessados a qualquer momento por usuários cadastrados, através
da rede interna da obra, ou através da internet.
Por padrão, as datas do aplicativo são configuradas de forma americana (ano,
mês e dia) permitindo assim um melhor ordenamento no banco de dados e
facilitando visualmente para o usuário final, entretanto assim como outras
configurações é totalmente possível a alteração diretamente no banco de dados
MySQL.

7 Considerações finais

Tendo em vista a necessidade de um controle efetivo dos serviços realizados na


construção civil e a eficiência desse controle utilizando o software desenvolvido,
nota-se a importância de um maior investimento na utilização da tecnologia na
engenharia civil. Os processos realizados com o auxílio da tecnologia
geralmente são mais práticos, seguros e precisos. O software desenvolvido vem
para contribuir com o mercado da construção como eficiente ferramenta de
aprimoramento do controle e gerenciamento de obra.
O controle de execução de serviços usualmente é feito através de vistorias e
preenchimentos de fichas de verificação de serviços e check-lists, para posterior
lançamento em planilhas eletrônicas. Possibilitando em seguida o planejamento
da liberação de novas frentes de obra, compras de materiais e chamados de
revisões e reparos. Realizando o serviço in loco com a utilização do software
otimiza-se o tempo gasto, preenchendo todas as informações direto no
programa com o uso de smartphones ou tablets, gerando resultados e
estatísticas em tempo real.
Além da otimização do tempo, o software possibilita que o gestor de obra
acompanhe de forma remota todo o andamento dos serviços da obra, podendo
16

comparar a atual execução com o cronograma previsto, por meio de gráficos,


avisos e indicativos de produtividade e em caso de desvios interferir a tempo de
evitar atrasos.
Observa-se um aumento considerável da produtividade utilizando o software
pois permite reunir dados necessários para ampliar a visão dos serviços de
forma geral, reduzindo custos, controlando insumos no canteiro de obras, e
possibilitando maior agilidade nas tomadas de decisão.
No caso específico das esquadrias de fachada contínua, o software apresenta
os pré-requisitos para início dos serviços e cada etapa de execução, como
ancoragem, perfis verticais, perfis horizontais, montagem de quadros, colagens
de vidros e acabamentos finais.
O responsável pela liberação dos serviços, verifica o local de trabalho e estando
tudo favorável para o início da execução informa in loco na aba específica do
programa através de um smartphone, instantaneamente a equipe de execução
da ancoragem já recebe o chamado para o início. Após execução e verificação
da execução da ancoragem, é alimentado no software a finalização do serviço e
liberada a próxima frente de serviço, no caso a execução dos perfis verticais.
Sucessivamente, o mesmo procedimento é realizado para os próximos serviços,
até a finalização da execução.
O controle dos serviços, a verificação da qualidade da execução, a abertura de
chamados para reparos e comparação da produção com o cronograma é toda
realizada através do software, gerando uma grande agilidade e precisão em todo
o processo.
Este aprimoramento entre a interação do planejamento e o gerenciamento da
obra obtido pela utilização do software tem fundamental contribuição para o
desenvolvimento e evolução da engenharia, vindo a somar com outras
tecnologias utilizadas.

Referências

ABNT NBR 10821:2011. Esquadrias externas para edificações.

ABNT NBR 15575:2013. Edificações habitacionais - Desempenho.

ALCOA. Catálogo linha Citta Due, 2012. Disponível em:


<https://www.alcoa.com/brazil/>. Acesso em: 02 nov. 2015.

BALLALAI, Fabiana Luppi; LEAL, Rosana; FRARE, Eduardo; SOUZA, Ubiraci


Espinelli Lemes de. Produtividade planejada. [Depoimento à Juliana
Nakamura, Valentina Figueiredo, Maryana Giribola]. Téchne, São Paulo, Pini,
n. 206, maio 2014.

FILHO, Wilson de P. P. Engenharia de Software: fundamentos, métodos e


padrões. Minas Gerais: LTC, 2000.

GEHBAUER, Friz. Planejamento e Gestão de Obras: um resultado prático da


cooperação técnica Brasil – Alemanha. Curitiba: CEFET-PR, 2002.

LIMA, Maurício. Diretores de obra e consultores destacam a importância do


planejamento para contornar gargalos atuais da construção. Pini Web, São
17

Paulo, mar 2011. Disponível em: <http://www.piniweb.pini.com.br/>. Acesso em:


18 set.2015.

MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Pini,


2010.

MATTOS, Aldo Dórea. Porque os cronogramas “furam”? São Paulo: Pini,


2007. Disponível em: <http://aldomattos.com.br/site/>. Acesso em: 02 nov. 2015.
Oracle Corporation. Dez principais motivos para escolher o MySQL para a
próxima geração de aplicações Web. Disponível em:
<https://www.mysql.com/whymysql/>. Acesso em: 02 nov. 2015.

MATOS, Luiz Ricardo de. Softwares para engenharia civil. São Paulo, 2009.

Você também pode gostar