Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2.1 INTRODUÇÃO
É de conhecimento geral a necessidade de se investigar as condições geotécnicas
do subsolo para elaboração de projetos e execução de obras de engenharia civil.
É necessário que se conheça as camadas que compões o subsolo, as propriedades
de engenharia dos solos e das rochas e a posição do nível d’água.
1
No caso de edificações a preocupação com a investigação geotécnica deve surgir
quanto se planeja a aquisição do terreno. Não raro são os casos em que os custos
de fundações inviabilizaram, financeiramente, o empreendimento.
2.2 ETAPAS
De uma forma geral, a investigação geotécnica do subsolo pode ser dividida em
três etapas:
- Etapa de Reconhecimento: visitas ao local, exame de mapas geológicos e
outros dados existentes sobre a região;
- Investigação Exploratória: na qual efetivamente se inicia a sondagem do
terreno, com perfuração e obtenção de amostras, visando o traçado do
2
perfil geotécnico, com definição das camadas, composição dos solos e
estimativa das propriedades de engenharia;
- Investigação Detalhada: ainda pouco utilizada (se comparada com a
Investigação Exploratória) na prática de engenharia, é a etapa em que se
procura obter com um maior grau de precisão, através de ensaios de
laboratório e ensaios “in situ”, as propriedades de engenharia de
determinadas camadas (consideradas críticas) selecionadas do subsolo.
2.3.1.1 POÇOS
São caracterizados por escavações com o objetivo de observar as camadas do
solo ao longo de suas paredes e para coleta de amostras deformadas ou
indeformadas.
3
2.3.1.2 TRINCHEIRAS
As trincheiras também são escavações com o objetivo de observar as camadas do
solo ao longo de suas paredes e para coleta de amostras deformadas ou
indeformadas, tal como os poços, mas são feitas de forma a expor o subsolo ao
longo de uma encosta natural, áreas de empréstimo locais de pedreira, etc.
4
2.3.2 MÉTODOS MECÂNICOS
2.3.2.1.1 EQUIPAMENTO
O equipamento para a execução de uma sondagem à percussão é composto em
linhas gerais dos seguimentos elementos:
- Tripé equipado com sarrilho, roldana e cabo;
- Tubos de revestimento;
- Haste de aço de perfuração dotadas de roscas para acoplagem das hastes
subsequentes;
- Martelo para cravação com peso de 65 kg de forma cilíndrica ou
prismática;
- Amostrador padrão de corpo bipartido;
- Conjunto motor-bomba para circulação de água no avanço da perfuração;
- Trépano ou peça de lavagem constituído por peça de aço terminada em
bisel e dotada de duas saídas laterais para água;
- Trado cavadeira com 100 mm de diâmetro;
- Materiais acessórios e ferramentas gerais necessárias à operação da
aparelhagem.
5
6
2.3.2.1.2 OPERAÇÃO
Esta sondagem divide-se em duas etapas distintas, uma de perfuração e outra de
amostreamento/ensaio.
A perfuração é feita por meio de trado manual do tipo cavadeira até atingir-se o
lençol freático. Daí por diante a escavação é feita com trépano e remoção do
material do furo por circulação de água (lavagem) realizada por bomba d’água.
7
O resultado do ensaio a cada metro é denominado de Nspt, que representa a
soma do número de golpes para cravar os últimos 30 cm.
8
Os resultados das sondagens devem ser representados em desenhos na escala
1:100, contendo o perfil individual de sondagem e ou seções do subsolo com
vários perfis individuais agrupados.
Ainda que o ensaio de resistência à penetração não possa ser considerado como
um método preciso de investigação, ou valores de Nspt obtidos são uma
indicação preliminar bastante útil da consistência (solos argilosos) ou estado de
compacidade (solos arenosos) das camadas investigadas.
9
Índice de Resistência à
Solos Designação
Penetração (Nspt)
≤4 Fofa(o)
2.3.2.2.1 EQUIPAMENTO
O equipamento para a realização de sondagens rotativas é composto
essencialmente de: sonda, hastes de perfuração, barrilete, ferramentas de corte,
conjugado motor-bomba, revestimento e caixa para testemunhos.
- Sondas rotativas – Sonda rotativa consta essencialmente de: motor,
guincho e cabeçote de perfuração. É a parte do equipamento que vai gerar
a rotação para a perfuração;
10
- Hastes – as hastes são tubos ocos sem costuras com comprimentos
variando entre 1,5 a 6 m, que transmitem à peça de corte no fundo do furo
os movimentos de rotação e penetração para o avanço da sondagem.
Também são utilizadas para a condução da água para refrigeração das peças
e para limpeza do furo;
- Barriletes – são tubos ocos destinados a receber o testemunho da
sondagem, presos à ponta da primeira haste a penetrar no solo. Possuem
molas em bisel de vários tipos para poder prender o testemunho quando da
sua extração (retirada). Podem ser do tipo: simples (tubo único), duplo
rígido (dois tubos, interno e externo, unidos) ou duplo giratório (dois tubos,
interno e externo, separados por rolamentos);
11
- Coroas – constituem a ferramenta de corte de uma sondagem rotativa,
representando o fator que mais contribui para o custo do metro perfurado.
É composta de: corpo da coroa, saídas de água e diamantes;
12
2.3.2.2.2 OPERAÇÃO
A sonda deve ser instalada sobre uma base devidamente ancorada, possibilitando
exercer uma pressão constante sobre a ferramenta de corte.
13
Ao término de cada manobra, o barrilete é içado do furo e os testemunhos são
cuidadosamente retirados e colocados em caixas especiais, obedecendo a ordem
de avanço da perfuração.
2.3.2.2.3 RESULTADOS
A partir dos testemunhos obtidos na sondagem é elaborado o perfil indivirual do
furo, ou seja, um desenho que traduzirá o perfil geológico do subsolo na posição
sondada.
Rocha Nº Fraturas/Metro
Ocasionalmente fraturada 1
Pouco fraturada 1-5
Medianamente fraturada 6 - 10
Muito fraturada 11 - 20
Extremamente fraturada > 20
Pedaços de diversos tamanhos
Em fragmentos
caoticamente dispersos
14
2.3.2.3 SONDAGENS MISTAS
São caracterizadas pela associação entre sondagens percussivas nos trechos de
solo penetráveis (SPT) e sondagem rotativa nos trechos impenetráveis à
percussão.
15
A programação de sondagens deve ser elaborada na fase de estudos preliminares
ou de planejamento do empreendimento. Eventualmente poderão ser necessárias
investigações complementares para determinação dos parâmetros de resistências
ao cisalhamento e da compressibilidade dos solos, que terão influência sobre o
comportamento de estrutura projetada, sendo elaboradas programações
específicas de investigações complementares.
Área de projeção da
Número de furos
edificação
Até 200m² 2 furos
Entre 200 e 400m² 3 furos
16
2.4.2 LOCALIZAÇÃO DOS FUROS NO TERRENO
A localização dos furos de sondagem deve obedecer às seguintes regras gerais:
a) Antes de se ter a planta do edifício, as sondagens devem ser
igualmente distribuídas em toda a área; uma vez de posse dos
projetos, podem-se localizar as sondagens levando-se em conta
pormenores estruturais;
b) quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem
ser distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento.
As sondagens devem ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, ou seja, aquela
profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às cargas estruturais
aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva. Dessa forma
garante-se que este acréscimo de pressão não venha a prejudicar a estabilidade
e o comportamento estrutural ou funcional do edifício.
17
Onde:
D = profundidade da sondagem
18