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Assim como seus antepassados celtas, Anne sempre se encantou pelas florestas e vales,
pelo contato com a infinidade da natureza e dedicou-se aos estudos das tradições familiares.
Sua árvore genealógica remonta a uma respeitada linhagem de druidesas celtas, que por muito
tempo combateram a dominação romana, usando sua vontade e conhecimento milenar para
combater os tiranos invasores através da magia primal.
O tempo foi passando, e Anne sempre se destacou das demais meninas e meninos,
sendo uma das melhores alunas da única escola do condado. Sua paixão e devoção a todas as
formas de vida, levaram Anne a buscar uma alternativa de vida diferente de seus pais,
agricultores e pecuaristas com uma boa vastidão de terra fértil, com os quais aprendeu a cuidar
e valorizar a vida. Com todo o esforço e sacrifício, os Kingsford conseguiram enviar sua filha para
Londres, onde se dedicara a uma área até então dominada pelos homens, a Medicina.
Em certa feita, quando o professor, Dr Edmund Peterson exigiu que Anne realizasse a
infame prática em uma rã, ela se negou, e o professor dispensou toda a turma, obrigando Anne
a permanecer no local. Ele iniciou um discurso menosprezando a forma de pensar da jovem, e
como se não bastasse o constrangimento psicológico, também começou a tocar as partes
íntimas de seu corpo. Anne completamente indefesa e temendo por sua permanência na
faculdade, entrou tão para dentro de si mesma que não sabe relatar o que acontecera, apenas
se lembra que durante o coito forçado, olhara para as gaiolas e aquários contendo diversos
animais cativos, que aqueles pobres seres lhe fossem por guardiões.
Prosseguiu seus estudos, e após três meses, o passado lhe visitou, e após vômitos
recorrentes, e um ganho inesperado de peso, Anne descobriu através de simpatias antigas, que
estava grávida, e o fruto só poderia ser da semente de seu abusador. Anne por um momento,
pensou seriamente em formas de abortar, e até mesmo cogitou retirar a própria vida, quando
em uma noite, olhando para a Lua cheia, resolveste testar algo contido em um dos livros velhos
de sua avó. Após realizar o ritual de convite e invocação da entidade Cernunos, o deus dos
bosques, Anne foi tomada por transe, e levada como que carregada, para as profundezas da
mata, e em sua frente, alto e belo estava a entidade evocada.
Ele lhe prometeu sucesso e acesso aos conhecimentos ancestrais, da antiga arte,
pedindo em troca o fruto do sofrimento de Anne. Por um momento ela retrocedeu, mas
entregou aquilo o que lhe fora pedido, arcando com a amarga sina de jamais poder novamente
gerar a vida, e a missão de proteger as formas de vida indefesas, assim como aquela pequena
alma que agora compõe o círculo “trocados” (changelings).
Tal conhecimento e poder, concedeu a Anne a força e a determinação para seguir seus
estudos e cumprir seu papel na roda da vida, defendendo os seres vivos das práticas dos
“demônios da vivissecção”.