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Para uma releitura teérica da Teoria Geral Maaio Luz Possas * 1 — Introdugio Como outras obras que marcam sua época, a Teoria Geral, de John Maynard Keynes, sobrevive a ela. Nio somente nas muitas versoes em que foi interpretada, usada ¢ desfigurada, mas nos seus préprios € autén tieos termos. A par dos esforgos eruditos de exegese que 0 transcurso de seu primeiro meio século deverd justificadamente ensejar, valha esta oper tunidade para rever, embora de forma compacta, certos aspectos cruciais que conterem a obra una unidade de concepc2o ¢ uma riqueza de insight tedrico sobre a naturera ¢ 0 funcionamento da economia capitalists que provavelmente nao foram superadas, se igualadas, neste séeulo, Admitese, fem suma, que a Teoria Geral no ceria chegalo a influéncia que exercen, apenas por oportunidade, talento persuassrio ou formulagdes atiladas (e de fina ironia), mio fosse também uma realizagio teérica de magnitude apreciivel. Neste ensaio pretendese retomar € diseutir brevemente — com alguna liberdade interpretativa, mas muito respeito 20 pensamento original — alguns pontos tedricos essenciais da Teoria Geral escassamente aflorados na Fiteravura do mainstream Macroeconomics, € menos ainda nos n fe textos de divulgacio, Dois aspectos, tratados nas segies seguintes, merecerdo destaque: a) a peculiar nogio Keynesiana de demanda efetiva, associada a uma tori (monetiria) da producio; © 6) a relevineia da nas expecta vas empresariais como elemento bisieo gerador, -s de investir, de uma instabilidade sistemica no capitalismo. Um dos fios condutores importantes entre ambos os aspectos & do tempo econdmico. Neste sentido, a titulo de conclusio o ensaio avan- ard uma tentativa de situar a posiglo tedriea do Keynes da Teoria Geral da analise da dinimiea econdmica capitalista, da qual ele é freqiiente e incorretamente afastade de pronto por sew supasto enfoque cestitico. * Wo taste de Economia da UNIGAME. Ee Pow Rio de janato, BS a 8 2 — 0 tempo da produgao: demanda efetiva ¢ renda E no Capitulo $ da Teoria Geral que o principio da demanda efetiva foi apresentado de’ modo explicto’ por Keynes, Apessr da ansnoctes Aificutdades de interpretagio e-alyuinas sevas, fale de exporigae. wo texto, iomnaramse senso comum entre 4 msiora dos economistas no mieten dois pontos conclusves:«) que x demand cetiva envolve wan cquilanio entre oferta e demanda agregadas; « 6). que este equilib, pote, dar se aquem do pleno emprego 0 que constitittis 6 grante merioree Keynes, ewe contexte, er demonstrado, Vejamolos mais de. perio, em especial ws nogoes cle oferta, demandn ¢ equilibrig. que, parecem bvias na esta € uma posto’ a ser sistentat — adguitem! no Keynes da Teoria Geral vim sentido tito. peculiar Em primeiro lugar, observese que oferta e demanda nio sio. aqui delinidas convencionaimeme cm tetinos de valores unitition, may sins de valor agregado no sentido de Keynes, onde taavo rests espera (para 2 curva de demands) quanto « “prog ile olerta™ sao aleador dedur Zndose o “custo de wo” (user east) els Keynes (1935, Cap. 3p. Sh} Este procedimento tem a consoyéncia (entre outs) de que # curva de ters, seja individual ou agregeda, pode. fe deve) er chescemte com 8 nivel ‘de produgio e-cmprego sn que Ist) implique qualquer hipotese de rendimentay dectesentes Alem disso, e mais importante, oferta © demanda sio ambas definidas ex ante, com o que sha inteseczo, que definiria o nivel-de demands eletiva, também & obviamente x ante, isto e, independe da resliagio dla produgio e, portanto, do valor das’ vendas a set verifieado ex post Dat'se conclu que: 2) 0 principio de maximizaglo dos lucros ¢ a nogio de equilibrio 4sso- ciada na tadigio neoclissica, € pelo proprio Keynes, & intersecio entre oferta e demanda devem ter aqui um sentido especial: © 4) © proprio conceito de demanda efetiva em Keynes & ex ante, Com respeito ao item a, vale notar primeiramente que, sendo as curvas de oferta ¢ demanda individuais do produtor expressas em valor agregado, € nao unitirio, a maximizagdo dos luctos mio se daria no seu ponto de intersecio, mas no de maxima distancia vertical. Logo, as condigées impostas por Keynes — Iuero maximo no ponto de intersegio — requerem lima restrigio adicional. Pode-se interpreti-la como consistindo na imposi: 1 im eral, seré uma seta com coeficiente angular igual taxa media de satieio “unidade We salitio". para Keynes) somada 4 agen “netmal” ide ero. por fe de emprego, ow wna cura asendente cso hajaexpectatva de prewse sobre Nominais com maior nivel de empregy e/ou de mudangas nas comicoes ean) ets de producto, O mesmo conecito aplicae sali