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PRINCIPAIS NOVIDADES NO TABELIONATO DE PROTESTO!

1) Inclusão, em apartado, das atribuições do Tabelião Distribuidor.!


2) Possibilidade de cancelamento da distribuição no ato do cancelamento do
protesto.!
3) Aceitação para protesto de cópia do documento de divida, desacompanhado do
original.!
4) Prorrogação do prazo para protesto quando a intimação for feita por carta até a
devolução do AR, garantindo direitos processuais ao devedor.!
5) Previsão de comunicação do Juízo ao Tabelião de Protesto quando do trânsito
em julgado da ação que vise a sustação de protesto.!
6) Permissão ao Tabelião de Protesto para utilização de boleto bancário no
recebimento de título apresentado a protesto.!
7) Inclusão da suspensão dos efeitos de protesto e regulamentação dos termos da
certidão respectiva.!
8) Permissão para requisição, por meio eletrônico, de certidões, mediante o uso da
ICP-Brasil.!
9) Autorização para que os tabeliães disponibilizem, gratuitamente, informações
sobre a existência ou não de protestos.!
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REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS!
O Código de Normas relativo ao Registro de Títulos e Documentos e Civil das
Pessoas Jurídicas traz em seu bojo diversas regulamentações importantes,
esclarecendo sobre a prática dos atos e os procedimentos a serem realizados na
serventia.!
Entre suas disposições destaca-se primeiramente a expressa previsão de que os
documentos relativos à transmissão ou oneração de propriedade imóvel, somente
poderão ser registrados no RTD para fins de conservação e após seu registro no
Registro de Imóveis competente. !
A norma relaciona procedimentos atinentes à prática do ato de notificação,
trazendo esclarecimentos sobre seu cumprimento. !
Ressaltam-se também as disposições relativas ao registro do “arquivo morto” e dos
documentos relativos a transações de comércio eletrônico e similares.!
Há, ainda, previsão para que os livros indicadores possam ser feitos em meio
eletrônico, conforme recente normatização do Conselho Nacional de Justiça, bem
como a utilização facultativa do livro de protocolo pelo Serviço do Registro de
Pessoas Jurídicas, com a adoção de protocolo único quando os serviços forem
cumulados.!
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E aqui vai a síntese das principais inovações no Registro de Imóveis no Código de
Normas mineiro. A versão impressa do livro Código de Normas dos Serviços
Notariais e de Registros do Estado de Minas Gerais COMENTADO, com cerca de
700 páginas, será lançada em cerca de 45 dias. A data e local serão amplamente
divulgados pela mídia especializada. Enquanto isso, aproveitem a versão digital
completa disponível na app store.!
PRINCIPAIS NOVIDADES NO REGISTRO DE IMÓVEIS!
1) Autorização expressa de escrituração em meio eletrônico, sem impressão em
papel dos Indicadores Real e Pessoal para os serviços registrais que possuem
sistemas informatizados de base de dados, observando-se os requisitos de
segurança do sistema de registro eletrônico.!
]2) Redução do prazo máximo para o exame e qualificação dos títulos, cálculo dos
emolumentos e disponibilização para a retirada pelo apresentante para 15 dias,
contados da data em que ingressou na serventia.!
3) Obrigação de comunicação ao cartório de origem quando da abertura de
matrícula em nova circunscrição que averbará de ofício tal circunstância.!
4) Previsão de força probante aos documentos obtidos pela internet em sítios
eletrônicos oficiais.!
5) Os procedimentos de registro da divisão, bem como de fusão matrícula de
imóveis, são explicitados passo a passo.!
6) O controle de indisponibilidades, bem como a qualificação dos títulos e as
retificações dos registros receberam subseções próprias, refletindo a imprortância
de cada um para a segurança jurídica do sistema registral imobiliário.!
7) Os atos de formação do condomínio edilício, foram minuciados buscando-se
com isso uma organização e uniformização do procedimento registral, em vista das
várias interpretações até agora dadas a este procedimento. Também a
Regularização Fundiária recebeu tratamento especial, tanto a Regularização
Fundiária de Interesse Social, quanto a de Interesse Específico e, em acréscimo,
foi disciplinado o procedimento de regularização dos condomínios com ocupação
individualizada de fato em propriedades idealmente fracionadas. !
8) O processo de matriculação e registro de terras públicas de titularidade do
Município, do Estado e da União também foram tratados pela codificação.!
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- Existe, juridicamente, a figura de 'condomínio híbrido com loteamento'? !
