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Para algumas coisas é requerida uma energia que não tenho e uma mudança
clara na percepção que estou fazendo de mim mesma. É sempre a mesma coisa,
cheguei num ponto de descuido que eu sei que está me levando a um ponto onde
eu mesma não estou gostando do que está acontecendo.
A questão é que se eu não me socializar com ninguém eu fico bem confortável
comigo mesma e me descuido completamente, então se eu sinto esse impulso que
sinto agora de querer namorar um escandinavo, por exemplo, percebo que minha
autoestima está muito baixa porque não me cuidei durante todo esse tempo.
Não é de hoje que eu sei que tenho esse problema com autocuidado, eu preciso
começar a fazer coisas para que me sinta bem comigo mesma. Sim, estou
sentindo falta de ter alguém e é possível que hoje mesmo eu vou realmente
invocar um anjo na hora de Vênus.
Eu também preciso encontrar pessoas para compartilhar de meu progresso,
depois de tanto tempo confinada estou precisando do olhar das pessoas, do
contato, de palavras que me apoiem e me faça seguir em frente. Quero dizer ao
mundo!
Não estou gostando como estou redirecionando a energia para a ideia de magia,
ao mesmo tempo que estou torrando toda a minha energia no desejo que estou
sentindo tão intensa e insanamente de namorar um norueguês. Fico imaginando
isso o tempo todo e acabo não escrevendo meu livro.
Tentarei escrever alguma coisa fictícia a respeito, para ver se me dou um tempo
com esses pensamentos, se esgoto o desejo. Não houve nenhum sinal da prática
de Iasgnarin de hoje, nenhum homem falou comigo pelo messenger diretamente e
tampouco o norueguês.
Sonho 29/05/2019
Estava no show do Batushka, mas era o Batushka roubado que estava tocando.
Antes de se apresentar um apresentador anunciava alguns demônios que
estavam presentes. Eles se vestiam de forma ridícula, como um tipo caricato de
cosplay. Quando começaram a tocar a musica era tão ruim, que algumas pessoas
da plateia começaram a lançar ovo neles.
Ao meu lado estava o baixista da banda (que nada tinha a ver com a forma que a
banda se apresenta), um cabeludo baixinho, com o cabelo comprido e
desgrenhado usando um bigode ridículo. Um rapaz alto, vestindo um capuz, que
consegui ver bem o rosto, lançou um ovo nele e depois disso tantos ovos voaram
que acabou o show.
O sonho muda, estou dando entrada em alguns papéis no governo, sigo com
minha família num carro para um posto para comprar cigarros. Lá eu pago um
tipo de uma DARF e a mulher me diz que com o outro papel eu tenho que dar
entrada num órgão específico do governo. Aquilo me serviria para pagar menos
pelas coisas.
Estamos de carro, mas caminhamos e pela rua vemos algumas bancas, entre elas
tinha uma de pastel. Eu compro um pastel que custa 50 reais para a minha mãe
e depois a japonesa dona da banca diz que tem uma promoção de 12 pastéis por
41 reais. Eu pago e entramos numa lanchonete, onde a japonesa disponibilizou
um balcão com massas e recheios.
Minha irmã mais velha começa fazer os pastéis, enquanto fico conversando com
minha tia e me questionando que recheio eu gostaria. Mas, quando dei por mim,
minha irmã já tinha feito 9 pastéis e aqui a matemática fica louca, porque
faltavam apenas 2 pastéis para serem feitos. Brava com aquilo, falo o que quero
como recheio e a japonesa que também estava ávida por fazer os pastéis, fez os 2
últimos.
Pensei que ela faria os 2 últimos com os recheios que eu queria, porque ela dizia
que mostraria um pastel ótimo e fez de acordo com o que ela achou que fosse
maravilhoso, que no final eu achava horrível. Fiquei emburrada enquanto todas
comiam, porque eu chequei todos os pastéis antes de serem fritos e nenhum
recheio parecia agradável.
Brava eu me levantava e pagava por outro pastel que tivesse exatamente o que eu
queria, minha tia ficava insistindo para pagar para mim, mas eu não deixava.
Quando me entregavam o pastel, eu não sei o que havia de errado, mas também
não gostava e mordiscava os outros pastéis que todas tinham comido apenas a
metade.
