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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE - CEFID


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF

SISTEMA URINÁRIO: A FILTRAGEM DO CORPO

LUCAS
NATHALIA MERCEDES
PATRICK CARDOSO

FLORIANÓPOLIS, 2019
LUCAS
NATHALIA MERCEDES
PATRICK CARDOSO

SISTEMA URINÁRIO: A FILTRAGEM DO CORPO

Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em


Educação Física, do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade do Estado de Santa Catarina, como
requisito parcial para aprovação na disciplina de Fisiologia
Humana.

Professora: Dr. Mario Cesar Nascimento

FLORIANÓPOLIS (SC)
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 33
2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 43
2.1 OS COMPORTAMENTOS DOS LÍQUIDOS CORPORAIS ................................. 45
2.2 OS RINS E SUAS FUNÇÕES ............................................................................. 46
2.3 O TRATO URINÁRIO E A FORMAÇÃO DA URINA ........................................... 47
2.4 REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR RENAL ............................................11
2.5 EQUILÍBRIO HÍDRICO E ELETRÓLITO.............................................................. 18
2.6 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE ................................................................................. 24
2.7 DEFESAS CONTRA VARIAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO DO H+ ..................... 25
3 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27
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1 INTRODUÇÃO

O Sistema Urinário é responsável pela filtração de substancias e líquidos do


corpo. Além disso, é o sistema responsável pela formação da úrina. Esse sistema é
de extrema importância para o funcionamento normal do organismo, uma vez que ele
realiza diversas funções para o corpo desde a filtração até a regulação na produção
de células até a deposição de Ca++ nos ossos e regulação dos volumes de líquidos
corporais.
A manutenção dos volumes corporais de líquido é um mecanismo
extremamente complexo e perfeito.Os ganhos de líquido devem ser controlados com
a saída do mesmo, uma vez que, deve se evitar uma variação muito grande no volume
liquido do corpo.
O ganho de líquido se da de duas formas, por ingestão de água ou por meio da
água contida nos alimentos que ingerimos, que varia de 2,1L por dia e também pela
oxidação de carboidratos que gera em média 200ml por dia. Já a perda líquida ocorre
em geral de quatro formas, Perda imperceptível, fezes, rins/urina e suor. A Perda não
Perceptível ocorre por ocasião das perdas de líquido que não percebemos que
estamos perdendo e acontecem de forma continua nos seres vivos. Exemplo:
evaporação no trato respiratório e difusão através da pele. A perda de líquido no suor
é aquela que ocorre pela perda de agua através do suor, ela é muito variável e
depende de uma série de fatores para determinar suas perdas. Exemplo: Atividade
Física, Clima. A perda de líquido nas fezes é aquela água que fica nas fezes, liberada
na evacuação. Em média de 100ml/dia e pode variar dependendo se a pessoa estiver
com alguma doença, ou infecção que cause diarréia. A perda de líquido através dos
rins ocorre pela filtração e reabsorção que este faz sobre os líquidos sanguíneos, de
forma que os rins são responsáveis pela regulação de entrada e saída de água e
eletrólitos, isso se dá pelo controle na taxa em que essas substancias são excretadas
pelo organismo. Sua taxa pode variar de 0,5l a 20l, dependendo do grau de hidratação
da pessoa. Os eletrólitos, por sua vez, também tem sua entrada e saída reguladas
pelos rins, que tem o papel de manter os níveis de Sódio, Potássio e cloreto estáveis.
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2 DESENVOLVIMENTO

Por ser um sistema muito complexo, faz-se necessário o estudo separado de


algumas estruturas para o total entendimento do seu funcionamento. Além disso, esse
sistema requer um conhecimento prévio de outras estruturas e sistemas como o
cardiovascular e linfático, alem de um conhecimento prévio sobre outros fatores de
regulação do corpo como a osmose.
O Sistema Úrinario funciona em conjunto com o circulatório, pois ele filtra
sangue bombeado pelo coração para os rins, e a maior parte de suas transformações
de absorção e filtração ocorre em nível de capilares (vasos de menor calibre).
Os principais Orgãos desse sistema são os Rins. Eles tem entre outras funções
regulação a produção de células sanguineas (hemáceas) e é neles onde ocorrem os
processos de filtragem e regulação dos líquidos do corpo.

2.1 OS COMPARTIMENTOS DOS LÍQUIDOS CORPORAIS

Um ser humano tem em média 60% de seu peso corporal de agua, esse liquido
está dividido basicamente em três compartimentos: Líquidos extracelulares, Líquidos
Intracelulares e líquidos transcelulares. Os líquidos Intracelulares são os líquidos
contidos no interior das células do nosso corpo. Eles compõe cerca de 40% do peso
do nosso corpo.Já os Líquidos Extracelulares, são os líquidos fora das células e
compõe cerca de 20% do peso do nosso corpo. Os dois maiores compartimentos de
liquido extracelular são o liquido intersticial (liquido que fica entre as células e os
capilares) e o plasma (parte líquida do sangue). Por fim os líquidos
TranscelularesnSão aqueles contidos nas articulações sinoviais por exemplo.
Compõe cerca de 1 a 2L do corpo.
A composição dos líquidos intracelulares e extracelulares possuem diferentes
proporssões entre sí, tanto em concentração como em subtâncias.
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Os volumes dos líquidos nos diferentes compartimentos do corpo podem ser