Deuitivas do mercado. para diferentes Dara-as oferta individual © agregada, com sigumas resalvas apuniadas aliante 295, esq. Plan. Econ. 162) ago, 1986 io da condigio de Iucios “notmais", entendidos, por exemple, como a margem de lucto (por unidade de produto, ou indicador semethante) com ptivel cont a preservacio das condigées competitivas normalmente vigentes no mereado ¢ com uma taxa de retorno aceitivel (“custo de oportunidade” correspondente ao preco de oferta a longo prazo} [ef. Keynes (1935, Cap. 6, Apéndice, p, 68)]. Ademais, nfo custa frisar, tal margem “normal” cons titai uma expectativa das empresas em relacio xo mercado, expressa na sua curva de oferta, € nfo a um processo de ajustamento ex post entre oferta ¢ demanda, sto nos leva também a problematizar a nogdo de equilibrio af envalvi Seria adequadlo considerar como “de equilibrio” uma configuracza inte’ Famente ex ante? Uma firma estani cm equilibrio se meramente efewar seus cilculos e tomar suas decis6es com base no critério praxiolégico de maximizagio de seus lucros (em cujo mérito mio interessa entrar aqui), independentemente do resultado que obtiver? Mesmo admitindo ser um ponto passivel de alguma discussdo ulterior, parece mais razodvel, bem como mais adequado & terminologia académica (ncoclassica) corrente, st por que o “equilibrio” referese mesmo a uma configuragio de forgas Interatuantes que se cancelam reeiprocamente, © que s pode verificarse ex post. Logo, Keynes parece ter cometido aqui um excesso de linguagem: © panto de demanda eletiva ride configura, a rigor, uma posigio de equili worque ¢ determinado estritamente ex ante, Chegamos assim 20 item ia: a demanda efetiva em Keynes é, contrariamente 0 senso comum © ao uso normal do termo, um conceito ex ante — 0 que implica, parado- xalmente, que independe da realizagio da produgio € do nivel (valor) de vendas, Que sentido tem tal conceito? Mesmo se completamente estranho a Hinguagem usual dos economistas, thus a Kalecki, ele parece coerente com a proposta de Keynes de es que determina 0 emprego efetivo dos recursos disponiveis raramente tratado com detalhe, em lugar de preocuparse com “a distribuigio de um dado volume de recursos em- pregados entre diferentes usos ... assumindo o emprego desta quantidade de recursos", como na ortodoxia que o precedeu (ei. Keynes (1936, Gap. 2 p- 4, grifos originais) |. Demanda efetiva, portanto, € um conceito de de- manda {no caso, igualada a oferta) tal como prevista pelos agentes econd micos (empresitios) que, detendo o comand sobre a producio, e tendo resolvido 0 qué e como produzir, decidem # cada periode de producio 0 quanto produzir — ¢, desta forma, o quanto empregar — dos recursos exis- tentes, Em suma, ele € para Keynes um conceito pertinente ao confromo entre a ocupagio dos recursos (através da produgio) ¢ sia alocacio, ¢ ‘no 20 confronto entre produgio e realizacio. = 2 © ponto seed retomado sdiante: o confronta entie produgle ¢ realiagio é sem ‘duvida, felevante — tem implicagbes dindmicss dbviss — € nig csté auscnie na Teorte Geral; apenas no xe centra nele 4 problemdtica ita demanitaeletiva em Keynes welled a teoria a producdo come tal, ee ante Pars wma releitura teria da Teoria Geral 207 No entanto, a dimensio ex post da demanda cfetiva no sentido usual niio se perde de todo, nem poderia fazélo, no conceito keynesiano, A cada pasto as expectativas sio confrontadas com os resultados realizados, que 4 confirmam ou nfo, induzindo eventual alteragdo.corretiva nas decisbes die produgio subseaiientes c deste modo na propria demanula eletiva futura, © sentido geral desta visio aparece discutido, embora sem maior protun dlidade, em Keynes (1986, Cap. 5, pp. 478) a0 tratar das expectativas de eurto prazo”, isto <, associadas & devisio capitalista de produrit ia assim, restariam dividas com respeito a0 emprego da nogio de quilibrio e de elementos ex post por Keynes. Nas passagens pereimentes 446 Capitulo 8. (pp. 27-80), a demanda, embora definide ex ante, aparcee como determinada ex post. Por qué? ‘Tratese claramente de ura lalha expositiva, uma ver que os motivos nio sio ~ e deveriam ser — apresen- tados. Ha, contudo, pista seguras tanto no Capitulo 3 quanto em comen- tirios de esclarecimento manuscritos pelo proprio autor © publicados em anos recentes (cl. Keynes (1973, p. I81)}, O panto é que, para seus objet vos, no era necessério examinar em detalhe as conseqtncias de una {ras tragio de expectativas do produtor, materializada ma possivel realizacio de um valor de vendas distinto do previsto a0 inicio do periodo de produ Go, Prosseguir em tal diregio o encaminhasia para wma digresto em torno de uma dinamica