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UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA – UNIARA

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA

O PAPEL DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO PROCESSO


DIAGNÓSTICO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO

Milton Cesar Pettean

ARARAQUARA, DEZEMBRO DE 2019


UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA – UNIARA

NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA

O PAPEL DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO PROCESSO


DIAGNÓSTICO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO

Milton Cesar Pettean

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
a conclusão do curso de Especialização
em Neuropsicologia.

Orientadora: Profª Me Luciana Rueda


Souza Sborowski

ARARAQUARA, DEZEMBRO DE 2019


2

DECLARAÇÃO

Eu, Milton Cesar Pettean, declaro ser o autor do texto apresentado Trabalho
de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em
Neuropsicologia com o título “O papel da avaliação neuropsicológica no processo
diagnóstico do funcionamento cognitivo”.
Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações
textuais que utilizei e das quais eu não sou o autor, dessa forma, creditando a
autoria a seus verdadeiros autores.
Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre
o texto apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas
legais, no tocante aos direitos autorais e originalidade do texto.

Araraquara, ___ de _______ de ______.

_____________________________________

Assinatura do autor
3

AUTOR

TÍTULO: O papel da avaliação neuropsicológica no processo diagnóstico do


funcionamento cognitivo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência parcial para a finalização do
Curso de Especialização em Neuropsicologia
pela Universidade de Araraquara – Uniara.

Orientadora: Profª Me Luciana Rueda Souza


Sborowski

Data da defesa/entrega: ___/___/____

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

Presidente e Orientador: Nome e título

Membro Titular: Nome e título

Membro Titular: Nome e título


Universidade.

Média______ Data: ___/___/____


Universidade de Araraquara
Araraquara- SP
4

Epígrafe

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma
humana, seja apenas outra alma humana.”

(Carl Jung)
5

RESUMO

O objetivo do estudo consiste em apresentar uma revisão bibliográfica sobre a


importância da avaliação neuropsicológica no processo diagnóstico do
funcionamento cognitivo. A análise foi feita em artigos publicados durante os anos
de 2005-2019. Com Revisão sistemática da literatura, realizada em bases de dados
eletrônicos (PePSIC e SciELO), em periódicos nacionais indexados. Foram incluídos
10 artigos nos estudos, e os critérios de seleção empregados consistiram nos
objetivos dos estudos adequados ao tema “O papel da avaliação neuropsicológica
no processo diagnóstico do funcionamento cognitivo”. A partir dos textos analisados
constata-se que, a avaliação neuropsicológica tem crescido exponencialmente ao
longo da história, embora existam áreas que necessitem de mais aprofundamento, a
neuropsicologia conta com procedimentos importantes que auxiliam na identificação
de disfunções cognitivas, exercendo função primordial para compreensão da
complexidade das funções cognitivas e na maior assertividade dos diagnósticos
diferenciais do funcionamento neuropsicológico.

Palavras Chave: Avaliação Neuropsicológica, processo diagnóstico, funcionamento


cognitivo.

ABSTRACT

The aim of this study is to present a literature review about the importance of
neuropsychological assessment in the diagnostic process of cognitive functioning.
The analysis was made in articles published during the years 2005-2019. With
Systematic literature review, performed in electronic databases (PePSIC and
SciELO), in indexed national journals. Ten articles were included in the studies, and
the selection criteria employed consisted of the objectives of the studies appropriate
to the theme “The role of neuropsychological assessment in the diagnostic process
of cognitive functioning”. From the analyzed texts it can be seen that
neuropsychological assessment has grown exponentially throughout history,
although there are areas that need further study, neuropsychology has important
6

procedures that help in the identification of cognitive dysfunctions, playing a primary


role in understanding the complexity of cognitive functions and greater assertiveness
of differential diagnoses of neuropsychological functioning.

Keywords: Neuropsychological Assessment, diagnostic process, cognitive


functioning.
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 8

2 OBJETIVOS.................................................................................................. 16
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 16
2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 16