medidos pelo princípio indicador-diluição. Utilizando-se uma substancia indicadora
neste compartimento pode-se analisar então a diluição do indicador. Esse método se
baseia no princípio de conservação das massas, ou seja, significa dizer que a massa
total no compartimento liquido será a mesma massa total injetada no compartimento.
A regulação da troca de líquidos e equilíbrio osmótico é essesncial para o
funcionamento do organismo.“A osmose é a difusão líquida de água através de uma
membrana seletivamente permeável, de uma região de maior concentração de agua
para uma região de menor concentração.” (Guyton, 2011). Vale lembrar que a
membrana é altamente permeável a água, mas não a outros eletrólitos como o Sódio,
por exemplo. Dessa forma pode-se imaginar que a água, em geral, é “atraída” para a
o meio, interno ou externo, com maior concentração de soluto, uma vez que a pressão
osmótica sempre tentara igualar ambos os lados da membrana.
Assim, o tipo de soluções encontradas ou administradas no nosso organismo
influenciam altamente na troca de líquidos. Soluções isotônicas são aquelas em que
a concentração de solutos no meio extracelular é a mesma que no interior das células,
assim os ambientes estão em equilibro e não a troca de soluto ou solução (282
mOsm/L). Já soluções hipertônicas são aquelas soluções que apresentam uma
concentração de solutos no meio extracelular maior que no ambiente intercelular
(>282 mOsm/L). Dessa forma o meio fica instável e para atingir o equilíbrio a uma
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passagem de agua do meio intercelular para o extracelular. Por fim as soluções


hipotônicas são aquelas soluções que apresentam uma concentração de solutos no
meio extracelular menor que no ambiente intercelular (<282 mOsm/L). Dessa forma o
meio fica instável e para atingir o equilíbrio a uma passagem de agua do meio
extracelular para o meio intercelular.

2.2 OS RINS E SUAS FUNÇÕES

Os rins apresentam diversas funções importantes para o corpo como a filtragem


de materiais indesejáveis ao organismo e a de controlar o volume e composição de
líquidos corporais. Em geral suas funções tendem a fazer com que o ambiente interno
seja equilibrado para que as outras partes do corpo possam realizar suas funções sem
serem prejudicadas, como, por exemplo, o excesso de volume de líquido no sangue
causar um aumento na pressão Arterial do indivíduo, trazendo diversos malefícios ao
mesmo.
Pode-se dizer que as funções mais importantes realizadas pelos rins são
provenientes da filtração. Essa acontece quanto o plasma sanguíneo é filtrado e as
substancias indesejadas (em excesso) são então excretadas pela urina e devolve o
plasma para o sangue, apenas com as substancias necessárias para o bom
funcionamento.
Além da filtração há também outras funções importantes realizadas pelos rins
como as funções de excreção de produtos indesejáveis do metabolismo e de
substâncias químicas estranhas; regulação do balanço de água e dos eletrólitos;
regulação da osmolalidade dos líquidos corporais e da concentração de eletrólitos;
regulação da pressão arterial; regulação do balanço acidobásico; secreção,
metabolismo e excreção de hormônios; gliconeogênese.
Além disso, para a manutenção da homeostasia é necessário a excreção de
agua e eletrólitos deve ser regulada com o ganho dos mesmos. O controle da agua e
dos eletrólitos acontece basicamente pela alimentação e pela hidratação. Dessa forma
os rins se adaptam para excretar mais ou menos substancias para manter o equilíbrio.
Uma dessas substancias excretadas é o sódio que é responsável pelo acumulo de
agua no meio extra celular aumentando assim o volume líquido interno do indivíduo.
Outra função de extrema importância dos rins para o organismo é regulação da
pressão arterial a longo prazo e curto prazo. A longo prazo, isso acontece pela
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excreção de sódio e água os rins. A curto prazo eles podem ajudar na regulação da
pressão por meio dos hormônios na corrente sanguínea que possuem características
vasoativas.
A partir da excreção de ácidos do corpo, os rins ajudam a regular o balanço
acido base. Isso acontece pois em alguns casos são o único meio de eliminação
desses materiais do organismo. A produção de eritrócitos é outra função
imprescindível dos rins, uma vez que esses hormônios são responsáveis pela
regulação de hemácias no corpo. Isso explica porque pessoas que tenham problemas
nos rins venham a ter alguma disfunção anêmica. A síntese da vitamina 1,25-di-
hidroxivitamina D3 (calcitrol) que é um determinante para a absorção de cálcio pelo
organismo. Ou seja, está associado a deposição e regulação de cálcio e fosfato.
A síntese da glicose, nos rins, acontece durante longos períodos de jejum, ou
seja adiciona glicose ao sangue para ser utilizado como fonte de energia. Nesses
períodos os rins sintetizam a glicose a partir de outras substâncias, como os
aminoácidos. A esse processo chamamos de Gliconeogênese.
A partir desses exemplos é possível notar a extrema importância desse órgão
para que organismo. Algumas doenças ou a falência desse órgão podem levar o
individuo a morte, uma vez que, substancias produzidas como hormônios, ácidos,
líquidos, não podem ser expelidos do corpo e assim acumulam-se levando a diversos
outros problemas.

2.3 O TRATO URINÁRIO E A FORMAÇÃO DA URINA

Um ser humano normal possuí dos rins, que pesam aproximadamente 150
gramas e tem o tamanho de uma mão fechada. Pelo Hilo, região medial do rim,
passam diversos vasos, como: artéria e veia renais, vasos linfáticos, suprimento
nervoso e o ureter. Na base externa da pelve apresenta diversas estruturas “ocas”
chamadas Calices Maiores, que apresentam subdivisões os Calices menores. Essas
estruturas são responsáveis por fazer a coleta da urina dos túbulos de cada papila.
Além disso, elas contem elementos contrateis que guiam a urina para a direção da
bexiga.
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O fluxo sanguíneo pelos rins é de cerca de 22% do Debito cardíaco (volume


