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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
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AULA 15
Olá pessoal! O tema da aula de hoje é Bens Públicos. Estudaremos os
seguintes assuntos:
SUMÁRIO
Bens públicos............................................................................................................................................................................................3
Classificação dos bens públicos .....................................................................................................................................................7
Quanto à titularidade .........................................................................................................................................................................7
Quanto à destinação ........................................................................................................................................................................ 10
Quanto à disponibilidade .............................................................................................................................................................. 16
Características dos bens públicos ............................................................................................................................................. 17
Inalienabilidade relativa ............................................................................................................................................................... 18
Impenhorabilidade .......................................................................................................................................................................... 20
Imprescritibilidade .......................................................................................................................................................................... 22
Não onerabilidade ............................................................................................................................................................................ 23
Aquisição de bens públicos ........................................................................................................................................................... 24
Formas de aquisição........................................................................................................................................................................ 25
Afetação e desafetação ..................................................................................................................................................................... 29
Uso dos bens públicos por particulares ................................................................................................................................. 32
Autorização de uso........................................................................................................................................................................... 35
Permissão de uso .............................................................................................................................................................................. 36
Concessão de uso .............................................................................................................................................................................. 38
Concessão de direito real de uso ............................................................................................................................................... 41
Cessão de uso ..................................................................................................................................................................................... 44
Principais espécies de bens públicos ...................................................................................................................................... 45
Terras devolutas ............................................................................................................................................................................... 45
Terrenos de marinha e seus acrescidos ................................................................................................................................. 47
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BENS PÚBLICOS
1Semovente = dotado de movimento próprio; o termo é utilizado para designar os animais que constituem
patrimônio (bovinos, ovinos, suínos, caprinos, equinos, etc.).
o fator determinante para um bem ser considerado bem público é que sua
propriedade esteja sob a titularidade de pessoas de direito público2.
Todos os demais bens – ou seja, os bens de todas as pessoas que
não sejam pessoas de direito público – são bens privados (particulares).
Aí se incluem tanto os bens das pessoas da iniciativa privada como os
bens das empresas públicas, das sociedades de economia mista e
das fundações públicas que tenham personalidade jurídica de direito
privado.
Ressalte-se que, embora os bens das entidades administrativas de
direito privado sejam bens privados, a doutrina e a jurisprudência
reconhecem que, caso sejam diretamente empregados na prestação de
serviço público, ficam submetidos a regras características do regime
jurídico dos bens públicos, especialmente a impenhorabilidade e a não
onerabilidade3.
É o caso, por exemplo, dos bens da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, uma empresa pública – pessoa jurídica de direito privado –
prestadora de serviço postal; os bens da empresa que estiverem sendo
diretamente empregados na prestação do serviço, embora sejam bens
privados, se sujeitam ao regramento aplicável aos bens públicos, não
podendo ser penhorados ou onerados. Idêntico raciocínio é estendido para
os bens de concessionárias e permissionárias de serviços
públicos4.
Essa sujeição dos bens das entidades de direito privado a regras do
regime público decorre do princípio da continuidade dos serviços
públicos, vale dizer, serve para proteger aqueles bens considerados
essenciais à prestação do serviço, visando à sua não interrupção. Tal
sujeição, contudo, não transforma o bem da pessoa jurídica de
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2 Diferentemente do conceito de Hely Lopes Meirelles, a definição do Código Civil exclui os bens das
Note que o domínio eminente não tem relação com a ideia de propriedade. O
fato de o Estado regular matérias relativas ao ar atmosférico (como o controle dos
níveis de poluição) não converte esse bem em propriedade do Estado. Assim, não se
pode afirmar, por exemplo, que o território nacional é propriedade da União ou da
República Federativa do Brasil. É possível afirmar, tão somente, que o território
nacional constitui o âmbito para o exercício do domínio eminente do Estado, o que,
como dito, não importa em converter o território em bem submetido ao direito de
propriedade6.
que pertencerem.
A despeito da falta de uniformidade na doutrina quanto à definição de
bens públicos, ora utilizando a destinação dos bens, ora a sua titularidade, o
certo é que nosso ordenamento jurídico considera que são bens públicos
apenas aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público.
Todos os demais são bens privados, inclusive os pertencentes às
entidades de direito privado que prestam serviços públicos. Embora os bens
destas entidades que estejam diretamente empregados na prestação do
serviço se submetam ao regramento próprio dos bens públicos, incluindo as
proteções características – em especial a impenhorabilidade e a não
onerabilidade –, nem por isso tais bens passam a ser bens públicos. E isso
QUANTO À TITULARIDADE
Municípios.
Registre-se que os bens das entidades da administração indireta
de direito público – autarquias e fundações de direito público –
devem ser classificados de acordo com a vinculação destas com as
entidades políticas. Por exemplo, os bens de uma autarquia estadual são
bens estaduais.
Bens Federais
O art. 20 Constituição Federal enumera de forma exemplificativa os
bens da União. São eles:
Bens Municipais
Os Municípios não foram contemplados na partilha
constitucional de bens públicos. Porém, isso não significa que eles não
possuem bens. Como regra, as ruas, praças e os jardins públicos
pertencem aos Municípios. Também integram seus bens os edifícios
públicos onde funciona a administração municipal.
Ademais, com a EC 46/2005, o art. 20, IV da Constituição passou a
ter a seguinte redação:
QUANTO À DESTINAÇÃO
Bens dominicais.
Bens dominicais
Segundo o Código Civil, os bens dominicais são os que constituem o
patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal ou real de cada uma dessas entidades.
Note que essa definição do Código não é nada esclarecedora, não é
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mesmo? Então guarde o seguinte: bens dominicais são todos aqueles que
não têm uma destinação pública definida e que, por isso, constituem
o patrimônio disponível do Estado (podem ser alienados para fazer
renda). Sendo assim, o beneficiário direto dos bens dominicais é o
próprio Estado, pois inexiste utilização imediata pelo cidadão.