de curte prazo baseada numa anilise de periodos,? desviando.o do eixo principal de su argumentagio, | saber: demonstrar que 0 desemprego involuntitio niéo é um desequilibrio. Em outras palavras: Keynes adotou a suposigio simplificadora dle que as expectativas empresariais de “eurto prazo’, relativas as venulas e prevos, sempre se confirmem, embora sabendo-a irrealists, porque isto o pouparia de ingressar inevitavelmente na anélise dindmicx, permitindethe retutar, de forma a mais simples possivel c sob a hipdtese mats favordvel & ortodoxta = a de um equilidrio geral, ainda que fortuito, entre oferta e demand: (exceto no mercado de trabalho, de onde descartara no Capitulo 2 a vali dade destes coneeitos) —, a inexorabilidade do pleno emprego.* Em cond bes de desequiltbrio valeria, a fortiori, a coneluste, 5 For excupla, Keynes (1880, Cap. 5. pi 49), onde & feita yeferéncia &_ mea moditicagan de expectatvas como’ capt de Produnie oncliesligadas as varagSen de (toques, discutidat aneeriormente ea seu ‘Treatse on money 4 ““Gneguei_ a concepgto du demand cfetisa compatutivanicnte tarde... Minha isting era entio. (1881/38) erate insmo e presuta[vema] ex-post 0 Mas descaret fam patte_ponque era espantosamente complicada © realmente fo. dha seatwle, mat principalmente porque nio havia uma unidade de sap delinida, Perce que pod Sober tuo de que precsava com as concepedes de remand eletiva © renda [Key (1098, p. 180) > Em comraboresio, , por exemple, Keynes 11996, Cap. 5, p. $1) como Keynes. (1873, p. 181): “.!."A teoria da’ demands eletiva @ subatancalmente mea ves fue as expeciativa de curto prato tio sempre sata Se Tose Tecscrever 0 lito deveria inicilo apresentando minha teora sob « hipbicse de que as cexpectativas de curto prazo slo sempre sathfitanec cepois mostrar nuh capitulo subse lente que diferenca far as expectaivye te custo paao forein, desapontadas’ 208 esq. Plan. Bean. 14(2) ago. 1986 © equilibrio entre oferia v demanda é, de todo modo, na Teoria Geval, uma referéncia ancilar, meramente expositiva; Keynes nio espera que cntre em operagio qualquer mecanismo auitomitico de ajustamento ao “equill- brio” sempre que as expectativas deixem de realizarse. As varlagoes de estoques — como prefere Keynes (1936, Cap. 8, p. 51, nota), e & mats geral — ou de pregos, onde sejam Hlexivels, na verdade ajustam a0 — ow em face do — “esequilibrio” da oferta frente 4 demanda no “periodo de mercado”, antes que sejam tomadas novas decisoes de produzir, quando entdo os niveis correntes de produgio poderio ser alterados em face do valor das vendas realizadas ou de outros fatos que justiliquem sevisio die expectativas: mas tratase entio, de qualquer lorma, de um nove perio- do, e 0 equilibria ja tera perdido sua opottanidade. O perioda de pro- io é para Keynes, ums unidade ligica temporal indecomponivel, du ante 4 qual nenhum ajustamento eorretive & posivel porque nenhuma decisio € tomada,¥ e todo ajustamento que ocorra, de pregos ow de esto «ques, sera puramente passivo ou “espontines”, Deixancdo de lado aspectos mais téenicos des construgio de Keynes, que nao caberia discutir aqui,’ podese agora retomar mais claramente © seu eixo tedrico. Em sintese, watase de uma teoria da determinagio da producao, apoisda em dois conceitos temporais bisicos: © do periodo de brodugio (aio relerido como tal expressamente pelo autor) € 0 de cutto razo, referido ao horizonte temporal de expectativas e 20 contetida do élculo capitalista 20 iniciar-se o periodo de produgio, quando tomam as decisées de quanto produzir, que estoques manter e a gue prego vender Nesse curto prino, 20, prewupostos como dador a téctliea Me produgio © a produtividade; 05 estoques iniciais, inclusive a capacidade instalada; 0s precos de matérias primas; o sakirio nominal; ¢ @ nivel dos investimen- tos em andamento,* As variaveis independentes sio as expectativas de curto prazo, afetadas por resultados anteriores e Latores presentes, e que determinam a demanda esperada e até certo ponto influem ma propria resultados a curio pra nfo € fruto de’ ajustamentos intraperiodes de. produgio, mas interperiados, vis declbes, de producto, e € expeetico do curio prazo: "aa pritiea o proceso de reviio dar expects: tivas de curto ‘praso ¢ gradual © eontingo, efewado basieanente 4 lit dk lato, de wiodo que os resultados esperadoe realizdor se inerpenetran super poem. [Keynes (1936, Cap. 5, ps 20) 7 Por exemplo, entre outron, a questio da ugregaGo destss cura de oferta © Ademanda: ‘no & ditiel peteeber que las dover ser iniiamente pensadas 2 wivel de aula unidale de decisio produtiva e seguir ageegadas para ¢ conjunto ta cconotbia abstruindo, neste. passo, 2 assincionia dos periods de producto e rae decistes de procurir. Mas enti $0 se terd-o “ponte” agregad de etharkla eietiva, © nao ay te Dectvas curvas agregades, que dependem de hipstescs alicionais sobre. 