bombeado pelo coração em 1 minuto). A artéria renal ao entrar pelo Hilo sofre diversas
ramificações até as arteríolas Aferentes onde ramificam-se formando os capilares
glomerulares, onde acontece a filtração de líquidos e solutos para iniciar a produção
de urina. Os capilares distais dos glomerulares formam a arteríola eferente que forma
outra rede de capilares chamados capilares peritubulares, que ficam em volta dos
túbulos renais. Esses dois conjuntos de capilares formam a circulação renal enquanto
as arteríolas eferentes auxiliam na regulação hidrostática deles. Entre os capilares
glorumelares e os capilares peritubulares há um diferença de pressão hidrostática. No
primeiro grupo de capilares a pressão é maior para que possam ser filtrados
rapidamente os líquidos e eletrólitos. Já no segundo grupo de capilares acontece o
contrário, a pressão é menor ocasionando uma reabsorção de líquidos e eletrólitos.
Dessa forma os rins por regulações na arteríolas aferente e eferente controla a
quantidade de substancias liquidas e solidas filtradas e ou reabsorvidas, tudo isso de
acordo com o equilíbrio homeostático. Para sair dos rins o sangue passa por um
sistema de vasos sanguíneos que acabam convergindo para a veia renal, localizado
no hilo.
Os Néfrons são as células as células dos rins especializadas na produção de
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urina. Seu número inicial decai com o passar do tempo, lesão ou doença e não sofrem
regeneração.Cada nefron possui capilares glorumelares e peritubulares. O grupo de
glorumelares chama-se glomérulo e são responsáveis pela filtragem do líquido
sanguíneo. Já o grupo de tubulares chama-se longo túbulo e é responsável pela
reabsorção de líquidos e substâncias.
A bexiga é o musculo que, basicamente, retêm a urina. Ele é dividido em duas
partes, uma composta por musculo liso, responsável pelo armazenamento e outra que
liga-se a uretra responsável por encaminhar a urina para evacuação pela uretra. A
bexiga possui inervação basicamente pelos nervos pélvicos, que contem fibras
sensoriais e motoras responsáveis pelo início dos reflexos para esvaziamento da
bexiga. As fibras sensoriais são responsáveis pela detecção da dilatação das paredes
vesicais. Já as fibras motoras são responsáveis por inervarem o musculo detrusor.
Dessa forma a formação da urina começa quando o liquido constido no sangue
é filtrado pelos capilares glorumelares para o interior da Cápsula de Bowman ( cápsula
que envolve a rede de vasos capilares glomérulo). Conforme vai o filtrado vai saindo
da cápsula de Bowman o líquido filtrado é reabsorvido, conforme a necessidade,
enquanto se encaminha pelos capilares peritubulares.
Essa reabsorção é de extrema importância para a regulação de substancias
excretadas e secretadas no organismo. Isso acontece pois diversas substâncias
derivadas de processos metabólicos ou substâncias como potássio, ureia, sódio e
íons de hidrogênio devem manter concentrações estáveis. Cada um dos processos é
regulado de acordo com a necessidade do corpo. Em geral, a taxa de reabsorção de
várias substâncias é maior que a de excreção.
O volume e a composição da urina final são muito diferentes daqueles do
filtrado glomerular. Claramente, quase todo o volume filtrado precisa ser reabsorvido;
caso contrário, com uma taxa de filtração de 180 L/dia, iríamos urinar tanto que
provocaria uma desidratação muito rapidamente. À medida que o filtrado flui da
cápsula de Bowman pelas várias porções do túbulo, sua composição é alterada,
principalmente pela remoção de substâncias (reabsorção tubular), mas também pelo
acréscimo de substâncias (secreção tubular).
A reabsorção e a secreção tubulares são processos que ocorrem a nível
dos nefrónios e que formam, em conjunto com a filtração glomerular, os processos
renais básicos. Após a filtração do plasma sanguíneo no glomérulo de Malpighi, o
filtrado glomerular, a “primeira” urina primitiva, flui pelos túbulos renais e tubos
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coletores e é excretado como urina definitiva.


Os processos de reabsorção e secreção tubulares correspondem à
transferência de substâncias entre os túbulos renais e os capilares peritubulares,
transferência que permite que a reabsorção de substâncias essenciais ao equilíbrio
do organismo e a excreção de substâncias em excesso, inúteis ou perigosas,
reabsorvidas ou não filtradas.
Esses processos são altamente seletivos (ao contrário da filtração glomerular,
processo esse não seletivo). As substâncias têm que atravessar duas paredes, a do
túbulo do renal e a dos capilares peritubulares. O movimento pode ocorrer de varias
maneiras, forma passiva, por difusão osmótica (reabsorção da água) ou por transporte
passivo de acordo com o gradiente químico ou eletroquímico (transporte de cl– ou de
ureia), ou de forma ativa (transporte de glucose), contra o gradiente químico ou
eletroquímico, necessitando de uma grande quantidade de energia.
A reabsorção tubular é um processo que pode ser quer ativo ou passivo e
permite a transferência de substâncias do lúmen do túbulo renal para os capilares
peritubulares. Ions sódio (Na+) – 65% do Na+ filtrado é reabsorvido no túbulo
contornado proximal através de transportadores específicos, as bombas Na+/
K+ (Na+/ K+ATPase), presentes em todas as células do organismo. A reabsorção do
Na+ é essencial no mecanismo de reabsorção de outras substâncias, tais como a
água, o Cl–, a glucose, os aminoácidos, etc. 25% do Na+ é reabsorvido na ansa de
Henle, principalmente na porção ascendente pois a secção descendente é
impermeável ao cloreto de sódio (NaCl).
No túbulo contornado distal e no tubo coletor, a reabsorção de Na+ é facultativa
e dependente de uma hormona produzida pelas glândulas suprarrenais, a
Aldosterona. Esta reabsorção controlada é dependente das reservas em Na+ do
organismo, isto é, em caso de falta de Na+, a reabsorção na porção distal do túbulo
renal é estimulada de forma a não desperdiçar e conservar o Na+ no organismo.
A água é 80% reabsorvida por osmose no túbulo contornado proximal (65%) e
no ramo descendente da ansa de Henle (15%). Esta quantidade reabsorvida é fixa e
independente da quantidade de água presente no organismo. O ramo ascendente da
ansa de Henle é impermeável à água que é então retida nessa porção. Por fim, uma
quantidade variável é reabsorvida no túbulo contornado distal e no tubo coletor sob
controlo da hormona antidiurética (ADH), consoante as necessidades do organismo.
Os iões de cloreto (Cl–) tem sua reabsorção de Cl– acontecendo de forma
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passiva devido ao gradiente eletroquímico criado pela reabsorção do Na+. A


