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Departamento de História

Disciplina: Introdução ao Estudo da História

Professor: Daniel Faria

Estudante: Cristiano Lucas Ferreira

Estudo Dirigido

Memória, esquecimento e silêncio – Michael Pollak

O que são, de acordo com o texto, memórias subterrâneas.

Quais memórias resistem ao tempo? Quais são as memórias que devem ser
preservadas e quais devem ser esquecidas? O trabalho de Pollak, em relação à memória,
permiti-nos compreender que as memórias individuais são atravessadas por memórias
coletivas, que formam nossa noção de pertencimento, seja a uma nação, uma classe social,
uma religião. Essas memórias coletivas, que formam a noção de pertencimento a um lugar,
por exemplo, são constituídas pelo patrimônio arquitetônico, pelas paisagens, datas e
personagens históricos, nossas tradições e costumes, a música, as formas que as pessoas
interagem entre si.
Entretanto, nossas memórias individuais iram condicionar nossa sensação de
pertencimento ou não à memória coletiva. Isso quer dizer que apesar de haver uma memória
coletiva generalizadora, uniformalizadora e opressora, existem inúmeras formas de vivenciar
nossa existência à margem da sociedade englobante, demonstrando que a memória é um
campo de disputa permanente.
Um exemplo que podemos mencionar é a disputa pela memória, atualmente no Brasil,
sobre a ditadura militar de 1964 a 1985. Enquanto o discurso oficial a define como uma
contrarrevolução que salvou o país do comunismo, existem outros discursos (ou memórias)
que partem daqueles e daquelas que foram assassinados/as, torturados/as e exilados/as.
Para Pollack, as memórias subterrâneas são aquelas que resistem à memória
globalizante, que de maneira imperceptível, afloram em momentos de crise. Essas memórias
subterrâneas se contrapõem à memória oficial que tem por objetivo, manter a coesão dos
grupos e das instituições que compõem a sociedade.
Ainda para o autor, os grupos marginalizados são silenciados, na historiografia, porque
a repressão a esses grupos, por serem aceitas, estimulam o seu silenciamento. Mas, quando
suas vozes emergem, colocam a credibilidade da memória oficial em xeque.
Como forma de dar voz a esses grupos, a história oral, por privilegiar a análise de
grupos excluídos e marginalizados, é uma metodologia capaz de ressaltar a importância de
suas memórias que mesmo subterrâneas, fazem parte da sociedade.

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