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1 – Inverno

Ainda tentava descobrir porque na casa de Einar, não que eu não gostava de vê-
lo tocar com a banda dele, é que tanta coisa já acontecera com nós, que preferia
evitar.
Tirando o cabelo que estava ainda mais comprido desde a última vez que o vi, não
mudara em nada, os anos pareciam não ter efeito sobre a beldade dele, tinha
sempre o mesmo belo semblante não importava a periodicidade com que o via.
Ele sabia que estava bem alta de maconha, assim como o belo rosto de Einar,
tinham outras coisas que também não mudavam. Como não mudava o
comportamento de Mika de sempre sentar-se ao meu lado quando me percebia
daquele jeito.
Todos nós sabíamos bem o que acontecia depois daquilo. Mas, eu não queria, não
naquele momento, enquanto sentia a pressão quente da mão de Mika ao passo
que examinava meu braço.
Não estava exatamente bonito, não com todo aquele sangue seco que se grudou
na manga comprida do moletom cinza que usava. Mika passou a mão no cabelo
ruivo e comprido, deixando-me em seguida.
Meus olhos se encontraram com de Einar mais uma vez, não precisava ser um
gênio para saber que eu estava encrencada outra vez, nem meus olhos avelã, nem
meu cabelo num vermelho quase vinho impecável, nem meus lábios arroxeados
pela botam, meus braços me entregavam.
Não o deixei de olhar nem mesmo quando Mika passou o algodão umedecido em
álcool, o que resultou em várias caretas pela ardência e até mesmo dor. Sem mais
fingir que não se importava, deixou a guitarra e consequentemente a banda e
sentou-se ao meu lado.
Olhava com esmero cada runa que eu desenhara com uma pequena e afiada faca.
Mika continuava com seu curativo, naquele momento esparramava um creme
transparente e fresco que aliviava como uma mão gentil a ardência que sentira
anteriormente.
— Deixa eu adivinhar. Vamos ter que ficar com ela agora? - Disse Einar
desdenhoso.
— Como se isso fosse muito difícil para você. - Eu disse.

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