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Biografia Anne Kingsford

Anne Kingsford nasceu em janeiro de 1862, em um condado de Devon, também


conhecido como Devonshire, na região sudoeste da Inglaterra, e sempre se orgulhou de suas
raízes. O nome Devon deriva do nome dos povos celtas que habitavam a península sudoeste da
Grã-Bretanha na época da invasão romana em 50 d.C., conhecidos como Dumnônios (que
significa “moradores do vale profundo”, e recebe os nomes Dyfnaint (em galês), Devnent (em
bretão) e Dewnans ( em córnico).

Assim como seus antepassados celtas, Anne sempre se encantou pelas florestas e vales,
pelo contato com a infinidade da natureza e dedicou-se aos estudos das tradições familiares.
Sua árvore genealógica remonta a uma respeitada linhagem de druidesas celtas, que por muito
tempo combateram a dominação romana, usando sua vontade e conhecimento milenar para
combater os tiranos invasores através da magia primal.

O tempo foi passando, e Anne sempre se destacou das demais meninas e meninos,
sendo uma das melhores alunas da única escola do condado. Sua paixão e devoção a todas as
formas de vida, levaram Anne a buscar uma alternativa de vida diferente de seus pais,
agricultores e pecuaristas com uma boa vastidão de terra fértil, com os quais aprendeu a cuidar
e valorizar a vida. Com todo o esforço e sacrifício, os Kingsford conseguiram enviar sua filha para
Londres, onde se dedicara a uma área até então dominada pelos homens, a Medicina.

Embora tenha enfrentado as barreiras de uma sociedade machista e patriarcal, Anne


sempre se destacou no estudo da morfologia e farmacologia, principalmente no uso da
fitoterapia. Desde muito pequena sempre se sentiu incomodada com a necessidade exagerada
das pessoas em consumir carne de outros seres vivos, e a faculdade de medicina e suas raízes
celtas, lhe conferiram o conhecimento e sabedoria para desenvolver uma nova proposta de
dieta saudável, o Vegetarianismo.

Durante sua vida acadêmica, sempre se posicionou contra os praticantes da vivissecção,


se recusando a praticar nas aulas de fisiologia e morfologia que empregavam a dissecação de
sapos e ratos vivos. Foi durante uma das aulas de fisiologia que Anne descobriu o “poder de sua
vontade”, em manipular o mundo físico. Aquilo que acreditava ser apenas uma lenda, sobre os
druidas e druidesas das eras antigas, provou-se real, ou pelo menos inexplicável.

Em certa feita, quando o professor, Dr Edmund Peterson exigiu que Anne realizasse a
infame prática em uma rã, ela se negou, e o professor dispensou toda a turma, obrigando Anne
a permanecer no local. Ele iniciou um discurso menosprezando a forma de pensar da jovem, e
como se não bastasse o constrangimento psicológico, também começou a tocar as partes
íntimas de seu corpo. Anne completamente indefesa e temendo por sua permanência na
faculdade, entrou tão para dentro de si mesma que não sabe relatar o que acontecera, apenas
se lembra que durante o coito forçado, olhara para as gaiolas e aquários contendo diversos
animais cativos, que aqueles pobres seres lhe fossem por guardiões.

Durante o acontecido, todos aquários se romperam, as gaiolas se abriram e entre


mordidas de ratos, secreções de glândulas de sapos e picadas de víboras peçonhentas, o
professor (abusador), largou Anne e correu para salvar a própria vida, dando-lhe a oportunidade
de vestir suas roupas e buscar o abrigo de um banho quente, usando uma esponja para livrar-se
do sêmen que escorria por suas pernas.
Embora não consiga se lembrar totalmente do ocorrido, Anne tem a certeza de que
daquele dia em diante sua vida não seria mais a mesma. Prosseguiu seus estudos, o professor
Peterson jaz em uma tumba fria, vítima das criaturas que tanto torturara, e o ocorrido fora
sepultado juntamente com a dócil e amável Anne, dando lugar a uma Anne tão forte quanto
uma tempestade e tão atraente como a chama de uma lareira em um dia frio.

Prosseguiu seus estudos, e após três meses, o passado lhe visitou, e após vômitos
recorrentes, e um ganho inesperado de peso, Anne descobriu através de simpatias antigas, que
estava grávida, e o fruto só poderia ser da semente de seu abusador. Anne por um momento,
pensou seriamente em formas de abortar, e até mesmo cogitou retirar a própria vida, quando
em uma noite, olhando para a Lua cheia, resolveste testar algo contido em um dos livros velhos
de sua avó. Após realizar o ritual de convite e invocação da entidade Cernunos, o deus dos
bosques, Anne foi tomada por transe, e levada como que carregada, para as profundezas da
mata, e em sua frente, alto e belo estava a entidade evocada.

Ele lhe prometeu sucesso e acesso aos conhecimentos ancestrais, da antiga arte,
pedindo em troca o fruto do sofrimento de Anne. Por um momento ela retrocedeu, mas
entregou aquilo o que lhe fora pedido, arcando com a amarga sina de jamais poder novamente
gerar a vida, e a missão de proteger as formas de vida indefesas, assim como aquela pequena
alma que agora compõe o círculo “trocados” (changelings).

Tal conhecimento e poder, concedeu a Anne a força e a determinação para seguir seus
estudos e cumprir seu papel na roda da vida, defendendo os seres vivos das práticas dos
“demônios da vivissecção”.

Atualmente, é uma das médicas responsáveis pelas cirurgias realizadas em Bethlen,


bairro londrino, e em meio ao caos do período regido por Vitória, a rainha do luto eterno, muitos
foram os pacientes que sucumbiram a loucura e encontraram cura nas mãos de Anne, entusiasta
da prática questionável da lobotomia.

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