A MÃE
DO BOM CONSELHO
DE GENAZZANO
A Santíssima Virgem teve
mais Fé do que todos os
homens e anjos juntos.
Ela via seu Filho no estábulo
de Belém e tinha fé de ser
Ele o Criador do mundo.
Ela O via fugir de Herodes
e não deixava de crer que
era Rei dos reis. Ela O viu
nascer e acreditou que era
eterno. Ela O viu pobre e
necessitado de comida e creu
que era Senhor do universo.
Reclinado sobre o feno e creu
que era Onipotente. Observou
que Ele não falava e acreditou
que era a Sabedoria Infinita.
Sentiu-O chorar e acreditou
que Ele era o Gáudio do
Paraíso. Viu-o, finalmente, na
morte, abatido e crucificado,
mas, ainda que em todos os
outros titubeasse a Fé, Nossa
Senhora esteve sempre firme em
crer que Ele era Deus.
(Santo Afonso Maria de Ligório)
ARAUTOS DO
EVANGELHO
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SumáriO
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do Evangelho Mãe do Bom Conselho .................................................................................................. 24
aos pés do
Arautos no Mundo ......................................................................................................... 26
milagroso afresco
da Mãe do Bom A melhor forma de propaganda .................................................................................. 32
Conselho Uma estrela brasileira no céu da Santa Igreja ....................................................... 34
de Genazzano,
O Cardeal que se confessou com um leigo ............................................................ 39
logo após a
sua aprovação Aconteceu na Igreja e no mundo ................................................................................. 41
pontifícia O Máximo dos Mínimos .............................................................................................. 44
em fevereiro Arroz de Braga... ou do Brasil? .................................................................................. 46
de 2001
Os Santos de cada dia ................................................................................................... 48
As grandezas da arte gótica ........................................................................................ 50
Editorial
HISTÓRIA
ramará sobre o mundo graças extraordinárias.
Possamos nós, desde já, sob a guia e o amparo de Nossa Se-
nhora, neste mês cultuada sob a invocação de Mãe do Bom Con-
selho, anunciar a Boa Nova aos homens de nosso tempo, levan-
do-lhes uma palavra de Fé e de confiança. Assim estaremos entre
aqueles que o Papa denominou de sentinelas da manhã, nesta au-
rora do novo milênio (Novo Millennio Ineunte, 9).
4
O Arauto do Evangelho reza à
Santíssima Virgem, confiante na
promessa do Divino Salvador: Tudo
o que pedirdes com fé na oração,
vós o alcançareis...
É ponto de honra!
N um curto período de lazer após o
jantar, vi-me cercado de um anima-
do grupo de aspirantes dos Arautos do Evangelho,
curiosos de saber que livro eu estava lendo.
Você tem certeza do que está dizendo? per-
Santiago Morazzani Arráiz
guntou Filipe.
Sim, sim! É isso mesmo. Quer que leia outra É normal expliquei. Deus se encanta ou-
vez? Ouça: vindo nossa oração, mas quer nos dar algo muito
Nada se compara em valor à oração. Ela torna possível melhor, que nem imaginamos, e por isso nos faz es-
o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível o perar. Quer ver? É Santo Agostinho que explica.
homem que reza cair em pecado. Também é do Catecismo:
Quem reza certamente se salva; quem não reza certa- Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o
mente se condena. que lhe pedes, pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior
Certamente?! repetiu meio espantado Filipe. por tua perseverança em permanecer com Ele na oração.
Isso quer dizer que é certo... é como se fosse Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Ele nos
quase uma promessa de Nosso Senhor? prepara para receber aquilo que Ele está pronto para nos
aÉ quase isso respondi. É o que está aqui dar (§ 2737).
no Catecismo da Igreja Católica (§ 2744). Quem o Mas nem sempre é fácil rezar, não é verdade?
afirma é Santo Afonso de Ligório, um doutor da desabafou Filipe.
Igreja. Às vezes é tão difícil!... A gente pega o livro de
Quer dizer que se eu rezar, terei mais possibili- orações, mas tem vontade de pensar noutra coisa; pe-
dade de me salvar? ga o terço, e vem um desejo de passear no jardim...