- É viável a venda de terrenos em condomínios?!
- A instituição de condomínio de lotes prescinde de lei municipal e aprovação
administrativa, além de registro junto a matrícula imobiliária?!
As respostas constam da fundamentação de acórdão do TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO PARANÁ, no julgamento da APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.016.082-0,
de 19/2/14, pelo o qual foi confirmada a sentença que acolheu a dúvida suscitada
pelo oficial registrador. O título qualificado consistia em instrumento particular de
compra e venda de terreno, mútuo para obras, alienação fiduciária em garantia, e
carta de créditos, ao passo que segundo consta do registro de incorporação, a
proprietária e incorporadora comprometeu-se a construir conjuntos de habitação
autônomas com pavimento e destinação exclusivamente residencial. !
Em verdade, o empreendimento se enquadra no conceito de condomínio (=de
casas assobradadas, previsto no art. 8. da Lei 4.591/1964). De fato, não se pode
considerar que a referida incorporação imobiliária corresponde a um loteamento,
eis que o projeto urbanístico de planejamento desta espécie de parcelamento do
solo deve observar os requisitos especiais previstos nos artigos 6º, 7º, 8º e 9º da
Lei 6.766/1979, os quais devem ser avaliados pelo Poder Público Municipal, e
registrados de tal forma, junto à matrícula imobiliária. Indevida é a venda de
terreno, eis que a incorporadora somente poderá alienar quotas condominiais ou
frações ideais do terreno.!
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No referido acórdão, a Turma Julgadora, por unanimidade de votos, impediu o
registro de qualquer "ato translativo" de lotes inseridos em área de preservação
permanente (APP) e em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, em ação
judicial contenciosa cujo objeto é obrigar o oficial registrador a registrar loteamento.
Duas considerações a respeito:!
1) Essa ação muito bem poderia ter sido evitada pela simples suscitação do
procedimento de dúvida, nos termos dos artigos 198 e seguintes da LRP, via
processual adequada para resolver tal tipo de impasse; !
2) Em que pese sem mencionar explicitamente, o acórdão promoveu verdadeiro
bloqueio da matrícula-mãe e (ou) de todos os lotes e, para tanto, poderia ter
buscado embasamento no disposto nos §§ 3. e 4. do art. 214 da mesma LRP, nos
seguintes termos: "Se o juiz entender que a superveniência de novos registros
poderá causar danos de difícil reparação poderá determinar de ofício, a qualquer
momento, ainda que sem oitiva das partes, o bloqueio da mtrícula do imóvel.!
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http://www.irib.org.br/html/noticias/noticia-detalhe.php?not=3863!
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- Afinal, qual a finalidade do Livro 'E' no RCPN? Parece um pobre diabo, indefeso ,
desarmado e, sobretudo, incompreendido. Sofrerá do "complexo de vira-latas",
entendido como a inferioridade em que, analogicamente, se coloca o brasileiro
voluntariamente em face ao resto do mundo, em todos os setores? No concerto
dos demais livros do sistema de publicidade registral, estaria o Livro 'E' ganindo de
humildade? Ilusão. Em verdade, asseguro a vocês, nada disso. Pois é preciso
reagir diante do mundo com um potente, irresistível, 'élan' vital. É preciso explicar a
fim de que apareça e seja arrancado de sua compacta e injusta obscuridade. Pois
se trata mesmo do grande repositório do RCPN. O art. 33, § único da LRP ao
mesmo se refere, singelamente, como desaguadouro dos 'demais atos relativos ao
estado civil'.!
Mas asseguro o seguinte: - no tocante ao Código Civil de 2002, é certo que o art.
10, I, prevê, em sua parte geral, a averbação das sentenças que decretarem a
nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o
restabelecimento da sociedade conjugal. Não menos certo, contudo, que além da
averbação referida, a mesma lei material, no Livro dedicado ao Direito de Família
(IV), exige, igualmente, o registro da sentença de divórcio (art. 1.525, V). Este
mesmo registro é também exigência da Lei do Divórcio (art. 32). Walter Ceneviva
pondera vigorosamente, em comentário ao art. 100, da Lei dos Registros Públicos,
que “Ocorrendo o casamento em uma comarca e a separação e o divórcio em
outra, nesta será expedido mandado para o oficial do primeiro serviço registrário
inscrever a sentença no Livro “E”, sem prejuízo da averbação, que, por ofício, será
feita junto ao assento matrimonial”. (Lei dos registros públicos comentada, 20. ed.
