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ÍNDICE

REDAÇÃO .........................................................................................................................
................................ 2

CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO OU


DISSERTATIVO ............................................3

CAPÍTULO 2 – MONTAGEM DO
TEXTO ............................................................................................................ 5

CAPÍTULO 3 – TEMA E
TÍTULO ......................................................................................................................... 6

CAPÍTULO 4 – SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE


ARGUMENTATIVAS ............................................................... 6

CAPÍTULO 5 – A
CARTA ..............................................................................................................................
.....9

ORAÇÕES
REDUZIDAS ......................................................................................................................
.............. 10

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................
............................... 12

CADERNO DE
EXERCÍCIOS .....................................................................................................................
..........13
REDAÇÃO

1. O que é necessário para escrever um bom texto?


Para se escrever um bom texto é necessário que este tenha qualidade e prenda
a atenção do leitor. O principal ingrediente para se escrever é o pensamento, mas
este deve ser colocado no papel de forma organizada para que o leitor apreenda tudo
o que o autor da redação quer informar, criticar ou questionar.
A principal maneira de se organizar um texto escrito é fazendo com que ele
tenha coerência e coesão, em outras palavras, tenha clareza. Redigir é difícil, por isso
muitas pessoas costumam dizer que têm ótimas idéias sobre determinado tema, no
entanto não as conseguem colocar no papel. Como solucionar esse problema?
É importante que se saiba que ninguém jamais saberá tudo sobre redação, pois
se a língua está sempre em constante mudança, a redação, que é formada através
dessa mesma língua, vai obviamente passar por mudanças também. Porém, para
aprimorar constantemente a redação, é importante que se leia muito para ter
informações novas e alimentar os pensamentos com dados novos. Contudo, não basta
ler se não praticar! Da mesma maneira que um pianista não vai tocar piano se souber
só as técnicas e não praticar, uma pessoa não vai saber escrever se só ler e estudar,
sem pegar um papel e uma caneta para colocar seu conhecimento em prática.
Como já foi falado, o pensamento é a base de toda redação. Um dos grandes
erros cometidos atualmente, principalmente por estudantes, é que se escreve o que
pensa, da maneira que se pensa, mas se esquece de que quem lê seu texto, lê apenas
o texto e não seus pensamentos. Ninguém pode entrar na sua cabeça, penetrar em
seu cérebro e conhecer o modo como você pensa. 1 Cada um tem seu jeito de pensar e
deve estruturar o que pensa de maneira a fazer com que o leitor compreenda. Sempre
que se termina uma redação, seu autor deve relê-la como se fosse um simples leitor,
para avaliar assim se esta está inteligível, ou seja, se um leitor qualquer conseguirá
entendê-la. Numa redação, a meta é o leitor.

2. Tipos e gêneros textuais


É importante que se saiba qual a diferença entre tipo e gênero textual. Os
gêneros textuais são, na verdade, o formato em que o texto se encontra. Alguns
exemplos de gêneros são a carta, o poema, uma conversa telefônica, a crônica, o
romance, etc.
Os principais tipos de texto são o narrativo, o descritivo e o dissertativo. A
seguir, há a definição dos mesmos com exemplos de cada um:
• Narrativo: Narrar é contar, relatar episódios e acontecimentos. Há
o predomínio de verbos de ação, pois a narração deve ter movimento, ser
1
http://www.espirito.org.br/portal/palestras/klickeducacao/index.html

2
dinâmica. Devem-se analisar os seguintes itens para escrever uma
narração: o acontecimento; o protagonista e o antagonista; a maneira
como aconteceu o fato; o tempo; o local; a razão; o resultado ou
conseqüência.
• Descritivo: Descrever é escrever o que se observou dando suas
características através de, principalmente, adjetivos, locuções adjetivas e
comparações. A descrição deve ser viva, real e pormenorizada.
Ex:
Duas horas da tarde. Um sol ardente esquentava a paisagem. As
pessoas sorridentes banhavam-se na fonte suja e com a pintura
descascada pelo tempo, mas a única que trazia alegria para a cidade.
• Dissertativo: Dissertar é expor um fato. Hoje em dia, dissertar e
argumentar estão intimamente ligados, assim, uma dissertação é um
texto no qual se expõe um fato e se argumenta sobre o mesmo, defendo
um ponto-de-vista, uma opinião através da chamada persuasão.

CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO OU DISSERTATIVO

Quanto mais se lê, mais crítica uma pessoa se torna. Uma das acepções de
criticar no dicionário é examinar, notando a perfeição ou os defeitos de.2, é isso que a
sociedade espera de alguém, que o professor espera do aluno, que a banca do
vestibular espera dos vestibulandos. Quando lhe é dado um tema, você deve
examiná-lo, expondo o que é bom e o que é ruim com relação a ele.
Antes de a opinião ser colocada no papel, deve-se ficar atento a vários fatores:

• Leia com atenção: Na prova de redação, você vai deparar com


a exposição de uma coletânea que pode incluir textos verbais e
textos não verbais (ilustrações, fotos e gráficos). Tal coletânea se
estabelece em torno do tema e muitas vezes conduz, entre seus
textos, abordagens divergentes e até mesmo contraditórias. O
primeiro desafio é fazer uma leitura cuidadosa e dar atenção a todas
as informações antes de tomar qualquer decisão sobre sua redação.
• Analise: Determine quais são os principais elementos, ou
subdivisões, que compõem o tema apresentado. Para não ser perder
nas ideias, você pode sublinhar trechos ou anotar no rascunho. Por
exemplo, se a proposta tratar da relação dos adolescentes com as
drogas, anote em poucas palavras os pontos principais expostos, que
podem ser: o crescimento do consumo de drogas nas escolas; as
campanhas de conscientização; o papel dos pais etc. Esse material o
ajudará a sustentar sua opinião mais tarde.
• Questione: Antes de procurar respostas, é preciso fazer
perguntas. Indagar é a melhor maneira de começar a abordar um
assunto, pois isso vai expor com clareza os problemas que estão
ligados a ele. Afinal, sua dissertação precisará propor questões para
depois poder apresentar respostas. Assim, elabore um breve
questionamento com base nos próprios dados apresentados na prova.
Isso vai ajudá-lo, depois, a apresentar seus argumentos de forma
ordenada.
• Use seu conhecimento: Anote as ideias que lhe vêm à cabeça
sobre o tema. Filmes que você já viu, livros, conceitos, fatos que

2
LUFT, Celso Pedro.

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aprendeu em aulas de geografia, história, filosofia. Relacione
pensamentos, autores e obras artísticas reconhecidas. Deixar esse
repertório pronto será útil quando você precisar de exemplos para
ilustrar a opinião que defenderá na redação. Para uma preparação
ainda melhor, organize essas ideias de modo progressivo, ou seja,
dos argumentos mais simples para os mais complicados.
• Escolha seu caminho: Decida qual ponto de vista você
pretende defender. Será uma possível solução para o problema
apresentado? Ou uma crítica ao modo como as pessoas encaram a
situação descrita? Identifique nos textos da coletânea e em seu
próprio repertório os argumentos favoráveis e contrários. Então faça
um esquema do caminho analítico que planeja percorrer:
- Como introduzir a questão?
- Quais aspectos abordar para tornar a questão bem clara para o
leitor? Em que ordem?
- Quais argumentos serão necessários para conduzir o leitor até a
conclusão pretendida?
- Procure criar um título claro, abordando o tema e seu ponto de vista
sobre ele.3

A falta de planejamento e de organização é um dos principais problemas


enfrentados por quem vai escrever uma redação. Para isso não ser um problema para
você e para que você possa fazer a exposição do que se pensa, é necessário
estruturar o texto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
1. Introdução
Introduzir significa levar para dentro, portanto, na introdução de uma redação, o
autor vai levar o leitor para dentro do tema a ser discutido. Ela é muito importante,
pois deve ser atrativa ao leitor, por isso, o escritor deve se dedicar de uma forma
especial à mesma, para que essa desperte a atenção do leitor. Ao mesmo tempo, não
pode ser longa, deve ser objetiva.
A introdução pode-se apresentar de várias formas: pode ser uma declaração,
uma pergunta, uma citação... Caso se opte por uma pergunta, o autor tem de estar
muito atento, pois deve dar uma resposta para tal pergunta, portanto, só pergunte o
que sabe responder.
Enfim, a introdução serve, como o próprio nome diz, para introduzir o assunto
da redação, despertando a curiosidade no leitor.

“Há ideologias que pressupõem seja o homem um ser naturalmente inclinado à


guerra, essencialmente agressivo. São idéias fundamentadas na teoria da evolução,
nos conceitos de luta pela existência, em que o mais forte ocupa as altas posições
econômicas e políticas.” (John Lewis)

P.S.: A redação começa na linha 1 e não no título.