São exemplos as terras devolutas e todas as terras que não possuam
uma destinação pública específica; os terrenos de marinha; os prédios
públicos desativados; os móveis inservíveis; a dívida ativa etc.
7Os bens de uso comum podem ser submetidos a um tipo de uso especial quando existe alguma restrição
a sua utilização. Cuidado, porém, para não confundir com os bens de uso especial tratados no item
seguinte, que são uma espécie de bem diferente dos bens de uso comum.
definida. Por essa razão, segundo a autora, pode-se dizer que existem duas
modalidades de bens públicos:
os do DOMÍNIO PÚBLICO DO ESTADO, abrangendo os de uso comum do povo
e os de uso especial;
os do DOMÍNIO PRIVADO DO ESTADO, abrangendo os bens dominicais.
QUANTO À DISPONIBILIDADE
Essa classificação tem por fim distinguir os bens públicos no que diz
respeito à sua disponibilidade em relação às pessoas de direito público a
que pertencem. Vejamos.
Inalienabilidade relativa
Bens afetados NÃO podem ser alienados.
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INALIENABILIDADE RELATIVA
8Veremos que, para ocorrer a desafetação, de regra, não é necessário um rito ou ato específico. Basta, por
exemplo, a ocorrência de um fato administrativo, como, por exemplo, o início do processo de venda pelo
Poder Público.
7. (Cespe – DP/DF 2013) Sendo uma das características do regime jurídico dos
bens públicos a inalienabilidade, é correto afirmar que, segundo o ordenamento
jurídico brasileiro vigente, todos os bens públicos são absolutamente inalienáveis.
Comentário: A inalienabilidade dos bens públicos não é absoluta. Os
bens de uso comum e dos de uso especial podem ser alienados desde que
percam essa qualificação, ou seja, desde que sejam desafetados. Já os bens
dominicais podem ser regularmente alienados, afinal, por definição, já são
bens desafetados.
Além da desafetação, as demais condições para a alienação dos bens
públicos encontram-se previstas no art. 17 da Lei 8.666/93:
Alienação de bens imóveis:
Interesse público devidamente justificado;
Avaliação prévia;
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IMPENHORABILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
11De fato, os bens públicos não estão sujeitos à usucapião; no entanto, os bens particulares de posse do
Estado poderão, cumpridos os requisitos da Legislação Civil, ser objeto de prescrição aquisitiva. Em outras
palavras, o Estado poderá adquirir bens de particulares por usucapião.
12Inclusive, para o STJ, a ocupação irregular, sem qualquer autorização da Administração, implica para o
particular o dever de indenizar o Poder Público pelo uso, além de indenizar eventuais prejuízos que tenha
causado ao patrimônio público do Estado ou coletividade (STJ REsp 425.416)
13 Súmula 340.
10. (Cespe – CNJ 2013) A ocupação de bem público, ainda que dominical, não
passa de mera detenção, caso em que se afigura inadmissível o pleito de proteção
possessória contra o órgão público.
Comentário: Trata-se de verbete da jurisprudência do STJ. Vejamos:
REsp 146.367
Ementa: INTERDITO PROIBITÓRIO. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA,
PERTENCENTE À COMPANHIA IMOBILIÁRIA DE BRASÍLIA TERRACAP.
INADMISSIBILIDADE DA PROTEÇÃO POSSESSÓRIA NO CASO. A ocupação de
bem público, ainda que dominical, não passa de mera detenção, caso em que se
afigura inadmissível o pleito de proteção possessória contra o órgão público.
Não induzem posse os atos de mera tolerância (art. 497 do CC/1916 ). Recurso
especial não conhecido.
Esse entendimento decorre da imprescritibilidade dos bens públicos, que
os protege de ser objeto de usucapião. Assim, em caso de ocupação irregular,
não se admite a ação de proteção possessória contra o órgão público, ou seja,
ação judicial com vistas a discutir a posse do bem.
Gabarito: Certo
NÃO ONERABILIDADE
FORMAS DE AQUISIÇÃO
Contratos
Como qualquer particular, o Estado pode celebrar contratos para
adquirir bens. Além dos contratos de compra e venda, o Poder Público
também pode celebrar contratos de doação, de permuta e de dação em
pagamento.
Assim, por exemplo, é possível que uma entidade privada faça
doação de bens ao Município ou que um contribuinte em débito com
tributos estaduais celebre com o Estado um ajuste de dação em
pagamento. Ingressando no acervo das pessoas de direito público, tais
bens passarão a ter a qualificação de bens públicos.
Ressalte-se que os contratos de aquisição de bens podem ser tanto
de direito privado como de direito público. Os contratos de doação e dação
em pagamento, por exemplo, são contratos de direito privado. Já a
compra de bens móveis necessários aos fins administrativos se caracteriza
como contrato administrativo, ou seja, trata-se de um contrato de direito
público.
Por fim, cabe anotar que a aquisição de bem imóvel objeto do
contrato, mesmo se efetivada pelo Poder Público, se sujeita a registro no
cartório do Registro de Imóveis, sem o que a transferência da
propriedade não se consuma. Em outras palavras, os contratos não
transferem por si mesmos a propriedade, sendo necessário, ainda, o
registro no cartório.
Usucapião
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Desapropriação
Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, fundado
na necessidade pública, utilidade pública ou interesse social,
Acessão
A acessão é forma de aquisição de bens prevista no Código Civil, pela
qual passa a pertencer ao proprietário tudo o que aderir à propriedade,
revelando um acréscimo a esse direito.
A acessão pode efetivar-se, por exemplo, pela formação de ilhas,
por aluvião16 ou pela construção de obras ou plantações.
Assim, por exemplo, caso se forme uma ilha num rio de propriedade
da União, tal ilha será um bem federal. Igualmente haverá aquisição de
bem federal se a União tiver propriedade ribeirinha e nela ocorra o aluvião
ou, ainda, se o ente construir ou plantar em um terreno seu, hipótese em
que adquirirá a propriedade das construções e plantações por acessão.
