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Olá cantores, eu sou o Fabio Vaz, o seu Vocal

Coach no Youtube, e vocês são muito bem vindos


a este E-book sobre HARMONIA VOCAL.

Sobre minha formação


• Vocal Coach
• Produtor Musical
• Compositor
• Preparador Vocal e Youtuber
• Graduando em Ciência da Voz - Europa
• Cursos de Extensão
CEV - INVOZ – FULL VOICE - CHERYL PORTER
ANTES DE TUDO, O QUE É HARMONIA VOCAL?

Como o próprio nome sugere, é uma relação


harmônica entre as VOZES (sintonia), a partir de intervalos
maiores, menores, aumentados ou diminutos. Estes
intervalos, seguem uma tonalidade específica de cada
música, ou o campo harmônico em que esta foi construída.
Harmonia é também, um conceito musical relacionado com
a emissão simultânea de diferentes frequências, com
sonoridades resultantes da sobreposição de diferentes
notas.
E você pode experimentar isso em seu teclado, ou
em um aplicativo de piano no seu celular, toque várias
teclas ao mesmo tempo. Embora talvez o som não seja
agradável, devido as notas que você tocou, isso é uma
harmonia. Falando em harmonia tradicional, geralmente
esses resultados sonoros são separados em sons
consonantes ou dissonantes.
A harmonia vocal pode ser entendida como o
relacionamento harmônico instrumental atrelado ao
relacionamento harmônico vocal, sendo um
complemento do outro.
O resultado harmônico instrumental somado ao
resultado harmônico vocal caminham juntos em uma
música, sendo a harmonia vocal responsável pelo
suporte ao cantor(a). Nesta harmonia vocal, podemos
tanto encontrar uma tríade simples, formada por
primeiro, terceiro e quinto graus, como podemos
também encontrar dissonâncias, que são notas do
campo harmônico que causam uma sensação de
desarmonia aos ouvidos não acostumados. Estas
dissonâncias são pouco exploradas pela música pop,
sendo mais comumente utilizadas no jazz, gospel, R&B
e Soul.
O QUE É UM INTERVALO MUSICAL?

Podemos definir um intervalo, como a distância


entre dois sons. Utilizamos este termo para nos
referirmos ao intervalo de um tom (distância entre duas
teclas no piano) ou intervalo de um semitom (distância
entre uma tecla no piano) ou seja, qualquer distância
entre duas notas é um intervalo. Geralmente, esse
termo é usado junto com a definição de graus.
Por exemplo, no campo harmônico de Dó (C):

C D E F G A B C
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ

1 2 3 4 5 6 7 8
GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU

Neste caso temos,

▪ Dó, representado pela letra C, como primeiro grau.

▪ Ré, representado pela letra D, como segundo grau.

▪ Mi, representado pela letra E, como terceiro grau maior.

▪ Fá, representado pela letra F, como quarto grau.

▪ Sol, representado pela letra G, como quinto grau.

▪ Lá, representado pela letra A, como sexto grau maior.

▪ Si, representado pela letra B, como sétimo grau maior.

▪ E novamente, o Dó, representado pela letra C, mas agora


como oitavo grau.
Ou seja, a distância entre o primeiro Dó e o último,
é um intervalo de oitava, pois partindo do primeiro Dó e
indo rumo ao oitavo, passamos por oito notas contando
com o próprio Dó.

C D E F G A B C
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ

1 2 3 4 5 6 7 8
GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU
INTERVALO DE OITAVA

A distância do primeiro Dó para o Sol, é um


intervalo de quinta, pois partindo do primeiro Dó e indo
rumo ao Sol, passamos por cinco notas, contando com
o próprio Dó, e assim por diante.

C D E F G A B C
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ

1 2 3 4 5 6 7 8
GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU
INTERVALO DE QUINTA
As unidades utilizadas para medir os intervalos são
o tom e o semitom.
Na escala diatônica, a primeira classificação de um
intervalo, é quanto à ocorrência de simultaneidade em
sua execução. Desse modo o intervalo será melódico
quando os sons aparecerem um seguido do outro, ou
harmônico, caso sejam executados ao mesmo tempo.