9 composicaa ia producio wetorial — por exemplo. a de que esti € 4 mesna correspondent 40 Ponto ve denanda efetiva, pois caso contriso st eurvas mio podet® set comsteuidas lunivocamente. Cf, indicagio neste sentido do proprio Keynes (1990, Cap. 20, pp 231 # Também as condighes de concorséncis, que padein aletar © Iucro “normal Pore uma reletwra tedvica da Teotia Geral 29 oferta. * As variaveis dependentes do 0s precos ¢ as quantidades produ: idas, bem como o nivel de emprego. O valor agregado ex ante assim deter: minado é definido como o nivel de demanda efetivn, © cquilfbrio é casual e os desajustes a regra; ajustamentos espontineos, intraperfodos de producto, do.se em geral via estoques, propagando even. tualmence tais desajustes as decisdes a serem tomadas nos perioclos conse cutivos. O valor agregado ex post resultante de realizagio das vendas du- rante 0 periodo ¢ definido como renda, que no agregado € determinada basicamente pelo consumo ¢ pelo investimento — esse & o contexto em que as varidyeis de gasto aparecem inicialmente na Teoria Geral. Assim, 0 contronto producio X realizagio ou ex ante % ex post aparece aqui como © confronto demands efetiva x renda — embora Keynes nao se detenha nele. Na verdade, sua preocupagio a partir dese ponto na Teoria Geral € a de explicar os principais componentes de gasto, consumo ¢ invest: mento; desde entio seu cixo tedrico deslocese predominantemente na diregio ex post. Como esta ¢ a mais esmiucada na literatura, deixemo-ls de lado para concentrarmos a atenclo sobre a segunda grande dimensio temporal na Teoria Geral — a do investimento, focalizado sob 0 Angulo (ex ante) da naturera ¢ determinantes da decisio de investir € de sus implicacdes dinamieas mais gerais, 3 — O tempo do investimento: expectati A determinagio do investimento de fato aparece na Teoria Geral tulo 11) no formato que se tornou familiar desde 2 interpretugio de Hicks (1937), bem como as de Hansen e Dillard enfatizando a escala de eficiéncia marginal do capital € confrontando-a com a taxa de juros. Est por sua vez, & explicada posteriormente (Capitulos 13 € 15) como um fen6meno estritamente monetirio, pela preferéneia por Tiquider dada a quantidade de mocda. A éntase dos intérpretes tem siclo freqiientemente © Na medida em que o custo de uso, embors subtrakdo de ambas as fancies, pote afer seu formato, ¢ lembeando que ele também aletado por expectativas relerentes 30 comportamento do mercado tovitos periodes treat, dependendo ta vida Wl dos ‘squipamentes [cl Keynes (1985, Cap. 6, Apendice, pp. 0-70) 10 Na Teoria Geral, o ponto, de fato, no est claro; mas cm Keynes (1972, pp. 179-20) a distinglo entie demands eletiva ¢ renda € feta expliita,pary exlnrecer sew pont de vist" Por exemplo, quando enfatin « relevdacia do conecity x post para a intelagio ‘lndiica ¢ para a determinacio do. luero (atiivel tipicnnente residual), portant, ‘do consumo. capitaista: “a rena, isto & 05 resiltadoy reabiades, diferentemente da Slemanda etetiva, apenas ewiste piss os empresiios, © para cles & relevante apenas porque reage sobre sua determinacio subseqiente da demandy fetiva e sobye set Fonsume pesoal” {p. 18) 00 Peig. Plan. Econ. 18/2) ogo. 1986 posta, quase sempre (elogiosamentc) para marcar a ruptara com os “cis eos, ta naturer dines da relacio poupanga/investinemo, nto medida na Tori Geral pel taxa de juron may pelo ajusamento do proprio vel ae rend, “Tamém neste caso ha nunicrosos pontos obseusos © maentendidos que convém repor em questa, recolhendo sugestdes menos Obvias © aparentes fo proprio autor Comecando pela yelacio bisica — entre a eficincia mmginal do eapit 2 taxa de jutos —, vale fixnr alguns pontos fundamentais. Em peinteivo lugar, a taxa de juror nio surge ai trvialmente como nn item de canto = sejn como um “custo de emprésimo” ow de finunclamento, sja mesmo como um “custo de oportunidad’, correspondente a tana We retorne, alternativa a0 investimento produtivo, oferecida pelo mercado finaneeino, ‘A taxa de juros para Keynes, na Teoria Geral, € detinida simplesmente como “a proporcio inversa entre uina sonia cin dinheiro ea btida por desftzrse do controle sobre 9 dinheiro em trora de para um dado periodo de tempo", enquanta teoricarente “sia medida da Felutincia daqueles que pomiem dinheiro em desfazerse do seu contzole iqnido sobre cle” [c. Keynes (1986, Cap. 13, p. 167) € Shackle (1967, p 158) Por sia ver, € incerta incontornavel quarto 30 Tutto dos