São Paulo: Saraiva, 2010, p. 285). Não se trata de um mero capricho ou exigência
burocrática, antes, visa a dar concretude à segurança jurídica e oponibilidade a
terceiros de boa-fé que venham a contratar no local da residência das partes da
ação judicial ou escritura pública de divórcio, justamente onde exercem suas
atividades rotineiras, sejam sociais, profissionais ou comerciais. E esta proteção
imediata somente pode ser conferida pela inscrição da decisão judicial no Livro 'E',
não por acaso denominado também de 'Livro da Comarca', providência que avulta
em importância notadamente em um país com as dimensões continentais do
Brasil. Basicamente, as atribuições do oficial do registro civil são unicamente
territoriais, e não pessoais, em razão de sua função ser circunscrita a um território
previsto em lei. Tenha-se ainda em conta que a função do RCPN é servir de prova,
sobretudo documental, da situação jurídica do indivíduo e torná-la conhecida de
qualquer pessoa, através de certidões, verificação dos livros de registros,
esclarecimentos verbais, ou por escrito, oficiais, observadas as limitações de lei,
notadamente no local de sua residência ou domicílio. Dado que, consistindo o
“Registro o conjunto de atos autênticos tendentes a ministrar prova segura e certa
do estado das pessoas. Ele fornece maio probatório fidedigno, cuja base primordial
descansa na publicidade, que lhe é imanente. Essa publicidade de que se reveste
o registro tem função específica: provar a situação jurídica do registrado e torná-la
conhecida de terceiros.” (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil,
Parte Geral, v. 1, 44. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 81).!
Serve, de início, para o registro das emancipações, interdições e ausências (morte
presumida e sentença declaratória de abertura da sucessão provisória), sentenças
de separação judicial, divórcio, restabelecimento da sociedade conjugal;
nascimentos, casamentos e óbitos ocorridos no exterior, bem como nos casos de
opção pela nacionalidade brasileira. Mas, por óbvio, não se resume a tais atos.
Veja-se: escritura ainda a separação, divórcio e restabelecimento da sociedade
conjugal por ato notarial, conversão da união estável em casamento, contrato de
inicialização de união estável, mudança de regime de bens, e sentença de adoção.
Diga-se, depois desses breves esclarecimentos, aliados à singela circunstância de
que tais registros são todos obrigatórios: - é ou não uma verdadeira estrela do
registro?!
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Volta à tona debate sobre a legalidade do protesto de Certidão de Dívida Ativa
(CDA), com a edição da Portaria 429, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional,
de 4/6/14, que disciplina a utilização do protesto extrajudicial por falta de
pagamento de certidões de dívida ativa da União ou do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS de responsabilidade da PGFN, até o teto de R$50 mil,
no domicílio do devedor.!
A 2. Turma do STJ já havia considerado jurídico o protesto de Certidão da Dívida
Ativa (CDA), título executivo extrajudicial da Fazenda Pública utilizado para o
ajuizamento de execução fiscal. A decisão, unânime, alterou a jurisprudência sobre
o tema.O ministro Herman Benjamin, relator do recurso (REsp. 1.126.515), afirmou
que a Lei 9.492/97 ampliou as espécies de documentos de dívida que poderiam
ser levadas ao protesto, o que incluiu a CDA. Ele acrescentou que, após alteração
sofrida com a edição da Lei 12.767/12, passaram a constar expressamente entre
os títulos sujeitos a protesto as Certidões de Dívida Ativa da União, dos estados,
do Distrito Federal, dos municípios e das respectivas autarquias e fundações
públicas. !
O ministro considerou ainda que a permissão de protesto da CDA está de acordo
com os objetivos do “II Pacto Republicano de Estado por um sistema de Justiça
mais acessível, ágil e efetivo”, publicado em 2009. Além disso, lembrou que o
Conselho Nacional de Justiça considerou legais atos normativos das corregedorias
dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de Goiás que permitiram a inclusão
da CDA entre os títulos passíveis de protesto.!
Por sua vez, o TJSP, em duas oportunidades reputou que esse protesto, além de
abusivo e desnecessário, era inconstitucional. Na primeira (Ai
0003390-27.2013.8.26.0000), e por maioria de votos, abordou apenas questões
formais. Na segunda decisão (Ai 2014547-26.2014.8.26.0000), em decisão
monocrática do relator, foi deferida a antecipação de tutela para determinar o
cancelamento do protesto.!