3METODOLOGIA............................................................................................ 17

4 RESULTADOS EDISCUSSÃO..................................................................... 18

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 26

REFERENCIAS................................................................................................ 27
8

1 INTRODUÇÃO

A neuropsicologia é uma ciência que surgiu no século XX, e se desenvolveu


através da aproximação da neurologia com a psicologia, com o mesmo propósito de
estudar as modificações comportamentais derivadas de lesão cerebral, diz Pinheiro
(2005), que cita Engelhardt, Rozenthal e Laks (1995, p. 112), que afirmam que a
neuropsicologia moderna tem início com Donald Olding Hebb (1904-1985), Karl
Spencer Lashley (1890-1958) e Aleksandr Romanovitch Luria (1902-1977).
Em 1913 foi a primeira vez que o termo neuropsicologia foi utilizado, porém, o
seu avanço se deu na década de 40. Com os trabalhos de Hebb, que em 1949
propôs uma teoria de funcionamento do córtex cerebral a partir de conexões
neuronais modificáveis, ou seja, ele acreditava na possibilidade dos neurônios
fazerem múltiplas conexões, onde a transmissão entre eles poderia ser regulada,
não sendo um fenômeno imutável, mas algo modulável conforme as circunstâncias.
Haase e colaboradores (2012) afirmam que a Neuropsicologia como
conhecemos atualmente, surgiu na França em 1932, com o trabalho de três autores
de diferentes áreas: (Aloajouanine) que era neurologista, (Ombredane) um psicólogo
e (Duran) uma linguista.
A história da Neuropsicologia se une com a história da Neuropsicologia da
Linguagem desde o início da década de 1860, com as concepções de Dax (1836) e
de Broca (1861) sobre o papel do hemisfério cerebral esquerdo (HE) para a
fala/linguagem. Inicialmente conhecida como "afasiologia", e foi apenas em 1932
que ela se torna de fato uma área interdisciplinar, reunindo as áreas de Neurologia,
Linguística e Psicologia.
Haase e colaboradores (2012) concordam com a explanação de (Lezak et al.,
2004), na qual, a Neuropsicologia é uma ciência empenhada em estudar a
atividade comportamental, emocional e social das disfunções cerebrais e é
considerada uma disciplina científica que investiga as relações entre o cérebro e as
funções cognitivas, isto é, as funções cognitivas e suas bases biológicas (Rodrigues,
1993), sendo assim, as relações entre cérebro e comportamento humano (Benton,
1971).
9

A intervenção em Neuropsicologia abarca o processo de avaliação e


reabilitação neuropsicológicas. A avaliação Neuropsicológica investiga os
transtornos neuropsicológicos nos diferentes níveis de comprometimento de funções
como memória, atenção, linguagem, funções executivas, habilidades perceptivo-
motoras, entre outras, presentes em quadros de distúrbios neurológicos e/ou
neuropsiquiátricos, do desenvolvimento ou adquiridos.
E a reabilitação neuropsicológica, é um tratamento que visa recuperar uma
função cognitiva prejudicada ou adaptar o paciente aos déficits adquiridos,
almejando a melhor de adaptação possível. Para Wilson (1989) citado por Haase e
colaboradores (2012), a reabilitação cognitiva é um processo no qual, os indivíduos
com algum tipo de dano cerebral trabalham juntamente com profissionais da área de
saúde, familiares e membros da comunidade para reparar ou diminuir tais déficits
cognitivos. O processo avaliativo neuropsicológico completo é essencial para o
processo de reabilitação ser bem-sucedido.
Pontes et al. (2008) mencionam McMillan e Greenwood (1993) no qual
afirmam que “a reabilitação neuropsicológica deve estar inclinada para a atuação da
neuropsicologia clínica, análise comportamental, retreinamento cognitivo e
psicoterapia individual e grupal”. Wilson et al. (1994; 2003) destacam que é por meio
da observação comportamental que podem ser extraídos os dados sobre o nível de
comprometimento do paciente e se obtém informações relevantes sobre o
procedimento mais adequado que pode ser utilizado. Sendo assim, é necessária
uma ampla base teórica para constituir a reabilitação neuropsicológica, visto que não
existe um único modelo ou teoria que englobe os mais diversos problemas
encontrados por indivíduos com distúrbios neurológicos e neuropsiquiátricos
Abrisqueta-Gomez (2006).
Assim, a análise do comportamento pode agregar muito valor para a
neuropsicologia, tanto para o processo de avaliação como para o de reabilitação,
sendo que, a avaliação comportamental é um complemento da avaliação
neuropsicológica. Ela identifica problemas a serem trabalhados e também pode
avaliar a eficácia do tratamento. Para Pontes et al (2008) realizar uma avaliação
neuropsicológica é o primeiro passo para que se mensurem os prejuízos
cognitivos e as funções intactas do indivíduo.
10

Originalmente, a avaliação neuropsicológica foi concebida para avaliar


pessoas que sofreram danos cerebrais durante período de guerra, Harvey (2012), e
investigar prejuízos funcionais associados a lesões cerebrais, Bilder (2011). No
decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foram realizados trabalhos com
soldados sobreviventes que sofreram lesões cerebrais, pelo médico e psicólogo
russo Alexander Romanovich Luria (1902-1977). Luria e sua equipe pesquisaram os
problemas da linguagem e afasia, nas alterações envolvendo processos intelectuais
e no comprometimento do comportamento conscientemente controlado (García-
Molina, & Roig-Rovira, 2013), mencionados por Ramos e Hamdan (2016).
Do mesmo modo, Ramos e Hamdan (2016) concordam com Harvey (2012)
que na atualidade, a avaliação neuropsicológica contribui na investigação clínica de
muitas condições neuropsiquiátricas e proporciona a obtenção de informações
gerais e específicas sobre os níveis de funcionamento cognitivo de determinada
pessoa.
Schlindwein-Zanini et al.(2013) apontam que hoje em dia, é muito comum e
importante que a avaliação neuropsicológica também seja feita em pacientes que
manifestam algum tipo de limitação física e/ou sensorial, sendo adquiridas,
congênitas ou relacionadas a sequelas. Dessa forma, é necessário que se invista
em estudos referentes à avaliação neuropsicológica e em instrumentos destinados a
esses pacientes, sendo que, eles podem sofrer prejuízos ao serem submetidos a
testagens cognitivas convencionais que precisam de habilidade manual, rastreio
visual e compreensão verbal.
Vale lembrar que a deficiência é algo que causa certas limitações no indivíduo
acerca de condições que se realizam materialmente, Moraes e Arendt (2011) citado
por Schlindwein-Zanini et al.(2013). Isso faz com que seja indispensável que as
doenças manifestadas no corpo sejam investigadas e tratadas, com o objetivo de
que as deficiências possam ser atenuadas. A avaliação neuropsicológica poderá
identificar da natureza, presença e extensão do dano cerebral e avaliar os
comportamentos manifestados por disfunções e a outros indicadores que o indivíduo
possa apresentar. Schlindwein-Zanini et al.(2013) mencionam que Capovilla (2007)
diz ser importante que o profissional planeje o uso dos instrumentos que irá usar,
considerando as hipóteses e as informações coletadas, os documentos anteriores
11

