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Aluno do curso de segunda graduação em pedagogia
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Apesar de serem gradativas, as etapas são constituídas com avanços e retrocessos. Ademais, cada criança
possui um tempo específico de aprendizagem.
Na fase pré-silábica, a criança não estabelece relação entre fala e escrita. Esta é
dispersa e instável, não representando, necessariamente, nenhuma informação. Nesse nível,
as autoras conceitualizam dois períodos, o icônico e o não icônico. No período icônico a
criança representa suas ideias pelos desenhos, todavia, não possui a noção de escrita, uma vez
que acredita que a escrita e o desenho são processos homônimos. Já na fase não icônica, a
representação escrita é instituída mediante garatujas e rabiscos, contudo, ainda não há o
reconhecimento das letras. Outra característica dessa fase é o realismo nominal, que consiste
em relacionar a palavra com a imagem. Como exemplo prático, a formiga seria representada
por uma escrita menor do que leão, pois haveria equivalência entre o tamanho do animal e a
sua representação escrita.
A fase silábica sem valor sonoro é conceitualizada a partir da fase que a criança
utiliza letras para a representação, todavia, estas não possuem valor sonoro, ou seja, não há
relação entre grafema e fonema. Assim, há a distinção entre letras, imagens e números. Além
disso, amplia-se a quantidade de letras reconhecidas pela criança. A fase silábica com valor
sonoro é caracterizada pela atribuição de valor sonoro às letras. Mas nessa fase, apesar de
haver uma precípua atribuição entre grafema e fonema, a escrita ainda é fragmentada. Como
exemplo prático, em vez de os fonemas estarem ligados a sílabas, os valores são atribuídos
unicamente às letras, o que fragmenta a totalidade fonética da palavra.
A fase silábico alfabética é a primeira que a criança começa a construir sílabas. tal
fenômeno se deve ao fato de a criança aumentar o número de letras conhecidas, assim como
atribuir valor sonoros a elas. Por fim, a fase alfabética é constituída pela total relação entre
grafema e fonema, podendo, entretanto, ocorrer erros ortográficos. Ademais, é nesta fase que
a criança começa a reconhecer a função da língua mediante a leitura e a escrita.
Contemporaneamente, atribui-se um valor significativo à função social da escrita.
Destarte, é necessário distinguir os termos alfabetização e letramento. O primeiro refere-se ao
domínio dos códigos linguísticos, que diferem do uso da língua falada. Alfabetizar significa
ensinar o estudante a compreender o código escrito. Contudo, a alfabetização deve estar
intrinsecamente associada ao letramento, que consiste no uso social dos códigos linguísticos.
A aquisição da linguagem, pois, deve possuir finalidades.
Logo, é importante, ao ensinar a leitura e a escrita, fomentar diversos gêneros
literários, pois cada um possui uma função distinta dentro da sociedade. Uma poesia, por
exemplo, difere do gênero dissertativo, que possui uma função distinta daquela. Essa
ampliação dos usos da escrita e da leitura devem ser fomentados nas práticas pedagógicas.
Necessita-se, nesse sentido, de uma estrutura que permita uma abordagem mais aprofundada,
como, por exemplo, a disponibilização de uma biblioteca na escola.
O texto produziu uma breve discussão sobre a aquisição da linguagem. Pontuou-se
que, para alfabetizar, deve se considerar a relação que o aluno estabelece com o meio. Para
que isso ocorra, o professor deve observar os processos de maturação. Isso significa, em
termos práticos, que o aluno possui fases, que devem ser consideradas quando o instrumento
pedagógico for aplicado. A aquisição dos códigos linguísticos deve estar atrelada ao uso
social da língua. Logo, a alfabetização e o letramento são processos complementares.
Hodiernamente, para que haja uma otimização do processo de ensino-aprendizagem, precisa-
se utilizar a alfabetização e o letramento juntos na prática pedagógica.