Os intervalos também pode ser simples ou


compostos, dependendo da distância entre as notas.
Simples
Quando está contido dentro de uma oitava.

Composto
Quando ultrapassa uma oitava.

Assim sendo, podemos afirmar que a música se divide em 4


partes:

MELODIA
É a combinação dos SONS executados um após o outro.

HARMONIA
É a combinação dos SONS tocados simultaneamente.
Duas, três ou quatro notas tocadas ao mesmo tempo.

CONTRAPONTO
É o conjunto de melodias dispostas em ordem simultânea,
ou seja, a melodia principal tem uma resposta do
acompanhamento de outras vozes ou instrumentos de
tempos diferentes, esse conceito também se aplica à
segunda voz.

RÍTMO
É a pulsação da música, a combinação dos valores tempo e
compasso. Ritmo pode ser descrito como um movimento
coordenado, uma repetição de intervalos musicais regulares
ou irregulares, fortes ou fracos, longos ou breves, presentes
na música.
COMO EU APRENDI HARMONIA VOCAL?

Eu nasci em Curitiba, em 1984, e desde muito cedo


eu sempre gostei de harmonia vocal, pois cresci ouvindo
grupos como Abba, Bee Gees, Boney M, Carpenters,
Roupa Nova, Take Six, Chicago, New Kids on The
Block, BackstreetBoys, N’sync e muitos outros. E
sempre pairou em mim uma curiosidade de saber como
eles faziam aquele “jogo de vozes”, onde eu sabia que,
eram vozes diferentes, mas que no fim de tudo se
encaixavam perfeitamente.
Mal sabia eu que, ouvindo aqueles grupos todos os
dias, eu já estava desenvolvendo o meu “ouvido
harmônico”, que nada mais é, que ouvir e perceber cada
voz separadamente, “armazenando” essas informações
no cérebro. Naquela época, onde não havia internet,
muito menos Youtube, os meus LP’s eram os meus
melhores amigos. Chegava da escola e já colocava na
vitrola, o disco dos Bee Gees, para tentar perceber cada
voz separadamente, e sem querer, meu ouvido
harmônico foi se desenvolvendo.
Aos 13 anos, comecei a aprender violão, e naquela
época, não existiam professores especializados, muito
menos informações tangíveis sobre teoria musical à
minha disposição. Eu comprava revistas que ensinavam
a tocar violão e ali ficava por horas e horas. Do violão eu
fui para a guitarra, e percebi que os instrumentos não
eram iguais, apesar do braço ser parecido.
Ao longo dessa caminhada, eu focava cada vez
mais no teclado e no violão, através das revistas que
tinham disponíveis na época, comecei a montar os
acordes e perceber a diferença entre um acorde maior e
menor. Fui apresentado aos campos harmônicos e ali,
tudo começou a clarear.
Minha primeira tentativa de harmonizar algo, foi no
“Parabéns pra você”, e foi um fiasco, mas foi meu
começo.
Como eu venho de uma família muito humilde,
meus pais não tinham condições financeiras para
comprar instrumentos, então, meu consolo era
emprestar de amigos ou conhecidos que quase sempre,
me diziam NÃO em alto e bom som.
Ouvir aqueles NÃOs, nunca me desmotivou,
apesar de me entristecer. Em uma das poucas vezes
que me disseram sim na minha odisséia de emprestar
instrumentos, consegui um teclado. Lembro-me como se
fosse hoje, quando eu peguei nas mãos aquele
“instrumento” que estava mais para um brinquedo, do
que para um instrumento de verdade, e a partir daquele
momento, os segredos da harmonia começaram a ser
desvendados.
Eu ficava por horas e horas apertando as teclas
sem noção alguma do que estava fazendo, e fui
percebendo as combinações dos sons. Cada tecla tinha
um som diferente e algumas teclas tocadas juntas,
resultavam em um som delicioso de se ouvir, e aquilo
era um paraíso sonoro pra mim, eu tinha 12 anos de
idade.
Comecei então a cantar as notas e tentar achá-las
no teclado, não foi fácil, sofri demais nessa busca, pois
eu não tinha ninguém para me orientar, porém, eu
nunca desisti. Nesse processo eu desenvolvi minha
PERCEPÇĀO MUSICAL, ou seja, pelo “faro”, eu tentava
achar uma melodia inteira, “caçando” as notas no
teclado e aquilo foi muito bom. Com 18 anos eu montei
um trio vocal, chamado D’vox. Nessa época, nós
passávamos horas e horas ensaiando na casa da minha
mãe, ouvindo e reproduzindo aqueles mesmos grupos
vocais que ouvíamos na infância.
Mal sabia eu, que
aqueles ensaios com o meu
grupo, eram a PRÁTICA de
tudo aquilo que estava
aprendendo.
Nossos primeiros ensaios
foram terríveis! Desafinávamos
muito e não conseguíamos
encaixar as vozes na
harmonia. Eu sempre “entrava”
na voz dos meus parceiros.