Nisso eu olhava pela janela e via que havia três homens que estavam usando
magia, por algum motivo eles pareciam músicos do Rotting Christ e usando
magia, eles apareciam em todas as janelas do local, que ao que me lembro eu vi
três. Estavam ainda espancando o pessoal do Batushka falso, usando um imenso
martelo.
Eles jogavam o martelo do modo que me lembrava Thor, que batia em várias
partes das três janelas, só que do lado de fora, fazendo o local tremer, enquanto
eu sabia que os integrantes da outra banda estavam correndo sobre um morro,
embora não os visse.
No final, minhas irmãs dividiam a conta pelo extra que pediram e antes de deixar
o local, percebi que eu queria doce. Havia barras enormes de chocolate, eram
chocolates avulsos ligados uns aos outros, formando uma barra gigante, quando
perguntava o preço a japonesa dizia que era 10 reais cada chocolate avulso, que
eu achava um absurdo e não comprava.
Percebendo que eu desejava um doce, ela abriu um congelador e com uma
casquinha de sorvete, foi esfregando na parte do congelador que tinha cor de
chocolate, mas estava vazia. Então, ela pegava outra casquinha e a enchia com
sorvete de creme que era a outra metade do congelador e estava cheio. O sorvete
era delicioso e ela me dava gratuitamente, pois queria me agradar.
Deixava o lugar e então me vi numa praia. Eu tinha os pastéis com a massa crua
pela metade comigo e lançava ao mar um pastel inteiro e cru, que era um que eu
gostava muito. Eu fazia pequenas fogueiras sobre a areia para fritá-los, mas
aquilo não dava muito certo, porque alguns deles queimaram e outros se
misturavam com bichos, como uma aranha, que estavam na areia.
Vendo meu pastel boiando no fundo do mar, fui até lá por uma rampa que
continha todo o mar, curvava-me sobre a mureta e pegava meu pastel que estava
boiando. E então, quando me sentava novamente na areia, observava que dentro
do pastel tinha uma enorme espiga de milho e pensava que não ia gostar daquele
pastel também.
Outro pequeno sonho do qual não me lembro muito, eu estava na casa dos meus
pais, era madrugada e estava parada na porta da entrada. O sensor estava
desligado e eu segurava algo em minha mão, um caderno acredito. Sobre o teto
da garagem, eu colocara um tipo de antena ou radar, que atrairia um demônio.
Questionava-me enquanto subia as escadas se eu deveria mesmo deixar aquela
casa. E nesse momento um corvo vinha em minha direção me dizendo que se eu
deixasse aquela casa eu não retornaria para ela novamente.
Eu pensava em tudo, pois que parecia que estava por ir viver na rua. Eu olhava a
antena e parecia que tinha capturado um demônio, embora não o visse e
pensando se eu ficaria realmente bem vivendo fora, se não passaria necessidade
ou se não teria o desejo de voltar para casa. Acho que me decidi por ficar, mas
não estou certa disso, porque a lembrança não é muito clara.
Sonho 30/05/2019
Estava jogando um game online e era de corrida, enquanto olhava meu carrinho
negro correndo junto com os outros, ficava escrevendo na página do site do game
em português. Nem sabia como, mas no final eu ganhei em primeiro lugar e fiquei
pensando em como aquilo tinha acontecido e concluí que os melhores tinham
desistido da corrida em algum momento e não percebi.
Só fui realmente perceber que eu tinha ganho, quando um gringo falava comigo,
parabenizando por eu ter vencido em primeiro lugar. Trocava algumas mensagens
com ele e então, ele me ligava. Contudo, não era bem um telefone, mas um tipo
de vão que se abria no espaço, por onde ouvia a voz dele e via algumas poucas
coisas.
Ele ficava insistindo para que eu falasse com ele, pois que teria que fazer alguma
coisa, ou a mãe dele queria que fizesse alguma coisa, não estou muito certa.
Então, eu via um cartaz que ele segurava para mim que perguntava em inglês:
“Why are you shy?” e continuava insistindo para eu falar com ele.
Eu começava a gravar um áudio em inglês para ele, falando que jogava WoW e
outros jogos e depois respondendo algumas perguntas em inglês. Uma dessas
perguntas pareceu estranha, acho que era algo “Como você se tornou um anjo?” e
eu repetia essa pergunta duas vezes e respondia que gostava de fazer as
perguntas que os jogadores faziam sobre o jogo, porque dessa forma eu já tinha
encontrado algumas boas histórias.