de outros profissionais, podendo assim dar prosseguimento ao diagnóstico do


paciente.
Alem disso, o processo diagnóstico neuropsicológico precisa respeitar uma
serie de passos oriundos da neurologia para alcançar essa finalidade, Barraquer-
Bordas (1976) citado por Haase et al (2008). Sendo: (i) diagnóstico funcional, no
qual os sintomas são retratados como padrões de associações ou de dissociações
entre funções comprometidas e preservadas, interpretados no âmbito de um modelo
de processamento de informação; (ii) diagnóstico topográfico, que se baseia na
localização das lesões em um referencial anátomo funcional; (iii) diagnóstico
nosológico, que corresponde ao padrão de associação ou dissociação funcional com
um prognóstico; e (iv) diagnóstico ecológico, que visa avaliar o impacto causado
pelos transtornos sobre o funcionamento psicossocial do paciente, observando a
qualidade de vida, social, profissional , acadêmica e a participação familiar,
Barraquer-Bordas (1976).
Sendo assim, o processo diagnóstico tem como principais metas: (i) reduzir o
campo de busca, possibilitando a tomada de decisão por meio da consideração de
um número de alternativas compatível com a memória de trabalho do profissional; (ii)
verificar particularidades de hipóteses ao processo diagnóstico, Réa-Neto (1998).
A compressão do conjunto de opções e a formulação de hipóteses a serem
testadas são imprescindíveis para que o diagnóstico neuropsicológico seja realizável
e, especialmente, para evitar o sofrimento e os riscos relacionados aos
procedimentos diagnósticos.
A etapa inicial do diagnóstico neuropsicológico se baseia na descrição dos
sinais e sintomas e na caracterização de um padrão de dissociação funcional. O
segundo passo é o diagnóstico topográfico, a localização lesional, o que reduz
bastante o campo de busca, orientando as etapas decorrentes do processo Neary
(1999). O último passo do diagnóstico é a correlação estrutura-função, onde as
informações entre áreas corticais adjacentes permitem a observação dos
mecanismos cognitivos analíticos, como por exemplo, a linguagem. As conexões
entre determinadas áreas corticais mais distantes permitem que o cérebro funcione
de maneira abrangente, introduzindo elementos do contexto mais amplo ao
comportamento.
12

Existe uma hipótese onde a teoria cognitiva explica que o cérebro humano
pode ser analisado como um sistema de computador, onde os processos de
percepção são comparáveis à entrada de informação no sistema, e a ação externa
(ou interna, mental) corresponde à saída do sistema. Os estágios entre a entrada e a
saída equivalem à cognição propriamente dita (codificação ou interpretação
subjetiva/ emocional dos estímulos, armazenamento/ memória, raciocínio e tomada
de decisão). A analogia com sistema computacional permite aos neuropsicólogos
identificar, delimitar, diagnosticar, avaliar o impacto funcional e desenvolver
estratégias de reabilitação de indivíduos com algum déficit cognitivo, Pöppel (1993)
citado por Haase et al (2008).
A avaliação neuropsicológica é um método que pode fazer essa analise do
encéfalo por meio do estudo de seu produto comportamental (Lezak, Howieson &
Loring, 2004), que é essencial não somente para a tomada de decisões
diagnósticas, mas também para o desenvolvimento de programas de reabilitação
(Ardila & Ostrosky-Solís, 1996), citados por Capovilla (2007), que também
compartilha da ideia de Lezak et al. (2004), em que a avaliação neuropsicológica
pode ser importante para seis propósitos principais: a) diagnóstico; b) cuidados com
o indivíduo; c) identificação de tratamentos necessários; d) avaliação dos efeitos de
tratamentos; e) pesquisa e f) questões forenses.
Segundo Capovilla (2007), a avaliação neuropsicológica é crucial para o
diagnóstico de determinados quadros clínicos, tais como as demências,
traumatismos cranioencefálicos menores ou algumas encefalopatias, sendo que
estes não são facilmente detectados em técnicas usuais de neuroimagem, na qual
mesmo constatando a presença de lesões, precisa da avaliação neuropsicológica.
Na qual é primordial para explicitar os seus fatores comportamentais, e ainda tem
importante papel em estabelecer prognósticos dos pacientes em certos quadros e na
prevenção de distúrbios que possam estar em estágio inicial ou que não apresentem
alterações neurológicas tão evidentes. A avaliação neuropsicológica ainda pode
contribuir para o direcionamento da reabilitação, ao prover dados sobre as áreas
deficitárias da pessoa, e também sobre as habilidades preservadas e o potencial
para a reabilitação, além de ajudar a averiguar as mudanças do indivíduo ao longo
das eventuais intervenções que possam ser realizadas.
13