Mas nunca desistimos!

Ter feito parte desse grupo vocal, me fez entender


que somando o estudo de um instrumento harmônico
como o teclado, mais a prática em conjunto, mais,
fazer ensaios frequentes, eram os grandes
SEGREDOS da harmonia vocal, ou seja, a dedicação
mais o desejo de querer aprender, me fizeram crescer
muito.
Quando eu estudei piano para valer, e me tornei
produtor musical, eu realmente vi que, uma harmonia vocal
bem executada, deve estar atrelada ao conhecimento de
intervalos musicais.
Então cantor(a) e professor(a) de canto, estude e
muito, isso é indispensável!!!
OS PILARES DA

Eu te contei toda essa história, justamente para


que você conheça um pouco mais sobre mim, e entenda
que eu não nasci sabendo. Talvez você me veja hoje no
Youtube, e pense, “eu jamais vou conseguir fazer o que
ele faz”. SIM! Você consegue! Basta estudar e ter um
Vocal Coach para te conduzir no processo.

Ao longo destes 25 anos trabalhando com música,


eu cheguei a conclusão que, para dominar a harmonia
vocal, você precisa dominar alguns pilares:
PILAR 1
AFINAÇĀO

Afinação entra como o primeiro pilar, pois sem ela


não há como cantar bem sozinho(a) muito menos em
grupo.
A afinação é, equiparar a frequência da nossa voz
com a frequência de qualquer instrumento harmônico. É
uma prática diária que deve ser realizada tanto
sozinho(a) quanto em grupo.
Se uma voz estiver desafinada, toda a harmonia
será comprometida. Essa prática se faz através de
exercícios em intervalos maiores, menores, diminutos e
aumentados, scat singing, além de cantar todos os dias
e se gravar para se autocorrigir.
PILAR 2
PERCEPÇĀO

A percepção entra como o segundo pilar.


Percepção vem de perceber, perceber o que está
acontecendo na música.
Qual o campo harmônico em que está sendo
aplicado na canção?
Qual o andamento da música?
Em que momento da música entra harmonia vocal?
Sim, pois harmonia vocal não se faz o tempo todo, são
trechos específicos, a menos que você faça parte de um
grupo Acapella.
Quais graus do campo harmônico eu uso para
fazer minha voz?
Posso estudar minha voz em casa mesmo sem
tocar nenhum instrumento? Claro que sim, mas eu
gostaria de te incentivar a estudar os campos
harmônicos para criar as próprias harmonias.
PILAR 3
SINCRONISMO

Sincronismo - Começo e fim de frases


sincronizados mostra se o grupo, coral, trio, quarteto
realmente ensaiou, se possuem entrosamento vocal ou
não. Fica extremamente feio, um grupo cantando fora
de sinc. Cada um termina a frase quando quer.
Duas pessoas fazem vibrato e duas não fazem.
Isso não soa agradável.
Neste caso, eu gosto muito de trabalhar com sinais
visuais para sincronizar as frases.
PILAR 4
DINÂMICA VOCAL

Musicalmente falando, a dinâmica se refere à


intensidade sonora, ou seja, se o som é forte ou fraco, e
este mesmo conceito se aplica à voz.
Além da intensidade, o ataque vocal e o modo de
fonação, também terão influência na dinâmica vocal.

