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FORNOS

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Eduardo Teixeira Neto- Curso de Operadores de Processo – RPR 2017


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FINALIDADE DO FORNO NA REFINARIA
A figura mostra as etapas simplificadas de uma destilação atmosférica . O forno está destacado na figura .
Faz parte do aquecimento final. Está antes do pre aquecimento e da dessalgação. A finalidade principal
de um forno é aquecer e vaporizar parcialmente o produto que passa através dele.

Etapas de Uma Operação de Destilação


Simplificado

Produtos Finais
Destilação
Aquecimento Final
Bombeamento Pre Aquecimento Dessalgação

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO
CONVECÇÃO:

A convecção é a parte do forno que não fica exposta diretamente as


chamas, fica numa zona do forno fora do alcance do calor radiante das chamas.
Os gases de combustão que saem da seção de radiação possuem temperatura
elevada, sendo, portanto, capazes de ceder calor aos tubos desta seção do forno
por convecção e condução.

RADIAÇÃO:

A radiação é a zona do forno onde ocorre a queima de


combustível, ou seja, existe fogo, o qual provoca o contato
direto do calor radiante das chamas com a parede dos tubos.
Nesta seção os tubos ficam expostos a maior temperatura do
forno. Representa 60 a 80% da absorção de calor do forno.
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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO
CHAMINÉ:

Situa-se logo após a zona de convecção. Os gases


provenientes da queima do combustível na seção de radiação,
passam pela seção de convecção e posteriormente dirigem-se
para a caixa da chaminé, de onde são expelidos para a
atmosfera.

DAMPER:

equipamento colocado na chaminé para controle de saída de


gases(tiragem) . Com cargas baixas no forno pode ser
manuseado para diminuir a saída de gases mantendo o calor
dentro do forno.

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO
MAÇARICO( Queimadores):
É a parte do queimador onde ocorre a queima do
combustível gasoso ou líquido.
É constituído por um bico, que é uma peça de
diâmetro reduzido, a qual possui um bocal perfurado com
orifícios de pequeno diâmetro, e que serve para orientar e
melhor distribuir o formato da chama.
Já o maçarico propriamente dito é constituído por
duas tubulações concêntricas, sendo que pela tubulação
interna escoa o óleo combustível e pela externa o vapor
para atomização.

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO

MAÇARICO (QUEIMADOR) à ÓLEO COMBUSTÍVEL:


É aquele que se destina a queimar exclusivamente óleo
combustível.
MAÇARICO (QUEIMADOR) a GÁS COMBUSTÍVEL: É
aquele que se destina a queimar exclusivamente gás
combustível
MAÇARICO (QUEIMADOR) COMBINADO: É aquele que
se destina a queimar óleo e gás combustível. Consiste
também de uma tubulação perfurada na extremidade na
forma de círculo, o que permite uma distribuição adequada
do gás, tangencialmente ao bloco refratário.

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO
RETRATIL
SOPRADOR DE FULIGEM:

É um tubo perfurado de diâmetro e comprimento


variados, cuja finalidade é a remoção da película isolante
de fuligem que se deposita na parede dos tubos,
principalmente na zona de convecção, onde a velocidade
dos gases é menor.

FIXO

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO

BLOCO REFRATÁRIO:
É um conjunto de tijolos refratários, através do qual
a chama se projeta para o interior da câmara de
combustão.
O refratário protege a chapa externa no forno do
calor das áreas de radiação e convecção e permite uma
proteção para perdas térmicas para a atmosfera externa
ao forno. Atualmente existem materiais que refletem o
calor para dentro do forno aumentando a eficiência de
transferência de calor para os produtos aquecidos.

Atualmente estão sendo usados os refratários de


Fibra Ceramica (Al2O3 e SiO2).

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PRINCIPAIS PARTES DE UM FORNO

VAPOR PARA ABAFAMENTO:

Todos os fornos para produtos combustíveis são dotados


de tubulações que direcionam o vapor para vários pontos do
forno, principalmente para a câmara de combustão e a caixa
de cabeçotes. Esta tubulação normalmente tem válvulas
independentes e são comandadas manualmente e a distância
do forno.
Fornos com cabeçotes para conexão entre tubos podem
ter vazamento nestas junções , devido a isto pode haver
combustão nestas áreas externas ao forno. O uso de vapor de
abafamento minimiza a possibilidade de um incêndio nestes
cabeçotes.