even tos econémicos que justifea, em siltiea anslise, tina prefereneia por liga der isto é, manter riquera em forma de dinhicito, exceto saldos mionetitos operacionats vineulador a0 "motivo transagoes” relerdo por Keynes, (1936, Gap. 13, p. 108, Cap. 15, p. 201). Nestestermos, a taxa de juros come limite so investimento produivo apenas representa, de forma condensal, trade-off do investidor, enguan (© aplicador de capital nina ampli carcia de atv, (real ou ipottien, no importa), entte 0 investimenta (ativos de capital produtiso) eal gquider ativos de capital monetirio). £, ma verdade, ima versio muito compacta ¢ simplifeada de wma teoria de aplieagio finaneeta favo sens (portfolio), onde um ativo de capital fixo de grande durabilidae ¢ apenss 2 extremidade ilquids de tm expectro de ativos que conten. no exttemna epoto, saldos monetiios. A sequéncia expositiva notada por Keynes ta Teoria Geral (por etapis) apenas obscure, com seu corte nnallieo entre investimemto ¢ Tiquider (taxa de juron), 2 hundamental inerependencta 1G, a seypeito, os argumenton de Davidson (172, p. MH), Minsky (1975, pp. 647) fe Hicks (1978, p. 4) 12 As leituras mais convencionais da Teoria Geral, dete Hicks (1973, p. 251) elo ISTM. nao x dio conte sullitate dex ve goal, ont ae a da suposta infludneia do nivel de senda corrente sobre 4 taxa de juros que Keynes teria deinado de Ido Indevidamente Pora ume veletura te6rica de “Teoria Geral 201 capitsas quanto & forma em que mane a riqura exintente« que forme dar riquesa nova (investimento) Em segundo lugar, igualmence importance, vale rediscutir as razbes pelas quais se pode admitix, sem ambigtidades, que a escala da effeiéneia nar. ginal do capital deva ser necessariamente decrescente com o volume de Investimento, em qualquer nivel de agregaio. Apesar de uma referencia ambigua de Keynes, ndo ¢ verdade que um prego de oferta erescente (ren dimentos decescentes) dos bens de capital seja condigio necessiia para 6 relerido comportamento da eficiéncia marginal do capital: caso contratio, valeria a critica feita a Keynes, em diferentes pasagens, por Robinson (1980, p. 194, entre omtras), segundo a qual sendo os eventunis custos crescentes na produgio de bens dle investimento un resultado ex fost, io poderia scr presumido no eilewlo ex ante da eficigncia marginal do capital com base nos planos de investimento, Tratase, isto sim, de expec- tativas de retornos declinances com o nivel de investimento para um dado tamanho (ou ctescimento) do mercado, de um lado, e em face de um ‘rescente risco finaneciro associado a0 endividamento, de outro lado. Ve jamos com mais cuidado, © declinio da eficiéncia marginal do capital — ou, alternativamente, do prego de demancla do capital produtivo '* — decorre de sua “escassez” decrescente com o volume demantado, como de resto para qualquer ativo de capital [Keynes (1986, Cap. 16, p. 213)]. 2° Tratando-se de ativos instru mentais (iavestimento provlutivo) 0 limite € sem divide dado pelo mer: ‘ado dos bens. produzidos com ese capital, se as condigdes gerais. que 12 Entretanto, © Capitulo 17 da Teoria Geral apresenta de forma wailicada eas sa leo one de inca arg deo ao ig, Qk ho limite (o-dinheio) conesponie 4 taxa monetéris de ote texto, embers aldo vis veies conlana. (© taver por ino menos exploraio)€ teoticmente doe mas Hc, Gray imeime sentido. Hide (56, pp AS es8) 6 expeiaimente, Mnsky (97>, Gap) "Aas, 9 veleyacia de Keynes hio & ditamcite to merexdo OF nica, em vse, dado que waa subj de esconto dow rendimenter tataros do. invetidor que cxprime sua preterit por Tigulder dx qual s taxa do meade Spenus unin proxy paca 6 agrageo On economia, 1 Estes dois conecios, aprexntadon por Kemes come intercambiinch — de fata sion plano fornal pace ter diferentes finplieagier ho ws cotidian. des tconemists. A tormula do. preg de demands do capita. que @ compara ao de olcra “prego le repose) tom fone ada cliciénda marginal Wo eapital os vantagens de Scar a fafae niet a (aka de Juton (embutida coma tae dexoma en ie Stutandog os wndimnenton pera) ede prevent fala apresdo de que a demands wo qualquer outa curva de demana Ae aeutiento neeliSie, Jevdo m tenditiemor detec, Cy a propostor Minsky ‘isis, p. 8) 45 Eneclanto, nfo fica claro nesta pamagoa de Keynes que, pata explicar a incinaglo nega do pee de denanda Ue tivedimcnts, alo imporcs tame anne trae que um avo pode ter sendimento superior tata de joros a qve ele ae Tene ‘como! “excanct” =, tay explicar por que Sk deve air até iualaree 4 taxa de jute onde quer que eas ete, © que daria‘ linite paren ianentimento, uj, por que scion £necewarmente Wectescente. Ae satis fc, portanto, obser soe Peag. Plan. Eeon. 162) og0. 