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Las Pequeñas Empresas representan una base de sustentación para el desarrollo económico de
la sociedad brasileña. Sin embargo, aproximadamente 60% de estas empresas no ultrapasan
tres años de vida. Así, el objetivo de este articulo és discutir y analizar la mortalidad de las
Pymes a la luz de la teoría de la racionalidad limitada, propuesta por Herbert Alexander
Simon, que apunta a los indicativos de la mortalidad das Pymes y pequeñas empresas
brasileñas.
Palavras-chave: Pequeñas Empresas, Racionalidad Limitada, Mortalidad, SEBRAE.
Abstract
The Micron and Small Companies in such a way represent a base of sustentation in the
economy development in the Brazilian society. Approximately 60% of these companies do
not exceed three years of life in the market. Thus, the objective of this article is to argue and
to analyze the mortality of the MSC's to the light of the theory of the limited rationality,
proposal for Herbert Alexander Simon, being pointed the indicative of mortality of the micron
and small Brazilian companies.
Keywords: Micron and Small Companies, Limited Rationality, Mortality, SEBRAE.
1. Introdução
Apesar dessa importância, grande parte dessas empresas é extinta antes mesmo de seus donos
conhecerem, realmente, seu empreendimento. Segundo SEBRAE, a taxa de mortalidade das
MPE’s no Brasil é muito alta, pois 49,4% das empresas com até dois anos de existência são
extintas, 56,4% para as empresas com até três anos de existência e 59,9% para as empresas
com até quatro anos de existência.
A morte de uma empresa, mesmo que seja uma empresa de pequeno porte ou micro-empresa,
causa, além da baixa na economia, com redução do movimento de valores e de capitais, uma
perda social, pois faltarão recursos para promover a subsistência da entidade familiar dos
envolvidos no processo.
Os estudos feitos acerca da mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras vêm sendo
realizados e providos principalmente pelo SEBRAE 1, IBGE2, BNDES3, entre outros, em que
são analisados fatores causais da extinção dessas empresas. Muitas vezes esses estudos são
pesquisas amostrais e de análises de dados de instituições como o Cadastro Central de
Empresas - CEMPRE, pela Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, pelo Cadastro
Geral de Empregados e de Desempregados - CAGED - do Ministério do Trabalho e do
Emprego, Juntas Comerciais Estaduais e demais órgãos dos governos federal e estadual.
Cabe ressaltar que tais trabalhos, ao analisarem os fatores causais da mortalidade das MPE’s,
não fazem nenhuma referência à racionalidade limitada dos gestores. De acordo com os
trabalhos de Herbert A. Simon, os administradores da empresa não têm a capacidade de
resolver todos os problemas, contentando-se com soluções satisfatórias, em razão de sua
capacidade limitada, física e cognitiva para captar e processar todas as informações
disponíveis. 4
As MPE’s surgiram na Europa há mais de 500 anos com as primeiras oficinas de artesãos.
Elas se localizavam próximas às regiões de intenso comércio, como portos e feiras
comerciais, onde os produtos confeccionados pelos artesões podiam ser vendidos. Não
apresentavam um setor específico de atuação, uma vez que produziam e comercializavam
uma gama de produtos; de ferraduras a caixas, de roupas a armas.
Desde o surgimento das empresas familiares, próprias da fase da manufatura, quando ainda
predominavam o trabalho domiciliar e a produção sob encomenda, até o estabelecimento das
fábricas modernas (factory system), a empresa foi alvo de importantes modificações em razão
de diferentes fatores: (1) o crescimento populacional que possibilitou a divisão do trabalho e a
ampliação dos mercados; (2) o progresso técnico decorrente do uso da máquina e o
conseqüente aumento da produtividade; e (3) a acumulação e a concentração do capital.
2
Segundo IBGE, no Brasil ainda não há unanimidade sobre a delimitação do segmento das
micro e pequenas empresas. Observa-se na prática, uma variedade de critérios para a sua
definição tanto por parte da legislação específica, como por parte de instituições financeiras
oficiais e de órgãos representativos do setor, que ora baseiam-se no valor do faturamento, ora
no número de pessoas ocupadas, ora em ambos. A utilização de conceitos heterogêneos
decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições que promovem seu
enquadramento são distintos (regulamentação, crédito, estudos, etc.).
Para o Brasil, conforme o MDIC, SDP, DMPME 7, além dos critérios do Mercado Comum do
Cone Sul (Mercosul), utilizados para fins de crédito à exportação, há ainda as definições do
Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei nº 9.841/99) e do SIMPLES (Lei
nº 9.317/96), que usam o critério da receita bruta anual, além dos critérios utilizados pela
RAIS/MTE (Relação Anual de Informações Sociais) e pelo SEBRAE, nos quais o tamanho é
definido pelo número de empregados, vide quadro abaixo.