O que é um Modo de Fonação?

Modo de fonação ou modo fonatório é a quantidade


de ar que permitimos passar pelas pregas vocais. Essa
quantidade de ar define se o modo será sussurrado -
soproso - fluído - neutro - firme ou tenso.
E o ataque vocal? Você
sabe o que é?
O ataque vocal é o
modo como se inicia a
fonação, e está relacionado
com configuração glótica
durante a emissão.
O ataque vocal pode
ser isocrônico, que nada
mais é do que uma fonação
normal onde a fase
expiratória, coincide com o
início de vibração das
pregas vocais.
Pode ser um ataque
brusco, que é um
fechamento rápido e
completo das pregas vocais
antes do início da fonação.

Ou pode ser ainda um ataque soproso, onde o


fechamento glótico é insuficiente, ou seja, o ar passa antes
das pregas vocais se fecharem, e isso pode ser feito
conscientemente, para fins estéticos, ou pode ser por mal
fechamento das pregas vocais, onde precisará ser avaliado
por um otorrino.
Você já ouviu falar em Messa di Voce?

É uma técnica de sustentação de uma determinada nota,


modificando a sua intensidade. Fisicamente falando, um som
musical tem quatro características: duração, altura, intensidade
e timbre.
Eu gosto de aplicar estes mesmos conceitos à voz. A
duração está ligada ao controle de fluxo aéreo.
Já a altura, está relacionada ao tom da música ou qual
nota eu canto.
A intensidade está relacionada a dinâmica vocal.
O timbre está relacionado ao ajuste que eu quero para a
música - Laringofaringe - Rinofaringe ou Nasofaringe -
Orofaringe
Lembrando que um ajuste sempre participa do outro.
O que é Fade in? Fade out?

Fade in - É a forma suave de começar uma nota ou uma frase


Fade out - É a forma suave de terminar uma nota ou uma frase

Eu gosto de pensar na música em si, como uma onda,


que cresce e diminui ao longo da execução.
Ter essa consciência vocal fará toda a diferença no seu
canto solo ou em grupo.
No processo de desenvolvimento da dinâmica vocal, ter
o domínio sobre o controle do fluxo de ar será fundamental!
PILAR 5
TIMBRAGEM

Timbragem nada mais é do que mixar as vozes


(misturar as vozes)
Mas o que é timbre?
Timbre são características sonoras que nos permitem
distinguir sons da mesma frequência, que foram produzidos
por fontes sonoras diferentes, características acústicas que
definem um instrumento.
O que diferencia um piano de calda de um teclado?
O que diferencia um sax tenor de um sax alto?
No caso do sax, o que diferencia um do outro, é o
tamanho do tubo e as frequências que estão dentro desse
tubo. Lembra dos princípios da física?
Espaço maior favorecem as frequências graves, e
espaço menor favorecem as frequências agudas. Além
disso, as frequências do sopro do saxofonista também
influenciam.
Cada voz possui características específicas e
únicas, e isso se deve à vários fatores, como anatomia
de cada pessoa, tamanho das pregas vocais, além do
tamanho do trato vocal.
Sendo assim, em um grupo, de 3, 4, 5, 6 vozes, ou
em um coral, composto por várias pessoas diferentes,
como misturar todos os timbres sem que isso vire uma
grande salada?
Quando eu trabalho com corais, eu gosto de
separar a timbragem por naipes. Primeiramente timbro
os tenores, depois as contraltos, e por último, as
sopranos. Na sequência, timbro o grupo todo.
Este trabalho, caso você seja professor(a), é um
processo que não acontece da noite para o dia. Os
cantores, em sua grande maioria, chegam até nós
professores, com vícios vocais, que para serem
eliminados, podem levar algum tempo.
Eu gosto de trabalhar com vocal uníssono para
iniciar o processo de timbragem (mixagem) e deixo para
abrir vozes quando o grupo já estiver timbrado.
PILAR 6
CONHECER OS
CAMPOS HARMÔNICOS