1986 Tormam as expectativas so dadas.* No caso de outros ativos (\itwlos e estoques de metcadorias), hi custos unitirios crescentes de conservacio, fou risco crescente dle desvalorizacio e iliquidez, associados @ auséncia. de uma dliversificagio compensatéria de ativos. De outro lado, 0 relerido de- Glinio resulta do fluxo crescente de amortizagio © juros sobre dividas con- tuaidas para um dado nivel de endividamento da empresa ¢/ou do fluxo ‘erescente de desembolsos previstes para 0 pagamento de bens de investi mento a serem sdquirides, 0 que reduz a posigio de liquider. Ambos os Tatores tendem a piorar a posigio de risco {imanceiro do investidor, impli- cando redugio dos retornos liqtidos previstos por unidade de investimento dicional, Em conelusio, nao se trata apenas de reconhecer na taxa de juros um fendmeno monetirio e no real, desvinculando assim poupanca © investi: ‘mento, mas sim de perceber o proprio investimento produtive como um fendmeno monetirio — ou, ainda mais, financeiro. Qualquer referéncia | poupanga nese quadre — mesmo que seja para descarté-la em nome de Keynes ~ tende a ser enganiosa, uma ver que justamente ela € que ndo € um fenémeno monetério (a0 contrario do crédito), mas tio-somente lima magnitude residua! [Keynes (1986, Cap. 6, pp. 4-5) }. puramente contabil € economicamente pfdxima da irrelevincia. 87 Ademais, a cono- tagio monetiria do investimento em Keynes nfo se exgota em focalizé-to, a0 lado do dinheito, sob uma sbordagem finaneeira; envolve também. reconhecer gue, num plano tedrico mais abstrato, o investimento produtivo ea preferéneia por liquide encontram-se unificados pela mitua depen- Uencia de expectativas dominadas peli incerteza frente a acontecimentos Funuros,1® constituindo ambos, na expressto freqiiente de Keynes (1936, Cap. 21, p. 293, « Cap. 1, p. M8), “elos entre o presente ¢ 0 futuro” Podemos agora passar, também no caso do investimento, a uma venta tiva de sintese tcdriea. Keynes apresenta na Teoria Geral ox elementos basicos de uma teoria geral do investimento, no sentido de uma teoria geral da aplicacéo de capital, do qual 0 investimento produtivo ¢ wm pecto, ainda que 9 mais relevante para a andlise econdmica. Dois con- ceitos temporais sao também aqui bisicos: o de periodo de investimento (campouco mencionady expressamente na Teoria Geral) € 0 de longo pra 14 Embora ndo de fonna clara, 9 argimento & sugerito en Kernes (M86, Cap. 16, pooaW es) 1 Gh, por exemplo, Hansen (1958, Cap. 2, ps 78)» que, tendo falhado na wa reivna ds Worle Geral em outros pont, age acto a cheio. 18 Fath €-a rario pela qual freqiientememte a preertacia pela lquider ¢ a efieéndia marginal do capital movtmnte simltancemente, de impos yeest lites perversos Cuntulativor, e nla compensatorioa, sobre o nivel de atsidade econémica fet Keynes {€987, pp. 220-1) |. O modelo TSCM, desnecersiio Gna, omite interamente, por sa it de consirucio, a predemingncia deste ipo de interdependeneia. Mais que iso, propria citeunstincla de que slo. as expectations eonecrnentes aos relomnos ab invenumenta, eno a ns de jus, 2 valve have na tetnianlo do toa Teorie Geral sla wltima parece ter side pililegiada apenas para ‘o modelo num formato de equllfbo geval Seer Para wma releitura teérica da Teotia Geral 303, 20, que se scfere 10 horizonte temporal de expectativas, em geral (mas io necessariamente) mais longo, bem como a0 contetida do cilculo capi talista associado a decistio de investir em capacidade produtiva (capital fixo ¢ estogues) ‘como parte de uma logica mais geral, a de aplicacio rentivel do capital. Supdese dado para este cileulo apenas o espectro de téenicas, ao lado de elementos de tipo estrutural e institucional mais arrai- gadlos na sociedade, bem como as associadas & situagio conjuntural presente dios mercades. ‘A peculiaridade das expectativas de fongo prazo associadas uo investi- mento produtivo esté ewencialmente na maior duragio do periodo de comprometimento do investidor com atives produtivos duravels, de baixa ou nuula liquider (conversibilidade a um custo proibitivo), 0 que acarreta dificuldade ou impossibilidade de correcio, a baixo custo, de erros de juanto a0 comportamento futuro dos mercados. Tornase, por tanto, decisive tomar decisdes seguras, minimizando a incerteza, Contudo, conforme reiteradamente destacado por Keynes, ¢ eatacteristico da incer. teza que cerca 0s eventos futuros numa economia (monetdria) de mercado que la vido possa ser climinada a um custo finito: a incalculabilidade objetiva, ainda que probabilistica, dos eventos econdmicas torna a incerteza qualitativamente distinta do risco e, deste modo, incapaz de