2. Desenvolvimento

Já que a introdução corresponde à tese, o desenvolvimento é o debate da tese.


O desenvolvimento nada mais é que o corpo da redação, pois é nele que aparecem as
idéias, os argumentos e, principalmente, a originalidade de seu autor, ou seja, seus
pensamentos.
Apresenta-se cada um dos argumentos ordenada e detalhadamente, sendo
assim, o desenvolvimento é a parte mais longa da redação. Sendo a parte mais longa,
deve-se tomar cuidado para que os pensamentos não se percam e ela não se torne a
parte mais confusa. Para que isso não aconteça, é interessante que se faça uma
3
Curso Preparatório ENEM e Vestibulares 2010. Abril.

4
análise prévia das idéias que se tem sobre o tema para que possam ser escolhidas as
que mais convierem, já que não há necessidade de muitas idéias, principalmente
porque normalmente não se tem muito espaço para isso. Só comece a escrever depois
de escolhidas as idéias, para que as mesmas possam ser correta e objetivamente
expostas.

“No entanto, estas concepções são completamente contrárias à tendência


evolucionária humana, que retrocede não só até a evolução em nível animal, mas
também ao baixo nível de luta animal. Nem mesmo os carnívoros se alimentam uns
dos outros, como um homem competitivo devora os rivais.” (John Lewis)

“Nenhum futuro evolucionário espera o homem que segue este caminho. A luta
competitiva não deixará sobreviventes. Mesmo que se limite a uma guerra
econômica, só pode acabar em contenda social, em crises de desemprego, em apuros
financeiros e num fracasso quanto à utilização dos recursos do mundo da maneira
mais completa e eficiente.” (John Lewis)

“Fora de uma atitude mútua de colaboração social e da produção voltada e


planejada para o consumo, não há solução para tais dificuldades. Enquanto se
mantiverem as condições atuais, o homem seguir-se-á agressivo, estará preparado
para assegurar seu próprio bem-estar às custas do próximo.” (John Lewis)

3. Conclusão
Conclusão é concluir, encerrar, é convencer-se de algo, por isso, nesta parte do
texto, o autor vai retomar resumidamente tudo o que escreveu no texto, como mais
uma forma de convencer o leitor de que o que ele pensa é certo, portanto, a
conclusão é a comprovação da tese que foi levantada na introdução e defendida no
desenvolvimento. A conclusão, a exemplo da introdução, não deve ser longa.

“Esta, contudo, não é a natureza do homem, e sim a natureza do homem sub-


humano. Se o colocarmos em condições de trabalho realmente humanas, tendo em
vista o bem comum, sua natureza tornar-se-á mais humana, mais cooperativa, e seu
futuro estará assegurado. Se fracassarmos neste propósito, seu futuro será a guerra e
a destruição.” (John Lewis)
Conectando os exemplos de introdução, desenvolvimento e conclusão, tem-se
um exemplo pronto de um texto argumentativo, cujo esquema de idéias é:
Introdução:
• Segundo a teoria da evolução, o homem é naturalmente agressivo
e deve competir para viver.
• Desta competição, sairá vencedor o mais forte e mais importante.
Desenvolvimento:
• Na luta competitiva, o homem retrocede ao mais baixo nível animal.
• A competição entre os homens acabará por destruir a civilização e as
possibilidades de progresso.
• A única solução é a colaboração social e produção voltada e planejada
para o consumo.
Conclusão:
• O futuro do homem assegurado é a condição humana de trabalho.
• Perdurando a atual situação, o homem destruir-se-á.

CAPÍTULO 2 – MONTAGEM DO TEXTO

Pare e pense! Quando você entra na casa de alguém e encontra uma


verdadeira bagunça, com tudo fora de lugar, o que você sente? A maioria das pessoas
vão achar tudo tão confuso que vão querer ir embora do lugar. O mesmo acontece