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TIRAGEM
TIRAGEM:

É a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão do gás residual


(GÁS DE COMBUSTÃO) em um determinado ponto da caixa coletora da
chaminé.
Conceitualmente podemos dizer que TIRAGEM é o fluxo de ar e gases de
combustão que escoam através do forno em direção a atmosfera.
Existe uma perda de pressão através de cada secção do forno, a qual deve
ser vencida pela tiragem. Esta perda de pressão é acompanhada pela perda de
temperatura dos gases de combustão e consequente troca de calor para o
fluido que se quer aquecer. Devido a necessidade de aquecermos o fluido ao
máximo dentro do forno, resfriaremos demasiadamente os gases residuais,
dificultando assim a sua saída para a atmosfera. Por isto somos obrigados a
forçar esta saída.

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TIPOS DE TIRAGEM
Tiragem Natural – Fornos RPR Tiragem induzida

Tiragem Forçada Tiragem balanceada

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TIPOS DE FORNOS
Quanto ao numero de passes

Forno com um passe: Entrada pela convecção e saída pela


radiação. Fornos da Us-100/4000/5000/10000 na RPR

Forno com dois ou mais passes . Duas ou mais entradas pela


convecção e duas ou mais saídas pela radiação. Forno da U-200

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TIPOS DE FORNOS
Quanto a forma

Existem varias configurações e formas para fornos , sendo as mais comuns a cilíndrica e a tipo caixa com
um ou mais passes.

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PRINCIPAIS VARIAVEIS OPERACIONAIS

As variáveis operacionais de um forno focam basicamente as áreas de convecção e radiação


como controle e informação de desempenho

260°C 900°C
Flue gas 500 °F Flue gas 1,650 °F

260°C

500 °F Feed Out


Feed In
Convection Section Radiant Section
450 °F 600 °F
316°C
232°C

Flue gas 1,650 °F Flue gas 3,200 °F


900°C 1760°C

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PRINCIPAIS VARIAVEIS OPERACIONAIS

Excesso de Ar
Pressão da fornalha

Controle temperatura
de saída Temperatura dos gases

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PRINCIPAIS VARIAVEIS OPERACIONAIS

Fluxo de Materia Prima


Fluxo de combustivel

Fluxo de combustível
Controle da razão de fluxo controlado remotamente
por corrente com informação da saída de
temperatura

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FORNOS DA RPR

FORNO DA U-100 DESTILAÇÃO ATMOSFERICA

FORNO DA U-200 DESTILAÇÃO ATMOSFERICA


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CHAMA DOS QUEIMADORES

Queimador à oleo - Tipo de Chama

Limpa, amarela, sem fumaça IDEAL


Longa com fumaça ar de combustão , insuficiente ou vapor insuficiente
Avermelhada escura com fumaça Ar de combustão insuficiente para completar a combustão
Brilhante , curta Excesso de oxigenio ou muito vapor de atomização
Fina , agitada Muito vapor de atomização, insuficiente combustivel ou
baixa vazão de oleo.

Queimador à gas- Tipo de Chama


Azul , compacta IDEAL
Longa Muito ar secundario e insuficiente ar primario
Curta Muito ar primario e ou insuficiente ar secundario
Retorno da chama baixa pressão de gas ou gas muito leve
Chama sai do queimador Alta pressão de gas

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CUIDADOS NA PARTIDA DOS FORNOS

• Inspeção
• Verificar limpeza e danos
• Assegure que todos os queimadores e pilotos estão fechados

• Purga
• Remova todos os inflamáveis do interior do forno.

• Acendimento do queimador com tocha


• Tente acender com a tocha , se não acender em alguns
segundos feche o queimador e comece novamente
• Operação Normal
• Ir aumentando a temperatura e o fluxo do fluido do processo
conforme procedimento
• Verifique o balanço nos passes e as temperaturas e pressões
do forno. eteX 19
QUEIMADOR A GÁS
OPERAÇÃO

- Firme
- Brilhante
- Inferno
- Chama grande amarela -Chama fuliginosa
- Fixa
- Sem fuligem
- Chama batendo nos tubos - Chama Ofuscante -Pouco ar para combustão
- Combustão incompleta
- Cor : Azul, com flashes amarela-
- Excesso de óleo - Muito ar secundário
dos
- Pouco ar
- Orifícios do queimador
gastos.
OPERAÇÃO
6.8 – PRINCIPAIS PROBLEMAS COM QUEIMADORES A ÓLEO :