Como eu sempre falo nos meus vídeos, fazer


harmonia vocal intuitivamente pode ser legal, mas fazer
harmonia vocal CONSCIENTEMENTE, sabendo de fato
o que está fazendo, é infinitamente melhor, você não
acha? Tudo aquilo que fazemos com SEGURANÇA,
fazemos bem! Já percebeu?
Sendo assim, você precisa saber exatamente o
que está fazendo.
Imagine você conseguir encontrar as vozes em
qualquer música e em qualquer tom e ser o
arranjador(a) vocal da sua equipe? Já pensou nisso?
Mas saiba que isso só será possível, se você
dominar os campos harmônicos.
“Professor Fábio, mas eu não sei tocar nada, como eu
faço”? Calma!!!
Muita calma nessa hora, ao contrário do que muita
gente pensa, campo harmônico não é um bicho de sete
cabeças, e é muito mais fácil do que você imagina. Tudo
o que você precisa é ter um Vocal Coach pra te ajudar a
entender cada campo harmônico e de que forma você
aplica isso em uma música!
PILAR 7
OUVIDO HARMÔNICO

Como eu sou prova viva de que ter um ouvido


harmônico ajuda e muito, eu falo com propriedade sobre
isso. Se você quiser ter um ouvido harmônico preparado
e aguçado, você vai precisar ouvir canções onde tenha
harmonia vocal, simples assim. Não adianta querer
aprender a dividir vozes, e só ouvir músicas que NÃO
trabalham a Harmonia Vocal.
Você vai precisar fazer uma imersão em harmonia
como um todo, ouvir grupos vocais e perceber o que
eles fazem, como eles fazem e porquê eles fazem...

...Imersão!!! Guarde esta palavra!


PILAR 8
USE A TECNOLOGIA
AO SEU FAVOR

Hoje, graças a Deus, ao contrário da época em que


eu comecei, somos abençoados pela tecnologia. Essa
era digital trouxe vários aplicativos que ajudam a
desenvolver nossa percepção musical como um todo,
então, explore isso, aproveite e baixe os aplicativos
certos para desenvolver sua afinação e percepção.
Aplicativos como, Perfect Ear e Perfect Piano,
estão disponíveis pra você usar e abusar do que eles
tem para oferecer.
Em um aplicativo de piano por exemplo, você pode
estudar os campos harmônicos em casa, na rua, no
ônibus, no metrô, e o melhor, tudo isso, na palma da sua
mão!
No aplicativo Perfect Ear, você testa sua
percepção, reproduzindo com sua voz, as notas e
escalas que o aplicativo faz, e você tem a resposta no
app, se você acertou ou não o intervalo. Isso é
fantástico não é? Quem diria que um dia chegaríamos
nesse nível de tecnologia não é mesmo? Pois é, e ela
está aí à sua disposição, aproveite!!!
PILAR 9
PRÁTICA EM
CONJUNTO

Esta parte prática é fundamental em qualquer


processo de aprendizagem, independente da área. Mais
do que simplesmente teoria, ter a prática vai te fazer
dominar o assunto de verdade, seja no seu trio,
quarteto, quinteto, sexteto, ministério de louvor ou no
coral que você faz parte. E o melhor caminho para
estudar com a sua equipe, é sempre trabalhar
primeiramente o vocal uníssono antes de abrir as vozes.
Reúna a sua equipe, e em um ensaio separado do
instrumental, cantem as partes onde terá harmonia
vocal. Se o grupo ainda não está maduro para abrir
vozes, o uníssono sempre será a melhor opção.
Façam um círculo, onde vocês fiquem um de frente
para o outro, facilitando assim, a comunicação visual,
que será fundamental para o sincronismo das frases e
do vibrato, além de trabalhar a dinâmica vocal.
PILAR 10
DISSONÂNCIA VOCAL

Este tópico é para ser aplicado em um grupo já


maduro vocalmente falando, um grupo que já dominou o
UNÍSSONO e o 1,3 e 5 (Tônica, Terça e Quinta).
Aqui estamos falando do uso de outros graus da
escala, e não somente o 1,3 e 5. Comece de leve, em
um fim de frase aplique o sexto grau, ou sétimo grau
maior por exemplo. Podemos também aplicar quartas e
quintas aumentadas, ou ainda fazer acordes vocais
menores com dissonância.