Depois lembro de caminhar numa avenida conhecida de SA, onde morei por um
tempo. Estava de moletom, com os cabelos presos num laço, caindo sobre o
ombro, que eu segurava e alisava enquanto caminhava. Pensava sobre como seria
se eu tivesse um pai, enquanto enrolava a grande mecha nos dedos.
Então, um frentista passava por mim com um copo de cachaça que era uma
oferenda a Deus, eu sentia o gosto da cachaça na boca quando ele passava por
mim, mas não me lembro de beber. O encontrava novamente mais à frente e ele
discutia com outros homens sobre como eles colocariam um pouco de cachaça no
copo e que a pessoa que a carregaria, como numa procissão, deveria ir enchendo
com outras pessoas no meio do caminho.
Eu sentia novamente o gosto da cachaça na boca, estou certa de que bebia isso,
embora não me visse bebendo, continuava caminhando. Nesse momento notava
que minha blusa era amarela e o frentista que carregava a cachaça lia o que
estava escrito em minha blusa. Era algo como uma sinopse de filme que falava
sobre um diretor que levou aos extremos a vida de um xenofóbico.
O frentista fazia algum comentário sobre isso e embora eu deteste e sempre fico
meio ansiosa quando alguém fica andando atrás de mim, não sentia medo dele.
Atravessa uma rua com dificuldade porque era uma encruzilhada que não dava
muita visão dos carros que vinham e depois de atravessar, percebi que estava
levando uma cadeira comigo. Pensava se seria possível continuar me movendo
pela calçada sentada na cadeira ou se teria que carregá-la.
O sonho muda. Estou dentro de um ônibus, levando um caderno comigo, tem um
homem sentado ao meu lado direito e uma moça ao lado esquerdo. A viagem
seguia normalmente até essa moça se levantar para descer, sobre o banco caíra
de seus bolsos duas velas e alguns pedaços de parafina. As velas eram brancas
quase transparente e tinham um estranho formato de pênis.
A moça do banco detrás informou sobre as velas, ela as pegou, enfiando no bolso
das calças e desceu do ônibus, um homem sentado num outro banco, abriu a
janela e gritou a chamando de macumbeira. Algumas garotas que caminhavam
na calçada começaram a chamar de macumbeira também e riram. Então,
encontrei dois lápis de cor e um lápis HB onde ela estava sentada, um lápis era
rosa e o outro roxo, embora um deles tinham duas pontas e uma era verde. Eu
dizia que ela deixara cair e que entregaria para ela assim que a encontrasse na
escola. Embora tivesse o sentimento de manter aqueles lápis para mim.
Júpiter, 31 de maio de 2019.
Sonho 01/06/2019
Vou tentar narrar esse sonho da melhor forma possível, pois que ele foi
maravilhoso.
Estou numa casa com paredes de madeira, arrumando uma mochila com duas
trocas de roupas e alguns pequenos utensílios que não me recordo o que eram.
Eu tinha sido escolhida para ser guerreira, contudo não lutaria para o meu povo.
Deixo a casa carregando a mochila nas costas e vou para outra casa, onde há
outra mulher também se preparando para se mudar. Percebo que as duas trocas
de roupas que pegara era apenas para climas frios e que precisaria de uma troca
para dias mais quentes. Contudo, preocupava me em arrumar o cabelo.
Todos os guerreiros vão para outra cidade, onde os dois povos do sonho se
mesclam. A cidade era do povo conquistador, todos poderosos aos quais meu
povo prestava serviços de todos os tipos. Eu caminho por essa cidade, é noite e
ela é uma mistura de modernidade com um quê medieval.
Estou num apartamento requintado, a parede branca está repleta de janelas e há
outras mulheres no local, assim como dois homens, um deles é o dono do
apartamento. São de meia-idade, vestindo ternos elegantemente, denotando o
poder aquisitivo. Uma das mulheres brinca com o controle remoto que fecha e
abre as janelas.
Eram muitos botões e ficaram por um tempo se divertindo com isso, até que
apertando um dos botões, ela não vê qual janela está fechando e abrindo, quando
me viro para olhar assim que outra mulher aponta qual janela ela está fechando
e abrindo, vejo que há uma boneca, um tipo de Barbie de cabelos negros.
Depois entro no quarto, há uma mulher que é do meu povo, como quase a
maioria das mulheres que estavam ali eram. Ela estava na cama com o dono do
apartamento, que colocara a esposa, uma mulher gorda e ruiva, dentro de um
cubículo de vidro, sobre uma cama na qual ela dormia.
