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Produção
Materiais
A escolha do solo tem grande importância porque é o componente de maior quantidade
na mistura, influenciando diretamente na qualidade e no custo final do tijolo produzido.
Os solos arenosos são os mais adequados, desde que contenham um teor mínimo de silte
+ argila. Os solos com as seguintes especificações são apropriados para o emprego no
solo-cimento:
Solos com teores altos de mica não devem ser empregados em solo-cimento porque não
resistirão às expansões da argila durante os ciclos de secagem e molhagem. Os solos
orgânicos e turfosos são inadequados e não devem ser empregados.
Pode-se utilizar qualquer tipo de cimento para a produção de tijolos. Os mais usados são
o cimento Portland comum, CPI, e o cimento Portland comum com adição, CPI-S. A
água a ser utilizada no preparo da mistura do solo com o cimento deve ser potável.
Dosagem
A dosagem dos componentes da mistura pode variar de 1:10 a 1:14 de cimento e solo
em volume. Deve-se escolher o melhor traço, que é aquele, dentro dessa faixa, que
apresenta a menor quantidade de cimento ainda atendendo aos requisitos de resistência e
absorção da Norma NBR-8491 da ABNT.
Para a escolha do traço adequado deve-se moldar, no mínimo, seis tijolos (sendo três
para ensaios de compressão e três para ensaios de absorção de água) para cada traço em
volume (no mínimo três traços) e curá-los por sete dias antes de enviá-los ao
laboratório.
Segundo a Norma NBR-8491, a amostra ensaiada com idade mínima de sete dias não
deve apresentar a média dos valores de resistência à compressão menor que 2,0 MPa,
nem valor individual de resistência à compressão inferior a 1,7 MPa. Por outro lado, a
amostra não deve apresentar a média dos valores de absorção de água maior do que
20%, nem valores individuais superiores a 22%.
Homogeneização
A homogeneização é o processo de misturar o solo, o cimento e a água nas proporções
de cada componente, cessando a homogeneização no momento em que a cor do
compósito ficar uniforme.
Inicialmente, deve-se misturar o solo seco com o cimento na proporção definida pelo
traço. É conveniente que os caixotes (padiolas) utilizados para a medida do solo (e
eventualmente da areia a ser adicionada) sejam proporcionais a um saco de cimento
(@39 dm³). Dessa forma, as partidas de tijolos terão sempre a mesma quantidade de
cimento.
Após a colocação da água, o tijolo precisa ser prensado em um prazo máximo de 1 hora,
o início de pega dos cimentos.
Compactação da mistura
A pressão de compactação é fator determinante nas propriedades do tijolo de solo-
cimento. Portanto, é necessário manter pressões constantes e adequadas ao equipamento
para uma produção uniforme dos tijolos.
Prensas manuais, geralmente, requerem baixo aporte de capital para sua aquisição.
Compreendem aquelas derivadas do modelo Cinva-Ram (figura 2), com variações e
aperfeiçoamentos. Consistem basicamente de um êmbolo acionado por uma alavanca
manual, compactando a mistura, disposta na cavidade do molde.
As prensas motorizadas - mecânicas ou hidráulicas - funcionam pelo mesmo princípio
básico das manuais. Apenas a força humana é substituída por outras fontes de energia e
o equipamento torna-se mais robusto para suportar o peso dos mecanismos e maiores
forças de trabalho, além de ter a taxa de produção aumentada.
Cura do tijolo
A cura, cuja finalidade é evitar a evaporação prematura da água necessária à hidratação
do cimento, deve ser iniciada 8 horas após a prensagem.
Para tanto, os tijolos devem ser empilhados à sombra, de forma que o ar possa circular
entre eles, e regados diariamente com água durante uma semana.
Construção da alvenaria
Projeto
Para evitar desperdícios, é imprescindível que no projeto o tamanho dos cômodos
(largura e comprimento) sejam ajustados às dimensões do tijolo. As paredes deverão ser
moduladas em função do tijolo inteiro e do meio-tijolo.
Devem-se evitar práticas como a molhagem dos tijolos antes de sua utilização. Quando
os tijolos estiverem muito secos, a molhagem dos elementos deve ser superficial, sem
saturá-los.
Argamassa de assentamento
A argamassa de assentamento deve receber cuidados especiais, pois é a principal causa
de fissuras em paredes de solo-cimento.
Ressalta-se que até a 3a fiada, a argamassa deve conter hidrofugantes tipo Vedacit, para
garantir a impermeabilização. É proibido o uso de cola à base de PVA (acetato de
polivinila) para assentar tijolos.
Juntas de dilatação
Deve-se procurar limitar o comprimento das paredes de tijolos de solo-cimento, no
sentido de minimizar a retração acumulada dos elementos que provoca trincas em
paredes mais extensas. O comprimento máximo de uma parede ou distância máxima
entre as juntas deve ser de 4 ou 5 m.
Pilaretes
Os furos dos tijolos de cada uma das extremidades da construção, no encontro das
paredes e em torno das aberturas, recebem uma barra de 6,3 mm de diâmetro, engastada
desde a fundação até a extremidade superior da cinta de amarração, sendo
posteriormente preenchidos com graute (foto 4).
Vergas e contravergas
Nos locais preferenciais de aparecimento de trincas, como as aberturas de portas e
janelas, alguns cuidados especiais precisam ser tomados, devendo-se empregar
armações suplementares, conhecidas como vergas e contravergas, sobre e sob as
aberturas de portas e janelas (foto 5).
Revestimento das paredes
A retração hidráulica ou retração por secagem do solo-cimento é reversível: por ser um
material poroso, tem a capacidade de absorver ou perder umidade em função das
variações de umidade do meio.
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caracteres (com espaço). Fotos devem ser encaminhadas separadamente em JPG.