Winograd e Martins de Jesus (2012) concordam com com Lezak, Howieson e


Loring (2004), que a avaliação neuropsicológica ocupa lugar de destaque na
neuropsicologia por contribuir com a investigação das funções mentais e cognitivas
do indivíduo e ainda pode fornecer importantes informações referentes às suas
capacidades e limitações. Conhecer essas características do paciente é essencial
para organizar o seu ambiente, e fazer alterações, se necessário, para melhorar as
condições do paciente de se reabilitar e evitar atividades que não estejam ao seu
alcance Mäder (1996). Dessa forma, é imprescindível que a avaliação não reflita
somente sobre as áreas deficitárias, mas também sobre as habilidades preservadas
que são potenciais para reabilitação, Capovilla (2007) citados por Winograd e
Martins de Jesus (2012), que também compartilham da afirmação de Lezak (1995),
na qual, a avaliação neuropsicológica estuda tanto aspectos quantitativos, quanto
aspectos qualitativos, que incluem questionários, entrevistas, entre outros. Mesmo
que os resultados quantitativos dos testes neuropsicológicos sejam importantes para
expor a maturidade conceitual e o nível cognitivo, os escores dos testes sozinhos
somente fornecem informações limitadas sobre o funcionamento mental do paciente.
Então, se torna essencial a análise dos aspectos qualitativos na interpretação dos
testes. Mais relevante do que saber que o paciente falhou ao fazer um teste, é
preciso averiguar os motivos da sua falha, destaca Lezak(1995).
A avaliação neuropsicológica deve valorizar, não somente o desempenho
individual e as capacidades intelectuais, mas também os aspectos emocionais,
funcionais e relacionais dos indivíduos Marcelli (1998). Há situações, em que
observações sobre a conduta do paciente podem ser feitas fora do contexto de
testagem, através de entrevistas estruturadas ou semiestruturadas para levantar
dados que possam ser pertinentes. O examinador também pode utilizar relatos
fornecidos pelos responsáveis, cônjuges, cuidadores e ainda informações vindas de
outros profissionais que juntamente estejam acompanhando o indivíduo (Tharinger,
Finn, Hersh, Wilkinson, Christopher & Tran, 2008), mencionados por Winograd e
Martins de Jesus (2012).
Para Taub e Cecchini (2014) as técnicas e metas usadas na avaliação
psicológica e neuropsicológica vêm sendo influenciadas pelos conhecimentos
desenvolvidos por diferentes linhas teóricas da Psicologia e das Neurociências.
A avaliação psicológica e neuropsicológica envolve uma interação clínica complexa
14

entre um psicólogo capacitado para a realização da mesma, o paciente e os


resultados da avaliação que são incorporados em sua história clínica, testificada por
suas informações, atributos de personalidade, circunstâncias contextuais e
informações médicas. (Handler & Meyer, 1998).
A especificidade da avaliação neuropsicológica é sistematizada no modelo de
Avaliação Neuropsicológica com Intervenção e Feedback (Gorske, 2008). Devido a
vários pressupostos compartilhados por eles e por terem como principal meta
ampliar a influência clínica da avaliação neuropsicológica no bem estar dos
pacientes, eles foram ajustados na chamada Avaliação Neuropsicológica
Terapêutica Colaborativa (Gorske & Smith, 2010). Além de elucidar questões do
paciente e do profissional solicitante da avaliação, este tipo de avaliação também
objetiva permitir que o paciente sinta-se escutado e compreendido para que consiga
ressignificar sua própria história de vida, o que pode levá-lo ao crescimento,
aceitação e responsabilidade para com o tratamento (Gorske & Smith, 2010). Este
modelo de avaliação vem da hipótese de que a compreensão de suas dificuldades,
benefícios e alcance das intervenções propostas podem melhorar a motivação do
paciente e sua aceitação pelo tratamento (Gorske & Smith, 2010), mencionados por
Taub e Cecchini (2014).
Vieira e colaboradores (2007) dizem que o objetivo da avaliação
neuropsicológica também é identificar distúrbios produzidos por alterações
cerebrais, desencadeando respostas comportamentais, alterações funcionais e
estruturais das funções cognitivas provocadas por patologias psiquiátricas. Sendo
assim, a avaliação neuropsicológica tem como objetivo o diagnóstico diferencial, a
identificação do comprometimento das funções cognitivas e a avaliação do grau de
dano que o portador da patologia possa apresentar.
Nesse sentido, Vieira e colaboradores (2007), explicitam que, embora existam
procedimentos que ainda não foram traduzidos ou adaptados para o Brasil, tais
como o Multiphasic Personality Inventory-2, o Finger Tapping Test, entre outros, que
podem ser adotados pelo neuropsicólogo clínico, também temos outros importantes
procedimentos que conduzem um diagnóstico diferencial a serem utilizados, tais
como testes para a avaliação geral de inteligência como as Escalas Weschler, que
investiga as modalidades de raciocínio e expressão de caracteres verbais e não-
verbais. A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC III) é indicado para
15

