AULA 4
- O QUE É PLANEJAMENTO?
Na sua forma mais simplificada, o processo de planejamento consiste em estabelecer em que
ponto uma organização se encontra no presente e para que ponto seria mais aconselhável que
ela se dirigisse no futuro, com as estratégias ou táticas necessárias para atingir aquele ponto.
Em outras palavras, o processo de planejamento se interessa pelos fins e pelos meios para
atingir tais fins.
Talvez o valor do planejamento seja melhor descrito pelo famoso general americano Douglas
MacArthur, que fez a seguinte observação: "Sem um plano, não passamos de turistas."
O comentário de MacArthur faz alusão ao valor do planejamento em fazer com que uma
organização (tal como um comitê organizador de evento) se concentre em objetivos específicos
e crie caminhos através dos quais esses objetivos possam ser alcançados. Para a definição
desses caminhos, é fundamental compreender os fatores internos (por exemplo, recursos
disponíveis) e externos (por exemplo, condições econômicas atuais) que irão condicionar
quaisquer decisões a serem tomadas.
Por exemplo, seria provavelmente irreal estabelecer como objetivo a ampliação do número de
participantes de uma conferência internacional voltada a executivos da indústria farmacêutica
se a mesma estivesse experimentando uma recessão global na demanda por seus produtos.
Segundo Hannagan (1998) e Thompson (1997), os gerentes de eventos também precisam ter
em mente que os planos devem ser adaptados à dinâmica das circunstâncias. Além disso, eles
precisam estar atentos para não entrarem em conflito com "armadilhas" em seus planos.
O planejamento é a espinha dorsal do evento. É ele que dá o norte, que define o rumo para
onde se deve ir, onde obter a sustentação econômica. O planejamento visa permitir que a
indispensável interação entre todos os fornecedores envolvidos possa acontecer sem atropelos
e que a informação possa fluir melhor entre todos os envolvidos, maximizando os resultados e
melhorando o relacionamento entre todos os que participam do evento. Isso só acontecerá
quando se tiver a visão geral do evento, para só então poder visualizar melhor os pormenores.
Para oferecer um serviço mais eficiente e elaborar um produto mais adequado para o cliente na
área de eventos, é preciso compreender como a área trabalha em toda sua extensão, qual a
relação dos objetivos propostos para o evento com a execução dele, como e quando são
escolhidos os fornecedores, etc.
Não existem bons eventos sem que sua concepção, sua idéia e seus objetivos também o
sejam. Para que isso se torne realidade, o início de um evento é sinônimo de trabalho
cuidadoso e bem delineado e envolve a definição de todos os aspectos de seu planejamento e
organização.
"clientes não compram produtos, mas expectativas. E isso significa atenção, afetividade,
simpatia, reconhecimento e sinceridade".
"Evento é um produto de extremo valor, que não pode ser testado adiantadamente, e o que
induz o cliente a comprá-lo é simplesmente a perspectiva de satisfação de suas expectativas".
Para ela, eventos, como todos os demais serviços, são bens intangíveis; não se podem
segurá-los, nem levá-los para casa. A motivação de quem o compra e que também deve ser de
quem o organiza e produz, está em ser encantado, está na possibilidade de ter suas
expectativas e necessidades satisfeitas, em sensações e experiências memoráveis.
Para motivar, é preciso conseguir chegar "dentro" de seus clientes, ajudando-os a alcançar
seus sonhos. Todo evento é a realização de um sonho, que pode ter motivação comercial,
social, cultural, política ou religiosa, entre outros, mas vai ser sempre um sonho, um desejo que
precisa ser realizado. Quer a força da motivação, quer pela incontestável necessidade que todo
ser humano tem de promoção e aceitação, quem se propõe a assumir as funções de organizar
um evento, principalmente para terceiros, deve entender que é preciso deslumbrar, cativar,
fascinar e seduzir não só seu cliente (ou quem paga por seus serviços), mas também quem vai
participar do evento.
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muita, muita criatividade. Por conseguinte, aos eventos aplicam-se todas as leis econômicas
para um produto tangível (um produto que pode ser tocado, apalpado, levado para casa).
