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Construtora consegue emitir Habite-se imediatamente após

ajuizamento de ação judicial.


Com a impetração de mandado de segurança, a empresa conseguiu o certificado 1 dia após o
deferimento da liminar.

Autor: Luciano Nardozza Junior

Qualificação: Advogado formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializado em


direito tributário, empresarial e contencioso cível e tributário. Pós-graduado em direito tributário,
consultivo e contencioso, pela FGV.

Devido à demora excessiva para a Prefeitura de São Paulo proceder com a


emissão do Certificado de Conclusão de Obra (Habite-se), podendo chegar a
100 dias para sua liberação, uma construtora estabelecida no Município de São
Paulo impetrou mandado de segurança para forçar a rapidez na análise do
processo.

Diferentemente das empresas que têm conseguido acelerar a emissão de


documentos necessários para a requisição do Habite-se, como, por exemplo, do
Termo de Compromisso Ambiental (TCA), a empresa conseguiu com que a
Prefeitura fosse obrigada a emitir o próprio Habite-se, tratando-se da primeira
decisão nesse sentido no âmbito do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Conforme entendimento do escritório de advocacia CPN Advogados, a Prefeitura


de São Paulo deve analisar os pedidos administrativos dentro de 15 dias,
incluindo o pedido para emissão do Habite-se, conforme dispõe a Lei nº
14.141/2006. Ultrapassado esse prazo, as construtoras podem buscar solução
judicial impetrando mandado de segurança para obrigar a Prefeitura a emitir o
referido certificado, com base no artigo 33 da referida Lei:

Lei Municipal 14.141/2006


Art. 33. Uma vez concluída a instrução do processo administrativo, a autoridade
competente deverá decidir no prazo de 15 (quinze) dias, permitida a prorrogação
devidamente justificada.
Parágrafo único. As decisões serão motivadas, com indicação dos fatos e
fundamentos jurídicos.

De acordo com os sócios do CPN Advogados, “a demora para emissão do


Habite-se representa um enorme prejuízo às construtoras, que ficam sujeitas a
multas contratuais. Além disso, muitos dos adquirentes não entendem essa
demora e entram com pedido de distrato do contrato firmado, agravando ainda
mais a situação das construtoras”.

Isso ocorre devido a importância do Habite-se na finalização dos


empreendimentos, sendo documento indispensável para comprovar a

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regularidade da obra, possibilitando a moradia, quando residencial, ou o
comércio, quando comercial. A inexistência do Habite-se impede até a emissão
do alvará de funcionamento da atividade que no mesmo se pretenda exercer.

Assim, demonstrando que o prazo para análise já havia terminada, bem como
os inúmeros prejuízos que a empresa estava sofrendo com a ausência do
Habite-se, a Dra. Gilsa Elena Rios, juíza da 15ª Vara da Fazenda Pública,
concedeu liminar determinando que o certificado fosse emitido no prazo de 5
dias. Em seus argumentos a juíza entendeu que a demora excessiva para a
emissão do Habite-se configurava potencial perigo de dano, “uma vez que a
demora na apreciação do pedido pode prejudicar não só a impetrante, sujeito às
sanções contratuais por atraso na entrega das unidades, como também os
adquirentes que necessitam dos imóveis para moradia ou locação”.

Além disso, merece destaque a rapidez no julgamento da ação que, após sua
distribuição, foi deferida a medida liminar no dia seguinte. Passados 3 dias, a
ação já estava encerrada.

Referência: Mandado de Segurança nº 1053740-27.2019.8.26.0053

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