quantidade de Cl– reabsorvida é deste modo dependente da quantidade de
Na+ reabsorvida.
Já a glucose, aminoácidos, vitaminas e outros ocorrem em uma proporção de
100% da glucose, dos aminoácidos e das vitaminas são reabsorvidos no túbulo
contornado proximal, por transporte ativo, utilizando a força criada pelo gradiente de
reabsorção do sódio, através de um sistema de co–transporte com Na+.
Os iões cálcio (Ca2+), fosfato (PO43-)tem a reabsorção de numerosos
eletrólitos acontecendo sob controle dos hormonios produzidos pelas glândulas
paratiroides, a paratormona (PTH), que os mantem dentro de níveis normais e também
altera esses níveis, adaptando-os às necessidades momentâneas do organismo;
A ureia é um resíduo azotado que é parcialmente reabsorvido. A reabsorção da
água por osmose faz com que substâncias como a ureia estejam cada vez mais
concentradas ao longo do túbulo. Essa diferença de concentração dentro e fora do
túbulo provoca a reabsorção passiva da ureia. Contudo, a membrana do túbulo é
pouco permeável a esse resíduo pelo que menos de 50% volta para a corrente
sanguínea.
O processo de secreção tubular é um mecanismo de transporte ativo de
substâncias, que utiliza transportadores específicos, dos capilares peritubulares para
o lúmen do túbulo renal.
A secreção de H+, nos túbulos contornados proximal e distal e no tubo coletor,
é essencial na regulação do pH interno (homeostasia ácido-base). Em caso de acidez
excessiva, a secreção de H+aumenta e diminui em caso contrário.
Enquanto que a secreção de K+ (potássio) é dependente da reabsorção do Na+
(sódio), através do funcionamento das bombas sódio e potásiso. No túbulo contornado
distal e no tubo coletor é variável e dependente da aldosterona. O aumento da
concentração de K+ no plasma estimula a produção de aldosterona pelas glândulas
suprarrenais que vai estimular a secreção de K+ e a reabsorção de Na+.
Já os resíduos metabólicos e xenobióticos não filtrados ou reabsorvidos
passivamente também são secretados e excretados na urina.

2.4 REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR RENAL


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Para que as células do corpo funcionem normalmente, elas devem estar


banhadas num líquido extracelular com uma concentração relativamente constante de
eletrólitos e outros solutos. A osmolaridade, que é a concentração total de solutos no
líquido extracelular, é determinada pela quantidade de soluto dividida pelo volume
desse líquido. Assim, a concentração de sódio e a osmolaridade são reguladas pela
quantidade de água extracelular. A água corpórea, por sua vez, é controlada pela
ingestão de líquidos e excreção renal de água.
Excreção do excesso de água: O rim normal possui uma capacidade
extraordinária de variar as proporções relativas de soluto e água na urina em resposta
às adversidades. Se há um déficit de água e a osmolaridade do líquido extracelular se
eleva, o rim pode excretar a urina com uma concentração alta. Por outro lado, se há
um excesso de água, o rim excreta um grande volume de urina diluída. Igualmente
importante, o rim pode excretar urina de ambos os modos (concentrada ou diluída)
sem grandes alterações nas taxas de excreção de solutos, como o sódio e o potássio.
Essa capacidade de regular a excreção de água independentemente da excreção de
soluto é necessária para a sobrevivência, especialmente quando a ingestão de líquido
é diminuída.
Papel da ADH na concentração da urina: Existe um sistema de feedback muito
eficaz para regular a osmolaridade e a concentração de sódio plasmáticas. Este
mecanismo, que atua por meio da alteração na excreção renal de água, é efetuado
pelo ADH. Ou seja, quando a osmolaridade dos líquidos corpóreos se eleva para
valores a cima dos normais, o ADH é secretado para aumentar a permeabilidade dos
túbulos distais, túbulos coletores e ductos coletores à água. Isto permite que grande
quantidade de água seja absorvida, havendo diminuição do volume urinário, porém
sem alterações acentuadas na taxa de excreção renal de solutos. Por outro lado,
quando há um excesso de água no corpo e, portanto uma queda da osmolaridade, a
secreção de ADH diminui, reduzindo, consequentemente, a permeabilidade dos
túbulos distais e ductos coletores à água; isto, por sua vez, leva à excreção de uma
grande quantidade de urina diluída.
Quando há um excesso de água no corpo, o rim realiza a manutenção da
reabsorção de solutos, ao mesmo tempo que deixa de reabsorver a maior parte da
água do líquido tubular nas partes distais do néfron.
O filtrado glomerular possui uma osmoralidade semelhante a do plasma. Para
excretar um excedente de água, há necessidade de uma diluição do filtrado à medida
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que ele passa ao longo do túbulo. Esta diluição é obtida pela reabsorção de solutos
em escala maior que a água; no entanto isso ocorre apenas em certos segmentos do
sistema tubular renal, como se segue:
a) Túbulo Proximal: À medida que o líquido tubular flui através do túbulo
proximal, os solutos e a água são reabsorvidos em proporções equivalentes,
ocorrendo uma pequena alteração da osmolaridade; ou seja, o líquido do túbulo
proximal permanece isosmótico ao plasma. Conforme o líquido flui pela alça de Henle,
água é reabsorvida por osmose e o líquido tubular atinge o equilíbrio com o líquido
intersticial adjacente da medula renal, que é bastante hipertônico em relação ao
filtrado glomerular inicial.
b) Ramo Ascendente da Alça de Henle: Especialmente no segmento
espesso, ocorre uma reabsorção ávida de sódio, potássio e cloreto, porém essa
porção é impermeável à água, mesmo na presença do ADH. Portanto, o líquido tubular
torna-se mais diluído à medida que flui pelo ramo ascendente até o início do túbulo
distal, ocasionando redução progressiva da osmolaridade. Dessa forma,
independente da presença ou não do ADH, o líquido que deixa o segmento tubular
distal inicial é hiposmótico.
c) Túbulos Distais e Coletores: Quando o líquido flui através do segmento
tubular distal final, ducto coletor cortical e ducto coletor, há uma reabsorção adicional
de cloreto de sódio. Na ausência do ADH, essa parte também é impermeável à água,
fazendo com que o líquido tubular fique ainda mais diluído, ou seja, ainda mais
hiposmótico. A falha na reabsorção de água e a manutenção da reabsorção de solutos
levam à produção de um grande volume de urina.
Em resumo, o mecanismo de formação de uma urina diluída consiste em uma
reabsorção contínua de solutos a partir dos segmentos distais, sem a reabsorção de
água. Em rins saudáveis, o líquido que deixa a alça ascendente e o túbulo distal é
sempre diluído, independentemente do nível de ADH. Na ausência desse hormônio,
ocorre uma diluição ainda maior de urina no túbulo distal final e nos ductos coletores,
alem da excreção de um grande volume de urina diluída.
Quando há um déficit hídrico, o rim gera uma urina concentrada por continuar
a excretar solutos, ao mesmo tempo em que aumenta a reabsorção de água,
diminuindo o volume de urina formada.
O volume mínimo de urina diário que deve ser excretado pelos rins,
conhecido como volume urinário obrigatório, é calculado pela divisão entre a excreção
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de solutos pela capacidade máxima de concentração urinária, que corresponde à


1.200 mOsm/L.
Essa capacidade restrita do rim humano em concentrar a urina em uma
concentração máxima explica porque ocorre uma grave desidratação quando se
ingere água do mar. Supondo que a água do mar possui uma concentração de cloreto
de sódio de 1.200 mOsm/L, a quantidade de volume urinário necessário para excretar
essa concentração seria de um litro. Porém, os rins também devem excretar outros
solutos, especialmente a uréia, que sozinha contribui com cerca de 600 mOsm/L,
quando a urina é maximamente concentrada, ou seja, o volume urinário ultrapassaria
àquele ingerido de água do mar, explicando a desidratação.
Os requerimentos básicos para a formação de uma urina concentrada
incluem, o alto nível de ADH, que aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e
ductos coletores à água, permitindo que esses segmentos absorvam água com
avidez; Uma alta osmolaridade do líquido intersticial medular renal, que produz o
gradiente osmótico necessário para a reabsorção de água na presença de altos níveis
de ADH.
O interstício medular renal que circunda os ductos coletores normalmente é
bastante hiperosmótico; dessa forma, quando os níveis de ADH estão elevados, a
água desloca-se por osmose em direção ao interstício renal e então retorna à
circulação sanguínea através dos vasa recta. Assim, a capacidade de concentração
urinária é limitada pelo nível de ADH e pelo grau de hiperosmolaridade da medula
renal.
A hiperosmolaridade da medula renal ocorre por mecanismos de
contracorrente, que depende da disposição anatômica peculiar das alças de Henle e
dos vasa recta, que são capilares peritubulares especializados da medula renal. As
alças de Henle mergulham profundamente na medula renal antes de retornarem ao
córtex e são acompanhadas paralelamente pelos vasa recta.
Os principais fatores que contribuem para o aumento da concentração de
solutos na medula renal são os Transporte ativo de íons sódio e co-transporte de íons
potássio, cloreto e outros íons do ramo ascendente espesso em direção ao interstício
medular; Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o interstício medular;
Difusão facilitada de grande quantidade de uréia dos ductos coletores medulares
internos para o interstício medular; Difusão de apenas uma pequena quantidade de
água dos túbulos medulares para o interstício medular, em proporção bastante inferior
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à reabsorção de solutos para o interstício medular.


A causa mais importante da alta osmolaridade medular é o co-transporte de 1
sódio, 2 potássio e 2 cloreto através do epitélio do ramo ascendente espesso da alça
de Henle em direção ao interstício. A energia para transportar cloreto e potássio vem
do gradiente eletroquímica do sódio.
A porção inicial do túbulo distal dilui o líquido tubular por promover o
transporte ativo de cloreto de sódio para fora do túbulo e ser relativamente
impermeável à água; assim como o túbulo convoluto distal, que também dilui a urina.
Na ausência de ADH, o túbulo coletor cortical é praticamente impermeável à
água, porém continua a reabsorver solutos, diluindo ainda mais a urina. Quando há
uma alta concentração do ADH, o túbulo coletor cortical se torna altamente permeável
à água, logo uma grande quantidade de água passa a ser reabsorvida para o
interstício, local onde ela é removida pelos capilares peritubulares de fluxo rápido. O
fato de essa grande quantidade de água ser absorvida no córtex, e não na medula
renal, auxilia na conservação da alta osmolaridade do líquido intersticial medular.
Ao contrário do cloreto de sódio, a uréia é reabsorvida passivamente pelo
túbulo, contribuindo para a hiperosmolaridade do interstício medular renal. Na
presença de ADH, água é reabsorvida rapidamente pelo túbulo coletor cortical,
aumentando muito a concentração de uréia no líquido tubular. Em seguida, à medida
que o liquido flui para os ductos coletores medulares internos, ocorre uma reabsorção
ainda maior de água, aumentando ainda mais a concentração de uréia. Esta alta
concentração de uréia, faz com que esta se difunda para fora do túbulo em direção ao
interstício renal. Tal difusão é facilitada por transportadores de uréia específicos, como
o UT-AI, que é ativado pelo ADH. O movimento simultâneo de água e uréia para fora
dos ductos coletores medulares internos mantém uma alta concentração de uréia no
líquido tubular e, finalmente, na urina, ainda que esse metabólito esteja sendo
reabsorvido.
Outro fator que contriubui para a hiperosmolaridade medular é a recirculação
da uréia, que quando transportada para a medula renal por seus transportadores,
acaba voltando ao líquido tubular, pois se difunde para as porções delgadas da alça
de Henle.
Há duas características peculiares do fluxo sanguíneo medular renal que
contribuem para a conservação das altas concentrações de soluto que são O fluxo
sanguíneo medular é baixo e lento o suficiente para suprir as necessidades
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metabólicas do tecido e auxiliar na minimização da perda de soluto pelo interstício


medular, e Os vasa recta servem como trocadores por contracorrente, minimizando a
exaustão de solutos do interstício medular.
Esse mecanismo de contracorrente atua da seguinte forma: o sangue entra e
sai da medula por meio dos vasa recta situados no limite entre o córtex e a medula.
Estes são altamente permeáveis a solutos do sangue, exceto as proteínas
plasmáticas. À medida que o sangue desce na medula em direção às papilas renais,
ele se torna progressivamente mais concentrado, pelo ganho de solutos e perda de
água. Quando o sangue ascende, retornando ao córtex, torna-se progressivamente
menos concentrado, já que os solutos se difundem de volta ao interstício e a água
volta. Assim, embora ocorra a troca de uma grande quantidade de líquido e solutos,
verifica-se uma pequena diluição da concentração do líquido intersticial em cada nível
da medula renal, em virtude do formato em U dos capilares da vasa recta. Dessa
forma, estes não geram a hiperosmolaridade medular, mas evitam sua dissipação.
A depuração total de solutos do sangue pode ser expressa como a depuração
osmolar (Cosm); isto é, o volume de plasma depurado a cada minuto. O cálculo para
a depuração de uma única substância é o seguinte:

Cosm = Uosm x V
Posm

Onde Uosm é a osmolaridade da urina, V é a taxa de fluxo urinário e Posm é a


osmolaridade plasmática. A depuração da água livre (CH20) é calculada como a
diferença entre a excreção de água (taxa de fluxo urinário) e a depuração osmolar:

cH20 = V – Cosm = V – (Uosm x V)


Posm

Assim, a taxa de depuração da água livre representa a taxa na qual a água


livre de solutos é excretada pelos rins. Quando essa depuração é positiva, há
uma excreção excessiva de água; por outro lado, quando é negativa, ocorre
remoção do excesso de solutos do sangue pelos rins, além da conservação de
água.
Quando a osmolaridade (concentração plasmática de sódio) aumenta
17

acima do normal em virtude do déficit de água, por exemplo, o sistema de feedback


opera da seguinte forma o aumento da osmolaridade provoca o murchamento de
neurônio específicos denominado células osmorreceptoras, localizadas no
hipotálamo anterior, próximas aos núcleos supra –ópticos. Esse murchamento
estimula as células osmorreceptoras fazendo-as enviar sinais a outros neurônio
situados no mesmo local; estes, por sua vez, retransmitem esses sinais para
a neuro-hipófise. Os potenciais de ação conduzidos até a neuro-hipófise estimulam a
liberação de ADH. O ADH entra na corrente sanguínea e é transportado aos rin s,
onde promove o aumento na permeabilidade à ág ua na porção final dos t úbulos
distal, túbulos coletores corticais e ductos coletores medulares.A permeabilidade
elevada leva a um aumento na reabsorção hídrica e à excreção de um pequeno
volume de urina concentrada.
Dessa forma, a água é conservada no corpo enquanto o sódio e outros
solutos continuam a ser excretados na urina. A sequência oposta de eventos ocorre
quando o líquido extracelular está muito diluído.
O ADH é sintetizado pelos núcleos supra-ópticos e paraventriculares do
hipotálamo e armazenados e secretados pela neuro-hipófise. Uma segunda área
neuronal importante no controle da osmolaridade e da secreção de ADH está
situada ao longo da região ântero-ventral do III ventrículo, conhecida como
região AV3V. Na parte superior dessa r egião há uma estrutura denominada
órgão subfornical e na parte inferior, outra estrutura denominada órgão vasculoso
da lâmina terminal. Nas proximidades da região AV3V e dos núcleos supra-
ópticos, as células osmorreceptoras enviam sinais aos núcleos supra-ópticos
para controlar a secreção de ADH. Tanto o órgão subfornical q uanto o órgão
vasculoso da lâmina terminal apresentam aportes vasculares sem a barreira
hematoencefálica típica, que impede a difusão da maior parte dos íons do
sangue ao tecido cerebral. Isto torna possível a passag em de íons e outros
solutos para o líquido intersticial dessa região e, como resultado, os
osmorreceptores respondem rapidamente às alterações na osmolaridade do líquido
extracelular.
A liberação do ADH também é controlada por reflexos cardiovasculares que
respondem a quedas na pressão sanguínea a e/ou volume sanguíneo, e incluem (1)
os r eflexos barorreceptores arteriais e (2) os reflexos cardiopulmonares. Os
estímulos aferentes detectados nestas regiões são conduzidos pelos nervos vago
18

e glossofaríngeo fazendo sinapses nos núcleos do trato solitário, que retransmitem


os sinais aos núcleos hipotalâmicos.
A mesma área da região AV3V que promove a liberação de ADH também
estimula a sede, definida como desejo consciente pela água. Situada ântero-
lateralmente no núcleo pré-óptico, há outra área, que quando estimulada provoca
sede imediata. Essas duas áreas juntas recebem o nome de centro da sede.Os
neurônios do centro da sede respondem a injeções de soluções salinas
hipertônic as por estimular o comportamento da ingestão de água.
Existem diversos estímulos que promovem a sensação de sede, dentre eles
destaca-se o ressecamento da boca e das mucosas do esôfago e o estímulo
gastrointestinais e faríngeos.