avaliação intelectual de indivíduos na faixa etária entre 6 e 16 anos e a Escala


Wechsler (WAIS III) é usada para adultos. Além destes, existem outros testes como
BPR-5; R1; G-36 que da mesma forma contribuem na mensuração de níveis de
inteligência. Demais funções cognitivas podem ser avaliadas através do uso de
testes específicos de atenção e concentração, como o teste D-2 que pode ser
utilizado entre a faixa etária de 9 a 52 anos.
Vieira e colaboradores (2007) mencionam outros instrumentos validados que
podem ser aplicados, tais como: 1) Avaliação das atividades de vida diária &– Índice
de Katz (Gallo, Reichel & Andersen,1995), que mede a capacidade e prejuízo
funcional nas atividades do dia-a-dia; e 2) RMBPC &– Revised Memory and
Behavior Problems Checklist &– (Teri, Truax, Longston, Uomoto & Vitalino, 1992),
para investigação de memória e comportamento.
Abrahão (2001), citado por Vieira e colaboradores (2007), fala que a cognição
poder ser entendida como um conjunto de mecanismos mentais que agem sobre a
informação sensorial, onde busca a sua interpretação, classificação e organização.
Tais atividades e processos são veículos para se adquirir informação e desenvolver
conhecimento. A compreensão da complexidade dessas funções cognitivas pode ser
auxiliada através de instrumentos como os citados nesse artigo.
16

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo do estudo consiste em apresentar uma revisão bibliográfica sobre o


papel da avaliação neuropsicológica no processo diagnóstico do funcionamento
cognitivo.

2.2 Objetivos Específicos

Investigar quais são as utilizações da avaliação neuropsicológica.


Averiguar como a avaliação neuropsicológica pode contribuir para a
investigação de eventuais disfunções cognitivas.
Discorrer quais instrumentos neuropsicológicos podem ser usados no
processo diagnóstico.
17

3 METODOLOGIA

A revisão sistemática de literatura foi realizada em bases de dados


eletrônicos, com busca manual em periódicos brasileiros indexados. Foram incluídos
artigos de pesquisa sobre Avaliação Neuropsicológica. Também foram selecionados
artigos que continham base de análise de dados coletados no Brasil e data de
publicação de 2005 a 2019.
A busca eletrônica foi executada no período de novembro de 2018 a setembro
de 2019 nas seguintes bases de dados: PePSIC – Periódicos Eletrônicos em
Psicologia e SciELO – Scientific Electronic Library Online. Utilizando os decorrentes
termos, em idioma português “Avaliação Neuropsicológica” e “Testes
Neuropsicológicos”. Para delimitar a busca por artigos do qual a coleta de materiais
foi realizada no Brasil, os seguintes termos, em língua portuguesa, foram usados em
combinação com os apresentados acima: "Brasil”.
Os critérios de inclusão para elaboração deste artigo foram: artigos científicos
correlacionados com o papel da avaliação neuropsicológica no processo diagnóstico
do funcionamento cognitivo arquivados nos sites Pepsic e SciELO. Qualquer outro
artigo que não apresente esses termos foi desconsiderado.
Uma leitura inicial foi realizada com base nos títulos de todos os artigos que
atestaram os critérios de inclusão ou que não permitiam se estabelecer
que deveriam ser excluídos. Após examinar os resumos, todos os artigos
escolhidos foram examinados de acordo com os critérios de inclusão determinados.
18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das buscas nas bases de dados brasileiros da Scielo e Pepsic, foram
selecionados os artigos de revisão bibliográfica publicados no período de 2005 a
2016, em língua portuguesa, que abrangem os aspectos essenciais da
neuropsicologia e a importância da avaliação neuropsicologia no processo
diagnostico do funcionamento cognitivo.
Foram selecionados 10 (dez) artigos de revisão bibliográfica. Desses 10 (dez)
artigos, 5 (cinco) artigos foram realizados nos últimos 7 (sete) anos, sendo 2 (dois)
em 2012, 1 (um) em 2013, 1 (um) em 2014 e 1 (um) em 2016, no período de 2007 a
2008 também foram realizados 4 (quatro) artigos, sendo 2 (dois) em 2007 e 2 (dois)
em 2008, e apenas 1 (um) foi realizado em 2005 conforme apresentado na figura 1.

10 Artigos
Científicos de
Revisão

2016
bbbbBibliográgic 2014
a
2013 01
Artigo
2012 01
Artigo
2008 01
Artigo
2007 02
Artigos
2005 02
Artigos
02
Artigos
01
Artigo

Figura 1: Quantidade de artigos científicos encontrados por ano


Fonte: Elaboração própria, com base nos dados coletados.

Abaixo estão listadas no Quadro 1 as características gerais dos 10 (dez)


artigos de revisão bibliográfica publicados no período de 2005 a 2016
19

Quadro 1 - Características dos artigos de revisão bibliográfica publicados no


período de 2005 a 2016

Ano e
Título e objetivo(s)
autor(es)

Título: Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios para a formação de


2005 educadores.
Pinheiro Objetivo: Discutir aspectos da história da neuropsicologia, desde a sua origem
até o seu surgimento e estabelecimento enquanto ciência, com o objetivo de
fornecer subsídios a educadores interessados no estudo das dificuldades e dos
distúrbios de aprendizagem.

Título: Contribuições da neuropsicologia cognitiva e da avaliação


2007 neuropsicológica à compreensão do funcionamento cognitivo humano.

Capovilla Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre avaliação neuropsicológica no


Brasil.