Concepção – Briefing
É a fase do reconhecimento das necessidades do evento, onde se elabora alternativas
para supri-las, identifica os objetivos, coleta as informações necessárias para a execução do
evento, estabelecem diretrizes e lista os resultados desejados. Nesta fase acontece o que
muitos profissionais denominam de visita técnica.
Pré-evento
É a fase essencial do evento, onde haverá a definição do projeto e o planejamento de
todas as atividades, bem como o detalhamento de receitas e despesas esperadas, com a
decisão de que tipo de fornecedores e profissionais deverá ser contratado. Também são
equacionados os controles administrativos e financeiros. Tudo isso girará em função dos
objetivos gerais e específicos do evento e da previsão de receitas estimadas.
Trans-evento
Se a fase o pré-evento for bem-feita, a realização do evento tem grande possibilidades
de ser um sucesso, pois haverá uma boa base para que a organização da estrutura
operacional do evento possa acontecer sem grandes problemas. Nesta fase, há a montagem
do evento no local escolhido e a operacionalização do atendimento ao público-alvo. Também
vão operar todos os fornecedores e profissionais contratados durante o pré-evento.
Pós-evento
Caracteriza-se pela desmontagem de toda a estrutura montada na fase anterior, dos
acertos financeiros e dos pagamentos dos fornecedores. É o momento também de acertar as
contas com o cliente (dono do evento): devolver todos os materiais não utilizados e as
correspondências oficiais catalogadas e arquivadas corretamente da apresentação dos
relatórios financeiros e de desempenho evento. É a fase da avaliação dos resultados.
Para Andrade, o planejamento "começa sempre com uma análise da conjuntura, ou mais
precisamente, com o levantamento de mercado, seu potencial de demanda e sua capacidade
de oferta, a fim de traçar objetivos e metas".
Segundo Canton,
"o planejamento não é um ato isolado, deve ser visualizado como um processo composto de
ações inter-relacionadas e interdependentes que visam o alcance de objetivos previamente
estabelecidos".
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Meirelles considera o planejamento um:
Luiz Cláudio Campos, em seu livro “Eventos: oportunidade de novos negócios” menciona que
planejar o evento é ganhar agilidade no desempenho, é melhorar a eficiência na execução das
tarefas, é mensurar com mais acuidade os resultados e ter referências para avaliá-los.
Além disso:
"ganha-se tempo;
despendem-se menos esforços;
evita-se desperdício;
tomam-se medidas que minimizem imprevistos e facilitem sua resolução quando surgirem;
atingem os objetivos propostos”.
A cada ano, são criados vários eventos de menor porte para atender à tendência de
especialização de várias áreas profissionais, como por exemplo: médica. Também se
destacam as novas feiras de negócios segmentados, destinadas principalmente à
comercialização de produtos.
Assim, quando é vislumbrado um novo nicho de mercado, ou uma ocasião propícia para aquele
evento surgi expectativas e novas criatividades em torno do desenvolvimento e execução.
Por exemplo, a crise energética ocorrida em 2001, abriu espaço, entre outros, para diversos
pequenos eventos, como os fóruns de debate sobre o assunto.
Seja qual for o ângulo analisado, o tamanho do evento, e sua natureza, para se alcançarem
plenamente os objetivos do evento, é preciso entender que ele é um veículo de comunicação
dirigida.
Waldir Ferreira, em seu livro “Evento como veículo de comunicação dirigida” afirma que:
"comunicação dirigida é o processo que tem por finalidade transmitir ou conduzir informações
para estabelecer comunicação limitada, orientada e frequente com determinado número de
pessoas homogêneas e identificadas".
Ou seja, cada evento tem um público específico, que requer uma mensagem, uma formatação
e uma linguagem também específicas e bem definidas.
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- CONCEPÇÃO E BRIEFING
Para se fazer um evento de sucesso, esse sonho deve ser concretizado com a identificação de
uma ou várias necessidades e/ou oportunidades encontradas em um ou mais segmentos. Para
isso, após essas constatações, devem-se identificar com clareza e acuidade quais objetivos e
resultados o evento buscará alcançar.