Isso! E, além de poder salvar sua alma, você
terá forças para realizar tudo aquilo que sua vocação
lhe exige, e que não é pouco.
Na rodinha de jovens, todas as faces se ilumi-
naram, com crescente interesse pela conversa. Ou-
tros fizeram menção de intervir, e Leonardo falou
primeiro:
É verdade Agora somos Arautos do Evangelho;
dá uma felicidade enorme pensar que fomos chama-
dos por Deus para uma vocação tão bonita...
Mas... interrompeu Cláudio, que ouvia pen-
sativo e não tinha ficado inteiramente convencido
aquele trecho que você leu antes, também é do
Catecismo? É difícil que peque... Não me lembro
bem.
Claro que é! respondi, mostrando nova-
mente a página. E essa afirmação é de São João
Crisóstomo. É impossível que caia em pecado o homem
que reza.
Impossível?! exclamaram vários ao mesmo
tempo. Quer dizer que para não pecar, basta
rezar?
Rezar e fugir das ocasiões próximas de pecado,
mas é preciso orar sem cessar, como diz São Paulo
na Epístola aos Tessalonicenses (5, 17); e também aos
Efésios: Com orações e súplicas de toda sorte, orar em
todo tempo (6, 18).
Mas às vezes é difícil, não é? A gente pede,
pede, alguma graça... e aquilo nunca vem.
$
Não tem dúvida que isto ocorre, mas é
ótimo, porque nos obriga a lutar contra nós
mesmos, e assim podemos obter mais méritos.
Não se esqueça de que você se transformou
em soldado de Cristo, quando recebeu o Sa-
cramento da Confirmação. É próprio ao solda-
do combater sempre! Querem ver outro tre-
cho interessante?
A oração é um combate. Contra quem? Contra
nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que
tudo faz para desviar o homem da oração, da união
com seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive
como se reza. (...) O combate espiritual da vida
nova do cristão é inseparável do combate da oração
(§ 2725).
Quem é o Tentador ?
O que é a vida nova do cristão?
Conversas como esta são freqüentes entre
os jovens aspirantes dos Arautos do Evange-
lho rapazes e moças , que são estimula-
dos desde muito cedo a se transformarem em
pessoas acostumadas à oração.
A oração! É ela a causa de tantas vitórias no
apostolado! É o segredo para praticar a vir-
tude e obter disciplina de milhares de jovens,
às vezes juveníssimos. Esses novos apóstolos
são, antes de tudo, entusiastas ardorosos da
oração. Por isso, os Arautos do Evangelho têm
A adoração
ao Santíssimo
Sacramento e
a recitação
diária
do Rosário
são tidas
como ponto de
honra na vida
espiritual de todo
Arauto do Evangelho
%
como ponto de honra a adoração diária ao
Santíssimo Sacramento, a participação na
Eucaristia, a recitação do rosário.
Nas casas dos Arautos, em que os
jovens vivem em comunidade, o dia-a-
dia é impregnado de oração, ou melhor,
o dia é todo ele transformado numa
oração. Todas as atividades são iniciadas
por uma prece, por breve que seja, para
oferecê-las a Deus pelas mãos virginais de
Maria, e são terminadas também com uma
oração, para agradecer ao Altíssimo as graças
e auxílios recebidos. E até mesmo uma sim-
ples aula de ginástica, ou um mero jogo, não se
inicia nem se encerra sem pelo menos uma Ave-
Maria.
Tão logo soa o sino do despertar de manhã, todos
se reúnem para uma breve súplica. Antes do café, o
O cântico do Ofício e a canto do Credo eleva-se ao Céu, de modo que o iní-
participação na Eucaristia (acima, cio das atividades seja marcado pela proclamação da
Fé. Com o Ofício de Nossa Senhora durante o dia,
os Arautos acolitam Missa na louvam-se as virtudes com que Deus Pai ornou a Es-
Catedral do Porto, em Portugal) posa do Divino Espírito Santo. E o canto da Salve
Rainha, antes do deitar-se à noite, encerra o dia.