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com um texto. Se o leitor pegar um texto para ler e encontrar tudo bagunçado, não
vai querer ler. A estética é muito importante em um texto, portanto, algumas dicas
são válidas:
• Não use ponto final no título de seu texto, a não ser que se trate de uma
citação;
• Entre o título e o texto solte, pelo menos, uma linha de espaço;
• Dê uma distância de aproximadamente três centímetros (3 cm) da
margem para iniciar um parágrafo;
• Apenas o parágrafo inicial pode ser constituído por um período (ou dois)
somente, os outros devem ter vários, portanto, devem ter vários pontos
finais;
• Procure não rasurar sua redação. A maioria dos vestibulares
disponibilizam folhas para rascunho e isso faz a rasura, na folha oficial,
ser muito mal vista; não tendo outro jeito, apenas dê um traço sobre a
palavra errada e escreva a correta na frente;
• Cuide de sua letra. Ela pode anular sua redação.
No que diz respeito ao lado “interno” do texto, é de extrema importância que se
respeitem os seguintes aspectos: correção; clareza; concisão; originalidade; elegância
e harmonia.
A correção é a ausência de erros. Devem ser observadas a concordância, a
regência, a colocação e a grafia das palavras. Quanto à colocação, não se pode
esquecer que nunca se começa frase com pronome oblíquo (Te passaram a
mensagem?) e nunca se põe o mesmo depois de vírgulas; quando ocorrem palavras
como não, nunca, que, porque, quando, enquanto, se, para que, o pronome
oblíquo deve ser usado antes do verbo (ênclise).
Para se obter clareza no texto, faça um esquema sobre o que vai escrever; evite
períodos longos; empregue a palavra precisa; e evite ambigüidade. Cuidado para não
“encher lingüiça”. Clareza é sinônimo de qualidade.
A concisão, ou seja, ser curto e direto no que quer passar, está extremamente
ligada à clareza. Evite a repetição de palavras e o uso de palavras desnecessárias.
Observe o texto a seguir. O que está riscado pode ser retirado.
“Em uma certa noite eu saí de minha casa para dar um giro para espairecer. Fui
até à casa de um amigo meu. Vejam vocês que eu não tinha nenhum plano traçado, e
algo sensacional, que eu não esperava, me aconteceu...”
Mais uma vez: Evite “encher lingüiça”!
Quanto à originalidade, podem se perguntar: O que é ser original? Ser original
em um texto nada mais é que evitar clichês, ou seja, aquilo que todo mundo diz. Ex:
“A união faz a força”.
Elegância é ter estética; e harmonia é ter todos esses aspectos reunidos em seu
texto.
CAPÍTULO 3 – TEMA E TÍTULO

Tema e título são duas palavras muito confundidas pelos alunos. Estranho isso,
pois o tema e o título exercem funções bem diferentes no texto.
O tema é o assunto a ser abordado no texto, o que será exposto e avaliado pelo
autor do texto. Geralmente os vestibulares expõem o tema através de citações e até
mesmo poemas.
Já o título nada mais é que o nome que se dá ao texto, devendo ter destaque na
redação, por isso, vem no cabeçalho da folha e centralizado.
Assim como a um filho, só dê o nome à sua redação depois de pronta.

Ex:
Tema: “Não concordo com uma palavra sequer do que dizeis, mas defenderei
até a morte o vosso direito de dizê-las.”
(Voltaire)
Título: Liberdade de opinião.

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CAPÍTULO 4 – SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE ARGUMENTATIVAS

O que é ser objetivo quando produzindo um texto? No dicionário LUFT,


encontra-se a definição de ser objetivo como excluir sentimentos, ser oposto de
subjetivo. Mas o que é subjetividade?
Escrever um texto subjetivo é escrevê-lo com sentimento, tentando apelar para
a emoção do leitor. Há o predomínio da linguagem metafórica, às vezes poética.
Quando se escreve utilizando seu sentimento, é comum o uso da primeira pessoa do
singular (eu, na minha opinião, eu acho que...), pelo fato de o autor se ver dentro do
problema discutido. No entanto, o uso da primeira pessoa não é muito bem visto e
pouquíssimo aceito nos vestibulares. É preferível que o texto seja objetivo.
O texto objetivo é marcado pela impessoalidade, ou seja, o autor se vê distante
do fato, apenas analisando-o de longe. A função referencial e a linguagem denotativa,
ou seja, literal, são características importantes de um texto objetivo. Nesse caso,
deve-se utilizar a terceira pessoa, ou, no máximo, a primeira do plural.

Dicas para vestibular:


“Não se inclua na redação, não cite fatos de sua vida particular, nem utilize o
texto com fins doutrinários. Redija na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda na
1ª pessoa do plural.”4
Evite o uso de palavras vagas como “coisa”.
Cuidado com a redundância, ou repetição.