Título: Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos em neuroimagem:


2007 novas perspectivas em saúde mental.
Vieira et al. Objetivo: Discutir a integração dos novos recursos da neurociência aos
procedimentos tradicionais da avaliação psicológica na área da saúde mental.

Título: A reabilitação neuropsicológica sob a ótica da psicologia


2008 comportamental.

Pontes et al. Objetivo: Discursar sobre a interação entre as áreas de reabilitação


neuropsicológica e análise do comportamento.

Título: Um sistema nervoso conceitual para o diagnóstico neuropsicológico.


2008
Objetivo: Examinar, sob a perspectiva de um “sistema nervoso conceitual”,
Haase et al. aspectos metadiagnósticos da neuropsicologia, cujos efeitos ultrapassam o uso
de testes normatizados.

2012 Título: Neuropsicologia como ciência interdisciplinar: consenso da comunidade


brasileira de pesquisadores/clínicos em Neuropsicologia.
Haase et al.
Objetivo: Apresentar uma revisão sobre a Neuropsicologia, definição da área,
seu objeto de estudo e método(s), campos e formas de atuação e uma análise
do seu percurso histórico no Brasil.

2012
Título: Aspectos qualitativos na prática da avaliação neuropsicológica.
Winograd e
Objetivo: averiguar a atribuição da importância atribuída à avaliação qualitativa
Martins de
por neuropsicólogos em sua prática clínica.
Jesus
20

2013
Título: Avaliação neuropsicológica e deficiências físicas: revisão de
Schlindwein- instrumentos viáveis no Brasil.
Zanini et al. Objetivo: Investigar, por meio de revisão bibliográfica, instrumentos na ANP de
pacientes com limitações físicas e sensoriais, como perda auditiva, baixa
acuidade visual e restrições de movimentos no Brasil.

2014 Título: Avaliação Neuropsicológica: modelos teóricos

Taub e Objetivo: Apresentar as diferenças entre o modelo tradicional, com foco na


Cecchini coleta de informações, e o modelo terapêutico de avaliação, assim como a
aplicabilidade e indicações de cada um.

2016 Título: O crescimento da avaliação neuropsicológica no Brasil: uma revisão


sistemática.
Ramos e
Hamdan Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre avaliação neuropsicológica no
Brasil.

Conforme apresentado no Quadro 1, no período de 2005 a 2016, ou seja, nos


últimos 11 (onze) anos foram realizadas 10 (dez) pesquisas dos seguintes autores:
(PINHEIRO, 2005) que aborda os aspectos históricos do desenvolvimento da
neuropsicologia; (CAPOVILLA, 2007) fala acerca da importância do crescimento da
avaliação neuropsicológica; (VIEIRA et al. 2007) explanam sobre aspectos
importantes dos procedimentos neuropsicológicos; (PONTES et al.,2008) discursam
a respeito da reabilitação neuropsicológica e análise do comportamento; (HAASE et
al., 2008) aludem sobre os aspectos da neuropsicologia cognitiva e acerca dos
cuidados sobre os instrumentos utilizados no diagnóstico neuropsicológico; (HAASE
et al., 2012), discursam sobre os objetivos da neuropsicologia e seu impacto na
história; WINOGRAD E MARTINS DE JESUS (2012) abordam os aspectos
qualitativos da Avaliação Neuropsicológica; (SCHLINDWEIN-ZANINI et al., 2013)
discorrem acerca dos cuidados e a necessidade de estudo sobre os instrumentos da
ANP aplicados a pacientes com deficiência física; (TAUB et al., 2014) falam a cerca
de modelos teóricos de avaliação e a influencia sobre a avaliação neuropsicológica
e (RAMOS E HAMDAN, 2016) discorrem sobre o crescimento da avaliação
neuropsicológica no Brasil.
Pinheiro (2005) ao analisar historicamente como foi o surgimento da
neuropsicologia no século XX constatou que seu desenvolvimento se deu partir da
21

aproximação entre a psicologia e a neurologia, onde ambas tinham objetivos em


comum, que era estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão
cerebral. A partir dessa aproximação surgiram estudos de teóricos como o psicólogo
canadense Donald Olding Hebb que procurava entender a neuropsicologia a partir
da função dos neurônios que contribuíam para processos psicológicos como a
memória e o aprendizado. No mesmo sentido os psicólogos Karl Spencer Lashley e
Aleksandr Romanovitch Luria também contribuíram na difusão da ciência
neuropsicológica naquele período. O que contribuiu para que atualmente, a
neuropsicologia esteja entre os campos das neurociências (ou neurociência
cognitiva), e as ciências do comportamento (psicologia do desenvolvimento,
psicolinguística, entre outras) e seja capaz de estudar a relação entre o sistema
nervoso, o comportamento e cognição, isto é, consiga estudar das capacidades
mentais mais complexas como a linguagem, a memória, e a consciência.
Do mesmo modo, Haase et al. (2012) ) realizaram suas pesquisas para
investigar o avanço dos fundamentos da neuropsicologia e observaram que tais
avanços tiveram início após a união da neuropsicologia com a neuropsicologia da
linguagem sob a luz de importantes teóricos de áreas distintas como da Neurologia,
Linguística e Psicologia, tornando então a neuropsicologia uma área interdisciplinar.
Assim, a neuropsicologia passou a ter forte impacto nos estudos da análise
comportamental, emocional e social das disfunções cerebrais, o que contribui na
investigação de diferentes níveis de comprometimento de funções cognitivas. Isso
só é possível através de procedimentos de avaliação neuropsicológica, o que ajuda
na intervenção e reabilitação neuropsicológica, que auxilia na recuperação ou a
adaptação do paciente para que tenha a melhor qualidade de vida possível.
No mesmo sentido, Pontes et al. (2008) elucidaram nos contextos
investigados que a analise do comportamento vem sendo imprescindível tanto no
processo de avaliação, onde ajuda a identificar aspectos a serem trabalhados e
avalia se tratamento está sendo eficaz, quanto na reabilitação neuropsicológica,
como sendo um processo onde as pessoas com lesões ou distúrbios neurológicos e
neuropsiquiátricos podem se beneficiam desses procedimentos comportamentais. A
análise do comportamento vem utilizando ferramentas valiosas para a modificação
do comportamento deficitário e ainda auxilia nos processos de aprendizagem, o que
está sendo importante, não somente para a observação comportamental, mas para
22