são outras práticas de piedade Em uma palavra, devem ser formados homens e
mulheres de fé, que crêem na efetividade das pala-
fundamentais na espiritualidade vras do Divino Salvador: Tudo o que pedirdes com fé
dos Arautos na oração, vós o alcançareis (Mt 21, 22). ²
&
AUDIÊNCIA DA QUARTA-FEIRA, 30 DE JANEIRO DE 2002
LOsservatore Romano
com freqüência se eleva, alcançando o
cume da autêntica poesia. O maravi-
lhoso Salmo 18, do qual foi proclamada
a primeira parte, não é apenas uma ora-
ção em forma de hino com uma intensi-
dade extraordinária; ele é também um
cântico poético elevado ao sol e à sua irra-
diação sobre a terra. Nisto o salmista insere-
se na longa série dos cantores do antigo Ori-
ente Próximo, que exaltam o astro do dia que
brilha nos céus e que domina longamente nas
suas regiões com o seu calor ardente. Basta pen-
sar no célebre hino a Aton, composto pelo Faraó
Akhnaton no séc. XIV a.C., dedicado ao disco solar
considerado uma divindade.
Mas, para o homem da Bíblia, há uma diferença
radical em relação a esses hinos solares: o sol não é
um deus, mas uma criatura a serviço do único Deus e
criador. É suficiente recordar as palavras do Gêne-
sis: Deus disse: Haja luzeiros no firmamento dos
HINO A
DEUS CRIADOR
céus, para diferenciarem o dia da do Criador, o segundo é uma ma- dem descobrir que o mundo não
noite e servirem de sinais, determi- nifestação histórica e gratuita de é mudo, mas fala do Criador. Co-
nando as estações, os dias e os anos... Deus Salvador. Não é por acaso mo diz o antigo sábio, pela gran-
Deus fez dois grandes luzeiros: o que a Torah, a Palavra divina, é deza e beleza das criaturas pode-se,
maior para presidir ao dia, e o menor descrita com características sola- por analogia, chegar ao conhecimento
para presidir à noite... E Deus viu res: Os seus mandamentos são lu- do seu Autor (Sb 13, 5). Também
que isto era bom (1, 14.16.18). minosos, deleitam o coração (cf. v. São Paulo recorda aos Romanos
2. Antes de percorrer os versí- 9). que desde a criação do mundo, as
culos do Salmo escolhido pela Li- 3. Mas, por agora, dirijamo-nos suas (de Deus) perfeições invisíveis,...
turgia, lançamos um olhar ao seu à primeira parte do Salmo. Ela ini- tornam-se visíveis quando as suas
conjunto. O Salmo 18 é parecido cia-se com uma maravilhosa per- obras são consideradas pela inteli-
com um díptico. Na primeira par- sonificação dos céus, que são para gência (Rm 1, 20).
te (vv. 2-7), a que agora se tornou o Autor sagrado testemunhos elo- 4. Depois, o hino começa a falar
a nossa oração, encontramos um qüentes da obra criadora de Deus do sol. O globo luminoso é des-
hino ao Criador, cuja misteriosa (vv. 2-5). De fato, eles narram, crito pelo poeta inspirado como
grandeza se manifesta no sol e na anunciam, as maravilhas da obra um herói guerreiro que sai do
lua. Ao contrário, na segunda par- divina (cf. v. 2). quarto nupcial onde passou a noi-
te do Salmo (vv. 8-15), encontra- Também o dia e a noite são re- te, isto é, sai do seio das trevas e
mos um hino sapiencial à Torah, presentados como mensageiros inicia a sua corrida incansável no
ou seja, à Lei de Deus. que transmitem a grande notícia céu (vv. 6-7). É semelhante a um
As duas partes estão ligadas da criação. Trata-se de um teste- atleta que nunca pára nem se can-
por uma orientação comum: Deus munho silencioso, que contudo se sa, enquanto todo o nosso planeta
esclarece o universo com o brilho faz ouvir com vigor, como uma está envolvido pelo seu calor irre-
do sol e ilumina a humanidade voz que percorre todo o universo. sistível.