Exercício:

1. Analise as seguintes redações, que obtiveram nota máxima no ENEM5 de 2006


e responda ao que se pede:

Ler para compreender

Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar
de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor
assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio
e a visão crítica.

A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar.


Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas
que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de
comunicação.

Isso tudo é comprovado por meio de pesquisas as quais revelam que, na


maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem
um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando
cargos de diretoria.

Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer
na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar
situações.

4
Coleção OBJETIVO. Redação.
5
http://www.enem.inep.gov.br/

7
Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar,
enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e
sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e,
portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura.

Quadro Negro

Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os


governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um
indivíduo é de notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até
mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.

Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador
fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das
anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm,
sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito
devemos a esses escritos. Desta forma, iniciarmos o nosso processo de transformação
adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.

A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a


reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma
freqüente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao
redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser


pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é
intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra
e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.

A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na


vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso
pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de
Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias,
pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

Quando o sol da cultura está baixo, até os mais ínfimos seres emitem luz

Marcel Proust, grande escritor e exemplo máximo de uma vida dedicada


unicamente à leitura e à literatura, disse em seus escritos “cada leitor, quando lê, é
um leitor de si mesmo”. O que Proust evidencia nessa frase deixa em aberto uma
série de interpretações que podem ser realizadas a partir do hábito entusiástico e não
visto como uma obrigação, pela leitura.

Estar em contato com o universo das palavras e nele encontrar uma atividade
prazerosa, ao mesmo tempo que nos leva a absorver todo o conhecimento exterior,
também nos conduz a uma busca de tudo que representa algo de nós mesmos nesse
conhecimento que chega até nós. Em cada nova leitura, ocorre algo semelhante a
uma lapidação de nossos desejos e predileções.

Os livros constituem um tipo de transporte de conhecimento diferente da


televisão por exemplo, onde as informações são transmitidas a todo o momento, e
para tal, só precisa de nossa permissão para a passagem de suas imagens através de
nosso córtex. O nível de saber que podemos extrair de um livro possui o mesmo limite
de nossa vontade de fazê-lo. E, ao contrário das informações “prontas” da televisão,

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temos a total liberdade de interpretação, o que confere o aperfeiçoamento de nosso
senso crítico e o melhoramento de como nos posicionamos diante do mundo.

O hábito da leitura não possui caráter elitista e nem está associado ao poder
aquisitivo. Em qualquer cidade, por menor que seja, há uma biblioteca, basta que
tenhamos interesse em desvendar todo o mistério contido nela. Ao ler, nos tornamos
mais cultos, mais seguros de nossas convicções, nos expressamos e escrevemos
melhor. Medidas públicas devem ser realizadas para garantir essa acessibilidade e
assim, seus respectivos países possam brilhar, iluminados pelo sol da cultura.

Benefícios da leitura

A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo


desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista
de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a
transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem
(sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os
acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande
transformação social do Brasil.

Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado,
mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos
amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso
conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se
viver.

Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam


que crianças que tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar
desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O
analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo
combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando
nossas crianças dos livros.

Como a leitura pode transformação nossa realidade? A leitura é extremamente


importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas
também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos.
Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e
lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.

Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma
incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso
conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de
palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.

1) Qual o tema das redações? E o título?


2) Por que aparece a expressão (sic) em alguns trechos?
3) A tese é a mesma em todos os textos? Quais os argumentos que seus
autores utilizam para defendê-la?
4) A próxima redação está com seus parágrafos fora de ordem. Organize-os
a fim de colocar a redação na estrutura dissertativa adequada.

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CAPÍTULO 5 – A CARTA

A carta é um gênero redacional livre, pois nela podem aparecer narração,


descrição e dissertação. O que determina a abordagem e o vocabulário é o
destinatário, sendo assim, ela terá características diferentes se for destinada a um
amigo ou a uma autoridade.
Algumas universidades oferecem ao candidato a possibilidade de optar pela
redação de uma carta. Quando isso ocorrer, o que será avaliado, acima de tudo, é o
uso correto da língua e do vocabulário. Caso seja pedida uma carta a alguma
autoridade, deve-se empregar o pronome de tratamento correto. Se for dirigida a um
amigo, o vocabulário será informal devido à intimidade com o mesmo.
Como a redação no vestibular é sigilosa, o candidato não deve assinar o nome.
O destinatário e o vocativo são opcionais.
Segue abaixo a lista de pronomes de tratamento:
• Vossa Alteza: príncipe, rei.
• Vossa Eminência: cardeal.
• Vossa Excelência: arcebispo, bispo, deputado, embaixador, general,
governador, juiz, ministro, prefeito, presidente da República, secretário
de Estado, senador, vereador.
• Vossa Magnificência: reitor.
• Vossa Reverendíssima: sacerdote.
• Vossa Santidade: papa.
• Vossa Senhoria: chefe de seção, diretor de repartição pública, funcionário
público (abaixo de ministro), major, oficiais até coronel, tenente, tenente-
coronel.