Repare que, em todos esses casos, temos exemplos de aquisições
originárias, pois os bens não são adquiridos de um terceiro.
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16 Aluvião é o fenômeno pelo qual as águas vão vagarosamente aumentando as margens dos rios,
Arrematação
Arrematação é o meio de aquisição de bens através da alienação de
bem penhorado, em processo de execução, em praça ou leilão judicial.
Nada impede que as pessoas de direito público participem dos processos
públicos de alienação de bens penhorados e sejam vitoriosas no
oferecimento do lance. Os bens adquiridos por esse sistema também se
classificam como bens públicos.
Adjudicação
A adjudicação assemelha-se à arrematação, pois se constitui na
aquisição de bens penhorados e praceados. A diferença é que o
adquirente, na adjudicação, é credor da pessoa proprietária dos bens.
Desse modo, situando-se as pessoas de direito público na posição de
credoras, podem requerer que lhes sejam adjudicados os bens praceados
e, assim, adquirir-lhes a propriedade.
Resgate na enfiteuse
Enfiteuse era o direito real sobre a coisa alheia, pelo qual o uso e o
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17 Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até
sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, e leis posteriores.
§ 1o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso:
I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou
plantações;
II - constituir subenfiteuse.
§ 2o A enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial.
Aquisição ex vi legis
Trata-se de formas de aquisição previstas em normas de direito
público, não enquadradas nos regimes usuais de aquisição de bens.
Uma dessas modalidades é a que ressai dos loteamentos. A lei que
regula o parcelamento do solo urbano18 estabelece que algumas áreas dos
loteamentos serão reservadas ao Poder Público, as quais constituirão as
ruas, as praças, os espaços livres e, se for o caso, as áreas para a
construção de prédios públicos. A aquisição desses bens dispensa
qualquer instrumento especial, ingressando automaticamente na categoria
dos bens públicos.
Outra forma é o perdimento de bens. Nessa categoria se enquadra,
por exemplo, a perda, em favor do Poder Público, dos bens obtidos
ilicitamente por condenados pela prática de crimes ou de atos de
impropriedade administrativa.
A reversão nas concessões de serviços públicos também importa a
aquisição de bens pelas pessoas públicas. No caso, a reversão consiste na
transferência ao poder concedente dos bens do concessionário
empregados na execução do serviço, após o término do contrato de
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concessão.
Por fim há a figura do abandono, em que o proprietário exclui o bem
de sua propriedade sem manifestação expressa de vontade; simplesmente
se desinteressa dele. Diz a lei civil que o imóvel abandonado, não se
encontrando na posse de outrem, “poderá ser arrecadado, como bem
vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do
Distrito Federal”, caso se trate de imóvel urbano (art. 1.276) ou à da
União, se imóvel rural (art. 1.276, §1º).
18 Lei 6.766/1979
AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
Afetação
Finalidade
Pública
Desafetação
AUTORIZAÇÃO DE USO
21 RE 599.417.
22 RE 253.472
23 Maria Sylvia Di Pietro (2009, p. 690)
PERMISSÃO DE USO
CONCESSÃO DE USO
A concessão de uso é um contrato administrativo pelo qual a
Administração Pública faculta ao particular a utilização privativa de bem
público, para que a exerça conforme a sua destinação28.
Daí já se vê a principal diferença entre as concessões de uso, de um
lado, e as autorizações e permissões de uso de bens públicos, de outro:
enquanto a primeira é formalizada por contrato, as demais o são por ato
administrativo.
Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, o contrato de concessão de
uso é “de direito público, sinalagmático 29 , oneroso ou gratuito,
comutativo e realizado intuitu personae”. 34863293402
12. (Cespe – Bacen 2013) A concessão de uso de bem público constitui ato
administrativo de caráter unilateral, por meio do qual a administração pública outorga
o uso privativo de bem público a determinado particular.
Comentários: A concessão de uso de bem público é formalizada mediante
contrato administrativo, de caráter bilateral, e não por ato unilateral, daí o erro.
A autorização e a permissão de uso, por sua vez, são instituídas por ato
administrativo.
Gabarito: Errado
Gabarito: Errado
32§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na
compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real
de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a
tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o
convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.
33 IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
CESSÃO DE USO
Sempre gratuita
TERRAS DEVOLUTAS
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17. (Cespe – Juiz Federal TRF5 – 2013) Em regra, as terras devolutas pertencem à
União e são consideradas bens dominicais ou dominiais.
Comentário: Em regra, as terras devolutas pertencem aos Estados. Só
são da União aquelas “indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental”. Todas as demais pertencem aos Estados.
Gabarito: Errado
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35 A linha do preamar médio é definida pela média das marés máximas, do ano de 1831. Carvalho Filho
ensina que a definição inicial dos terrenos de marinha foi dada pelo Aviso Imperial de 12/7/1833, e por
isso a referência ao preamar médio de 1831. O Decreto-lei 9.760/1946 também define essas áreas e faz
menção ao preamar da mesma época. O ano de 1831 é usado para dar garantia jurídica; caso a legislação
não tivesse um marco de data, a demarcação deveria mudar frequentemente por conta do movimento do
mar.
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19. (Cespe – Juiz Federal TRF5 – 2013) De acordo com a jurisprudência do STF,
não são bens da União as terras onde se localizavam os aldeamentos indígenas
extintos antes da Constituição de 1891, de domínio dos estados-membros.
Comentário: De fato, o STF entende que as terras onde se localizavam os
aldeamentos indígenas que se extinguiram antes da Constituição de 1891
pertencem aos Estado-membros; já as demais, pertencem à União. Esse
entendimento foi manifestado, por exemplo, na ADI 255/RS, cuja ementa pode
ser consultada no tópico “jurisprudência” ao final desta aula.