Os dois estavam se tocando em preliminares sexuais, então esse homem aciona
um quadro eletrônico, programando o painel para aquecer o cubículo onde ela
dormia, até o ponto onde ela morreria por causa do calor. A mulher perguntava
para ele se a esposa não sentiria aquilo e ele explicava que não, que ela morreria
dormindo.
Eu deixo o apartamento e vou para rua, percebendo como meu povo era tratado,
que mulheres dormiam com homens poderosos e nojentos como aquele, enquanto
outros prestavam outros tipos de serviços. Percebia que já estava ali há dois dias
e eles ainda não tinham me enviado para a guerra.
Pensava no grupo de guerreiros que vieram comigo e estou certa de que adiaram
nossa partida para a guerra dentro de uma semana, porque na verdade estavam
planejando nos matar. Eu encontrava com o meu irmão no sonho, ele era
parecido com o ator que interpreta Bjorn em Vikings. Conto para ele sobre as
minhas suspeitas de que eles estão querendo matar os guerreiros.
Caminho rapidamente com meu irmão pelas ruas, conversando com ele sobre
termos de avisarmos os outros para fugirmos dali antes que nos matassem.
Entramos numa casa de madeira e nos abraçamos e começamos a nos beijar na
boca. Não era visto como algo ruim o incesto, parecia na verdade muito natural
entre o meu povo. Eu e meu irmão planejávamos sobre como avisaríamos aos
outros para fugirmos e não me lembro do resto.
Sonho 02/06/2019
Eu estou namorando alguém e converso com esse cara para nos mudarmos para
o litoral. Havia toda uma preocupação sobre como nos manteríamos lá, eu o
convencia de falar com o chefe dele, pois que sabia que ele tinha como mudar
para outro setor e poderíamos morar lá. Não era apenas isso, eu precisava
convencer de que a vida no litoral era possível para nós dois e por um tempo o
sonho seguiu assim, até que finalmente ele concordava e conseguia mudar de
setor.
Nisso estou no litoral norte de SP, estou caminhando pela Rio-Santos, olhando
para a areia bem amarelada e fofa da praia, Carla está comigo, digo para ela onde
estamos e que levaremos certa quantidade de tempo para chegarmos perto de
Boraceia.
Estamos numa casa, não há muros, apenas um jardim e a construção é um tanto
antiga. A casa fica ao lado da orla, estou indo dividir a casa com Carla,
elaborando alguns planos para ganhar dinheiro. A casa chama muito a atenção.
Meu quarto tem a porta para o lado de fora da casa, uma porta num verde água-
marinha, que dava para o jardim, com uma arvore logo em frente.
Estava chovendo e eu estava descalça quando ia para o quarto, pisava numa
parte de concreto que contornava a casa, mas estava molhada e com um pouco
de terra do jardim. Abria a porta do meu quarto, havia samambaias dentro dele e
poças de água no chão. Via que havia outra porta branca, que dava para dentro
da casa, mas não conseguia imaginar onde aquela porta daria.
Em prol de não ter que entrar pelo quarto sempre pela frente da casa, pois me
preocupava que pudesse querer usar o banheiro durante a noite e que a Carla
deixaria a casa trancada, entrava novamente na casa e indo para o quarto onde a
Carla dormiria, tentava encontrar a porta branca que dava para o meu quarto.
Não encontrava.
Retornava para o quarto, novamente me molhando e andando descalça sobre a
terra, abrindo a porta verde, adentrando aquele lugar molhado e cheio de plantas,
com a estrutura bem mais velha do que o resto da casa e tentava ver por uma
fresta na parede para dentro do quarto da amiga.
Retornava para o quarto dela, havia móveis brancos nesse quarto, era seco e
mais confortável, contudo na porta branca que dava para o meu quarto que
finalmente encontrava, havia um móvel branco e antigo, uma penteadeira, que
fechava a porta. Arrastei o móvel para o meio do quarto de Carla para abrir
passagem.
Depois nós duas caminhávamos pela praia, conversávamos sobre coisas das
quais não me lembro. Quando ela ia comprar comida. Eu ia para o lugar e tinha
que colocar vegetais numa bandeja quadrada e depois parecia que estava fazendo
parte de um jogo, desses de programas de televisão. A bandeja era separada em
cinco partes e uma faltava. Nesse espaço que estava faltando tinha que colocar
exatamente como o pai dos atendentes havia feito no programa e então, era
mostrado na televisão que faltava bacon, eu via isso, mas os atendentes não e
eles colocavam o bacon e ganharam prêmios.