O fato é que no sistema do notariado latino, previsto na CR de 1988 (art. 236 e
seus parágrafos), regulamentado pela Lei 9.492/97, o protesto cumpre a
importante função de prevenir litígio, atuando como forma de solução preventiva de
lides. Entretanto, é preciso evitar que títulos prescritos possam vir a ser
protestados, p. exemplo, preocupação não revelada no texto da mencionada
portaria de PGFN. Do contrário, novas lides haverão de ser propostas, exatamente
em razão de protestos abusivos, o que se revelaria em verdadeiro contrassenso.!
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http://www.conjur.com.br/2014-jun-10/divida-tributaria-50-mil-protestada-cartorio!
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A retificação de erro constante do registro não se confunde com o erro cometido no
negócio causal que originou o assentamento imobiliário. !
Esta a premissa adotada em procedimento de dúvida acolhido por sentença na
Vara de Registros Públicos de Belo Horizonte e confirmada perante o TJMG, por
sua 3. Câmara Cível, em julgamento realizado em 4/6/14 (Ap Cív.
1.0024.12.351410-1/001), cuja ementa assim consignou:!
SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA - REGISTRO DE IMÓVEIS - ESCRITURA DE RE-
RATIFICAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE CONDOMÍNIO - ALEGAÇÃO DE ERRO
MATERIAL - MUDANÇA SUBSTANCIAL NO!
OBJETO DO NEGÓCIO JURÍDICO - ALTERAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS DOS
IMÓVEIS - IMPOSSIBILIDADE. A suscitação de dúvida é um procedimento de
natureza administrativa, regulado!
nos art. 198 e seguintes da Lei 6.015/73, através do qual o Oficial do Registro de
Imóvel submete à apreciação do Juiz de Direito dúvida acerca de entendimentos
divergentes entre o registrador e o!
apresentante. - Não estando a alteração do nome dos proprietários dos
apartamentos do condomínio dentre as hipóteses descritas no art. 213 da Lei
6.015/73 para a ratificação do registro do imóvel, deve ser julgada procedente a
dúvida suscitada pelo oficial do registro de imóvel, determinando que se abstenha
de promover a alteração com base no documento apresentado pelos interessados,
exigindo-se a apresentação de escritura de permuta pelos mesmos, para que se
atenda ao princípio da continuidade do registro.!
Em apertada síntese, os suscitados informaram que quando levaram a registro a
escritura particular de instituição do condomínio, e sua convenção, nelas existiu um
erro fundamental, por falha de digitação. Explicam:!
“O apartamento 101, matricula 112119, fração ideal de 0,14332 do lote 09 (nove)
do quarteirão 65 (sessenta e cinco) do Bairro Ouro Preto, com área de 408,00m2,
cuja real proprietária é C.M.V.L.P., foi registrado como sendo de propriedade de
C.M.C. e; !
o apartamento 102, matrícula 112.120, fração ideal de 0,18686 do lote 09 (nove)
do) do quarteirão 65 (sessenta e cinco) do Bairro Ouro Preto, com área de
408,00m2, cuja real proprietária é C.M.C. foi registrado como sendo de
propriedade de C.M.V.L.P.”!
Acrescentam que constatado o “erro material ocorrido, foi providenciado junto a
todos os condôminos as competentes rerratificações necessárias à correção de tal
informação, sendo tais documentos encaminhados ao presente cartório para
registro”.!
– As exigências legais foram as seguintes:!
- deverá haver uma permuta entre as proprietárias, através de escritura pública,
observando-se as formalidades legais.!
- é mister sejam reconhecidas as firmas das testemunhas, signatárias das
rerratificações.!
A situação narrada pelos suscitados, encontra total respaldo nos assentos,
registros e nas matriculas instauradas para as unidades, na Serventia. O
apartamento 101 consta na propriedade de C.M.C. conforme a matricula 112.119,
enquanto o apartamento 102 coube a C.M.V.L.P., conforme a matricula 112.120.!
Praticados todos os atos, observando-se os títulos e as solicitações dos
interessados, a situação tomou foros definitivos, com a abertura das matriculas.!
- A pergunta que se faz é: será juridicamente possível através do assento da
rerratificação da convenção e instituição de condomínio, alterar as matriculas
112.119 e 112.120, atendendo ao desiderato dos Suscitados? Ou é da essência do
ato uma escritura pública de permuta ou de outra natureza, para que haja a troca
da propriedade dos apartamentos, passando o de n. 101 para a titularidade de
C.M.V.L.P., e o de n.102 para a de C.M.C.? Ditas matriculas poderiam subsistir, ou
teriam que ser canceladas, dando margem à criação de duas novas?!