Gabarito: Certo
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ILHAS
20. (Cespe – AGU 2013) À União pertence o domínio das águas públicas e das ilhas
fluviais, lacustres e oceânicas.
Comentário: Em regra, as ilhas fluviais e lacustres pertencem aos
Estados, daí o erro. Pertencem à União apenas aquelas que estiverem em
zonas limítrofes com outros países, ou nos rios que banham mais de um
Estado. Por outro lado, as ilhas marítimas (oceânicas e costeiras), de regra,
pertencem à União, exceto as que contenham a sede de Municípios e as que
estejam sob domínio dos Estados ou de terceiros.
Gabarito: Errado
FAIXA DE FRONTEIRAS
21. (Cespe – TJ/PI 2012) São de domínio público e pertencentes à União as áreas
localizadas na faixa de fronteira situada ao longo da linha terrestre demarcatória
entre o território nacional e países estrangeiros, considerada fundamental para a
defesa do território nacional.
Comentário: Vejamos o que diz o art. 20, II e §2º da CF:
Art. 20. São bens da União:
(...)
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;
(...)
§ 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa
do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Perceba que são do domínio da União apenas as terras devolutas
indispensáveis à defesa das fronteiras, e não toda a faixa, daí o erro. Com
efeito, a CF não diz que a faixa de fronteira pertence à União, e sim que ela é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas por lei. Assim, a ocupação e utilização da faixa de
fronteira poderão ser feitas inclusive por particulares, desde que observados
os requisitos legais.
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Gabarito: Errado
ÁGUAS PÚBLICAS
São rios federais, por exemplo, o rio São Francisco, que banha os
Estados da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Sergipe e Alagoas. Outro
exemplo é o rio Paraguai, já que em um trecho faz fronteira entre o Brasil
e a Bolívia e em outro se estende a território estrangeiro.
Todas as demais águas públicas que não estejam sob o domínio da
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QUESTÕES DE PROVA
meses;
VIII - demais condições previstas no regulamento e no edital de licitação.
d) CERTA. Trata-se da literalidade do art. 24, IV acima transcrito.
e) CERTA, nos termos do art. 24, VII acima transcrito.
Gabarito: alternativa “b”
25. (ESAF – SUSEP 2010) Sobre o tema "bens públicos", é correto afirmar:
a) bens dominicais precisam ser desafetados antes de serem alienados.
b) o uso comum dos bens públicos pode ser oneroso, caso assim determine lei da
pessoa jurídica à qual o bem pertença.
26. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Quanto aos Bens Públicos, é correto
afirmar:
a) sob o aspecto jurídico, há duas modalidades de bens públicos: os do domínio
público do Estado e os do domínio privado do Estado.
b) da imprescritibilidade exsurge a impossibilidade de oneração dos bens públicos.
c) no caso de uso privativo estável, como é o caso da permissão, a precariedade do
uso encontra-se já na origem do ato de outorga.
d) na permissão de uso, a utilização do bem não é conferida com vistas à utilidade
pública, mas no interesse privado do utente.
pelo qual o proprietário da área ajusta a cobrança de preços para referida utilização.
b) Uso de área integrante do domínio público: o uso não depende de autorização do
ente público sob cujo domínio se encontra o bem, embora enseje remuneração pelo
uso em virtude da prevalência do interesse público.
c) Uso de área non aedificandi pertencente a particular: o prestador não pode usá-la
livremente e o proprietário tem direito à remuneração ou indenização em caso de
prejuízo advindo de dano à propriedade.
d) Uso de área privada, além da faixa non aedificandi, o uso é regulado pelo direito
público e por isso não depende de autorização do proprietário, embora a empresa
prestadora do serviço deva pagar remuneração pelo uso sendo vedada a cessão
gratuita.
e) Uso de área pública sujeita à operação por pessoa privada: o uso deve resultar de
contrato entre as partes sendo cabível a remuneração pelo uso do solo ou do
subsolo.
Comentário: Essa questão foi retirada do livro do Carvalho Filho. Versa
sobre o uso compartilhado de bens, que consiste na prestação de serviços
públicos mediante o uso, por pessoas de direito público ou privado, de áreas
pertencentes a pessoas diversas, também públicas ou privadas, de que é
exemplo o uso de terreno para a instalação de torres de transmissão de
energia. Vamos analisar cada alternativa com base nos ensinamentos do
autor:
a) ERRADA. O convênio é instrumento de direito público. No caso de uso
envolvendo pessoas particulares (ex: concessionária de telefonia deseja
instalar uma antena transmissora em terreno de propriedade particular), o caso
é regulado pelo direito privado e depende de autorização do proprietário da
área, devendo a empresa prestadora do serviço negociar eventual
remuneração ou firmar com ele pacto de cessão gratuita de uso.
b) ERRADA. No caso de uso de área integrante do domínio público (ex:
concessionária de telefonia deseja instalar uma antena transmissora em
terreno pertencente ao Município), o uso depende de autorização do ente
público sob cujo domínio se encontra o bem e, como regra, não há ensejo para
remuneração pelo uso, em virtude da prevalência do interesse público.
c) ERRADA. No caso de uso de área non aedificandi (área em que não é
permitido construir, edificar) pertencente a particular, o prestador pode usá-la
livremente, uma vez que a limitação é meramente administrativa; como o uso
não afeta o proprietário, não tem esse direito à remuneração ou indenização,
salvo em caso de prejuízo advindo de dano à propriedade. É o que ocorre, por
exemplo, em faixas reservadas nas beiras de estradas e vias públicas.
d) ERRADA. No caso de uso de área privada além da faixa
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28. (ESAF – AFRFB 2014) Quanto às formas de aquisição dos Bens Públicos, é
correto afirmar:
a) aluvião é uma das formas de efetivação da acessão.
b) a legislação atual manteve as enfiteuses já existentes no antigo Código Civil, por
meio das quais o credor obtém o direito de adquirir os bens praceados.
c) a arrematação exige a posse do bem por determinado período e a boa-fé.
d) o contrato é uma forma de aquisição originária da propriedade.
e) os bens desapropriados repassados a terceiros, no caso da reforma agrária, não
mais possuem natureza de bens públicos, mesmo que não se dê a transferência.