Depois disso, já me habituando com o novo lugar de moradia, ia para a estrada e
sabia que o ônibus passaria ali de três em três horas. Ficava animada por
conhecer e vivendo num lugar novo. Dizia para Carla que era bom que eu
soubesse sobre os ônibus que passava ali, pois eu poderia visitar minha amiga
Aline.
Obs: Grande parte desse sonho são resquícios do dia anterior, com um pouco de
um desejo reprimido que tive no passado de ir morar em Ubatuba.
Seja tua a minha arte, sol nascente, brilhante supremo, com longos cabelos
dourados e tocador da lira. Febo Apolo, quem pode te resistir? Eu quero escrever,
mas prefiro o silêncio.
Iasgnarin, eu sei que essa não é sua hora e eu sequer posso te sentir, talvez seja
por causa dos remédios, talvez porque você não dê a mínima. Estou lidando com
a dor da rejeição, quando as coisas ficam difíceis e sou a primeira a ser mandada
embora.
Saiba que eu quero me encontrar com o Jeff na segunda e fazer sexo com ele,
porque estou precisando de sexo. Não faço ideia para onde minha vida está indo,
não tenho ideia do que você pode fazer para tornar as coisas melhores para mim.
Eu não quero pensar em me matar novamente.
Quero trabalhar como escritora como eu te disse, mas não tenho a disciplina
necessária. Não tenho os contatos que me ajudariam nisso. Não tenho nem
conseguido escrever ultimamente. Voltar para Santo André pode ser muito bom
pra mim, mas sei que vou ter que lidar com muitas coisas dolorosas lá. É isso o
que Deus quer? É isso o que você quer?
Odin
Saudai
Os céus filhos do norte
Buscai nos verdejantes braços
Aquele que não mede passos
Para do conhecimento ser consorte
Saudai
A chama Fulgurante que brilha
Em seu coração varonil
Pois debruçado na Yggdrasil
Não há medo que o fira
Saudai Odin
Seu corpo num silêncio velado
Com temor e com grande coragem
É a vontade que sempre age
No peito jamais dominado
Saudai
A velha serpente de vento
Pois a lâmina assaz reluzente
Onde há força reticente
Nada pode afastar o intento
Saudai
Nove sóis viu nascer no horizonte
Nove luas viu esmorecer temerárias
E lá continuou em sua ária
A buscar nas raízes o distante
Saudai Odin
Havamal
Eu sei que pendi numa arvore balançada pelo vento por nove noites inteiras,
ferido por uma lança e dedicado a Odin, eu mesmo a mim mesmo; naquela arvore
que não sei de onde suas raízes vêm.
Eles não me consagraram com pão, nem com qualquer chifre eu contemplei lá
embaixo, eu peguei as runas, gritando as peguei e de lá eu caí.
Nove poderosas canções eu aprendi do famoso filho de Bolthor, o pai de Bestla e
eu também bebi do precioso hidromel servido de Odroerir.
Então, eu comecei a entender e fiquei sábio e cresci e prosperei muito bem,
minhas palavras a partir das palavras encontrei, minhas proezas a partir de
proezas e proezas encontrei.
Runas você pode encontrar e letras auxiliadoras, letras muito poderosas, letras
muitos fortes, as quais o sábio poderoso pintou e os deuses fizeram e que Hroptr
dos deuses gravou.
Odin entre os deuses, e Dainn entre os elfos, e Dvalin diante dos anões, Asvid
diante dos gigantes, eu mesmo gravei algumas.
Você sabe como deve entalhar?
Você sabe como deve interpretar?
Você sabe como deve pintar?
Você sabe como deve testar?
Você sabe como deve perguntar?
Você sabe como deve sacrificar?
Você sabe como deve enviar?
Você sabe como deve cessar?
Melhor não pedir do que sacrificar em demasia, a dádiva sempre busca pelo
pagamento, melhor não enviar do que desperdiçar em demasia. Assim Thundr
gravou antes da história dos povos, de lá ele se ergueu e voltou de onde veio.