6.8.1 – ESCORRIMENTO OU GOTEJAMENTO DO ÓLEO – Quando o


óleo estiver escorrendo na ponta do queimador, não está ocorrendo uma
atomização boa, provavelmente devido à temperatura baixa do óleo,
entupimento do bico ou câmara de atomização, ou ainda, mistura imprópria
entre vapor e óleo. A SOLUÇÃO de tal problema, seria primeiramente aumentar
a temperatura do óleo até o máximo permitido. Se o gotejamento ainda persistir,
tentar ajustar melhor a mistura vapor-óleo e, se por acaso não adiantar, apague
o queimador e abra-o para verificar entupimentos.

6.8.2 – DIFICULDADE DE ACENDIMENTO DA CHAMA – A


dificuldade de acendimento da chama do queimador poderá ser devido ao
excesso de vapor de atomização ou ao excesso de ar primário. No primeiro caso,
a SOLUÇÃO seria ir reduzindo o vapor até que ocorra a ignição. Já no segundo
caso, é conveniente cortar totalmente o ar primário, porque a admissão de
muito ar primário implica no resfriamento do bloco refratário a um ponto tal que
não permite o acendimento da chama.
OPERAÇÃO

6.8.3 – DEPÓSITOS DE COQUE NO BICO DO QUEIMADOR – Isto poderá ocorrer


devido a má atomização, o que permite a formação de uma película de líquido (óleo) na
superfície do bico, que devido ao calor irradiado pelo bloco refratário, transforma-se em
coque. A SOLUÇÃO para este tipo de problema é a eliminação da causa, ou seja,
melhorando a atomização, a formação de película cessa e, em consequência, a formação
de coque também.

6.8.4 – FORMAÇÃO DE FUMAÇA NA CHAMINÉ – Ocorre devido a muitos


fatores, sendo que os mais relevantes são :
6.8.4.1 – FALTA DE VAPOR DE ATOMIZAÇÃO E/OU AR PARA COMBUSTÃO
– A SOLUÇÃO para este caso seria aumentar o vapor de atomização e/ou ar para
combustão.
6.8.4.2 – VAPOR ÚMIDO (CONDENSADO NO VAPOR) – Ocorre devido a
problemas de purgas ineficientes. A SOLUÇÃO para este caso seria purgar o vapor
adequadamente ou aumentar sua temperatura.
OPERAÇÃO

-Chama Oblíqua
- Inferno - Chama batendo contra os
- Chama batendo contra os tubos em um dos lados - Faíscas
tubos - Lança do queimador está - Água no óleo
- Firme
- Combustão incompleta oblíqua ou está baixa - Sujeira no óleo
- Clara
- Muito óleo - Problemas na atomização - Óleo frio
- Sem fumaça
- Pouco ar - Gotejamento de óleo - Pouco vapor para
- Fixa
- Pouco vapor para - Temperatura baixa do óleo atomização
- Cor : Amarela brilhante a
atomização - Baixa pressão do vapor de
laranja
- Orifício do queimador gasto atomização
OPERAÇÃO

- Chama com fumaça


- Pouco ar de combustão - Chama pequena sem forma
- Bocal do queimador - Chama ofuscante - Baixo ar primário
danificado - Muito ar secundário - Chama espalhada pelo piso - Retono de chama
- Óleo frio - Muito vapor para atomização da fornalha - Chama pulsante
- Queimador montado muito - Pouco ar primário
baixo - Baixa pressão de gás
OPERAÇÃO

É impossível operar um forno com a quantidade ideal de ar, entretanto conseguimos


otimizar a vazão de ar para os fornos, controlando a composição dos gases de combustão através
de análises periódicas como Orsat ou Fyrite, as quais determinam com bastante exatidão os
percentuais de CO, CO2 e O2 nos gases de combustão. Na prática, considera-se um teor de CO2 na
faixa de 13% a 14% como ótimo.

