1 - CITOLOGIA VAGINAL
O início do estro pode ser, parcialmente, determinado recorrendo-se à citologia vaginal,
a qual se baseia nas alterações quantitativas e qualitativas do padrão celular. A mucosa
vaginal e as células epiteliais vaginais sofrem alterações morfológicas sob a ação das
concentrações crescentes de estrógenos. Estes estimulam a proliferação do epitélio vaginal,
que passa de uma espessura de poucas camadas celulares no anestro para uma espessura de
20 a 30 (até 100 -150) camadas de células no fim do pró-estro. O afastamento das células
epiteliais da membrana basal epitelial induz um processo degenerativo de morte celular
associado à queratinização (cornificação) citoplasmática.
A variação na percentagem de células superficiais – índice de cornificação celular –
ao longo de esfregaços vaginais seriados pode ser usado no monitoramento da evolução
do ciclo estral. Em termos citológicos, considera-se que a cadela está em cio (estro)
quando o esfregaço celular apresenta um índice de cornificação superior a 80 %. No
entanto, a citologia vaginal não permite determinar com exatidão os momentos de
ocorrência do pico de LH e da ovulação, o que torna necessária a dosagem de LH e/ou
da P4.
• TÉCNICA
A citologia vaginal deve ser realizada utilizando-se um swab, previamente, umidificado
com solução fisiológica. Ao ser introduzido pela comissura dorsal da vagina em um ângulo
de 45° com o auxílio de um especulo vaginal, o swab deve ser rotacionado quando atingir as
paredes laterais da vagina. Logo após, o material deve ser rotacionado sobre uma lâmina
de vidro devidamente identificada. A fixação das lâminas deverá ser feita em álcool etílico
ou metílico seguida da coloração pelo Método Panótico.
Em termos práticos, após o início do corrimento vulvar sanguinolento realiza-se uma série
de citologias vaginais seriadas (mínimo 3) até à identificação de um índice de cornificação
próximo do característico do estro, momento em que se iniciam as dosagens hormonais. A
realização de citologias vaginais seriadas poderá manter-se durante o estro até a identificação
do início do diestro, uma vez que não é possível distinguir, com base nas concentrações
plasmáticas de P4, o momento da transição entre o estro e o diestro.
2 – DOSAGENS HORMONAIS
As concentrações periféricas de LH próprias do pico podem ser mensuradas no
soro ou, ainda pode mensurar as concentrações plasmáticas de P4. Dado que o pico de
LH é fugaz, devem ser colhidas amostras diariamente, mais ou menos à mesma hora. A
colheita deve iniciar ainda durante o pró-estro (o que pode ser confirmado através da
determinação da concentração de P4, que deverá ser basal, ou pela citologia vaginal). Se a
cadela já estiver na fase de estro médio ou tardio, o pico de LH não será detectado nem pode
ser determinado retrospectivamente.
Quando forem detectadas concentrações séricas de LH (> 1 ng/mL), a dosagem
de P4 mostrará um aumento gradual, atingindo um valor mínimo de 4,0 ng/mL dois a três
dias depois, o que confirma a ocorrência do pico de LH. Se os níveis de P4 permanecerem
baixos, isto significa que ocorreu uma flutuação pró-éstrica da LH, e o teste deve ser repetido
diariamente até ser identificado o verdadeiro pico da LH. Dado o curto período de validade do
teste, a necessidade de amostragem diária e a necessidade de determinar a P4 para verificar a
precisão, este método tem uma utilização limitada.
As dosagens das concentrações plasmáticas de Progesterona (P4) é, atualmente,
o método mais utilizado na determinação do período fértil na cadela, estando disponíveis
no mercado vários testes semi-quantitativos rápidos. A primeira dosagem é normalmente
realizada no final do pró-estro ou início do estro, para identificar o momento da ocorrência do
pico da LH. Segue-se uma segunda dosagem cerca de 2-3 dias depois para identificar o
momento da ovulação e, eventualmente, uma terceira cerca de mais 2-3 dias depois para
confirmar a ocorrência da ovulação.
A dosagem de P4 deverá ser realizada precocemente no estro, pois a
identificação na primeira dosagem de concentrações plasmáticas confirmadoras da
ocorrência de ovulação não permite determinar retrospectivamente o momento da sua
ocorrência e, portanto, delimitar o período fértil.
Para auxílio na determinação do momento correto do cio e/ou avaliação ginecológica, o TECSA
Laboratórios oferece aos Médicos Veterinários as seguintes análises: