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Vivemos num mundo que se encontra em constante avanço tecnológico, sendo que

cada vez se torna mais fácil acessarmos a informação sobre diversos temas, numa questão de
segundos temos a informação que queremos e precisamos e muita mais do que o que
estávamos à espera na ponta dos nossos dedos. (1º slide)

A Academia.edu é então uma das plataformas utilizadas por académicos, profissionais


e estudantes quer para publicar trabalhos por eles elaborados quer para procurar trabalhos
que ajudem nas suas pesquisas. Tal como eles dizem no síte deles “our mission is to accelerate
the world’s reseach”, ou seja o principal objetivo desta plataforma é acelerar as pesquisas que
as pessoas queriam realizar, em qualquer área (quer seja sobre os avanços da inteligência
artificial; a questões médicas; a problemáticas de direito, tudo num só lugar). (2º slide)

Para tal, Richard Price (fundador da presente plataforma), baseou a Academia.edu em


quatro importantes pilares: (3º slide)

1. Esta plataforma é de livre acesso, sendo que somos incentivados a fazer


inscrição no site mas depois temos acesso livre a todos os trabalhos (não
significa tal que não exista a opção premium, mas esta não se prende com o
acesso aos trabalhos existentes na plataforma, mas sim com outras
ferramentas fornecidas pelo site, tais como o acesso ao “bulk download”, ou
seja, fazer o download de vários trabalhos relacionados ao mesmo tempo – em
vez de ser um a um/ acesso às menções feitas ao nosso nome e trablhos por
outras pessoas/ procura avançada nos trabalhos/ entre outros; a opção
premium custa 100 dólares anualmente e constitui o modelo de negócio desta
plataforma);
2. A distribuição, isto é a presente plataforma foi construída com um algoritmo
específico para distribuir recomendações de trabalhos adequados à nossa
pesquisa (sendo a média de recomendações feitas, segundo o site 20 milhões
de recomendações de trabalhos por dia);
3. O terceiro pilar é a revisão por pares, este já foi um dos temas abordados
nesta aula, sendo que neste caso a revisão por pares é baseada no sistema a
que eles chamam “PaperRank”, sendo que este funciona com base na
quantidade de recomendações que o trabalho recebeu;
4. Por fim, o último pilar prende-se com o formato dos trabalhos, uma vez que o
objetivo é a transmissão de conhecimento de forma rápida a todos seja qual
for o formato, sendo que atualmente eles possuem os PDF e os chamados
“sumários”, que são a síntese dos PDF (no futuro, porém, tencionam expandir
e permitir a partilha de outros formatos, tais como vídeos, data-sets,
codificação, entre outros).

Devido à forma como esta plataforma se apresenta, a mesma tem sido comparada às
redes sociais, tão utilizadas dia-a-dia por inúmeras pessoas a nível mundial, apesar de ser
considerada por muitos uma base Open Access. De forma mais precisa tem sido chamado de
“Facebook para os académicos”. Esta comparação é feita no sentido de existir uma imitação
(num sentido de existir características muito semelhantes) do núcleo utilizado nas redes
sociais (cada pessoa tem seguidores; existe um “news feed” dos trabalhos das pessoas que
seguimos; possibilidade de usar uma foto de perfil e mudar a mesma, entre outros). É de
mencionar que a Acadmia.edu não é a única plataforma com esta premissa, outros exemplos
são a Research Gate, a Mendeley, a Biomed Experts, a Inospin (antiga Biowebspin), a Labroots,
a My Experiment, a SSRN, entre outros.

Existe, assim, uma ligação e entreajuda entre os académicos do mundo através desta
partilha de trabalhos e pesquisas, sendo que esta partilha de informações gera benefícios
tanto para quem partilha (ganha reconhecimento, pode gerar propostas de colaboração ou de
trabalho, …) como para quem lê (novas perspectivas sobre o tema em questão), tudo isto à
distância de um clique e de um ecrã. Claro que, tal como tudo o que esteja relacionado com
tecnologia, nem tudo são pontos positivos.

São vários os problemas levantados.

1. O facto de o domínio deste ser “.edu”. Este domínio não é um


verdadeiro “.edu”, uma vez que não é uma organização afiliada
educacionalmente. Assim, apesar de ter ”.edu” esta é no seu
âmago um “.com”, significa tal que os estudiosos que postam os seus
trabalhos nestes site estão a providenciar “free data” a uma empresa
com fins lucrativos em vez de estarem a participar num modelo “open-
source” sem fins lucrativos, que são associados aos domínios “.edu”
2. Levanta questões sobre o copyright de certos trabalhos publicados
tanto na Academia.edu, como noutros sites idênticos, uma vez que os
trabalhos enviados para esta plataforma podem já ter sido publicados
pelas Editoras, sendo que os contratos entre os contratos entre os
escritores/académicos e as editoras possuem de forma específica o
que é que os escritores podem e não podem fazer com os seus
trabalhos após a sua publicação. Tal é relativamente fácil de resolver,
basta que em vez das plataformas possuírem o PDF do trabalho
publicado podem ter links que redireccionem para o repositório que
possua os direitos do trabalho ou então podem chegar a acordo com
quem possua os direitos do trabalho de forma a arranjar uma situação
benéfica para todas as partes.
3. Existem relatos de pessoas que se encontram registadas na plataforma
em apreço sem nunca terem feito tal registo, o que levanta a pergunta
se existem contas a ser criadas automaticamente a pessoas que
tenham participado em algum estudo ou pesquisa, como co-autor.
4. Existe uma grande dificuldade a nível de citação dos papéis, devido à
forma como a metadata dos mesmos é guardada ou até mesmo
porque existe falta da mesma.
5. Falsa sensação de modelo open access, uma vez que acaba por ser um
modelo de negócio com a intenção de gerar margens de lucro para os
seus criadores (“a social networking site is not an open access
repositor”1)