Deve-se sempre evitar a QUEIMA EXCESSIVA , que pode ocorrer devido a passes
acima do nominal, com excesso de ar no forno. Por isto, deve-se monitorar a temperatura da parte
superior da seção de radiação e também a superfície dos tubos, se existir ali termopares
instalados.
OPERAÇÃO
A COMBUSTÃO RETARDADA OU SECUNDÁRIA também deve ser evitada,
porque poderá danificar a seção de saída dos gases de combustão. Este tipo de combustão
ocorre devido à queima incompleta de combustível em virtude de excesso de combustível
ou falta de ar para combustão. Ao invés da reação de combustão se completar até CO2, ela
para na formação de CO devido à falta de O2. Com isto, os gases de combustão ficam com
excessivo teor de CO, o qual devido à alta temperatura irá queimar a CO2, assim que
encontrar O2 suficiente, o que ocorrerá na chaminé.

As vigias de observação de chama devem permanecer fechadas para evitar a


entrada de ar frio, o que baixa a eficiência do forno.

A FORMAÇÃO DE COQUE poderá ser verificada pelo incremento da pressão


de entrada no forno. Sempre que esta pressão subir sem que existam outras variações tais
como, característica da carga,temperatura de saída do forno, vazão através do forno,
distribuição dos queimadores.
OPERAÇÃO
7.2 – PARADA DE EMERGÊNCIA :

7.2.1 – PARADA POR FURO OU VAZAMENTO INTERNO NO FORNO :


Apagar os queimadores, mantendo apenas um aceso;
Injetar vapor por dentro dos tubos;
Injetar vapor para abafamento;
Apagar o último queimador aceso;
Isolar o forno, se for possível;
Mantenha a circulação de vapor durante no mínimo 3 horas.

7.2.2 – PARADA POR FALTA DE VAPOR PARA ATOMIZAÇÃO :

Apagar todos os queimadores e fechar as válvulas de vapor para atomização e óleo


combustível. Abrir meia volta o retorno de óleo combustível e não dar contravapor.
OPERAÇÃO

7.3 – TESTES :

Sempre que um forno for aberto para manutenção e limpeza,


deverá ser feito um teste de pressão antes da partida. Este teste poderá ser feito
com qualquer produto, entretanto, aconselha-se água, por não ser inflamável.
Para executar o teste devemos :

A – Raquetear a entrada e a saída do forno;

B – Encher os tubos do forno com água, ventando todo o ar através


da saída superior do forno para a atmosfera ou pileta;

C – Após o enchimento deveremos pressurizar até uma pressão 1,5


vezes a pressão de operação. Se esta pressão se mantiver por uma hora, o forno
estará apto para operar.
OPERAÇÃO
8 – PARTIDA DE UM FORNO :

Para acender um forno, devemos estar certos de que através dele existe um
fluxo de no mínimo 50% do fluxo nominal. Devemos revisar todos os termopares, os
quais deverão estar marcando a temperatura ambiente ou no batente se sua escala
começar acima da ambiente. OBS.: Nenhum termopar poderá estar indicando
temperaturas negativas, se isto ocorrer, mande revisar.

O controle de óleo combustível para os queimadores deverá ser manual e


comandado pelo operador de campo, o qual estará acendendo os queimadores, o que
não significa que o controlista não deva observar a temperatura e, se necessário,
alertar o operador de campo. Assim que todos os queimadores estiverem acesos com a
chama mínima, deve-se monitorar todas as temperaturas ao longo do forno para
termos certeza que temos circulação ao longo de todo o forno. Se algum ponto de
temperatura permanecer inalterado, devemos apagar o forno imediatamente.
OPERAÇÃO

O aquecimento do fluido deverá ser lento, em uma razão máxima de


90ºC/h. No caso do revestimento refratário do forno ser novo, devemos aquecê-
lo de acordo com a curva fornecida pelo fabricante.

Quando a temperatura da saída do produto do forno e a vazão


circulante por ele estiverem próximas da estabilidade, poderemos passar o
controle de temperatura do forno para automático.
OPERAÇÃO

A Calor transferido diretamente através da chama rad. 14%


B Calor transferido diretamente através do gás rad. 28%
C Calor transferido diretamente através do gás convec. 6%
D Calor transf. Indir. Através da refexão refratário 12%
Total da Transferência na Seção de Radiação 60%
E Calor diret. Transf. através convecção tubos 25%
Total de Calor Útil 85%
F Perdas através dos gases da chaminé 13%
G Perdas por radiação 2%
Total 100%

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