2.5 EQUILÍBRIO HÍDRICO E ELETRÓLITO

As células para funcionarem corretamente tem de ser banhadas por líquidos


extracelular com uma concentração constante de eletrólitos e outros solutos, e a
osmolaridade ajuda é regulada pra que a célula nem murchem ou inchem de tamanho.
As osmolaridade é determinada pela quantidade de cloreto de sódio dividido pelo
volume de liquido extracelular, sendo assim regulado pela quantidade de agua
circulando no corpo.
Os rins controlam a quantidade de solutos e aguas na urina assim tentando
manter o equilíbrio da osmolaridade no liquido extracelular, podendo excretar urina
com osmolaridade de 50mOsm/L quando a uma grande quantidade de agua, Ao
contrário, quando existe déficit de água no corpo e a osmolaridade do líquido
extracelular se eleva, os rins podem excretar urina com concentração de 1.200 a 1.400
mOsm/L.
Quando a osmolaridade dos líquidos corporais se eleva para valores acima do
normal (isto é, os solutos, nos líquidos corporais ficam muito concentrados), a glândula
hipófise posterior secreta mais ADH, o que aumenta a permeabilidade dos túbulos
distais e ductos coletores à água, como discutido no Capítulo 28. Esse mecanismo
aumenta a reabsorção de água e reduz o volume urinário, porém sem alterações
acentuadas na excreção renal dos solutos.
Já quando a excesso de agua no corpo, assim diminuindo a osmolaridade do
liquido extracelular, a secreção do ADH pela hipófise posterior diminui, também
19

diminuindo a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores de agua.


Quando ocorre grande excesso de água no corpo, o rim é capaz de excretar o
equivalente a 20 L/dia, com concentração tão baixa quanto 50 mOsm/L. Contudo, a
quantidade total de soluto excretada permanece relativamente constante, já que a
urina formada fica diluída e a diminuição da osmolaridade urinária diminui de 600 para
cerca de 100 mOsm/L.
20

Os rins tem a capacidade de excretar urina com uma concentração menor de


agua, Quando ocorre déficit hídrico no corpo, os rins geram urina concentrada por
continuar a excretar solutos, ao mesmo tempo em que aumenta a reabsorção de água,
diminuindo o volume de urina formado. O rim humano pode produzir urina com
osmolaridade máxima de 1.200 a 1.400 mOsm/L, 4 a 5 vezes a osmolaridade do
plasma.
A capacidade máxima de concentração da urina pelos rins prediz o volume
diário obrigatório de urina para eliminar do corpo os produtos residuais metabólicos e
os íons ingeridos. O ser humano normal, pesando 70 kg, deve excretar em torno de
600 miliosmóis de soluto por dia. Se a capacidade máxima de concentração urinária
for de 1.200 mOsm/L, o volume mínimo de urina que deverá ser excretado, conhecido
como volume urinário obrigatório, poderá ser calculado conforme exposto.

Essa perda mínima de volume na urina contribui para a desidratação,


21

juntamente com a perda hídrica pela pele e tratos respiratório e gastrointestinal,


quando não existe disponibilidade de água.

A concentração de potássio no líquido extracelular costuma ser regulada em


torno de 4,2 mEq/L, com raras elevações ou quedas por mais de ±0,3 mEq/L. Essa
exatidão do controle é necessária, já que muitas funções celulares se mostram
bastante sensíveis às alterações da concentração extracelular de potássio. Por
exemplo, aumento da concentração plasmática de potássio de apenas 3 a 4 mEq/L
pode causar arritmias cardíacas, enquanto concentrações mais elevadas podem levar
à parada ou à fibrilação cardíaca
A manutenção do equilíbrio entre a produção e a excreção de potássio é
dependente, em grande parte da excreção renal, que por sua vez é apenas 5 a 10 %
excretados nas fezes, assim o equilíbrio do potássio depende de um ajuste renal
rápido.
O controle da distribuição do potássio entre os compartimentos intra e
extracelular também tem papel importante na sua homeostasia. Como mais de 98%
do potássio total do corpo estão nas células, elas podem servir como local para o
extravasamento do potássio em excesso para o líquido extracelular, durante
hipercalemia, ou como fonte de potássio, durante a hipocalemia. Dessa forma, a
redistribuição de potássio entre os compartimentos intra e extracelular representa a
primeira linha de defesa contra as alterações da concentração de potássio no líquido
extracelular.
22

Uma refeição normal aumentaria a nossa concentração de potássio no liquido


extracelular há um nível letal, se não fosse a rápida distribuição dele entre as células.
Por exemplo, a absorção de 40 mEq de potássio, para o volume de líquido extracelular
de 14 litros elevaria sua concentração plasmática para cerca de 2,9 mEq/L, porem ele
é rapidamente alocado nas células até que o rins consigam excretar o excesso.

O efeito do fluxo tubular aumentado é especialmente importante para ajudar a


manter a excreção normal de potássio, durante as variações da ingestão de sódio. Em
casos de alta ingestão de sódio, por exemplo, ocorre redução da secreção da
aldosterona; essa secreção reduzida, por sua vez, tende a diminuir a secreção de
potássio e, consequentemente, reduz sua excreção urinária. Contudo, a ocorrência
de fluxo tubular distal aumentado, provocada pela elevada ingestão de sódio, tende a
23

elevar a secreção de potássio (Figura 30- 10)

Figura 30-10. Efeito da alta ingestão de sódio sobre a excreção renal de


potássio. Observe a redução da concentração plasmática de aldosterona, com dieta
com alto teor de sódio, o que tende a diminuir a secreção de potássio pelos túbulos
coletores corticais. Contudo, a dieta com altos níveis de sódio aumenta,
simultaneamente, a distribuição de líquido para o ducto coletor cortical, o que tende a
elevar a secreção de potássio. Os efeitos opostos da dieta rica em sódio se
contrabalançam mutuamente, só ocorrendo pequena alteração da excreção de
potássio. Assim, a regulação de eletrólitos pode ser resumida como o controle de
excreção e reabsorção de ions de (Na+), (K+), (Cl- ), (HCO3 - ).
24