Ás vezes as palavras são um problema, porque elas evocam muitas imagens que
muitas vezes não é o que quero dizer. Eu gosto do termo Bruxa por evocar
aquelas mulheres que morreram queimadas, que em algum sabbat muito
poderoso dançaram nuas na floresta com Pã.
Odeio por outro lado ser chamada de Bruxa, porque é muito fácil querer me
relacionar a Wicca. Podem me julgar, mas embora o paganismo realmente me
encanta, a Wicca como bruxaria moderna não me passa de um cristianismo
arrumadinho para o baile de fantasia de Halloween.
Vou me chamar de Volvä e essa ainda prefiro, uma palavra em Old Norse para
substituir um pouco a ideia de bruxa nua dançando com Dionísio e também
sinônimo de Sibila e Pitonisa. O problema é que todos esses títulos acabam
evocando ideias com um arquétipo poderoso por detrás. Pitonisa de Apolo, a
Volvä como vidente do Voluspá.
Contudo, não consigo me livrar do paganismo não importa que prática eu esteja
engajada. Estando numa prática profunda invocando anjos com a ajuda do
Lemegeton, percebo que muito preciso aceitar no ocultismo ocidental com relação
a Judaísmo.
Ontem voltava de viagem e quando cheguei em minha cidade natal, para minha
surpresa, percebi-me precisando de uma egrégora ou deus e esse pensamento
abriu um vácuo dentro de mim.
A noite um amigo tirou tarot para mim trazendo essa mesma questão de vácuo.
A sensação era te quer uma única egrégora era importante, uma antiga de
preferência, porque minha tendência é usar um monte de paradigmas distintos e
aplicá-lo no dia a dia. E é o que vou continuar fazendo nos próximos dias.
Volvur
Uma Volva era a vidente. Num artigo muito bom intitulado como Mulheres e
Magia nas Sagas, demonstra que uma Volva não é apenas a vidente, mas também
aquela que tece feitiços, além de uma profunda conhecedora do Seidr, a magia de
Freyja. Contudo, eram também conhecedoras do Galdr, a magia de Odin. A
necromancia fazia parte de ambos os tipos de cultos.
Fui recomendada a não fazer feitiços, pois que tenho a capacidade para lançá-lo,
mas que preciso dessa reconexão com a espiritualidade. Coisa que senti ontem e
que se confirmou no tarot que meu amigo deitou para mim.
A energia sempre foi um paradigma muito importante para mim e este que tirei
sem sombra de dúvidas de Castañeda. Para tudo o que for fazer na vida, seja na
magia, a energia é de suma importância, a falta dela resulta em rituais
medíocres, incapacidade de projeção astral e sonhos lúcidos e daí em diante.
Dessa forma estou me ligando ao xamanismo, contudo um xamanismo com tudo
o que há de útil e eficaz para compartilhar aqui. Então, não espera que seja um
xamanismo pré-moldado ou predefinido. É o que vou chamar de xamanismo
niilista, para desvincular qualquer preconceito.
Rumo ao Norte
Comecei ontem com a runa Algiz. Um trabalho de nove dias onde percebi que
preciso estar num contato maior com essa egrégora para que tenha efeito.
Acredito ser importante trabalhar com magia rúnica em estado alterado de
consciência, contudo embora fiz desse modo, sei que não é muito importante
para respostas em sonhos.
Dessa forma penso se continuarei trabalhando em estado alterado de consciência
ou se faço de cara limpa. Tenho certeza de que foi um ótimo ritual, mas do qual
seja provável que eu busque por sinais no mundo e na vida cotidiana. Embora eu
leia bem as mensagens dos animais, não sou muito boa na captura dos sinais
desse modo porque questiono demais e crio mil teorias.
Prefiro assim o sonho, onde esses sensores psíquicos estão desligados e minha
mente lógica e racional está também apagada, fazendo assim que a mensagem
venha de modo ainda mais puro e claro. Por isso não sonhar é algo que realmente
me incomoda, quando do uso da quimiognose, perco alguns sentidos
fundamentais.
Quis deixar um pouco essa questão como uma forte ritual em contato com Algiz,
já que estou começando a me preparar para ligar-me a energia de Wunjo.
Marte, 11 de junho de 2019
Em primeiro lugar eu anotei a seguinte coisa sobre Wunjo: “A Relação entre seres
que descendem da mesma fonte.”. Eu invoquei Odin, meu patrono (ao menos nos
últimos 16 anos) e depois cantei Wardruna - Rotlaust tre fell que é em si mesma
uma invocação e desenhei Wunjo com a ponta da agulha no braço que está
ardendo até agora.
