Jeremias: A Oração e o

Lamento de Um Profeta

Antonio Vitor de Lima Borba

 Jeremias: A Oração e o Lamento de Um Profeta

Comentário lição 06

Jeremias foi um profeta vocacionado no meio de um povo obstinado, tendo a dura missão de
convocar o povo ao arrependimento, e alertá-los do iminente e inevitável juízo que viria por
causa de suas atitudes de apostasia contra Deus. Em sua missão, o profeta clamou pela nação,
mas também, enfrentou uma dura oposição e sofrimento, pois sempre trazia uma mensagem
que o povo não desejava ouvir.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um

subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no
decorrer desta maravilhosa lição.

A VOCAÇÃO E A PRIMEIRA VISÃO DE JEREMIAS

O chamado de Deus ocorre de maneira magní ca e inexplicável, de modo que Ele não escolhe
pessoas por motivo de suas capacidades, mas sim, pela Sua Soberana Presciência, sabendo que
o chamado será um bom servo em Sua obra. De igual modo ocorreu com o profeta Jeremias,
que foi chamado no meio de uma geração problemática para exercer um ministério
magní co.

O chamado de Jeremias não tinha todos os aspectos transcendentais e detalhes apocalípticos

que podemos ver nos chamados de Isaías ou Ezequiel para o ofício profético. No entanto, há
precisão e clareza em seu chamado, duas características fundamentais na religião hebraica.
“Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo” (Jr 1.4). Encontramos aqui uma
confrontação divino-humana. Jeremias não disse que viu Deus, mas Deus se aproximou
muito dele, a ponto de, a certa altura, a mão do Senhor ser colocada sobre a boca do profeta.
A proximidade manifesta de Deus é realçada aqui em contraste com a transcendência de Deus
no episódio do chamado de Isaías (Is 6.1-8). Aqui encontramos Deus conversando
pessoalmente com um homem. Um diálogo resultante entre a divindade e a humanidade1.

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O chamado de Jeremias ocorreu em um momento difícil da história de Israel. O povo judeu

mantinha-se rebelde contra Deus, con ando apenas em suas alianças políticas para serem
livres de seus inimigos. Seu ministério foi desenvolvido no período anterior à destruição de
Jerusalém e a deportação do povo para a Babilônia. Durante esse período, Jeremias
conclamou ao povo a arrepender-se dos seus pecados, alertando-os para os males que
brevemente os acometeriam.

Em sua primeira visão, Jeremias vê uma vara de Amendoeira (Jr 1.11). “Amendoeira é a
primeira árvore que brota na primavera. Esta visão subentendia duas coisas: (1) a palavra de
Deus através de Jeremias cumprir-se-ia rapidamente, e (2) o povo reconheceria que Deus
estava em ação controlando o curso da história para cumprir os seus propósitos”2.

A REBELIÃO DO POVO E A INVASÃO ESTRANGEIRA ANUNCIADA

A rebelião do povo contra Deus era nítida. Judá havia chegado a um ponto extremo de sua
teimosia e pecado. A sentença divina estava determinada contra eles, de modo que Jeremias
foi comissionado para alertar o que breve aconteceria.

Deus disse a Jeremias: “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para
arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edi cares e
para plantares” (Jr 1.10). Pode parecer estranho que o plano de Deus envolva medidas tão
negativas. Mas parece haver uma lei no universo segundo a qual algumas coisas precisam
morrer para que outras possam viver e crescer. A maldade precisa ir para que o bem possa
orescer. Nossas mãos precisam soltar aquilo que é mau, para que possam receber o que é
bom. O “antigo, mau e ímpio povo de Judá” deve ser destruído para que um “remanescente
puri cado possa retornar para edi car a nova Jerusalém”1.

A mensagem de Jeremias continha partes ligadas a juízo e também de restauração, no entanto,

por causa do período da história de Israel em que Jeremias profetizou, sua mensagem
enfocava, em primeiro plano, o castigo e a condenação. A nação desviada de Israel, tinha de
ser derribada antes de Deus plantá-la e edi cá-la de novo2.

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A missão de Jeremias foi dura. Ele tinha que avisar ao povo que uma grande invasão era
iminente, e que causaria em Judá uma destruição gigantesca a ponto de não restar muita coisa
de pé. Por motivo de sua mensagem de juízo e arrependimento, o profeta enfrentou a
oposição do povo, o que lhe causou um grande sofrimento em seu ministério.

O pecado do povo havia chegado a um nível muito grande, de modo que a sua idolatria o
zera con ar mais nos deuses estranhos do que no próprio Eu Sou. Essa falsa sensação de
con ança custaria caro a esse povo rebelde, que estava prestes a entender isso pela espada
babilônica.

JEREMIAS, EM VÃO, INTERCEDE PELO POVO

Em certo momento do livro de Jeremias, encontramos o clamor do povo a Deus por motivo
da seca que devastava a terra. O castigo de Deus por meio da ausência de chuva já era uma
antecipação do juízo que brevemente os acometeriam, de modo que o Senhor apenas estava
con rmando que a Sua mão não estava mais sobre eles.

A seca era um castigo com consequências devastadoras. Como sempre, ao sentir-se

completamente acuado, o povo clamou a Deus. Mas Ele rejeitou seu apelo, porque não havia
arrependimento sincero; Judá queria só o livramento. Nem mesmo as orações de Jeremias
ajudariam. A única esperança era a nação voltar-se para Deus3.

Em suas palavras, o profeta questionou a Deus se o arrependimento do povo traria de volta o

bem de Deus para com eles. Contudo, devemos entender que apenas o sincero
arrependimento é atendido pelo Senhor, o que não era o caso da nação de Judá. Eles estavam
totalmente distantes da vontade de Deus, e sua idolatria subia ao Senhor como uma afronta.

Quando Deus respondeu a Jeremias deixou claro o tamanho da Sua ira para com o povo. “O
povo rejeitara a Deus e continuava na apostasia, por isso a destruição de Jerusalém e o exílio
na Babilônia eram inevitáveis. Deus disse que não atenderia nem mesmo a intercessão de
Moisés e de Samuel, caso eles intercedessem perante Ele pelo povo”2 (Jr 15.1).

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Esperando Jesus voltar hoje!

Dc. Antonio Vitor de Lima Borba

Referências:

1 – PRICE, Ross E.; et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

2 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

3 – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

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