com o esplendor da sua Palavra Com o olhar interior da alma, Por conseguinte, o sol é com-
contida na Revelação bíblica. com a intuição religiosa que não parado a um esposo, a um herói,
Trata-se quase de um sol duplo: se deixa distrair pela superficiali- a um campeão que, por ordem di-
o primeiro é uma epifania cósmica dade, o homem e a mulher po- vina, todos os dias deve realizar
uma tarefa, uma conquista e uma ticipa desta festa: Cristo, nossa ale- vite a descobrir a palavra divina
corrida nos espaços siderais. E eis gria perene, ressuscitou. E outra que se encontra na criação. Sem
que o Salmista indica agora o sol estrofe (a terceira) acrescenta: Ho- dúvida, como será dito na segun-
irradiante no céu, enquanto a ter- je todo o universo, céu, terra e abis- da parte do Salmo, há outra Pa-
ra inteira está envolvida pelo seu mo, está repleto de luz, e toda a cria- lavra, mais nobre, mais preciosa
calor, o ar é imóvel, nenhum ân- ção já canta a ressurreição de Cristo, do que a própria luz, a da Reve-
gulo do horizonte está privado da nossa força e nossa alegria. Por fim, lação bíblica.
sua luz. outra (a quarta) conclui: Cristo, Contudo, para todos os que es-
5. A imagem solar do Salmo é nossa Páscoa, levantou-se do túmulo tão atentos na escuta e não têm os
retomada pela liturgia pascal cris- como um sol de justiça irradiando so- olhos velados, a criação constitui
tã para descrever o êxodo triun- bre todos nós o esplendor da sua cari- como que uma primeira revela-
fador de Cristo da escuridão do dade. ção, que tem uma linguagem pró-
sepulcro, e a sua entrada na pleni- A liturgia romana não é explíci- pria e eloqüente: ela é quase ou-
tude da vida nova da ressurrei- ta como a oriental, ao comparar tro livro sagrado, cujas letras são
ção. A liturgia bizantina canta nas Cristo com o sol. Mas descreve as representadas pela multidão de
Matinas do Sábado Santo: Assim repercussões cósmicas da sua res- criaturas presentes no universo.
como o sol surge depois da noite todo surreição, quando abre o seu cân- São João Crisóstomo afirma: O
radiante na sua luminosidade reno- tico de Louvor (Laudes) na ma- silêncio dos céus é uma voz mais so-
vada, assim também Vós, ó Verbo, res- nhã de Páscoa com o famoso hi- nora do que a de uma trombeta: esta
plandecereis com um brilho renovado no: Aurora lucis rutilat, caelum re- voz brada aos nossos olhos e não aos
quando, depois da morte, deixardes o sultat laudibus, mundus exultans iu- nossos ouvidos a grandeza de quem
vosso leito nupcial. Uma estrofe (a bilat, gemens infernus ululat (A os fez (PG 49, 105).
primeira), a das Matinas de Pás- aurora resplandece de luz, o céu exul- E Santo Atanásio: O firmamen-
coa, relaciona a revelação cósmica ta de cânticos, o mundo rejubila dan- to, através da sua magnificência, da
com o acontecimento pascal de çando, o inferno geme com gritos). sua beleza, da sua ordem, é um prega-
Cristo: O céu rejubile, e exulte com 6. Contudo, a interpretação cris- dor prestigioso do seu artífice, cuja
ele também a terra, porque todo o tã do Salmo não elimina a sua eloqüência enche o universo (PG 27,
universo, o visível e o invisível, par- mensagem de base, que é um con- 124). ²
Christus Rex, Inc.
A RESSURREIÇÃO
DO SENHOR
- ntre os acontecimentos daquele dia, há episódios
que passam muitas vezes despercebidos;
porém, bem analisados, revelam em toda a sua
força o poder do amor.