- Mais: a simples rerratificação da Convenção de Condomínio, por instrumento
particular, seria o título hábil para promover as mudanças acima?!
Todavia, prevaleceu a tese que desautoriza a manobra, como intentada. Pondera
realçar que foram pagos os tributos devidos, instauradas as matriculas, enfim
praticados todos os atos necessários considerando o teor do titulo. Se por razões
que aqui descabem alinhar, os Suscitados e demais equivocaram-se, assinando
uma convenção que não condizia com a realidade, mas que surtiu efeitos legais,
inclusive com a abertura das matriculas, não lobriga a Suscitante como poder
referendá-la. Se fosse uma alteração de outra natureza, que não “trocasse” a
propriedade de apartamentos, a situação seria diferente. Trata-se, portanto, uma
mutação substancial no objeto do negócio jurídico realizado.!
O objeto único da retificação:a especialidade.!
- Se alguém comprou (ou pensou comprar) um determinado lote, e, por engano, o
contato fez referencia a um outro lote de outra quadra, aqui não ocorreu um
equivoco na especialização do bem, mas sim, um vicio do consentimento,
denominado erro (CC, art. 138).!
Mesmo que a real vontade das partes fosse a concretização da alienação do outro
lote, esta foi superada pela falha do titulo, falha esta que contamina o próprio
consentimento, uma vez que a alienação e a oneração do bem imóvel possui
forma solene prevista em lei para a manifestação da vontade, tendo pouco valor,
ou até nenhum, o que foi decidido fora da cártula.!
Para solucionar esse caso hipotético, existem algumas possibilidades.!
a) caso o titulo já tenha sido registrado, podem as partes optar pela produção de
dois novos títulos: o distrato e uma nova alienação. Esses novos títulos terão
intuito meramente retificatório, mas não estarão livres das consequências
tributárias incidentes sobre cada novo negócio jurídico ou...!
b)a busca de provimento judicial reconhecendo o defeito do negocio jurídico que
anulará o titulo e, consequentemente, os efeitos do registro, sobrando as partes a
opção de gerar um novo titulo (judicial ou não) quanto à correta alienação que
pretendiam efetuar.!
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Conforme já anunciado nesta página, foi publicado no DOUe, no último dia
27/6/14, o Decreto 8.270, que cria o Sistema de Informações de Registro Civil, pelo
o qual, espera-se, ajudará a prevenir subnotificações e fraudes com o uso de
documentos falsos, otimizar a rotina das serventias extrajudiciais e facilitar a
comunicação entre os cartórios e o acesso às informações.!
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http://www.conjur.com.br/2014-jul-03/decreto-formaliza-sistema-informacoes-
registro-civil!
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Sob a capa de um inocente procedimento administrativo rotulado como 'Alvará
Judicial', postulou-se autorização para a confecção de escritura pública de doação
de imóvel de incapaz em proveito do próprio curador (=donatário). A sentença
julgou o requerimento improcedente, decisão confirmada pela instância revisora
(TJMG) em recente julgamento (16/6/14). A saber:!
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS!
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0144.13.003280-4/001!
Relator: Des.(a) Belizário de Lacerda!
Relator do Acórdão: Des.(a) Belizário de Lacerda!
Data do Julgamento: 10/06/2014!
Data da Publicação: 16/06/2014!
APELAÇÃO CÍVEL - ALVARÁ JUDICIAL - DOAÇÃO DE BENS DE INCAPAZ EM
ADIANTAMENTO DE LEGÍTIMA - VEDAÇÃO LEGAL - INEXISTÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO, ADEMAIS, DE VANTAGEM AO CURATELADO NA
EFETIVAÇÃO DO ATO - RECURSO NÃO PROVIDO.!
- Consoante exegese do art. 1.781 c/c art. 1.749, II, ambos do Código Civil, não
pode o curador, sob pena de nulidade, dispor dos bens do curatelado a título
gratuito, razão pela qual inviável a concessão de alvará judicial para doação de
bem de incapaz mesmo que com reserva de usufruto, vedação que ainda mais se
justifica quando não evidenciado qualquer benefício concreto ao interditado na
efetivação do ato.!
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) julgou, por meio de sua
7ª Câmara Cível, a Apelação Cível nº .0144.13.003280-4/001, em que se decidiu
que não é possível a concessão de alvará judicial para que o curador disponha dos
bens do curatelado, mediante doação a título gratuito, ainda que lhe seja reservado
o usufruto, sob pena de nulidade do ato. O acórdão teve como Relator o
Desembargador Belizário de Lacerda e o recurso foi, por unanimidade, julgado
improvido.!
No caso em análise, a apelante interpôs recurso em face da sentença que julgou
improcedente o pedido de alvará judicial para lavratura de escritura pública de
doação de quota parte de dois imóveis pertencentes à sua genitora, de quem é
curadora em virtude ser esta última incapaz para os atos da vida civil, por entender
o juízo a quo que não existe manifesta vantagem para a interditada. Em suas
razões, a apelante sustentou que os herdeiros a quem se pretende doar a quota
parte dos imóveis já cuidam e arcam com parte das despesas da interditada e que,
ademais, ficarão com o imóvel em sua falta. Além disso, afirmou que, em relação
aos benefícios à interditada, na forma do art. 1.750 do Código Civil, se encontra o
fato da mesma deixar de ter despesas com o imóvel, passando este a ser de
responsabilidade de seus beneficiários e que a interditada ficará com o usufruto
vitalício do imóvel, não havendo possibilidade de a mesma ficar desamparada em
vida.!
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- O Registrador Imobiliário possui legitimidade para recorrer da sentença proferida
em procedimento de Suscitação de Dúvida?!
João Pedro Lamana Paiva, em obra intitulada “Procedimento de dúvida no
Registro de Imóveis - Série Direito Registral e Notarial”, 3ª ed., Saraiva, São Paulo,
2011, p. 68-69, posiciona-se no sentido de que “O Registrador não é parte
interessada na Dúvida, isto é, não tem interesse próprio que lhe legitime a
interposição de recurso. Logo, se o juízo entender de forma diversa da exposta
pela serventia, o Registrador nada poderá fazer. Em contrapartida, poderão
recorrer da sentença o interessado (quando a Dúvida for julgada procedente), o
Ministério Público (em qualquer situação) e eventual terceiro prejudicado (quando
a decisão não lhe for favorável).” Mais adiante, na mesma obra, p. 88, o autor
explica acerca dos legitimados para interpor recurso de apelação contra sentença
proferida em Procedimento de Dúvida, destacando-se o seguinte pensamento:
“Observa-se que o Registrador não foi elencado entre os possíveis apelantes,
porque ele não é parte no Procedimento de Dúvida. Na verdade, ele apenas expõe
a sua argumentação do porquê de não ter acatado o pedido de registro, o qual
será apreciado pelo magistrado. Entendendo este que não procede a
fundamentação do Oficial de Registro, o Registrador deverá recepcionar o título,
realizando o ato pretendido: somente será procedido ao registro após o trânsito em
julgado da sentença. No Estado do Rio Grande do Sul, este recurso é julgado por
uma Câmara Cível do Tribunal de Justiça; no Estado de São Paulo, as apelações
são julgadas pelo Conselho Superior da Magistratura.”!
Todavia, tenho outro entendimento.!
O registrador não é parte, como de resto ninguém o é no procedimento de Dúvida,
nem mesmo o interessado no registro, dado que se trata de procedimento
administrativo similar à jurisdição voluntária. Não há lide neste procedimento, mas
sim administração pública de interesses privados. Também não há pedido, no
sentido técnico-jurídico da expressão, não há revelia, nem coisa julgada material,
apenas formal; por isso que expressamente permitida a propositura da ação
contenciosa competente ou mesmo a renovação do procedimento de Dúvida,
mesmo após julgada por sentença.!
Tem-se que no sistema do notariado latino, adotado pela Constituição da
República, que neste aspecto rompeu com a ordem jurídica anterior a 1988,
assente no documento autêntico elaborado por um jurista que representa o próprio
estado, prepondera a atuação preventiva seja do tabelião, seja do oficial
registrador na resolução dos conflitos de interesses, de modo a preservar de modo
eficiente a certeza e segurança jurídicas, evitando, por exemplo, que no registro se
aninhem germes de demandas futuras. !