Exemplo de carta (comercial):

CASAS DA SÉ6

Balmes e Cia. Ltda.


Comércio de Papéis
Av. José Cardoso, 7643
Cuiabá – MT

Cuiabá, 20 de maio de 1995

Ilmo. Sr.

Carlos Bandeira

Saudações:

Confirmamos ter recebido a solicitação de remessa nº 49/81, de 02 de


abril. Agradecemos sua preferência pelo nosso atendimento. Pedimos escusas
por termos remetido a referida encomenda, por estarmos em falta com 2
modelos para nova propaganda.
Queremos adiantar que seu pedido será remetido por via aérea, já no dia
22-5-95.
Nada mais havendo, reafirmamos os nossos protestos de elevada estima
e consideração.

Atenciosamente.

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MAZZAROTTO, Luiz Fernando.

10
Costa Balmes
Gerente

GRAMÁTICA

ORAÇÕES REDUZIDAS

São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das
formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio. As orações reduzidas
podem, em geral, ser desenvolvidas em orações subordinadas.

As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo. No caso de se fazer


uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou não. Na
frase:

Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.

Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a
oração seja reduzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal.

As orações podem ser reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio.


Analise as seguintes classificações:

1. Infinitivo
• Substantivas
 Subjetivas: são as que exercem função de sujeito do verbo de
outra oração.
Ex: Não convém agires assim.

É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados.

Urge partires imediatamente.

 Objetivas Diretas: são as que têm a função de objeto direto do


verbo de outra oração.
Ex: Ordenou saírem todos logo.

Respondeu estarem fechadas as matrículas.

As crianças fazem rir seus rivais.

O professor assegurou serem os exames para avaliar e não


para derrotar os alunos.

Peça-lhes fazer silêncio.

 Objetivas Indiretas: são as que funcionam como objeto indireto do


verbo da outra oração.
Ex: Aconselho-te a sair imediatamente.

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 Predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração
principal.
Ex: O importante é não se deixar corromper pela
desonestidade.

Seu desejo era adquirir um automóvel.

 Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam


como complemento de um nome da oração principal.
Ex: Maíra estava disposta a sair da casa.

Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros.

 Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto


da oração principal.
Ex: Fez uma proposta a sua companheira: viajarem pelo interior,
no fim do ano.

Recomedou-lhe dois procedimentos: ler e refletir


exaustivamente a obra de Manuel Bandeira.

• Adverbiais
São aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal.
Ex: Chegou para poder colaborar. (final)

Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)

Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições


invejáveis. (concessivas)

Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência.


(condicional)

Não compareceu por se encontrar doente. (causal)

É alegre de fazer inveja. (consecutiva)

• Adjetivas
São aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal.
Ex: Ele foi o único a apreciar o show.

2. Gerúndio
• Adjetivas
Ex: Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto.

• Adverbiais
Ex: Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal)

João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe


galhardamente. (concessiva)

Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos


exames. (condicional)

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Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal)
3. Particípio
• Adjetivas
Ex: As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais.

• Adverbiais:
Ex: Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal)

Reconhecido seu direito, teriam tido outro


comportamento. (condicional)

Acossado pela política, não se entregou. (concessiva)

Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal)

BIBLIOGRAFIA

MAZZAROTTO, Luiz Fernando. Manual básico de redação e gramática aplicada. 5


ed. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2001.

MASSARANDUBA, Elizabeth de M.; CHINELLATO, Thaís Montenegro. Redação: In _


Coleção Objetivo. Cered, s/d.

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho. 2 ed.
São Paulo: Scipione, 2004.

LUFT, Celso Pedro. Mini dicionário LUFT. 3 ed. São Paulo: Scipione, 1991

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• Dicas de bibliografia

Consultem também:
http://www.ufop.br/
http://www.ufmg.br/
http://www.ufv.br/
http://www.ufla.br/
http://www.unipac.br/

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