Experimentem brincar com os graus.


Agora que você já conhece os PILARES DA HARMONIA
VOCAL, quero falar um pouco sobre BACKING VOCAL.

O backing vocal, ou backup singer, é o apoio


fundamental pra qualquer cantor(a). A função principal do
backing, é sustentar harmonicamente a melodia para que o
cantor(a) possa improvisar em alguns momentos da
música. O comportamento vocal de um bom backing,
jamais pode ser o mesmo comportamento vocal de um
cantor solo, pois no backing, se canta em grupo (mínimo 3
vozes) e é preciso ter harmonia entre essas vozes, ou seja,
timbrar.
Existem várias formas de construir um backing vocal:

1.Backing uníssono;

2.Backing uníssono seguido de abertura vocal;

3.Whisper backing;

4.Whisper backing seguido de projeção vocal;

5.Backing em momentos diferentes do vocal principal;

6.Answer backing ou backing resposta.


BACKING UNÍSSONO

Nesse caso, a função do backing é de sustentar a


melodia, para que o vocal principal improvise durante a
música, ressaltando um determinado trecho da canção.
Esse recurso é muito usado quando queremos
ensinar uma música nova, ou quando o grupo ainda não
é maduro musicalmente para harmonizar. Na minha
opinião, é preferível cantar bem em uníssono do que se
arriscar em uma divisão errada.

BACKING UNÍSSONO + ABERTURA VOCAL

Esse formato é o mais comum, onde geralmente se


canta a primeira parte da música, ou seja, a melodia da
canção, e em seguida entra o backing em uníssono
cantando a melodia também. Na ponte ou no refrão, o
backing entra abrindo vozes.
WHISPER BACKING

Este é o grande segredo dos cantores


americanos, Whisper Voice é um modo de fonação
muito utilizado por corais americanos, uma vez que o
backing soa como voz de fundo. Aqui, cantamos de
forma suave, com uma grande massa de ar, trazendo
uma beleza singular para a harmonia, principalmente
em canções lentas, ou em momentos que há uma
quantidade menor de instrumentos.

WHISPER BACKING + PROJEÇĀO VOCAL

Iniciamos a canção com uma emissão vocal mais


suave, e depois, com o “crescimento” da música,
mudamos o modo de fonação, projetando mais a voz,
aumentando assim o volume da emissão. Geralmente
essa dinâmica mais suave é aplicada na estrofe,
enquanto no refrão, a emissão tem mais projeção. Para
diferenciar bem esses dois momentos, usamos a
suavidade vocal seguida de projeção vocal.
ANSWER BACKING

Este exemplo de backing é bastante utilizado para


enriquecer o arranjo. São intervenções que o backing
faz durante a música, que trazem uma beleza singular.
Repetições de palavras, vogais e consoantes, uso
de dinâmicas vocais, tudo vai depender da criatividade
do grupo.
O backing vocal ocupa um papel fundamental,
sendo responsável pelo suporte ao cantor(a).
Não é um trabalho fácil, comece estudando e
ouvindo muitas músicas que usam backing. Procure
identificar essas diferenças de dinâmica e modos de
fonação citados acima. Depois tente reproduzi-las com
sua equipe. Lembre-se que, mapear a canção antes de
cantá-la, fará toda a diferença no resultado final. Sejam
criativos, proativos e façam ensaios semanais, pois o
resultado virá com a dedicação de todos.
Existe um documentário chamado “A um passo do
estrelato”, onde mostra a trajetória artística das backup
singers, que compõem as harmonias e contribuem em
algumas das canções mais famosas de todos os
tempos, mas quase nunca são conhecidas por seus
nomes. O filme retrata como as cantoras são vistas na
indústria musical, e porque não conseguiram ou não
quiseram brilhar como artistas solo.

Vale a pena conferir!


Espero ter contribuído para o seu crescimento
vocal. Agradeço imensamente pela sua confiança e
tempo dedicado à este E-book.

Excelência Sempre

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