2.6 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE

A regulação do H+ é essencial, pois grande parte dos sistemas de enzimas são


afetados pela concentração de H+, assim grandes variações desta concentração
alteram praticamente todas as funções celulares e corporais.
O nível de concentração de H+ se mantem sempre baixo se comparado a
outros ions como por exemplo o sódio que no liquido extra celular (142 mEq/L), é cerca
de 3,5 milhões de vezes maior que a concentração normal de H+ (0,00004 mEq/L)
O ion Hidrogênio e um próton que é liberado do átomo de hidrogênio, Moléculas
que contenham átomos hidrogênio e que podem liberar ions de de hidrogênio são
conhecidas como ácidos como o acido clorídrico (HCl), da mesma maneira que a base
é um ion ou molécula capas de receber um H+ como HCO3- que ao receber um ion
H+ para formar H2CO3.
Um acido é considerado forte quando rapidamente se dissocia e libera grandes
quantidades de H+ na solução como HCl, já ácidos fracos tem menos tendências a
dissociar seus ions assim liberando uma quantidade menor de H+ na solução como
H2CO3.
Uma base forte reage rapidamente com o H+ removendo prontamente da
solução como o HO- que se liga com H+ formando agua H2O, base fraca típica é o
HCO3- porque se liga com menos força ao H+. A maioria dos ácidos e bases no meio
extra celular que estão envolvidos com regulação acido-base normal são fracos, os
mais importantes são o acido carbônico(H2CO3) e a base (HCO3-).
Concentração normal de H1 e ph noss líquidos corporais e variações que
ocorrem na acidose e na alcalose. A concentração base de H+ no plasma se mantem
sempre dentro dos limites de 0,00004 mEq/L (40 nEq/L)., variações normais podem
ocorrer dentro de 3 e 5 nEq/L, mas sob condições extremas o H+ pode variar de 10
nEq/L a 160 nEq/L, sem trazer a óbito.
Como a concentração de H+ é relativamente baixa é costume expressar ela em
função logarítmica usando unidade de pH, que esta ligado com a concentração real
de H+ pela seguinte formula.

Por exemplo, a [H+] normal é de 40 nEq/L (0,00000004 Eq/L). Portanto, o pH


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normal é:
pH = −log [0,00000004]
pH = 7,4
A partir desta formula percebesse que o pH é inversamente proporcional a
concentração de H+ sendo assim pH baixo corresponde a uma concentração maior
de H+ e o pH alto corresponde a concentração menor de H+.
O pH normal do sangue arterial é de 7,4 é considerada com acidose quem
apresenta um valor abaixo deste, assim sendo considerado com alcalose quando
estiver superior.
O pH intracelular é um pouco mais baixo que o do plasma porque o
metabolismo das células produz acido, a hipóxia do tecidos e o fluxo sanguíneo
deficiente podem causar acúmulos de ácidos nesses tecidos e diminuir o pH
intracelular.
O pH da urina varia de 4,5 a 8,0 de acordo com estado acido-base dos líquidos
extracelulares , os rins em um importante papel na correção de desvio da
concentração de H+ ao excretar ácidos ou bases com intensidade vairadas.

2.7 DEFESAS CONTRA VARIAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO DO H+

Existem três sistemas primários que regulam a concentração de H+ nos


líquidos corporais para evitar a acidose e alcalose: (1) os sistemas de tampões
químicos ácidos-base, (2) o centro respiratório que regula a remoção de CO2 (e
portanto do H2CO3) do liquido extracelular e por ultimo (3) os rins , que pode excretar
tanto urina acida quanto alcalina regulando assim a concentração de H+ no liquido
extracelular.
26

Os sistemas de tampões dos líquidos corporais não repõem ou removem H+


ao corpo apenas os mantem sobre controle até que o equilíbrio se restaure eles
entram em ação mais rapidamente em questões de segundos , já a segunda linha de
defesa o sistema respiratório age em questão de minutos apenas eliminando o CO2
e, por conseguinte, H2CO3 do corpo, estas duas primeiras apenas agem rapidamente
para que não se alterem muito a concentração de H+ até que a terceira e mais lenta
os rins entrem em ação para conseguir eliminar o excesso.
27

3 CONCLUSÕES

O sistema úrinario é um sistema de extrema complexidade e importância para o


funcionamento do nosso corpo. A capacidade dele influenciar em outros sistemas é
grande se comparada a outros. Outro fator é que ele está intimamente ligado ao
sistema circulatório, pois depende do sangue bombeado por este para fazer a
filtragem e reabsorção de líquidos e substâncias.
Os rins, principais orgãos desse sistema, tem multiplas tarefas como controle
de pressão, através da retirada e ou absorção de líquidos do corpo, produção de
hemacias, entre outras. Doenças ou lesões causadas nesses orgãos podem levar ao
obito do individuo, pois trata-se de um orgão que diferente do fígado não possuí um
fator de regeneração. Assim, pode-se concluir que o estudo desse sistema é de
extrema importância para o conhecimento do profissional da saúde, uma vez que ele
é indispensável para a vida.

REFERÊNCIAS

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia
médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. P.303-402

GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
ANDREW DAVIES, ASA GH BLAKLEY, CECIL KIDD, Fisiología Humana. Artmed,
Sp, 2002

Gozzi, R- Anatomia Fácil – https://www.youtube.com/watch?v=u6UQ_8Oo9EM –


Acesso: 01/05/2019 – 18:08 horas.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Site: Aula de Anatomia -


https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-urinario/ acesso:
02/05/2019 – 10:10 horas.

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