todo o processo envolvido na neuropsicologia clínica, retreinamento cognitivo e


psicoterapia individual e grupal.
Ramos e Hamdan (2016) realizaram um estudo que constatou um aumento
das pesquisas relacionadas à Avaliação Neuropsicológica (ANP) no Brasil nas duas
últimas décadas e traz dados que corroboram com isso: Entre 2007 a 2012 se reuniu
mais de 60% da produção científica nacional, comparado com o período de 1993 a
2006. A média anual de produções relacionadas à ANP foi de 12,7 itens por ano.
Dentre as revisões realizadas por Ramos e Hamdan (2016) se destacam os
trabalhos de Luria (1902-1977), que se desenvolveram a partir de experimentos
realizados durante a Segunda Guerra Mundial e deram base para investigação
acerca de problemas da linguagem e afasia, nas alterações envolvendo processos
intelectuais e no comprometimento do comportamento conscientemente controlado.
O que nos dá respaldo hoje para estudos e investigações clínicas de muitas
condições neuropsiquiátricas através da avaliação neuropsicológica, proporcionando
a obtenção de importantes informações sobre os níveis de funcionamento cognitivo
de pacientes.
Schlindwein-Zanini et al.(2013) fizeram estudos sobre os cuidados que o
profissional que irá realizar a Avaliação Neuropsicológica em pacientes com algum
tipo de deficiência física ou sensorial precisa ter, seja qual for sua natureza, e foi
constatado que é preciso planejar minuciosamente a escolha dos instrumentos
conforme indicação do exame e o comprometimento do paciente, para que as
hipóteses a serem formuladas direcionem para o tratamento adequado, já que as
pessoas com limitações físicas apresentam um estado de saúde especial, que
precisam ter cuidados médicos frequentes (Castro et al., 2008). E também há
necessidade de potencializar as pesquisas brasileiras acerca de instrumentos
neuropsicológicos adequados a pessoas com esse tipo de limitação devido a
escassa produção científica na área. E também, atualmente, há diversos
instrumentos no mercado, porém, poucos têm aplicabilidade em pessoas com esse
tipo de demanda, é preciso sanar a baixa variedade de instrumentos
neuropsicológicos para esse víeis.
Haase et al (2008) averiguaram em seus estudos que o uso de instrumentos
diagnósticos devem ser validados e normatizados, e realizados por profissionais
habilitados, o que obviamente, é um aspecto relevante no exercício da
23

neuropsicologia (Conselho Federal de Psicologia, 2003) o que tem garantido


resultados mais fidedignos e vem contribuindo para a formulação de hipóteses
diagnósticas mais assertivas, assegurando que o paciente sofra o menos possível
e tenha riscos mais baixos em todo processo. A Avaliação Neuropsicológica também
tem alguns passos a serem seguidos: a descrição dos sinais e sintomas, a
caracterização de um padrão de dissociação funcional, o diagnóstico topográfico e a
correlação estrutura-função. Isso ajuda nos resultados investigativos e ampara o
profissional responsável pelo processo de avaliação na tomada de decisão para o
tratamento adequado.
Haase et al (2008) também constataram que, além da área de análise do
comportamento, os mecanismos neuropsicológicos da atividade mental se
equivalem com os pressupostos da neuropsicologia cognitiva, que trabalha com
modelos de processamento de informação, onde os sintomas e sinais são
interpretados,e então, em nível de processos computacionais e comprometimentos
de representações são esquematizadas por intervenção de um fluxograma. O uso
de modelos de processamento de informação vem auxiliando no prognostico e na
explicação dos resultados da investigação cognitiva e neuropsicológica (Benedet,
2002).
Capovilla (2007) demonstra em sua investigação que o uso da avaliação
neuropsicológica tem crescido mundialmente, inclusive no Brasil, com o
desenvolvimento de instrumentos de avaliação que exibem bons parâmetros
psicométricos de precisão e de validade. Esse crescimento tem sido importante na
elucidação de processos latentes às atividades mentais superiores do ser humano e
sua relação com o funcionamento neurológico. A compreensão de como a mente
funciona tem sido facilitada através de estudos sobre padrões comportamentais de
pacientes com lesões cerebrais, o que auxilia no delineamento de intervenções mais
adequadas, e também ajuda os próprios pacientes a terem melhor compreensão
sobre seus problemas e como irá ser conduzido o processo de reabilitação. Para
que esse processo avaliativo seja possível o examinador precisa planejar quais
instrumentos ele usará conforme a formulação de suas hipóteses sobre as
disfunções de seu paciente, que são levantadas a partir de informações coletadas,
como por exemplo, na entrevista inicial e nos procedimentos diagnósticos de outros
profissionais.
24