Senti muita vontade de fazer isso,
queria fazer sangrar na realidade,
mas fui covarde. Meditei por um
tempo na runa repetindo o Galdr e
depois furei o dedo e a tracei com
sangue numa folha, dizendo:
A Relação entre seres que
descendem da mesma fonte.
Falará comigo apenas aqueles que tem uma ligação espiritual comigo durante a
regência de Wunjo.
O ritual terminou aqui com mais uma meditação na runa e repetição do Galdr.
Wunjo sempre fora uma runa a qual eu gostava muito, mas hoje percebo-me com
medo dela, porque como tenho procurado uma vida mais introvertida, ela me
carrega para uma vida em sociedade. Como numa passagem do Havamal que
penso numa ligação não apenas com Mannaz, mas também com Wunjo.
“Há muito tempo eu era jovem, viajei sozinho, então acabei me perdendo no
caminho: me considerei rico quando encontrei outro, o homem é o deleite do
homem.”. - Havamal 47.
Em partes tenho procurado por pedir coisas que não sejam em prol de minha
espiritualidade, da qual ainda precisa de tanto desenvolvimento, como também de
uma parte do Havamal que recito quando inicio o ritual rúnico que diz: “Melhor não
pedir do que sacrificar em demasia, a dádiva sempre busca pelo pagamento,
melhor não enviar do que desperdiçar em demasia.”.
Como nem me lembro como eu e minha amiga bruxa chegamos a conclusão de usar
essas runas, mas estou usando como um teste, se esse paradigma ainda está indo
bem comigo e não se estagnou por qualquer motivo.
A magia não tem que absolutamente ter algum tipo de definição, algo como “a
magia é a arte para causar mudanças na realidade de acordo com a Vontade”, ou
qualquer axioma que você tiver em mente.
Esses questionamentos vieram após conversar com alguém que já considero um
amigo, embora seja uma pessoa relativamente nova em minha vida, sobre Deus
ou um Todo.
Quando falo em Todo quero significar que “o todo é mente e que o universo é
mental”. Isso é importante porque tenho repugnância a determinadas palavras e
conceitos embutidos nelas, tais quais “Deus – Jeová”, se houver mesmo um
anticristo é bem possível que eu esteja ao lado dele, pois que tenho ojeriza pelo
cristianismo.
Contudo é exatamente nesse ponto onde meu conflito emerge, pois gosto muito
de trabalhar magickamente com anjos. Sempre tenho a tendência de trabalhar do
modo mais pagão possível, como usando a tabela do Liber 777, mas também faço
uso de grimórios cristãos.
Sei que quando estou falando de anjos e demônios e, embora você não saiba,
estou escrevendo uma fantasia sombria urbana com esse tema e procuro sempre
ligá-los a etimologia da palavra Ágelos – Mensageiros para anjos, que considero
como entidades dogmáticas e Daemon para demônios como significado de gênios,
com um princípio e comportamento pragmático. E porque não entendê-los como
Agathos Daimonos (espíritos bons)ou Kakodaimonos (espíritos ruins).
Mas, querendo ou não um sistema que tem sido muito usado por mim foi do
Lemegeton. Entretanto, é possível que isso mude nos próximos dias,
especialmente trabalhando com runas. E o que a pergunta que não quer calar é:
“Que egrégora estou me ligando?”.
Você sente a terra fofa sob seus pés, a tocha que carrega consigo ilumina um
pouco o ambiente, onde você vê arbustos e arvores. Morte e regeneração, porque
deveria pensar nisso nesse instante. Não com o som calmante crepitante da tocha
sussurrando em retorno ao silêncio.
A noite também tem seus remédios, o grande véu de escuridão esconde coisas
horrendas, mas também as peças mais belas e valiosas e o único pagamento por
seus tesouros é vencer o medo do desconhecido, o mais primitivo medo da
humanidade, a escuridão e a noite.
Mas, como pode temer quando não se está cego, carrega a tocha consigo, um
pouco de calor e fogo. Não está desarmado, ansioso certamente, todos querem
conhecer da sabedoria da antiga clareira.
Apenas a alguns passos está o clarão da fogueira, sim, chegara no local indicado.
Uma alta fogueira ilumina a clareira e as poucas pessoas que dançam ao redor do
fogo.