1
https://www.notkristenbell.com/academia-edu
Após esta breve introdução irei, em seguida, mostrar o funcionamento do site.

1. Primeiramente é necessário registarmo-nos na Academia.edu,


podendo para isso utilizar o nosso e-mail ou utilizar a nossa conta do
Facebook, do Google ou da Apple.
2. Escolher a nossa “posição”, isto é em que situação académica em que
nos inserimos no momento em que estamos a fazer o registo.
3. Após tal escolha é feita a seguinte pergunta “Tem algum PDF de um
trabalho recente que queira partilhar”, sendo que independentemente
da resposta nos leva ao mesmo ecrã, apesar de existir na mesma a
possibilidade de avançar a realização da partilha
4. É dada a possibilidade de seguir os nossos colegas que se encontrem
na presente plataforma, podendo para isso utilizar tanto o Facebook
como o Google +. Não querendo é também dada a hipótese de
avançar.
5. O passo seguinte é a escolha da Universidade, do departamento e da
situação académica em que nos encontramos
6. É dada a possibilidade de fazer, directamente, o upgrade para uma
conta premium ou ficar na versão base e gratuita.
7. A partir dai aparece o nosso perfil, sendo que podemos adicionar uma
biografia sobre o nosso percurso académico e sobre o nosso trabalho;
adicionar trabalhos; fazer pesquisa de outros trabalhos nos variados
temas que a Academia.edu possui; e para quem quiser fazer o upgrade
para a conta premium para ter acesso a mais funcionalidades

Assim, concluindo este trabalho, a Academia.edu (e todas as plataformas idênticas)


são bastante úteis no mundo académico, uma vez que permite a criação de uma “network” na
qual se pode partilhar os trabalhos e pesquisas realizados assim como é possível procurar
novos conteúdos e novas ideias, sendo que se encontra tudo à distância de um clique nas
nossas mãos. Porém, como tudo, existe um lado negativo que se prende com o facto de neste
momento a Academia.edu ser um empresa com fins lucrativos que está a pegar em material
académico bastante útil, sendo que a produção de material com fins académicos não deveria
ser utilizado como uma forma de fazer dinheiro, além de todos os problemas relacionados com
copyright e criação de perfis já mencionados. Porém, a utilidade e facilidade de uso destas
ferramentas superam este lado negativo, uma vez que é gera uma maior difusão dos estudos
realizados o que cria um maior reconhecimento dos estudos por parte dos outros.
https://www.academia.edu/43013575/The_Story_of_Academia_edu (Acessado a 24/11/2020)

https://www.chronicle.com/article/social-networks-for-academics-proliferate-despite-some-
doubts/?cid=gen_sign_in (Acessado a 24/11/2020)

https://www.theatlantic.com/education/archive/2015/12/the-convoluted-profits-of-
academic-publishing/421047/ (Acessado a 24/11/2020)

https://www.insidehighered.com/blogs/hack-higher-education/whos-reading-your-research-
academiaedu-adds-analytics-dashboard-so (24/11/2020)

https://www.forbes.com/sites/drsarahbond/2017/01/23/dear-scholars-delete-your-account-
at-academia-edu/?sh=517ca3062d62 (Acessado a 24/11/2020)

https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-
01123418/file/Academic_Social_Networks_Challenges_opportunities_%7B2EA7E4EA-6F44-
4312-B24E-46FA4D4CE593%7D.pdf (Acessado a 25/11/2020)

https://scholarlykitchen.sspnet.org/2013/12/11/has-elsevier-signaled-a-new-era-for-
academia-edu-and-other-professional-networks/ (Acessado a 25/11/2020)

https://archeothoughts.wordpress.com/2018/10/05/my-strange-trip-through-academia-edus-
spam/ (Acessado a 25/11/2020)

https://www.diggitmagazine.com/column/end-academiaedu-how-business-takes-over-again
(Acessado a 25/11/2020)

http://ideophone.org/academia-edu-poor-metadata-vanity/ (Acessado a 25/11/2020)

https://kfitz.info/academia-not-edu/ (Acessado a 25/11/2020)

https://www.erudit.org/en/journals/irrodl/1900-v1-n1-irrodl05016/1066176ar/abstract/
(Acessado a 26/11/2020)

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0148257 (Acessado a
26/11/2020)

https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/2056305117696523 (Acessado a 26/11/2020)

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