João Scognamiglio Clá Dias
Presidente Geral
dos Arautos do Evangelho
13
dos com o prodígio, os pais nem Jesus foi, sem dúvida, a de Lá- serenidade. Era a mesma voz à
se deram conta de que a jovenzi- zaro. Maria, irmã do morto, ad- qual os ventos e os mares obede-
nha precisava se alimentar, e o vertiu o Mestre de que o cadáver ciam... (Jo 11, 38-44)
próprio Mestre teve de lhes lem- já entrara em decomposição, pois Na Sexta-Feira Santa, ressurrei-
brar isto (Mc 5, 35-43). recebera o ósculo da morte quatro ções numerosas se operaram, con-
A compaixão de Jesus pelos so- dias antes. Entretanto, apesar de comitantes ao terremoto, às tre-
frimentos humanos se manifes- saber Jesus que o milagre a ser vas e ao rasgão do véu do templo.
tou novamente ao deparar Ele efetuado aguçaria a inveja dos fa- Os justos deixaram suas sepultu-
com um enterro, na cidade de riseus e, assim, apressaria sua ras, passearam pelas ruas e apare-
Naim. Todos caminhavam cons- própria morte, Ele ansiava arden- ceram a muitas pessoas, certamen-
ternados em extremo, pois falece- temente por cumprir os desígnios te para increpá-las pelo deicídio
ra o filho de uma viúva, seu único do Pai. No Sagrado Coração de (Mt 27, 52-53).
sustento. O féretro encontrava-se Jesus encontram-se, então, dois Ao longo da Era Cristã haverá
cercado por gente desfeita em fortes sentimentos harmônicos: a outras ressurreições: São Pedro
pranto. As misericordiosas entra- compaixão por seu amigo Lázaro fará retornar à vida Tabita (At 9,
nhas de Nosso Senhor se como- e pelas irmãs dele, e a pressa em 36-43); São Paulo, com um abraço,
vem: Não chores, diz Ele à pobre realizar a finalidade de sua Encar- reerguerá da morte o jovem Êuti-
mãe. E, colocando sua onipotên- nação. Manda que se remova a co (At 20,9-12); São Bento devol-
cia divina a serviço de sua bon- lápide da entrada do túmulo. Um verá com saúde, a um camponês,
dade infinita, diz: Moço, eu te or- repugnante odor se espalha entre o filho, cujo corpo inerte havia si-
deno, levanta-te! Obedecendo à os presentes. Uma voz possante e do posto à porta do mosteiro.
solene voz do Criador, começou onipotente ordena: Lázaro, vem Mas, se numerosas foram as
a falar aquele que havia pouco para fora! À boca do túmulo cava- ressurreições ao longo dos tem-
ainda era defunto. Jesus tomou-o do na pedra, um cadáver revives- pos, no que se distingue especial-
pela mão e o entregou a sua mãe cido apresenta-se com dificulda- mente a de Cristo?
(Lc 7, 11-16). de, com vendas por todo o corpo. Em primeiro lugar, nunca nin-
A mais impressionante de to- Uma nova determinação: Desa- guém profetizou seu próprio re-
das as ressurreições operadas por tai-o e deixai-o ir, dito com divina torno à vida terrena. Menos ainda
pôde alguém operar por seu pró-
prio poder esse milagre tão acima
da natureza criada.
Destruí este templo, e eu o reedi-
ficarei em três dias (Jo 2, 19). Era a
maior prova de que Jesus dissera
a verdade. Mais. De que Jesus é a
Verdade. Nenhum ato poderia ser
mais convincente que esse, mas
nem por isso se convenceram os
maus: Enquanto elas voltavam, al-
guns homens da guarda já estavam
na cidade para anunciar o aconteci-
mento aos príncipes dos sacerdotes.
