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1.

O Inocente

Conforme o nome já adianta, o inocente é aquele que inspira pureza, simplicidade e


positividade em relação a si mesmo e ao mundo.

Ele enxerga as coisas de forma simples e acredita que grandes soluções podem ser
encontradas quando lidamos com questões de forma descomplicada.

Outras características marcantes na personalidade são autenticidade,


espontaneidade e transparência na tomada de decisões.

Um dos melhores exemplos é a Dove, empresa de produtos para higiene pessoal.

Seja nas campanhas publicitárias, nas peças institucionais ou até mesmo nas
embalagens, percebemos a inocência do arquétipo de pureza — o posicionamento vai
de encontro com soluções descomplicadas para valorizar todos os tipos de beleza.

Em seu site oficial, logo percebemos o seguinte trecho: “a beleza não é definida por
formas, tamanho ou cor, mas trata-se de sentir-se como a melhor versão de si
mesma. Autêntica. Única. Verdadeira”.

A campanha “Escolha Bonita” estimulou o empoderamento de mulheres ao redor de


todo o mundo. Ela ilustrou a forma que muitas pessoas se enxergavam —
negativamente — e como simples mudanças podem transformar a autoestima.

O digital branding da marca é muito bem trabalhado e, por mais que as campanhas
da Dove sejam diferentes e apresentem novidades, sua personalidade já é conhecida
pelo público.

2. O Sábio

O arquétipo do sábio é responsável por estimular o aprendizado e valorizar o ato de


“pensar”.
Fonte de sabedoria e grandes insights, acredita que compartilhar conhecimento é
uma grande forma de entender o mundo e chegar até grandes lugares.

Sua personalidade, então, preza por estar sempre de olho nas principais tendências,
estudos e materiais que possam melhorar o entendimento sobre assuntos diversos.

A ideia de mentoria ou consultoria pode ser vista na linguagem, elementos visuais e


discursos como um todo.

O TEDx, que conta com centenas de versões espalhadas pelos 7 continentes, é


grande exemplo de ação que ilustra o arquétipo.

Uma característica muito forte que permeia a essência dos conteúdos são as lições
deixadas ao final de cada palestra.

Vale estudar também sobre o mercado de gestão de marcas para instituições de


ensino, que contam com propostas de valor muito parecidas com o arquétipo da
sabedoria.

Ou seja: além de aprender ou aprimorar conhecimento, você será capaz de entender


como eles têm a capacidade de mudar a sua vida também.

3. O Herói

Avançando nos principais arquétipos de marca, encontramos o herói. Destinado a


mudar o mundo, esforçado, corajoso e bem “sangue nos olhos”, esse perfil é
altamente produtivo e está pronto para encarar qualquer desafio que surja em seu
caminho.

Nas ações publicitárias, você vai reparar na maioria das vezes um certo ar de que
com o devido esforço e dedicação, tudo é possível.
A superação de falhas do cotidiano é vista de maneira muito forte como forma de
vencer no final: heróis não se deixam abalar com respostas negativas ou processos
que caminharam contra o previsto.

É impossível não pensar na Nike como uma das principais marcas que reforçam
esse arquétipo. Seja nas produções em vídeo ou nas imagens que estampam lojas, e-
commerce, outdoors e redes sociais, existe uma sensação de esforço, dedicação e
muito suor envolvido.

A força é muito bem retratada de formas sutis, mas, ao mesmo tempo, muito
impactantes. Um dos principais artifícios é o uso de “modelos da vida real” — como
atletas ou figuras de superação — em meio a alguma atividade física ou com um
semblante inspirador.
A própria assinatura da marca, “Just do it” — “Apenas faça” em português —
representa muito bem a visão de que tudo é possível com o devido esforço e vontade
de chegar lá.

4. O Fora da Lei

Ele também pode ser reconhecido enquanto rebelde, inquieto e pronto para quebrar
barreiras do cotidiano.

A sensação de incômodo em relação à sociedade, processos enraizados e burocracia


faz com que o fora da lei seja capaz de revolucionar o que está ao seu alcance.

Esse “espírito de bad boy” permite que as marcas envolvidas nesse arquétipo sejam
vistas como fora do seu tempo, disruptivas e inovadoras.
Um exemplo mais óbvio de marca fora da lei é a Harley Davidson, mas hoje vamos
dar destaque para a Apple, gigante da tecnologia que teve como um dos grandes
idealizadores Steve Jobs.

