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BEM AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS

Bem aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra.


(Mateus, 5:5)

Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.


(Mateus, 5:9)

Injúrias e violências
Jesus faz da brandura (meiguice, doçura), da moderação (prudência), da
mansuetude (pacífico, calmo), da afabilidade (delicadeza) e da paciência, uma
lei. Condena a violência e a cólera e até de toda expressão indelicada de que
alguém possa usar para com os semelhantes.
Por exemplo: Naquela época, quando queria se dizer que uma pessoa
não valia nada, ou tinha má conduta, dizia-se a palavra RACCA, e cuspia no
chão. Jesus condenava até mesmo aquele que dizia ser louco um irmão, ao
fogo do inferno.
Tudo depende da intenção com que se fala as palavras, mas quis Jesus
dizer com isso é que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à
caridade, ou seja, aquela que é dita com ódio.
Quando a humanidade aprender a viver na lei do amor e da caridade,
deixará de existir a violência, a miséria, o sofrimento, pois os mais fortes irão
amparar os mais fracos, pois estes não serão mais egoístas como acontece
hoje em dia. Mas para isso acontecer, depende de cada um de nós, nos
modificarmos hoje, em cada ação, em cada palavra dirigida a um irmão.

A afabilidade (delicadeza) e a doçura (simplicidade, humildade)


Aquele que faz o bem aos semelhantes, com amor, produz a afabilidade
e a doçura.
Porém, nem sempre podemos olhar as aparências. Muitas pessoas que
frequentam a alta sociedade, por exemplo, conseguem, por sua alta cultura e
educação, mascarar-se, ou seja, fingir ser bom, delicado, mas que no fundo,
são lobos em pele de cordeiro. O mundo está cheio dessas criaturas que têm
nos lábios o sorriso e no coração o veneno. Que tem a língua de ouro (falam
bem das pessoas) pela frente, mas por trás, só Deus sabe.
Podemos acrescentar também, aquela pessoa que na rua é um santo,
mas dentro de casa é um tirano.
Para que sejamos realmente delicados com os nossos irmãos, não basta
falar coisas bonitas, se nosso coração está chio de ódio e rancor. Aquele que
realmente é doce e delicado com o semelhante, age da mesma forma dentro e
fora de casa, pois sabe ele que pode-se até enganar aos homens, mas a Deus
não se engana.

A cólera
Irritação, impulso violento para com uma contrariedade.
O orgulhoso nos induz a julgarmos, muitas vezes, sermos melhores do
que realmente somos, a não aceitarmos um comentário que possa talvez nos
rebaixar aos olhos dos homens, a nos acharmos melhores que os outros, etc.
A qualquer contrariedade, nos entregamos à cólera, considerada uma
demência passageira que nos assemelha ao ser bruto, das cavernas, fazendo-
nos perder a razão.
Isso acontece geralmente quando temos o orgulho ferido.
Em seu acesso de cólera, o homem a tudo agride: seja a natureza,
quando, por exemplo, tropeça. Chutamos uma árvore, uma pedra, arrancamos
um arbusto, uma folha, ou algo deste gênero, simplesmente porque, por
desatenção nossa, tropeçamos.
Outro caso também, quando nos levantamos do sofá ou da cama e
batemos o pé na quina. Chutamos a cama, às vezes, dependendo do grau que
atinge a cólera, até mesmo quebramos o objeto, como se fosse ele o culpado
pelo que nos aconteceu.
Se nesses momentos pudéssemos nos analisar a sangue-frio, ou
teríamos medo de nós mesmos, ou nos acharíamos bem ridículos.
Imaginem-se no meio da rua, tendo um acesso de cólera, que impressão
causaríamos nas pessoas?
Se pensarmos que a cólera em nada nos acrescenta, pelo contrário,
prejudica-nos a saúde e compromete a vida, nós nos veríamos como vítimas
de nós mesmos, sem contar que tornaríamos infelizes aqueles que nos
cercam.
Outra coisa muito grave, imaginemos que num acesso de fúria,
fizéssemos alguma coisa da qual poderíamos nos arrepender pelo resto da
vida.
A cólera não exclui nossas qualidades do coração, mas nos impede que
façamos o bem e pode nos levar à prática de um mal muito grande.
Devemos tomar cuidado com esta atitude, pois todos nós temos
condições de nos modificarmos. Não cabe mais a desculpa de que “eu nasci
assim, vou morrer assim”. Não, hoje sabemos que isto é só uma desculpa para
que tenhamos nossos momentos de ira. Todos nós podemos mudar, basta
para isso, termos vontade de mudar.

Obs: É possível que não te correspondam aos desejos, mas lembra-te


de que Jesus é o supremo Ordenador na Terra e não te colocaria o esforço
pessoal onde fosse desnecessário. Tens algo de sagrado a fazer onde respiras
no dia de hoje. Com revolta, cólera, sua atividade será negativa.