Comentários:
a) CERTA. A acessão é forma de aquisição de bens prevista no Código
Civil, pela qual passa a pertencer ao proprietário tudo o que aderir à
propriedade, revelando um acréscimo a esse direito. A acessão pode efetivar-
se, por exemplo, pela formação de ilhas, por aluvião (aumento da área das
margens por ação das águas) ou pela construção de obras ou plantações.
b) ERRADA. De fato, a legislação atual manteve as enfiteuses já
existentes no antigo Código Civil. Assim, se alguma pessoa de direito público
for enfiteuta de bem privado, poderá efetuar o resgate junto ao senhorio direto
e passar a ser proprietária do bem. O erro do item é que o direito do credor
adquirir os bens praceados se dá por meio da adjudicação, e não da enfiteuse.
c) ERRADA. Arrematação é o meio de aquisição de bens através da
alienação de bem penhorado, em processo de execução, em praça ou leilão
judicial. A aquisição de bens públicos por usucapião é que exige a posse do
bem por determinado período e a boa-fé.
d) ERRADA. O contrato é forma de aquisição derivada, pois existe um
proprietário anterior que transmite o bem ao poder público, mediante o ajuste
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29. (ESAF – CGU 2006) As terras devolutas da União incluem-se entre os seus bens
a) afetados.
b) aforados.
c) de uso comum.
d) de uso especial.
e) dominicais.
Comentários: Terras devolutas são as áreas que, integrando o patrimônio
das pessoas federativas, não são utilizadas para quaisquer finalidades
públicas específicas. Em outras palavras, trata-se de áreas sem utilização, nas
quais não se desempenha qualquer serviço administrativo, ou seja, não
apresentam serventia imediata para o Poder Público. Portanto, incluem-se
entre os bens dominicais.
Gabarito: alternativa “e”
Coluna I Coluna II
( ) Ruas e Praças. 1. Bens dominicais.
( ) Escolas e Hospitais Públicos. 2. Bens públicos de uso comum do povo.
( ) Terrenos de marinha. 3. Bens de uso especial.
( ) Terras devolutas.
( ) Veículos oficiais.
a) 2 / 3 / 2 / 2 / 1
b) 2 / 3 / 2 / 2 / 3
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c) 2 / 2 / 1 / 1 / 3
d) 3 / 2 / 1 / 1 / 2
e) 2 / 3 / 1 / 1 / 3
Comentários: Questão de simples correlação. Vejamos:
Ruas e praças: bens de uso comum (2)
Escolas e hospitais públicos: bens de uso especial (3)
Terrenos de marinha: bens dominicais (1)
Terras devolutas: bens dominicais (1)
Veículos oficiais: bens de uso especial (3)
Gabarito: alternativa “e”
31. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Em razão da destinação que lhes pode
ser dada, os imóveis públicos federais são classificados em três tipos de bens.
Assinale as assertivas com V para as Verdadeiras e com F para as Falsas e, a
seguir, indique a opção correta.
( ) Bens de uso comum do povo são aqueles tidos como necessários à coletividade,
tais como rios, praças, ruas, praias etc.
( ) Bens de uso especial são afetos ao interesse do serviço público, como os prédios
das repartições públicas, os fortes etc.
( ) Bens dominiais são aqueles que não têm destinação definida, e cuja propriedade
vem sendo objeto de disputa judicial.
a) V, F, V
b) F, V, F
c) V, V, F
d) F, F, V
e) F, V, V
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
I) VERDADEIRA. Bens de uso comum do povo são aqueles que se
destinam à utilização geral pelos indivíduos, podendo ser usufruídos por todos
em igualdade de condições, sendo desnecessário consentimento
individualizado por parte da Administração para que isso ocorra, tais como
rios, praças, ruas, praias.
II) VERDADEIRA. Bens de uso especial são todos aqueles que visam à
execução dos serviços administrativos e dos serviços públicos em geral. Tais
bens constituem o aparelhamento material das pessoas jurídicas de direito
público utilizados para atingir os seus fins, como os prédios das repartições
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públicas.
III) FALSA. De fato, bens dominiais ou dominicais são aqueles que não
têm destinação pública definida. No entanto, não há exigência de que sua
propriedade venha sendo objeto de disputa judicial. A propriedade dos bens
dominiais é do Poder Público.
Gabarito: alternativa “c”
b) usucapião
c) hipoteca
d) penhora
e) arresto
Comentário: Os bens públicos possuem algumas características
protetivas decorrentes do regime jurídico-administrativo, verdadeiras
prerrogativas que visam a evitar a dilapidação do patrimônio público utilizado
em benefício da coletividade. Entre tais características se destacam a
inalienabilidade relativa ou alienabilidade condicionada, a imprescritibilidade, a
impenhorabilidade e a não onerabilidade. Por conta da imprescritibilidade, os
bens públicos não podem ser objeto de usucapião (item “b”); já a
impenhorabilidade impede que os bens públicos sejam penhorados (item “d”);
por sua vez, a não onerabilidade proíbe que os bens públicos sejam onerados
como direitos reais de garantia, como hipoteca (item “c”) ou arresto (item “e”).
Restou-nos, portanto, a alternativa “a”. De fato, os bens públicos podem ser
desafetados, o que significa simplesmente que eles podem deixar de ter uma
destinação pública específica, passando à categoria de bens dominicais. É o
caso, por exemplo, de um prédio público em que funcionava uma Secretaria de
Governo que se mudou para outro imóvel, deixando o antigo sem utilidade.
Ressalte-se que a desafetação é condição necessária para a alienação de bens
públicos.
Gabarito: alternativa “a”
33. (ESAF – STN 2008) Quanto às características dos bens públicos, analise os
itens abaixo e assinale a opção correta.
I. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
II. Os créditos de terceiros contra a Fazenda Pública, em virtude de sentença
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judicial, são pagos por meio de precatórios, conforme disposto no art. 100 da CF/88,
uma vez que os bens públicos não se sujeitam ao regime de penhora.
III. Apenas os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
imprescritíveis, ou seja, insuscetíveis de aquisição por usucapião.
IV. A alienação dos bens públicos imóveis, em qualquer dos Poderes, depende de
autorização do chefe máximo do Poder a que está submetido o órgão alienante.
a) Nenhum item está correto.
b) Apenas estão corretos os itens I e II.
c) Apenas estão corretos os itens I e III.
d) Apenas estão corretos os itens II e IV.
34. (ESAF – MIN 2012) Uma das características dos bens públicos é a sua
imprescritibilidade, o que significa dizer que tais bens não podem
a) ser alienados.
b) ser usucapidos.
c) ser penhorados.
d) ter destinação para uso particular.
e) ser objeto de ações por cobranças de dívidas.
Comentário: A imprescritibilidade impede que os bens públicos sejam
objeto de usucapião (opção “b”). Ou seja, não é possível a um particular
adquirir a posse legítima de um bem público apenas por tê-lo ocupado por um
I - Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins lucrativos das áreas de
educação, cultura, assistência social ou saúde;
II - pessoas físicas ou jurídicas, em se tratando de interesse público ou social ou de
aproveitamento econômico de interesse nacional.
(...)
§ 3o A cessão será autorizada em ato do Presidente da República e se formalizará
mediante termo ou contrato, do qual constarão expressamente as condições
estabelecidas, entre as quais a finalidade da sua realização e o prazo para seu
cumprimento, e tornar-se-á nula, independentemente de ato especial, se ao imóvel, no
todo ou em parte, vier a ser dada aplicação diversa da prevista no ato autorizativo e
conseqüente termo ou contrato.
36. (ESAF – TRT7 2005) Tratando-se de bens públicos da União Federal, a Lei nº
9.636/98 dispõe sobre o respectivo mecanismo de alienação. Sobre esse tema,
assinale a afirmativa falsa.
a) A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante ato
do Presidente da República.
b) A Secretaria de Patrimônio da União − SPU deverá sempre se pronunciar
previamente quanto à conveniência e oportunidade da alienação.
c) A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de
Estado do Planejamento e Gestão, permitida a subdelegação.
d) A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social
em manter o imóvel no domínio da União.
e) A decisão quanto à alienação observará a inconveniência no desaparecimento do
vínculo de propriedade com a União em face da preservação ambiental e da defesa
nacional.
Comentário: Para resolver a questão, suficiente conhecer o art. 23 da
Lei 9.636/98:
Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante
ato do Presidente da República, e será sempre precedida de parecer da SPU
quanto à sua oportunidade e conveniência.
§ 1o A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou
social em manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à
preservação ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de
propriedade.
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37. (Cespe – TCE/ES 2013) A doação de bens patrimoniais irrecuperáveis pode ser
efetuada por órgãos integrantes da administração pública federal direta em favor de
a) estados e municípios carentes.
b) instituições filantrópicas, reconhecidas como de utilidade pública pelo governo
federal.
c) qualquer outro órgão integrante da União.
d) consórcios intermunicipais.
e) órgão ou entidade da administração pública federal direta, autárquica ou
fundacional.
Comentários: É uma questão bastante específica, que se refere ao
Decreto 99.658/1990. Esse decreto regulamenta, no âmbito da Administração
Pública Federal, o reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras
formas de desfazimento de material. O art. 15 desse decreto consigna:
Art. 15. A doação, presentes razões de interesse social, poderá ser efetuada pelos
órgãos integrantes da Administração Pública Federal direta, pelas autarquias e
fundações, após a avaliação de sua oportunidade e conveniência, relativamente à
escolha de outra forma de alienação, podendo ocorrer, em favor dos órgãos e
entidades a seguir indicados, quando se tratar de material:
I - ocioso ou recuperável, para outro órgão ou entidade da Administração Pública
Federal direta, autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer
dos demais Poderes da União;
II - antieconômico, para Estados e Municípios mais carentes, Distrito Federal,
empresas públicas, sociedade de economia mista, instituições filantrópicas,
reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público;
III - irrecuperável, para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade
pública pelo Governo Federal, e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse
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Público;
IV - adquirido com recursos de convênio celebrado com Estado, Território, Distrito
Federal ou Município e que, a critério do Ministro de Estado, do dirigente da autarquia
ou fundação, seja necessário à continuação de programa governamental, após a
extinção do convênio, para a respectiva entidade convenente;
V - destinado à execução descentralizada de programa federal, aos órgãos e
entidades da Administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios e aos consórcios intermunicipais, para exclusiva utilização pelo órgão
ou entidade executora do programa, hipótese em que se poderá fazer o tombamento
do bem diretamente no patrimônio do donatário, quando se tratar de material
permanente, lavrando-se, em todos os casos, registro no processo administrativo
competente.
38. (Cespe – MPE/AC 2014) No que se refere aos bens públicos, assinale a opção
correta.
a) Nas hipóteses em que a alienação de bens públicos imóveis depender da
realização de procedimento licitatório, em regra, a modalidade será o leilão.
b) Admite-se a aquisição, por usucapião, de bem público imóvel submetido a regime
de aforamento, desde que a ação seja ajuizada em face de pessoa jurídica de direito
público e do foreiro.
c) A concessão de direito real de uso de bem público pode ser outorgada por prazo
indeterminado, não sendo transmissível por ato inter vivos ou causa mortis.
d) São bens públicos as florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos entes
públicos e nas entidades da administração indireta, excetuadas as que estejam sob
o domínio das sociedades de economia mista.
e) Como forma de compatibilizar o direito de reunião, previsto na CF, e o direito da
coletividade de utilizar livremente dos bens públicos de uso comum, a administração,
previamente comunicada a respeito do fato, pode negar autorização para a
utilização de determinado bem público de uso comum, ainda que a finalidade da
reunião seja pacífica, desde que o faça por meio de decisão fundamentada e
disponibilize aos interessados outros locais públicos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
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Bons estudos!
Erick Alves
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JURISPRUDÊNCIA
1. A aplicação dos arts. 10, 11 e 15 da Lei n. 6.830/80 e 656 do CPC deve ser
feita com razoabilidade, especialmente quando está em jogo a consecução do
interesse público primário (transporte), incidindo na espécie o art. 678 do CPC.
2. Por isso, esta Corte Superior vem admitindo a penhora de bens de
empresas públicas (em sentido lato) prestadoras de serviço público
apenas se estes não estiverem afetados à consecução da atividade-fim
(serviço público) ou se, ainda que afetados, a penhora não comprometer
o desempenho da atividade. Essa lógica se aplica às empresas privadas
que sejam concessionárias ou permissionárias de serviços públicos
(como ocorre no caso). Precedentes.
8. O Tribunal de origem consignou que o bem foi ocupado, por mais de oito anos,
irregularmente e sem qualquer autorização expressa, válida e inequívoca da
Administração, o que implica dever de o particular indenizar o Poder Público pelo
uso. Incabível, portanto, o argumento recursal de ter havido condenação sem
comprovação de dano.
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RESUMÃO DA AULA
BENS PÚBLICOS
Bens públicos: são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO (União, Estados, DF e
Municípios, e respectivas autarquias e fundações públicas).
Os bens das entidades administrativas de direito privado NÃO são bens públicos, mas podem possuir as
prerrogativas dos bens públicos (em especial, a impenhorabilidade e a não onerabilidade) caso sejam
empregados diretamente na prestação de serviços públicos.
Domínio eminente do Estado: poder para disciplinar todas as coisas que se situam em seu território.
Expressão da soberania nacional.
Domínio público: poder de propriedade que o Estado exerce sobre o seu patrimônio (domínio
patrimonial). O termo também designa o conjunto de bens públicos.
Federais: por exemplo, terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras; lagos e
rios que banhem mais de um Estado; ilhas fluviais e lacustres nas fronteiras; ilhas
oceânicas e marítimas (exceto as que sejam sede de Municípios); plataforma
Quanto à continental; terrenos de marinha; mar territorial; terras indígenas.
titularidade Estaduais: por exemplo, ilhas marítimas; ilhas fluviais e lacustres; terras devolutas;
todos, desde que não pertençam à União.
Municipais: não há previsão na CF. Mas são municipais, como regra, as ruas e praças, e
também as ilhas marítimas que sejam sede de Município (ex: Floripa e Ilha Bela).
Bens de uso comum do povo: destinam-se à utilização geral pela coletividade. O uso
pode ser gratuito ou oneroso. Ex: ruas, praças, mares, praias, rios navegáveis etc.
Bens de uso especial: destinam-se à execução dos serviços administrativos e dos
Quanto à serviços públicos em geral. Ex: edifícios públicos, escolas, hospitais, cemitérios públicos,
destinação terras indígenas, veículos oficiais, material de consumo etc.
Bens dominicais: não têm uma destinação pública específica; constituem o patrimônio
disponível do Estado (podem ser alienados para fazer renda). Ex: terras devolutas;
prédios públicos desativados; móveis inservíveis etc.
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Bens indisponíveis por natureza: não têm valor patrimonial e, por isso, não podem ser
alienados. Ex: bens de uso comum.
Quanto à Bens indisponíveis: possuem valor patrimonial mas não podem ser alienados por estarem
disponibilidade afetados a uma destinação pública específica. Ex: bens de uso especial.
Bens disponíves: possuem valor patrimonial e podem ser alienados, por não estarem
afetados a uma destinação pública específica. Ex: bens dominicais.
Formas de aquisição: contratos de compra e venda; usucapião; desapropriação; acessão (ex: formação de
ilhas, aluvião ou construção de obras ou plantações); causa mortis (herança sem dono); arrematação (leilão
de bens penhorados); adjudicação (aquisição de bem penhorado pelo credor); resgate na enfiteuse
(apenas as constituídas na vigência do antigo Código Civil).
Colaboração entre órgãos públicos ou entre estes e entidades privadas sem fins
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lucrativos;
Cessão de uso Sempre gratuita e por prazo determinado;
Não exige licitação;
Só pode ter objeto bens dominicais.
10. (Cespe – CNJ 2013) A ocupação de bem público, ainda que dominical, não passa de
mera detenção, caso em que se afigura inadmissível o pleito de proteção possessória contra
o órgão público.
11. (Cespe – TJDFT 2014) A afetação e a desafetação dizem respeito ao regime de
finalidade dos bens públicos, no sentido da destinação que se lhes possa dar.
14. (Cespe – AGU 2013) Permissão de uso de bem público é o contrato administrativo pelo
qual o poder público confere a pessoa determinada o uso privativo do bem, de forma
remunerada ou a título gratuito.
15. (Cespe – PGE/BA 2014) Para a utilização de espaço de prédio de autarquia para o
funcionamento de restaurante que atenda aos servidores públicos, é obrigatória a realização
de licitação e a autorização de uso de bem público.
22. (Cespe – CNJ 2013) A concessão ou alienação de terras públicas situadas em faixa de
fronteira depende de autorização prévia do Conselho de Defesa Nacional.
23. (ESAF – SUSEP 2006) O chamado domínio eminente, como expressão da soberania
nacional, é o poder político, pelo qual o Estado submete à sua vontade
do imóvel, estabelecido em avaliação de precisão feita pela SPU, cuja validade será de seis
meses.