Essa etapa deve ser descrita sucintamente. Será um breve relato dos aspectos básicos
acima mencionados. Em suma, é a introdução do planejamento de eventos, o motivo
pelo qual acontecerá. Elaborado pelo organizador do evento para ter um horizonte de
todos os passos e intenções do que se deseja no planejamento, organização, execução
e resultados.
OBS: Pesquise seu cliente, conheça o que já foi feito na área de eventos e possíveis empresas
que atenderam e executaram os mesmos anteriormente. Conheça a verba disponível. Existem
casos que as empresas não divulgam a totalidade, sendo assim, faça um comparativo com
eventos anteriores buscando saber qual foi o gasto do evento. Tenha sempre a transparência e
agilidade nas informações a serem repassadas ao cliente.
Briefing
É um conjunto de informações e instruções facultadas e necessárias para o desenvolvimento
do planejamento de eventos. São os aspectos relevantes do evento listados entre o
organizador e o cliente.
Esse instrumento é aplicado não só para buscar as informações dos itens a compor o
planejamento mas também, quando se torna necessário esclarecer alguém, resumidamente,
do andamento do processo ou de qualquer problema que não está solucionado.
Empresa contratante:
Razão Social:
Endereço:
Distrito: CP.:
Cidade: EMAIL:
Fone: FAX:
Contato: TELEMOVEL:
Cargo: Departamento:
Marca, produto/serviço:
Razão Social:
Endereço:
Bairro: CP.:
Cidade: EMAIL:
Fone: FAX:
Contato: TELEMOVEL
Cargo: Departamento:
Cargo: Departamento:
1 – EVENTO
1.1 – Tema
Há tema definido? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é?
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1.2 - Objetivo específico
Relacionar os objetivos do evento.
2.2 – Horário
Existe um horário definido? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é?
2.3 – Duração
Existe uma duração prevista para o evento? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é?
3 – LOCAL
3.1 - Existe um local determinado para o evento? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é o local, a cidade e o estado?
3.3 – O local conta com infra-estrutura para acolher pessoas portadoras de deficiência física?
( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja negativa, como será disponibilizada essa estrutura?
4 – PÚBLICO-ALVO
4.1 – Perfil do público-alvo
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4.1.1 – Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Ambos os sexos
5 – PROGRAMAÇAO
5.1 – Existe uma programação prevista para o evento? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é?
6 – SERVIÇOS
6.1 – Qual será o critério de adesão do evento?
( ) Taxa de inscrição ( ) Aquisição de ingresso ( ) Convite ( ) Outros. Especificar:
6.1.1 – Sendo o evento aderido por meio de taxa de inscrição ou aquisição de ingresso, como
será definido os critérios de valor, forma e prazo de pagamento?
7 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
7.1 – Será oferecida alimentação? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual é o tipo de alimentação a ser servido?
9 – VERBA / DESPESAS
9.1 – Existe verba prevista? ( ) Sim ( ) Não
9.1.1 – Qual o valor?
8 – COMUNICAÇÃO / DIVULGAÇÃO
8.1 – Existe logotipo do evento? ( ) Sim ( ) Não
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Caso a resposta seja negativa, é necessário criar um logotipo para o evento?
12.3 – Quais são os órgãos públicos dos recolhimentos dos impostos, tributos e taxas?
13 – AUTORIZAÇÔES
13.1 – Será necessária a autorização de outros órgãos público-governamentais?
( ) Sim ( ) Não. Quais?
( ) Policia Militar ( ) Corpo de Bombeiros ( ) Transito ( ) Outros. Especificar:
14- DIVERSOS
14.1 – Relacionar itens relevantes não listados anteriormente.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÀFICA
GIACAGLIA, Maria Cecília. Organização de Eventos: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 2004.
(p. 69 - 182).
MATIAS, Marlene. Organização de Eventos: procedimentos e técnicas. São Paulo: Manole, 2002.
(p. 97 - 136).
MARTIN, Vanessa. Manual Prático de Eventos. São Paulo: Atlas,2008. (p. 70 - 139).
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