Winograd e Martins de Jesus (2012) concluíram em seus estudos que, dentro


de um processo de avaliação neuropsicológica, que ambas, a avaliação quantitativa
e a qualitativa são abordagens necessárias, contudo , quando utilizadas de maneira
isolada, em muitas situações podem ser insuficientes para abranger todos os
aspectos da realidade observada. Sendo assim, elas podem e devem ser usadas de
maneira complementar uma da outra. Assim, o estudo quantitativo pode gerar
questionamentos para serem investigadas qualitativamente, e vice-versa (Minayo &
Sanches, 1993)
Taub e Cecchini (2014) descrevem em sua pesquisa as principais diferenças
entre o modelo tradicional de avaliação que tem o objetivo de coletar informações,
onde expõe o paciente de maneiras dimensionais e categóricas, auxilia na tomada
de decisões e facilita a comunicação entre os profissionais. E o modelo terapêutico
de avaliação que teve início no movimento Humanista dos anos 1950 e 1960
(Rogers, 1973) que ajuda a ampliar a capacidade do paciente em vivenciar
experiências e pensar sobre elas, com o intuito de explorar novas compreensões
adquiridas durante o processo e aplicá-las à sua vida. Os dois modelos têm
influência na aplicabilidade da avaliação neuropsicológica, o que auxilia o
examinador a compreender o funcionamento do paciente e os fatores envolvidos em
sua queixa.
Ao pesquisar sobre Avaliação Neuropsicológica Vieira et al. (2007)
constataram que tanto na área de saúde mental, quanto em qualquer outra área de
aplicação , é muito importante atingir as metas do diagnóstico para obter maior
precisão nos resultados avaliados, para que isso aconteça, o psicólogo deve estar
bem instrumentalizado e qualificado. Existe um grande conjunto de instrumentos de
avaliação disponível ao profissional que se mantém atualizado, esses instrumentos
de avaliação psicológica e neuropsicológica passam por processos de revisão e
reavaliação, onde também são validados e padronizados concomitantes à população
brasileira. Sendo assim, é importante que o profissional a utilizar instrumentos para a
Avaliação Neuropsicológica sempre verifique junto ao Conselho Federal de
Psicologia a lista completa dos instrumentos de avaliação com parecer favorável, e
acompanhe o processo de avaliação desses instrumentos que constantemente são
atualizados.
25

A avaliação psicológica e neuropsicológica é uma atividade importante para o


exercício profissional do psicólogo, que se utiliza de instrumentos psicológicos
específicos para chegar ao diagnóstico correto, com a importante missão de se obter
maior precisão nos resultados. Podendo assim, determinar tratamentos e
abordagens adequadas, com o objetivo de atenuar o sofrimento do paciente e
contribuir para que o mesmo tenha a chance de compreender sua patologia e buscar
se adaptar da melhor forma possível as suas disfunções.
26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo demonstrou que foi somente com a aproximação da


psicologia com a neurologia que nasceu a neuropsicologia, sendo que ambas tinham
o objetivos de estudos em comum, e a partir daí foram surgindo novos trabalhos
teóricos e houve uma expansão da área, que levou a neuropsicologia a se tornar
uma área interdisciplinar. O que derivou estudos sobre a análise comportamental,
emocional e social das disfunções cerebrais, contribuindo na investigação de
diferentes níveis de comprometimento de funções cognitivas.
Nas duas últimas décadas houve um aumento nas pesquisas relacionadas à
Avaliação Neuropsicológica no Brasil, porém, existe uma escassez na produção
cientifica em alguns contextos, por exemplo, na deficiência física ou sensorial, onde
se mostrou ter baixa investigação sobre instrumentos neuropsicológicos
relacionados a esse público. A utilização da avaliação neuropsicológica tem crescido
muito no Brasil e no mundo, o que tem sido importante para que haja um melhor
entendimento a cerca de disfunções cognitivas e intervenções mais precisas. Mas
esse crescimento não reforça a necessidade de uma maior investigação nessas
áreas deficitárias? Sendo que, quanto mais se expandem estudos em determinada
área mais se abre oportunidades para que os olhares críticos se voltem para
campos que necessitam de aprofundamento?
A validação e normatização dos instrumentos diagnósticos a serem utilizados
também tem sido essenciais para assegurar que os resultados e as formulações de
hipóteses sejam mais assertivas, o que contribui para um maior conforto e
segurança dos pacientes, e ainda pode ajudar no direcionamento do tratamento
mais adequado. Mas ainda existem instrumentos estrangeiros importantes que não
foram adaptados para a população brasileira, como o Multiphasic Personality
Inventory-2, o Finger Tapping Test, entre outros, o que tende a limitar a intervenção
neuropsicológica em nossa região.
Como podemos notar, embora neuropsicologia tenha uma notável expansão
ao longo da história, ainda há campos para ser analisados e aprimorados. O que nos
abre um leque de possibilidades para estudos e empreendimentos científicos.
27

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