Em 1976, o mundo ainda não havia sentido nem um pouco do gostinho da


transformação digital. Muito pelo contrário — as tecnologias da época ainda eram
pouco funcionais e seguiam por um rumo óbvio, muitas vezes conservador.

A Apple foi uma das empresas responsáveis por transformar a forma em que o
mundo via aparelhos eletrônicos como o computador pessoal, eliminando barreiras
e abrindo espaço para um mercado que revolucionou a sociedade.

Nas redes sociais da marca, vemos um feed com conteúdos que fogem do óbvio.
Você não verá uma série de iPhones ou computadores, mas sim conteúdos com um
ar selvagem, aventureiro e totalmente fora da curva.
5. O Explorador

Conforme o nome já adianta, o explorador carrega consigo uma grande vontade de


descobrir o mundo, suas novidades, não se prender a amarras da sociedade e se
desprender do tédio do dia a dia.

A ambição é uma das principais características desse arquétipo, que preza pela
liberdade e acredita que grandes sensações como a felicidade e plenitude na vida
pode ser conquistada a partir de pequenas quebras na rotina: só basta querer!

A Land Rover é um grande exemplo de marca que trabalha muito bem com essas
características.

Ao observar sua página oficial do Instagram, percebemos carros sempre em


movimento, em paisagens selvagens — quase como se estivessem enfrentando
obstáculos ao passar pelos caminhos.
Os conteúdos convidam o leitor a se desafiar, fugir do tradicional, se permitindo
viver momentos incríveis e desafiadores.

6. O Mago

O arquétipo do mago tem como pilar a transformação da realidade e do senso


comum. Pode contar com um ar de mistério, improvisação, ironia, ilusão e — como o
nome já adianta — muita magia.

Outras características importantes são a coragem, liberdade, inovação e criação de


ideias disruptivas, que acabam sendo vistas como “loucas”.

Para exemplificar, existem inúmeras marcas que cumprem bem o papel do mago,
mas uma das mais interessantes é a Red Bull. Suas redes sociais são compostas
quase totalmente de vídeos de pessoas fazendo atividades bem fora da caixa:

A empresa promove campeonatos em que pessoas comuns têm que criar um


dispositivo caseiro capaz de fazê-las voar por um período de tempo, até que caiam
na água.

O resultado é um show de loucuras, criatividade e adrenalina.

7. A Pessoa Comum

Também pode ser conhecido como “o cara comum” ou “the girl/boy next door”. Seu
principal objetivo é se inserir de forma efetiva na sociedade, ou seja, percebemos que
esse arquétipo tem afinidade com rotina e não se importa em ser mais um dentre
vários.

Não existem fórmulas mágicas de sucesso ou grandes promessas: a eficiência é


alcançada de forma prática, factível, democrática e acessível.

O desejo de pertencimento é grande, e muitas marcas estão investindo nessas


características para aumentar os níveis de humanização e engajamento.
Um bom artifício para se transformar mais no “cara comum” é o trabalho com o
marketing de influência.

Percebemos, nas propagandas da Havaianas, um padrão interessante dos


personagens: mesmo com a presença de atores famosos, eles são representados
como “pessoas comuns”, como eu e você, dando um passeio na praia ou se
encontrando com os amigos.

A linguagem é acessível e desperta sentimentos de que o espectador facilmente


poderia ser aquela pessoa vivendo aqueles impasses — solucionados pela marca.

8. O Amante

Por mais que o nome faça referência a um sentimento romântico, o ponto principal
desse arquétipo não necessariamente envolve o amor, mas sim a personalização.

A sensação que fica é que aquela marca se entrega tanto ao cliente ao ponto de
despertar prazer.

A característica que envolve os produtos ou serviços, então, é o limite de produção.


Uma quantidade menor de pessoas terão acesso àquele bem, o que desperta o
sentimento de exclusividade.

Quando pensamos nessa categoria, praticamente ouvimos as frases ditas em


propagandas de perfume, sempre com um toque de sensualidade, ousadia e
intimidade.

E a ideia é justamente essa: criar propagandas e peças publicitárias capazes de


conversar diretamente com o espectador, como se fossem feitas para cada pessoa
em específico que está assistindo.
Repare na forma em que a Dior cria o conteúdo: uma foto aparente simples desperta
ares de beleza, sofisticação e até mesmo certo poder.

9. O Bobo

Também conhecido como bobo da corte, aqui a ideia é se divertir. Despreocupados,


engraçados e acessíveis, esse perfil é conhecido por fazer graça de si mesmo e ver a
vida de forma muito tranquila.