Os gemidos do casal que se ama logo diante de si, te faz olhar para a luta débil de
dois corpos que se desejam ardentemente. O fogo de toda criação, o desejo, a
abertura, dois seres que se unem para dar vida a uma terceira coisa.
A pulsação da criatividade. A Runa Kenaz retrata o mistério da regeneração
através da morte ou sacrifício. Essa é a runa do fogo que está sob o controle
humano na forma de tocha (como oposição ao mais brutal e arquétipo presente
na runa Fehu).
Ritualmente Kenaz é o fogo da criação, sacrifício, da lareira e da forja, o fogo
controlado pela humanidade como resultado da vontade. O fogo dessa runa é um
fogo sacrificial, que cozinha e faz a carne do animal sacrificado sagrada e
agradável ao consumo de homens e deuses. O fogo sempre foi visto como uma
força transformadora e regeneradora.
Kenaz é a habilidade e a vontade de gerar e criar. Por isso é a runa dos artistas e
artesãos, além dos aspectos técnicos da magia. Novamente a importância do fogo
controlado – energia controlada – é aparente. O poder controlado da psique é
combinado com a energia controlada da natureza, e, isso resulta num objeto
trabalhado.
O ponto central de Kenaz é o conhecimento combinado com a habilidade.
O mistério da criação de um terceiro da combinação de dois é também um
aspecto de Kenaz. Opostos se unem de um modo estético e dessa união um
terceiro é trazido a manifestação.
Kenaz é a runa da paixão humana, luxúria e amor sexual – como atributos
positivos. Essa é a raiz emocional da criatividade em todos os reinos de ação. A
deusa Freyja tem muitas correspondências com esse aspecto dessa runa.
Sowilo é a eminente força espiritual que guia o Vikti através dos caminhos de
Yggdrasil.
Para fortalecer os centros psíquicos
Para aumentar a vontade espiritual
Direcionamento através dos caminhos, “iluminação”
Vitória e sucesso através da vontade individual.
Desenhei ela no meu braço com a agulha também, cantei e em grande parte
fiquei questionando o que fazer para se unir a essa egrégora.
A semana vai ficar mais pesada com as magias que tenho agora em frente. Hoje é
dia de Ehwaz e vou começar uma Nove Noites de Odin. Sem tirar, que
conversando com uma amiga, nos vimos interessadas em trabalhar com todas as
runas do Elder Futhark.
Eu só estou fluindo com a maré. A intenção é reestabelecer um vínculo energético
com a natureza e o universo em si, tanto que como já avisei, Sabbats e Esbat
entram aqui.
Excesso de estado alterado de consciência, readaptação a cidade grande, rotina e
tudo o mais, têm dificultado a apreensão dos eventos, normalmente presto muita
atenção ao sonho, mas com o excesso mencionado isso está prejudicado.
Apenas para constar eu fiz um ritual de Mercúrio que falo um pouco em seguida.
Vi que estava escrevendo em dois diários e decidi deixá-los juntos. No altar a vela
de Mercúrio ainda queima, uma vontade enorme de contatar Raphael, mas eu
acho que não rolou porque eu não senti nada.
A vida está difícil aqui, não por estar em casa, me sinto mais livre para ser quem
sou e fazer o que quero, contudo a depressão me pega com mais força enquanto
estou aqui. A coisa mais importante nesse momento é cuidar de mim, mas estou
tão carente que eu preciso ter alguém para namorar ou me enamorar, ou
qualquer coisa do tipo.
Só que também percebo que apaixonar-me por alguém tira de mim toda força
para fazer as coisas por eu mesma, como escrever, por exemplo, que tem sido a
coisa mais importante na minha vida nesse momento e que não estou fazendo.
Aqui voltei a abusar dos remédios e estou esperando dar 9 horas para comprar
florzinhas. Se essas magias não fizeram efeito, então o que me restará? Pensei em
retornar a praticar o Liber MMM, para assim minha magia ficar de fato mais
poderosa.
Dia de Júpiter vou chamar o Anjo das horas para ver se o ritual sai melhor do
que esse de Mercúrio que fiz. Estou me sentindo sonolenta, vou deitar e meditar e
esperar dar o horário para comprar aquilo que preciso, acho que um lápis de cor
será interessante também. Quem sabe em silêncio, com o bucho cheio de
lasanha, eu não escute Raphael.