Neste sentido, a saber: "Discute-se se o oficial registrador está em posição de
recorrer na hipótese de improcedência da Dúvida. Considero que sim, pois detém
interesse jurídico na resolução do incidente nascido no processo de registro de
título em sua serventia. Ainda que não esteja defendendo interesse próprio ou
direito pessoal na resolução da matéria, é inquestionável que guarda interesse
jurídico qualificado que provém da condição que a lei lhe outorga: profissional do
direito com independência no exercício de suas atribuições. O oficial deve ser
imparcial, mas imparcialidade não se confunde com neutralidade. A ele, na posição
de delegado do registro público, a lei confere o dever de zelar pela regularidade de
seu serviço, seja no aspecto formal, seja do ponto de vista
material." (RODRIGUES, Marcelo. Tratado de registros públicos e direito notarial.
São Paulo: Atlas, 2014, p. 168). !
A propósito, o Código de Normas dos Serviços Notariais e de Registros do Estado
de Minas Gerais, um dos mais avançados do país, em seu art. 131, § único, prevê
expressamente a legitimidade do tabelião e do oficial de registro para apelar da
sentença que resolve a Dúvida, fundamentando o seu interesse.!
Ainda em Minas Gerais, esse recurso de apelação será julgado, em Turma, por
uma das oito primeiras Câmaras Cíveis de Direito Público do TJMG. Em se
tratando de Dúvida decidida por juiz comum Federal, o julgamento caberá à Turma
do 1. TRF.!
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Ainda sobre o Provimento CNJ 37/2014, vide artigo de Maria Berenice Dias,
publicado hoje em Migalhas.!
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http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI204366,51045-Registro+da+uniao
+estavel!
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A notícia destaca (v. link abaixo) o Ato Executivo Conjunto 7/2014 do TJRJ, pelo o
qual o autor de ação em fase de execução no tribunal receba uma certidão com o
valor do seu crédito e proteste o título em um cartório extrajudicial. Isso será feito
mediante requerimento ao juiz, nos autos do processo. Segundo o TJ-RJ, o
objetivo da medida é contribuir para o cumprimento da obrigação e extinção do
processo, além de reduzir o acervo atual de 9,5 milhões de ações em andamento
na Justiça fluminense. Deste total, mais de 6 milhões já foram julgadas e estão em
fase de execução. “Com este ato nós possibilitamos que a parte, de forma
voluntária, retire uma certidão no valor do seu crédito. Esta certidão, que a partir do
dia primeiro de julho pode sair eletronicamente, é remetida aos cartórios
extrajudiciais. A parte devedora vai ser notificada e, se não pagar dentro do prazo,
vai a protesto”, explicou a desembargadora Leila Mariano, presidente do TJ do Rio.!
- Três constatações:!
1) O protesto de título executivo judicial representativo de obrigação de pagar
quantia certa sempre foi possível, instruído com certidão do escrivão do feito,
antes, durante e mesmo após a execução judicial, neste último caso, desde que
não satisfeita a totalidade da obrigação executada;!
2) A providência se ajusta aos preceitos do sistema do notariado latino que tem por
função a atuação preventiva na resolução dos conflitos de interesses;!
3) A novidade fica por conta da possibilidade de a referida certidão ser emitida
eletronicamente, todavia, penso ser dispensável requerimento dirigido ao juiz da
ação para tanto, exigência que, certamente, atrasará sua confecção,
possivelmente anulando a vantagem proporcionada pela via eletrônica, bastando
que se faça perante o escrivão judicial.!
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A regra de desempate pelo critério da idade, prevista no Estatuto do Idoso, deve
ser aplicada em concurso público para titular de cartórios.!
Com esse entendimento, o ministro Lewandowski, no exercício da presidência do
STF, concedeu liminar a um idoso de 73 anos que, dois anos após ter conquistado,
em concurso público, a titularidade de um dos cartórios de protestos de títulos de
Curitiba/PR, foi afastado pelo CNJ, que considerou que a norma prevista no
Estatuto do Idoso não seria a mais adequada para o desempate.!
Ao organizar o concurso para titularização dos cartórios, o TJ/PR adotou o critério
de maior idade para o desempate, conforme determina o Estatuto. O concurso foi
realizado e José Carlos Fratti, de 73 anos, foi beneficiado no desempate, tornando-
se o titular do 6º Ofício de Protestos de Títulos de Curitiba.!
Entretanto, o CNJ, ao analisar procedimento de controle administrativo, afastou
Fratti do cartório sob o argumento de que o critério etário não seria o mais
adequado, e decidiu pela adoção do critério de maior tempo de serviço público.!
Ao conceder a liminar, o ministro Lewandowski ressaltou que o artigo 27, parágrafo
único, da lei 10.741/03 “estabelece, com clareza solar, que "o primeiro critério de
desempate em concurso público será a idade, dando-se preferência ao de idade
mais elevada”.!
