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1.

O e-learning
O e-learning coloca a Web e os ambientes virtuais ao serviço da formação à distância, que entra
assim na sua 4ª geração. Rentabilizando as TIC, permite anular a distância geográfica entre
formador e formandos (e entre estes últimos) e uma utilização síncrona ou assíncrona, possuindo
virtualidades muito próprias que o tornam, em múltiplos contextos, o modelo privilegiado de
ensino/aprendizagem.
Não correspondendo a um modelo único e rígido, oferece uma diversidade de soluções de
formação que permitem conciliar métodos de formação tradicional e à distância e “doseá-los” da
forma mais adequada às necessidades dos utilizadores.

2. Factores críticos a ter em conta ao optar pelo e-learning


2.1 O ponto de vista do decisor
Para um responsável por programas de formação ou políticas educativas, tem uma importância
crítica ponderar múltiplos factores, entre os quais destacamos:
• A garantia do direito à educação
O e-learning permite que formadores e formandos estejam geograficamente distantes uns dos
outros e façam a sua própria gestão do tempo, não lhes exigindo que partilhem tempos de trabalho
simultâneos. Nesse sentido, é uma modalidade extremamente eficaz de garantir o direito à educação
de populações e grupos que têm dificuldade de aceder às respostas educativas mais tradicionais,
seja por afastamento dos grandes centros seja por dificuldades de conciliar horários de trabalho e de
formação.
• O processo pedagógico e a integração no processo educativo
O e-learning permite a proximidade pedagógica e psicológica entre formadores e formandos,
proporcionando uma forte interacção e o trabalho colaborativo, ao mesmo tempo que exige uma
forte autonomia do estudante. Nesse sentido, integra-se num processo educativo em que quem
aprende é simultaneamente autor e produtor de conhecimento e o faz em contexto colaborativo,
desenvolvendo competências essenciais à sociedade actual (a “co-labor-actividade” de que fala
Wilson Azevedo) e à aprendizagem ao longo da vida.
• O investimento em tecnologia
Quando se opta por um programa deste tipo é preciso assegurar uma estrutura tecnológica em
que todos os alunos/formandos tenham acesso às tecnologias necessárias e providenciar formação
adequada do ponto de vista das competências digitais, partindo do princípio (que é o mais provável)
de que há desigualdade no domínio das referidas tecnologias.
• A relação custo – benefício
Preparar um curso nesta modalidade requer um investimento grande (custos de equipamento,
tempo de preparação das actividades, recursos humanos).
Na necessária ponderação entre o investimento e os benefícios (dimensão e segmentos de
público abrangidos, necessidades colmatadas, poupança em recursos humanos, espaços e respectiva
manutenção) o balanço surge como claramente positivo.

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2.2 O ponto de vista do professor/formador
• Perfil, competências e função do educador
A destreza na utilização das TIC é um factor de primordial importância para quem pretenda
implementar um programa deste tipo. Do mesmo modo, torna-se imprescindível a disponibilidade
para uma actualização constante tendo em conta a proliferação, na WEB, de ferramentas/recursos
digitais.
Outro aspecto a ter em atenção é que o professor/formador/educador passa de “centro” do
processo de ensino-aprendizagem a gestor de experiências que permitam ao aluno/formando (agora
elemento central neste processo) atingir os objectivos pretendidos.
• Processo pedagógico
A utilização do e-learning exige do professor/formador/educador uma enorme atenção à
definição dos objectivos que pretende atingir e à programação das suas actividades, uma vez que os
terá de adaptar a novos ambientes de aprendizagem. O professor/formador/educador deverá analisar
cuidadosamente, de entre outros aspectos, o currículo que pretende implementar; as características
do público-alvo (domínio das tecnologias, nível etário, escolarização, …); os recursos tecnológicos
que possui à sua disposição e aqueles de que dispõe o seu público-alvo; os processos de avaliação –
considerando que as tarefas que os alunos/formandos vão realizando e as dúvidas/questões que vão
colocando exigem um feed-back constante.

2.3 O ponto de vista do aluno/formando


• A gestão do tempo e da distância
O facto de poder gerir o tempo de que se dispõe para a realização das tarefas é um aspecto que
favorece os diferentes ritmos de aprendizagem, no entanto, obriga a alguma disciplina na
organização do trabalho (cumprimento dos prazos estabelecidos).
Por outro lado, uma formação que não é presencial facilita a vida do aluno/formando, uma vez
que, para além de este não ter de cumprir horários, também não tem de deslocar-se, eventualmente
para longe, do local onde reside ou trabalha. Há, contudo, que ter em atenção que ao querer
esclarecer dúvidas ou questões também não o poderá fazer presencial nem oralmente, mas sim por
escrito, o que obrigará a uma maior reflexão e necessidade de clarificar aquilo que se pretende
transmitir.
• Perfil do educando
Quando se tem a possibilidade de optar por uma formação deste tipo, deve ter-se plena
consciência das capacidades para a utilização das TIC e das possibilidades de acesso aos recursos
informáticos necessários. Uma deficiente apreciação destes aspectos poderá fazer fracassar por
completo os objectivos da formação.
Também a capacidade de realizar tarefas autonomamente é fundamental para quem utiliza o e-
learning. A excessiva dependência da figura do professor é um obstáculo ao progresso do
aluno/formando.
• Aprender colaborando

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Embora possa não parecer, a formação à distância permite grande interacção entre os
professores/formadores/educadores e os alunos/formandos e entre os próprios alunos/formandos.
Não sendo as intervenções limitadas no tempo, são favorecidas a participação de todos os
alunos/formandos e a reflexão mais aprofundada dos temas em discussão.

3. Conclusão
À laia de conclusão e para terminar esta comunicação, deixamos um parágrafo que nos pareceu
bastante adequado ao tema em desenvolvimento e que pode ser lido no seu contexto em
http://www.ion.uillinois.edu/resources/tutorials/pedagogy/instructionalstrategies.asp
”Muito do poder da aprendizagem via Internet reside na sua capacidade de suportar múltiplas
formas de comunicação incluindo qualquer combinação estudante-estudante, estudante-professor,
professor-estudante, estudante-outros, outros-estudante, etc. Tomando em consideração a
variedade de estilos de aprendizagem dos formandos e proporcionando oportunidades para a auto-
formação e aprendizagem colaborativa, os educadores podem programar cursos que permitirão
atingir com sucesso objectivos específicos de aprendizagem e obter resultados positivos usando os
vastos recursos e capacidades do e-learning.”

As Oradoras 5

Vanda Cândido
Fátima Pedro

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