Marcas que trabalham com esse arquétipo têm como visão o fato de que viver é
simples, basta colocar um sorriso no rosto e não “entrar na pilha” do cotidiano.

Não espere grandes posicionamentos ou ideias extremamente disruptivas. A chave,


aqui, é conquistar um grupo de pessoas com a premissa de que eles serão aceitos
independente de quem são.

Por isso, vemos marcas com produtos de acesso mais fácil se inserindo nesse
formato. Afinal, a ideia não é segregar, mas sim aproximar.
Nesta propaganda, a marca de cerveja Skol acertou ao usar seu produto — de fácil
acesso e consumido pela população brasileira de forma massiva — em uma ação lá
em Paris.

O personagem leva a cerveja para vários destinos famosos ao redor do mundo, mas
não promove nada do que se espera de uma campanha internacional: o resultado é
muito humor e um conteúdo que gerou grande identificação por parte dos leitores.

Podemos perceber isso ao ler os comentários no próprio vídeo.

10. O Cuidador

No caso do cuidador, podemos esperar muito carinho e afetividade no


posicionamento. A marca existe enquanto solução para promover uma vida melhor
para os seus clientes, e não mede esforços para que isso seja feito.

Sua meta é ajudar o próximo e a ideia de negar algo é fortemente desencorajada. As


pessoas são colocadas como foco, assim como as necessidades da sociedade como
um todo.

Por isso, é comum ver marcas do tipo se posicionando frente a assuntos pertinentes
no mundo como guerras, doenças ou questões ambientais.
A instituição Médicos Sem Fronteiras é um dos melhores exemplos desse arquétipo.
Ao visitar suas redes sociais, já percebemos a primeira prova: o foco dos conteúdos
são pessoas, e tudo é feito de forma extremamente humanizada.

Uma campanha que ficou muito famosa é aquela que usa como trilha sonora a
música “Everybody Hurts”: no horário nobre da televisão, éramos impactados uma ou
mais vezes com o conteúdo, que valorizava a importância de contribuir com a causa
e salvar vidas.

Perceba como, mais uma vez, o objeto central da peça é o ser humano e não a
instituição de forma direta.

A ideia é despertar o telespectador para a causa, e não “se gabar” sobre a qualidade
dos serviços ou aspectos institucionais como um todo.

11. O Criador
O criador é engenhoso, cheio de criatividade e não sossega até que encontre novos
projetos interessantes. Tem traços artísticos e deseja deixar a sua marca no mundo,
gosta de compartilhar conhecimento e valoriza qualquer ideia: mesmo que pareça
boba, ela é especial.

A Lego é um ótimo exemplo de marca criadora. A partir dos bloquinhos, é possível


mergulhar em um mundo de infinitas possibilidades, trabalhando com traços
criativos e eliminando barreiras.

A marca valoriza grandes criações e estimula esses projetos, mostrando de forma


prática todas as possibilidades que uma pessoa ganha ao comprar uma caixinha do
produto.

A Apple — marca apontada no arquétipo Fora da Lei — também pode se encaixar


nessa categoria, por sua responsabilidade na criação de produtos inovadores e que
alteraram o dia a dia de pessoas ao redor de todo o mundo, além de despertar a
criação de outras ferramentas igualmente disruptivas.
12. O Governante

Por fim, temos como nosso último arquétipo aquele que se posiciona como um líder
nato. Confortável em meio a grandes multidões, tem facilidade de se expressar e
conta com grande poder persuasivo.

O carisma é percebido com frequência, mas quando preciso ele não deixa de investir
em aspectos como a autoridade e força no discurso.

Com essa capacidade de unir um grupo de pessoas específicas, cria-se uma


comunidade em torno do produto ou serviço da marca. De forma restrita, quem
conquista o seu lugar é visto de forma superior aos demais.

Um dos grandes pontos que envolvem o governante é a sensação de status, poder,


glamour e ostentação. Como não pensar na marca de relógios Rolex?
Perceba como o fundo das imagens valoriza o material dos produtos, obviamente
algo que agrega muito valor e ressalta o fato dos relógios serem de qualidade
excelente.

A marca cria identidade e personifica seu produto ao convidar figuras famosas — sua
última ação foi feita com diretores de cinema — sempre posicionados com um ar de
requinte e classe.

O mais importante sobre arquétipos de marca é entender como eles vão além dos
desejos de gerar lucratividade: a estratégia facilita na criação de personas, melhora a
visão sobre o público de uma empresa e cria transparência em todos os processos.

Lembre-se sempre da proposta de valor!

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