ser coberta por um prémio de seguro, A soh micos que possuem Fiqueza a ser valotizada &, a0 invés de eliminar, tentar “contornar” 3 incerteza de suas expectativas pelo recurso a normas de comportamento convencionais, ® Estes consistem essencialmente em “sapot que o presente estado de coisas continuari indetinidamente, x menos que haja razies especificas para esperar mudancas” [Keynes (1936, Cap. 12, p. 152, ¢, no mesmo sentido, p. 148) ]. Como a opiniao individual nao é uma referencia suficientemente segura, “propomos conlormar-nos ao comportamento da maioria ow da média”, Jevando “ao que potlemos chamar estritamente de tum julgamento convencional” [Keynes (1987, p. 247)).2° Mas, jd que a incertera nio pode ser realmente afastada cesse modo, as expectativas assim Tormadas, por mais “convencionais",®% apéiamse no que Keynes chama io adotada implicitamente pelos agentes econ 18 A percepséo deste mecanivmo cansitul win das insights main notiveis de Keynes ase, cp. 1) © Povew crecentar que a adogo deme eitério convencional ke considers @ opinio mea, e nin a wais tenia, como relevante nig se Malta aos teres de kbes € outros que apreseatam ‘otagbes daria, coma suger pela conneeida,hmagern tty “easino™ em Keynes (1936, Cap. 12}, de corer tho. forts! porte scr steady 9 avinidades no tipieamence expeculativas como ox meteadon. ae poMutos cn geval igualmente’ caparts de sinaliuy “ann competion wma opiniao media convenchmal mesma na auwenria de cotagdes tegulases que 2 representent 21 evidente que o investdes nie precisa necesariawente adetit 4 ¢9 cotvitamentes ela @ apenas a refeiéucla béves te cilenlo, una eepécie de “Ul menor resisincia”. ‘Unt empresirio“sehumpeteriano” consideraviy a opinido, mea rs para contest sot Peoq. Plan, Boon. 16(2) ago. 1986 um “estado de confianca" frigil, inversamente proporcional & incerteza presente nas expectativas formuladas. As decisdes de investir assumem, desta forma, um forte e inelimindvel potencial de instabilidade, sujeitas que sio a alteragies siibitas ¢ violentas no estado de confianga, precério, que baseia as expectativas de longo pravo, As expectativas de longe prazo “nfo podem nem apro: nacas 0 fdas pelos resultados realizados, pois estio sujeitas fa revisio repentina” [Keynes (1986, Cap. 5, p. 51)]. Nao hé, portanto, ‘comportamento cauteloso ou expectativas “adaptativas” (menos ainda “ra ") que estabilize © inves ido de seu potenciat de nstabilidade, nio necessariamente dle sua trajetéria temporal observavel uma vez que a instabilidade das expectativas em que se baseia é ti inexorivel quanto a incerteza do futuro econdmico capitalista. Por extro ludo, em face da relativa passividade do consume ¢ da exogencidade ow peso agregadlo menos significativo de outros componentes do gasto, seguese como corolirio a instabilidade global da economia capitalista. Isto significa que a economia capitalista estd sujeita, estrutural ¢ perma: nentemente, a mudangas de maior ou menor magnitude e rapider no seu nivel de atividade, capazes de provocar flutuagdes e mesmo desencadear crises; sob esse aspecto, isto quer dizer que a economia capitalista € inerentemente cvitica. Os atenuantes apontados por Keynes slo elementos estruturais © nortecem esses efeitos, permitinde que econdmico esteja sujeito a “utuagées severas” nos niveis de produgio e emprego, sem que seja por isso “violentamente instavel” [Key nes (1936, Cap. 18, p. 241))) Este, em suma, ¢ 0 sentido em que estamos empregando a nosto de instabilidade. Eln ndo signilica que 6 sistema possa moverse em qualquer diregio, porque obviamente no chega a ser uma teoria dinimica, ¢ por isso mio prescreve nenhuma trajetéria temporal como mais provivel sob dadas hipéteses (pode abarcar deste um cielo econdmico “bem corps tado”, ta Kalecki, até uma crise de grandes proporgées) , nem (que as expectativas de longo prazo sejam assimildveis & conhecida imag dle um caleidosedpio, cunhada por Shackle, que enfatiza em excesso s mutabilidade subita ‘como situagio normal, quando ela é apenas poten: cial, # Na verdade, € um paradox do capitalismo que a propria incerteza intrinseca ao carter andrquico (ndo regulado consciemtemente) de sua tividade produtora de mercadorias gere um antidoto na forma de um comportamento convencional, que aplaina 0 caminho do investimento por intermédio de um nio desprezivel componente inercial nas expectativas E este o elemento estrutural bisico que torna possivel converter a anarguia fem instabilidade, e nio em caos. 32 Nem que sejam, por gerarem efeitos macrosconimicos perversos © imprevists irracionaie"" como quer Shake (1967, p. 13), Para une reletura lériee da Teorka Geral 305 4 — Comentario