A paciência
A dor é uma bênção que Deus nos envia. Agradeçamos por ela, pois
quanto nós podemos crescer, aprender, evoluir com o sofrimento.
A paciência é uma caridade para que possamos atingir nossa evolução.
Ela nos leva ao perdão, pois se formos pacientes com aqueles que nos fazem
a algum mal, aprendemos então a perdoar, e o perdão é a caridade mais
meritória aos olhos de Deus.
Desta forma, ao invés de perguntarmos a Deus o por que da pessoa me
fazer algum mal, agradeçamos por isso, com amor no coração, pois esta
pessoa está nos ensinando a ter paciência e a perdoar. E se esta é a caridade
mais agradável a Deus, agindo assim, estaremos agradando então a Deus.
Sabemos que nossa vida é bem difícil, cheia de problemas, mas se
enxergarmos quantas coisas boas nos acontecem, reconheceríamos que
temos muito mais bênçãos do que dores.
Vamos analisar o exemplo de Jesus, que nada devia, em nada merecia
sofrer, e sofreu muito mais do que qualquer um de nós. Se Ele, modelo da
perfeição, sofreu tanto, imagine então nós, ainda tão imperfeitos. Mas deus é
tão justo e bom que mesmo assim, junto com os sofrimentos que passamos,
nos dá muito mais coisas boas na vida.
Sejamos, então, pacientes, para assim, sermos consideramos como
Cristãos.

Obs: Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis


de todos os homens. (I Cor. 15:19)
É normal confiar e aguardar em Cristo, mas temos que enxergar nossa
vida como a vida eterna. Não é para satisfazer nossos caprichos que Jesus
veio à Terra e nem voltará para isso. É justo esperar em Cristo só na vida atual,
quando temos toda uma eternidade pela frente? Já analisamos o que
necessitamos aprender com o momento em que passamos? Pensemos nisso.
Nossa vida não é simplesmente nascer, crescer, envelhecer e morrer. É
muito além disso. Se nesta existência não tivemos aquilo que nosso orgulho
desejou, quando tirarmos de nós este mal, receberemos o que merecermos na
vida eterna.
Saibamos, pois, esperar no Cristo com a noção real da eternidade.
Tenhamos paciência.

Obediência e resignação
Jesus nos ensinou duas grandes virtudes: a obediência e a resignação.
Porém, estas duas virtudes são confundidas com a negação do sentimento e
da vontade. Por exemplo: não é o fato de eu cruzar os braços e dizer que
aceito o fardo que Deus me deu que estarei sendo obedientes ou resignados.
Pelo contrário, devemos é lutar com todas as forças para superar as
dificuldades que nos são impostas.
A obediência, porém,, é a aceitação pela razão, e a resignação, a
aceitação pelo coração, forças que juntas carregam o fardo das dores e
provações que a revolta para com Deus deixa cair.
O covarde não pode ser resignado e o orgulhoso e egoísta não pode ser
obediente.
O covarde não pode ser resignado porque não é com medo de enfrentar
os problemas que iremos sair deles. Isto não é resignação, é comodismo. Ter
resignação, é ter coragem para enfrentar um problema, mas sabendo que Deus
sabe o que é melhor para nós.
Se enfrentarmos com amor, sairemos da situação mais rapidamente. Se
nos revoltarmos, mais iremos sofrer.
Já o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes porque não
aceitam ser contrariados. A vontade deles deve prevalecer. Mesmo quando
Deus os coloca em uma condição difícil, ele se acha maior que Deus e quer
contrariar a Sua vontade. Sendo assim, sofre muito mais, porque Deus não nos
satisfaz o capricho, Ele faz aquilo que é necessário para evoluirmos. Nem
sempre é aquilo que nós achamos ser bom. Na maioria das vezes não é
realmente.
Jesus foi o maior exemplo de obediência e resignação. Obedeceu a
Deus quando veio ao mundo para ser torturado e morto. Ele dizia: vim para
fazer a vontade de meu Pai que está nos céus”. Foi também resignado, pois
em momento algum se revoltou contra Deus e contra aqueles que o
crucificaram. Pelo contrário, pediu a Deus que os perdoassem, pois eles não
sabiam o que estavam fazendo.
Vamos assim, ser brandos e pacíficos, para então possuirmos uma terra
onde o mal não irá reinar e sermos assim, também chamados de filhos de
Deus.

Obs: em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da


oração. Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes
roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram. Mas, será
que, estamos orando em nome do Cristo, ou das vaidades do mundo?
Claro que se algum ente desencarnou não vamos tê-lo de volta aqui na
terra, simplesmente porque não aceitamos e pedimos de coração a Jesus, mas
fará com que aceitemos Sua determinação, pois que Ele é sábio e amoroso, e
orando em nome d’Ele, aprendemos a entregar-lhe nosso coração para que
nos seja dado somente o necessário.

Finalizar: também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a


tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a
experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de
Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado.
Paulo (Romanos 5; 3-5)

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