3
motivados;
o nível de maturidade organizacional é muito baixo. Os processos de planejamento e
de controle são, geralmente, pouco formalizados e quantificados. A escolha do melhor
método de planejamento depende do estilo de direção, da capacidade dos responsáveis
e da complexidade da atividade;
Tanto a direção quanto os empregados e o arsenal tecnológico, apresentam fraca
especialização;
dados para tomada de decisão nem sempre estão disponíveis, o que precisa determinar
a sua busca;
De acordo com La Rovere9, a baixa capacitação gerencial decorre do fato de que essas
empresas são, em sua maioria, familiares. Além disso, o tamanho reduzido das empresas faz
com que seus proprietários/ administradores tenham um horizonte de planejamento de curto
prazo e que fiquem presos num círculo vicioso em que a resolução de problemas diários
impede a definição de estratégias de longo prazo e de inovação.
O brasileiro é considerado um dos povos mais empreendedores do mundo, pois cerca de 77%
das pessoas tem vontade de ter seu próprio negócio, segundo pesquisa da Datafolha em
novembro de 2001, Fernandez 10. Por outro lado, como vimos na introdução,
aproximadamente 60% das MPE’s não duram mais que três anos, fato que mostra a falta de
preparo do empresário brasileiro.
Manter uma empresa viva torna-se, nos dias atuais, um dos maiores desafios de qualquer
administrador, diz Fernandez. As rápidas alterações ambientais de mercado que devem ser
levadas em consideração superam em muito a capacidade de vários gestores. Na maior parte
das vezes, falta-lhes a formação necessária para enfrentar esses desafios. Destaca que apesar
de muitas serem as situações que levam uma empresa a falir, a principal causa, quase sempre,
é o erro humano.
9
La Rovere, Renata Lèbre. Perspectivas das micro, pequenas e médias empresas no Brasil. Rio de Janeiro. 2001. (Grupo de Economia da
Inovação – Instituto de Economia da UFRJ).
10
Fernandez, Henrique Montserrat. “Evitando a Falência: garanta o sucesso de seu negócio”. São Paulo: i-Editora, 2003.
4
Em Minas Gerais, as principais dificuldades encontradas na condução das atividades da
empresa (ativa), são apontadas pelos ex-empresários na seguinte proporção: falta de capital de
giro como o elemento crucial para o fechamento das suas empresas (45,8% das respostas);
carga tributária elevada (41,7%).
Segundo Dutra11, os fatores que levaram a mortalidade das micro e pequenas empresas
Londrinense, destacam-se os seguintes: falta de clientes; concorrência muito forte; carga
tributária elevada; falta de crédito e crise econômica.
Por outro lado, a mortalidade não é o único impulsionador para que as MPE’s procurem
melhorar a sua gestão. A competitividade é um paradigma dos dias atuais que força, cada vez
mais, qualquer tipo de organização a inovações de caráter tecnológico e organizacional. Estar
coerente com as práticas atuais de gestão pode ser de extrema utilidade às empresas,
principalmente às menores organizações que obtém um diferencial na medida em que se
distinguem das demais. Nesse contexto, o ambiente de qualidade tende a se estender a todas
as organizações.
A história das civilizações mostra que a racionalidade tem sido uma busca permanente dos
seres humanos ao longo dos tempos. Desde a origem da humanidade até os dias
contemporâneos, o homem vem realizando grandes esforços contínuos para definir as ordens
e os padrões de comportamento, por meio da criação de leis e de códigos que contribuam para
um ambiente adequado às escolhas racionais por parte das pessoas.
5
apenas a relação custo/benefício, pois as organizações foram concebidas apenas com
instrumentos técnicos e um conjunto de valores funcionais e mecanicistas. 13
Segundo Motta & Vasconcelos14 , nessa teoria, o ser humano é entendido de modo mais
modesto e realista: não é considerado o ser onisciente e racional do modelo clássico. Ao
contrário, pressupõe-se aqui, de forma pragmática, que o tomador de decisões não busca os
modelos mais racionais, completos ou perfeitos, ao contrário, aceita soluções satisfatórias e
razoáveis. Muitas vezes ao fixar critérios minimamente aceitáveis de desempenho e ao
encontrar uma solução que corresponda a esses critérios mínimos, decide e a implementa.
6
Racionalidade de pessoas – quando visa objetivos de um indivíduo ou de seu
coletivo.
Contudo, a busca pelo aumento da racionalidade deve ser constante para todos e,
principalmente, para os administradores responsáveis pela tomada de decisão dentro da
empresa; dessa forma Chiavenato16 propõem três elementos essenciais:
Porém, Chiavenato17 ressalta que todo tomador de decisão quase sempre decide algo
envolvido por forças externas ou internas que influenciam sua interpretação da situação em
que se encontra. E nem sempre o tomador de decisão tem condições de obter informação
suficiente, como também não consegue determinar preferências ou selecionar a alternativa
mais adequada dentre as opções disponíveis.
Daft18 complementa ao dizer que o ato de discutir a decisão conduz a objeções pessoais e,
finalmente, à descoberta dos objetivos desejados que ajudarão a esclarecer o curso de ação
cabível e as possíveis conseqüências. Como observado, a racionalidade em seus diversos
aspectos tem suas virtudes e limitações e requer o estudo de algumas situações prévias, como
a existência de alternativas, de objetivos e de metas que estão diretamente interligadas.
A taxa de mortalidade das MPE’s verificada pela pesquisa é apresentada pela Tabela 1, na
qual se destaca o ano de criação da empresas, as taxas regionais de mortalidade e a média
final brasileira.
REGIÕES
Ano de
Centro Brasil
Constituição Sudeste Sul Nordeste Norte
Oeste
2006 48,9 52,9 46,7 47,5 49,4 49,4
2005 56,7 60,1 53,4 51,6 54,6 56,4
2004 61,1 58,9 62,7 53,4 53,9 59,9
Fonte: SEBRAE, agosto de 2004.
16
Chiavenato, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7º Ed. Ver. e atual Rio de Janeiro. Campus Elsevier, 2003.
17
Chiavenato, Idalberto. Administração de Novos Tempos. 2º Ed. Ver. e atual Rio de Janeiro. Campus Elsevier, 2004.
18
Daft, R. L. Organização: Teorias e Projetos. São Paulo. Pioneira Thomson Learning, 2003.
7
Tabela 2 – Fatores causais e razões para o fechamento das MPE’s
Percentual de
Categorias Ranking Dificuldades/Razões Empresários que
Responderam
1º Falta de capital de giro 42%
Percentual de
Categorias Ranking Fatores de Sucesso Empresários que
Responderam
Bom conhecimento do mercado onde
1º 49%
Habilidades atua
Gerenciais
2º Boa estratégia de vendas 48%
8
A Tabela 3 mostra detalhadamente os fatores condicionantes de sucesso e suas categorias, por
meio de um ranking de percentual. Abordados em três categorias:
1- habilidades gerenciais; 2- capacidade empreendedora; 3- logística operacional.
Gráfico 1 – Grau de Escolaridade dos Empresários. Gráfico 2 – Distribuição por Ramo de Atividade.
As empresas que fecharam suas portas, em sua maioria, eram compostas de uma a dez
pessoas, cerca de 96% delas. Seu ramo de atividade com maior índice de mortalidade se
encontra na prestação de serviços com 46% e no comércio com 51%. A observação desses
dados nos induz a dizer que empresas com mais de dez empregados e que atuam no ramo
industrial têm menos possibilidade de morrerem nos três primeiros anos.
6. Conclusões
A mortalidade das MPE’s torna-se, cada vez mais, tema de estudo de várias instituições
públicas e privadas, pelo fato de representarem fundamental importância para a economia e
para a sociedade brasileira.
Ao analisarmos os dados, verificou-se que os fatores da mortalidade não podem ser tratados
de forma individualizada para caracterizar o seu fracasso no mercado. Essas altas taxas de
mortalidade estão associadas a um conjunto de agentes como: carência de competências e de
habilidades gerenciais, ausência de conhecimento e de percepção econômica, falta de
capacidade empreendedora, dentre outros.
9
Contudo, pode-se concluir que falta de preparo dos empresários era alta, pois
aproximadamente 45% afirmaram terem iniciado seus negócios sem nenhum conhecimento
prévio do ramo e da atividade que iria exercer no mercado. Quanto ao grau de escolaridade,
apesar de possuírem, em sua maioria, segundo grau completo, superior incompleto ou graus
de ensino inferior (71%), o SEBRAE considera essa variável não servir de base para a
explicação da mortalidade, uma vez que várias empresas de sucesso apresentam gestores com
os mesmos graus de escolaridade. Contudo, a racionalidade limitada pode estar presente, pois
aqueles que obtiveram sucesso podem ter buscado aumentar sua racionalidade por meio de
cursos, consultorias, informativos, leituras e outras formas, ao contrário daqueles que faliram.
O trabalho nos oferece a oportunidade de levantarmos outras hipóteses como, por exemplo:
“Empresas com mais funcionários do ramo da indústria sofrem menos com a racionalidade
restrita?”, “As empresas que faliram, além da racionalidade limitada, podem sofrer influência
da assimetria de informação em relação ao mercado e ao consumidor?”. Essas e outras
hipóteses poderão ser testadas e avaliadas em outros estudos os quais complementarão ainda
mais esse trabalho.
7. Bibliografia.
10
Sousa, J. L. (2004) “A importância do Planejamento Financeiro para Micro e Pequenas
Empresas”. Valinhos, SP.
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