O presidente em exercício transcreveu ainda diversas decisões do STF que
garantiram a aplicação do Estatuto do Idoso em concursos públicos, bem como
parecer da PGR sobre o caso.!
Vide MS 33046 MC - PR (STF), de 16/7/14.!
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Interessante questão acerca da parentalidade socioafetiva, no contexto de evento
denominado projeto parental amplo, um casal homoafetivo, em união estável
desde 2011, obteve autorização judicial para registrar o filho apenas com os nomes
dos pais. A criança foi resultado de inseminação artificial, e a irmã de um dos
companheiros cedeu o útero e o óvulo para a gestação. Ela abriu mão do poder
familiar para atender ao pedido do irmão. Íntegra no link abaixo.!
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http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI205242,51045-Bebe+sera+registrado
+com+nomes+de+dois+pais+em+caso+de+gestacao+por!
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O XIX Congresso Notarial Brasileiro, realizado entre os dias 14 e 18 de maio na
Praia do Imbassaí, Salvador – BA, teve como tema “O papel do Notariado no
Direito da Família” e rendeu os seguintes enunciados e conclusões.!
ENUNCIADOS DO COLÉGIO NOTARIAL DO BRASIL – CONSELHO FEDERAL –
CNB/CF - APROVADOS NO XIX CONGRESSO NOTARIAL BRASILEIRO
REALIZADO NO MÊS DE MAIO DE 2014, NA BAHIA.!
1. É possível o inventário extrajudicial ainda que haja testamento, desde que
previamente registrado em Juízo ou homologado posteriormente pelo Juízo
competente;!
2. Nas escrituras de doação não é necessário justificar a imposição de cláusulas
restritivas sobre a legítima. A necessidade de indicação de justa causa (CC art.
1.848) limita-se ao testamento, não se estendendo às doações;!
3. É possível a lavratura de Escritura Pública de nomeação de inventariante para
cumprir obrigações de fazer deixadas pelo falecido;!
4. Os artigos 982 do CPC e 3o da resolução 35 do CNJ referem-se inclusive aos
bens móveis, de forma que as instituições financeiras devem acatar as escrituras
públicas para fins de levantamento de valores, bem como a solicitação dos
tabeliães de notas para expedir extrato de contas correntes de titularidade do “de
cujus;!
5. É possível a nomeação de inventariante para o fim de pagamento do Imposto
“Causa-Mortis” e com base nesse documento as instituições financeiras poderão
debitar o valor do referido imposto da conta corrente do falecido.!
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http://serjus.com.br/temp/noticia.php?id=2596!
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http://www.conjur.com.br/2014-fev-10/liminar-tj-sp-cancela-protesto-extrajudicial-
certidao-divida-ativa!
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http://www.conjur.com.br/2014-mar-22/trf-manda-registrar-pendencia-judicial-
ambiental-matricula-imovel!
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Desde 02/2015 apresenta fortes dores na lombar e dores moderadas no joelho
direito e na região sacra. Consultou ortopedistas, neurologista, reumatologista,
osteopatas e diversos fisioterapeutas, todos especialistas em coluna. Tratamento
com antiflamatórios e infiltração peridural. Dificuldades de permanecer sentado ou
em pé, em razão de fortes dores. O paciente não conseguiu nenhum médico ou
instituição que pudesse acompanhar a evolução do problema. Os especialistas
procurados apresentam opiniões diversas e discordantes.!
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A busca pela rede Sarah, referência na reabilitação, se deve a necessidade e
urgência na solução do problema. !
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Lesão óssea do corpo vertebral de L5, indeterminada; podendo representar
hemangioma atípico. Discoartrose de L4-L5 e L5-S1 associada a compressão da
raiz L5 à esquerda. Incipiente artrose facetária à esquerda do segmento L3-S1. !
Padrão cintilográfico positivo para sacroileíte em atividade bilateralmente.
Processos osteoarticulares inflamatórios. !
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Desde 2/2015 apresenta fortes dores na lombar e dores moderadas no joelho
direito e na região sacra. Consultou ortopedistas, neurologista, reumatologista,
osteopatas e fisioterapeutas, todos especialistas em coluna. Tratamento com
antiflamatórios e infiltração peridural. Dificuldades de permanecer sentado ou em
pé, em razão de fortes dores. O paciente não conseguiu nenhum médico ou
instituição que pudesse acompanhar a evolução do problema. Especialistas
apresentam posições discordantes.

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