25. (ESAF – SUSEP 2010) Sobre o tema "bens públicos", é correto afirmar:
a) bens dominicais precisam ser desafetados antes de serem alienados.
b) o uso comum dos bens públicos pode ser oneroso, caso assim determine lei da pessoa
jurídica à qual o bem pertença.
c) prédios públicos abandonados que venham a ser ocupados por membros de movimentos
sociais estão sujeitos a usucapião.
d) em casos de reparação de dano causado por dolo de agente público, apenas os bens de
uso especial e dominicais podem ser penhorados.
e) bibliotecas são exemplos claros de bens de uso comum do povo.
28. (ESAF – AFRFB 2014) Quanto às formas de aquisição dos Bens Públicos, é correto
afirmar:
a) aluvião é uma das formas de efetivação da acessão.
b) a legislação atual manteve as enfiteuses já existentes no antigo Código Civil, por meio
das quais o credor obtém o direito de adquirir os bens praceados.
c) a arrematação exige a posse do bem por determinado período e a boa-fé.
d) o contrato é uma forma de aquisição originária da propriedade.
e) os bens desapropriados repassados a terceiros, no caso da reforma agrária, não mais
possuem natureza de bens públicos, mesmo que não se dê a transferência.
29. (ESAF – CGU 2006) As terras devolutas da União incluem-se entre os seus bens
a) afetados.
Coluna I Coluna II
( ) Ruas e Praças. 1. Bens dominicais.
( ) Escolas e Hospitais Públicos. 2. Bens públicos de uso comum do povo.
( ) Terrenos de marinha. 3. Bens de uso especial.
( ) Terras devolutas.
( ) Veículos oficiais.
a) 2 / 3 / 2 / 2 / 1
b) 2 / 3 / 2 / 2 / 3
c) 2 / 2 / 1 / 1 / 3
d) 3 / 2 / 1 / 1 / 2
e) 2 / 3 / 1 / 1 / 3
31. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Em razão da destinação que lhes pode ser dada,
os imóveis públicos federais são classificados em três tipos de bens.
Assinale as assertivas com V para as Verdadeiras e com F para as Falsas e, a seguir,
indique a opção correta.
( ) Bens de uso comum do povo são aqueles tidos como necessários à coletividade, tais
como rios, praças, ruas, praias etc.
( ) Bens de uso especial são afetos ao interesse do serviço público, como os prédios das
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33. (ESAF – STN 2008) Quanto às características dos bens públicos, analise os itens abaixo
e assinale a opção correta.
I. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
II. Os créditos de terceiros contra a Fazenda Pública, em virtude de sentença judicial, são
pagos por meio de precatórios, conforme disposto no art. 100 da CF/88, uma vez que os
bens públicos não se sujeitam ao regime de penhora.
III. Apenas os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
imprescritíveis, ou seja, insuscetíveis de aquisição por usucapião.
IV. A alienação dos bens públicos imóveis, em qualquer dos Poderes, depende de
autorização do chefe máximo do Poder a que está submetido o órgão alienante.
a) Nenhum item está correto.
b) Apenas estão corretos os itens I e II.
c) Apenas estão corretos os itens I e III.
d) Apenas estão corretos os itens II e IV.
e) Todos os itens estão corretos.
34. (ESAF – MIN 2012) Uma das características dos bens públicos é a sua
imprescritibilidade, o que significa dizer que tais bens não podem
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a) ser alienados.
b) ser usucapidos.
c) ser penhorados.
d) ter destinação para uso particular.
e) ser objeto de ações por cobranças de dívidas.
35. (ESAF – CGU 2008) A respeito do instituto da cessão, a Lei n. 9.636, de 15 de maio de
1998, em seu art. 18 dispõe que: imóveis da União poderão ser cedidos a critério do Poder
Executivo, gratuitamente ou em condições essenciais, sob qualquer dos regimes previstos
no Decreto-lei n. 9.760, de 1946. Quanto à cessão de bens públicos, é correto afirmar que a
competência para autorizar a cessão de que trata o dispositivo supra
36. (ESAF – TRT7 2005) Tratando-se de bens públicos da União Federal, a Lei nº 9.636/98
dispõe sobre o respectivo mecanismo de alienação. Sobre esse tema, assinale a afirmativa
falsa.
a) A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante ato do
Presidente da República.
b) A Secretaria de Patrimônio da União − SPU deverá sempre se pronunciar previamente
quanto à conveniência e oportunidade da alienação.
c) A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado do
Planejamento e Gestão, permitida a subdelegação.
d) A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em
manter o imóvel no domínio da União.
e) A decisão quanto à alienação observará a inconveniência no desaparecimento do vínculo
de propriedade com a União em face da preservação ambiental e da defesa nacional.
37. (Cespe – TCE/ES 2013) A doação de bens patrimoniais irrecuperáveis pode ser
efetuada por órgãos integrantes da administração pública federal direta em favor de
a) estados e municípios carentes.
b) instituições filantrópicas, reconhecidas como de utilidade pública pelo governo federal.
c) qualquer outro órgão integrante da União.
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d) consórcios intermunicipais.
e) órgão ou entidade da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional.
38. (Cespe – MPE/AC 2014) No que se refere aos bens públicos, assinale a opção correta.
a) Nas hipóteses em que a alienação de bens públicos imóveis depender da realização de
procedimento licitatório, em regra, a modalidade será o leilão.
b) Admite-se a aquisição, por usucapião, de bem público imóvel submetido a regime de
aforamento, desde que a ação seja ajuizada em face de pessoa jurídica de direito público e
do foreiro.
c) A concessão de direito real de uso de bem público pode ser outorgada por prazo
indeterminado, não sendo transmissível por ato inter vivos ou causa mortis.
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GABARITO
2) E 3) C 4) d 5) C
1) C
7) E 8) C 9) E 10) C
6) C
12) E 13) a 14) E 15) E
11) C
17) E 18) E 19) C 20) E
16) E
22) C 23) d 24) b 25) b
21) E
27) e 28) a 29) e 30) e
26) a
32) a 33) b 34) b 35) b
31) c
37) b 38) e
36) c
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
34863293402
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista
Digital de Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.