final A proposta de releitura te6rica da Teoria Geral ayui eshogadla recolhe sugestdes de varias fontes © converge total ou. parcialmente com esforgos recentes de reencontrar 0 Keynes pensador do cipitalismo, alogado. por tuna torrente de sinteses neoclissicas e avaliagées ideoldgicas que 0 torna- am ificilmente reconhecivel. Nao parece tio decisivo, para’ tal, buscar obsessivanieute uma radical desvineulagio de Keynes da corrente neoclés- siea de pensamento, & qual pertencia por formagio © por nao poucas de suas iddias na Teoria Geral, notadamente sob 0 aspecto expositivo. Mais proficuo talvez seja idemtficar precisamente onde se situam suas idéing fevolucionarias, ainda que numa roupagem convencional, e em quie sentido © extensio elay rompem com a ortodoxia, neoclissiea ou ide outro tipo Seguindo esta witha, algumas questies discutidas neste ensaio permit riam concluit, por exemplo, que ¢ de longe mais relevante compreenler © sentido ndo-convencional, “do-cquilibrista” ¢, portanto, nio-neocléssico do conceito de demanda efetiva na Teoria Geral do que incursionar mais tama ver na discussio sobre o sentido da hipdtese de rendimentos decree centes assumida por Keynes. O equilfbrie, sendo apenas teoricamente pov sivel © no tendencialmente inexorivel ~ nio importa a que "praro” > tem natuteza radicalmente diversa do neocléssico, cujo paradigma remonta A mecinica clissica ¢ & biologia, mio vedando assim passage &. possibilie dade de caminhar ramo a-uma andlise dindmica nio apotada em qualquer 1ocio de exjuilfbrio Do que se vi até aqui, podese avangar a conclusio de que 6 Keynes da Teoria Geral é, sem prejuizo das outras faces de sua obra, um tesrico por exceléncia do tempo econdmico. O cardter estitico de algumas de suas formulagdes mio reside no equilibrio estitico, convencional, nem se quer na quséncia, nos contornos do seu objeto, de qualquer anilise da mudanga teenoldgica — afinal, existe uma dinamica nie derivada do movi mento estrutural, mas do simples nivel de atividadel —, on mesmo dos efeitos dinimicos da criagéo de capacidade produtiva via investimento, Reside apenas, a rigor, na delimitagio proposital de seu excopo as questics associadas & determinagio causal das varidveis astociadas ao nivel de ativi- dade (notadamente a renda © 0 emprego), ¢ 140 a seu comportamento temporal ou, em outras palavras, a uma etapa da construglo de uma teri da dinamica que se situa como logicamente prévia & andlise de periodos, 4 mudanga estrutural ¢, portante, a dintmica de modo geral. 2 23 Prowavelments, tmponco se tata de am “ae a er neh 2 ona. “por apa : eo televants os esforcen de modelar uma dindnics macrocconoinieneapialia que Bio tomas ean 3 Ineener ea inwabiidade, © talver moesme & onsiderase_ por io iiposivel. Sem. preigtmos eotcotdar intelramente. com posture {Go cetca, amitamon, no entatto, que powcas teoras didmicis extentes se Sigua, Tidarany stitteriamente com esis ucts a envergonada’” ou ainds oxivel que Keynes julgise 06 esq. Plan. Econ. 162) ago. 1986 Neste sentido, no seria demasiado afirmar que a anil ra Teoria Geral, nao é estética, porque identifica e constrdi os biisicos para o entendimento da natureza temporal do fu mmamento da economia capitalista, € que exelui-la do conjunto de reflexdes sistemticas sobre o temi a pretexto de seu “método estitico” seria, mais que injusto, inconsequente. Provavelmente, nenhum outro autor, antes ou depois, (ratou de forma tio penetrante as implicagdcs fundamentais de a economia capi talista depender crucialmente, para seu {ancionamento corrente, de eventos futures, € no apenas das marcas irreversiveis do passudo. A Teoria Geral 6, por isso, um ponto de partida de extraordiniria importincia para reto- ir 9 ramo de uma andlise da dindmica capitalista menos mecanicista € irrelevante, ¢ mais compativel com 0 que deveria constituir sua base de sustentagio — 0 tempo. Bibliogratia Davwwsox, P. Money and the seal world, Londres, Macmillan, 1972. Hansen, A A guide to Keynes. New York, MacGraw-Hill, 195%. Hicks, J. Mr. Keynes and the “clawics": a suggested interpretation. Econometrica, New Haven, 5 (3):147-55, abr. 1937. . Critical essays in monetary theory. Oxford, Oxford University Press, 1967. . The crisis in Keynesian economics, New Vork, Basic Books, 1974, Kevnes, J. M. The general theory of employment, interest and money. Lonilres, Macmillan, 1936, _. The general theory of employment. Quarterly Journal of Eco nomics, Cambridge, Mass, 5/, fev. 1987. [Reimpresso em: CuoweR, R., ed. Monetary theory. Harmondsworth, Penguin, 1969.] —— «Ex post and ex ant. In: Mocerinee, D., ed. 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