Reuniram-se estes em conselho com
os anciãos. Deram aos soldados uma
importante soma de dinheiro, orde-
nando-lhes: Vós direis que seus dis-
cípulos vieram retirá-lo à noite, en-
quanto dormíeis. Se o governador
vier a saber, nós o acalmaremos e vos
tiraremos de dificuldades. Os solda-
dos receberam o dinheiro e seguiram
suas instruções. E esta versão é ainda
hoje espalhada entre os judeus. biam que o cadáver havia sido nascente. Qualquer violação da
(Mt 28, 11-15) ungido dois dias antes. Por que sepultura deixaria a incipiente co-
Demonstração mais grandiosa fazê-lo de novo? Ademais, trata- munidade cristã em complicada
de sua própria divindade, impos- va-se do corpo de uma pessoa fa- situação diante das autoridades
sível. Má-fé mais entranhada en- lecida havia quarenta e oito ho- judaicas e romanas. O simples fa-
tre seus inimigos, inimaginável. ras. Por fim, é de bom senso que to de chegarem a fazer aos vigias
não se deve violar uma sepultura, alguma proposta quanto ao cadá-
Um aspecto pouco comentado qualquer que seja, e as leis ro- ver daria razão aos príncipes dos
da narrativa da Ressurreição manas não toleravam uma trans- sacerdotes e escribas, que haviam
de Jesus gressão desse tipo. solicitado ao governador romano
Havia dificuldades adicionais, uma guarda diante do túmulo de
Embora não o tenham afirma- como elas mesmas confessam: Jesus, pois seus discípulos pode-
do os Evangelistas, é de senso co- Quem nos há de remover a pe- riam vir roubar o corpo e dizer ao
mum, e os bons autores são con- dra...? Naquela hora era impro- povo: Ressuscitou dos mortos... (Mt
cordes a este respeito, que Jesus vável que encontrassem homens 27, 64).
apareceu em primeiro lugar a sua aos quais pudessem pedir tal ser- Outra questão de grande peso
Mãe, logo após a Ressurreição. viço. E na hipótese de lá haver al- para a avaliação dos fatos é esta:
Na seqüência, apareceu a Santa guns, prestar-se-iam a realizar ta- por que Nossa Senhora não se
Maria Madalena (Mc 16,9; Jo, 11- refa tão perigosa?
17) e, depois, a outras das santas O sepulcro havia sido lacrado
mulheres (Mt 28, 9-10). com todos os cuidados dos odien-
Por que motivo teria escolhido tos adversários de Jesus, como sa-
as mulheres para Se manifestar, biam os discípulos. Os príncipes
antes dos próprios Apóstolos? dos sacerdotes e os fariseus asse-
Voltemos nossa atenção para guraram o sepulcro, selando a pedra e
uma passagem do Evangelho mui- colocando guardas (Mt 27, 62-66).
to pouco analisada: Como iriam elas convencer
Passado o sábado, Maria Madale- as sentinelas a lhes permi-
na, Maria, mãe de Tiago, e Salomé tirem abrir o túmulo e re-
compraram aromas para ungir a Je- tirar o cadáver?
sus. E no primeiro dia da semana, E nada indica que elas
foram muito cedo ao sepulcro, mal o tenham exposto seus pla-
sol havia despontado. E diziam entre nos a São Pedro e aos ou-
si: Quem nos há de remover a pedra tros Apóstolos. É mais uma
da entrada do sepulcro? (Mc 16, 1-3) nota de imperfeição. Agiam
Agiam impensadamente, ou por conta própria num as-
seja, de modo substancialmente sunto que poderia com-
imperfeito, por várias razões. Sa- prometer toda a Igreja
por Jesus
juntou a elas? Terão perguntado à resolve sair antes do raiar da au- No fim de tudo, as próprias
Mãe de Jesus se estava correto rora... mulheres se deram conta do peri-
aquele modo de proceder? go a que se haviam exposto e da
Além do mais, elas mesmas não Apesar da sua imprudência, imprudência cometida: Elas saí-
criam na Ressurreição. Do con- as mulheres não foram ram do sepulcro e fugiram trêmulas e
trário, teriam preferido ficar nas amedrontadas; e a ninguém disseram
repreendidas
proximidades do Santo Sepulcro, coisa alguma (pelo caminho), por
para aguardar os acontecimentos. Podemos imaginar a enorme causa do medo (Mc 16, 8). Esta é a
Igualmente, não lhes teria ocorri- preocupação que tomou a todos reação característica dos imprevi-
do a idéia de embalsamar de no- no Cenáculo, ao darem por falta dentes: antes do ato, o perigo não
vo o corpo, a fim de protegê-lo da dessas mulheres. E também o al- existe; após as primeiras configu-
agressividade do tempo e da de- voroço que deve ter havido e os rações deste, o pânico.
composição. olhares de reprovação, quando Diante desses fatos, tornam-se
Este juízo parece por demais elas voltaram para contar o que incompreensíveis as atitudes de
severo, ainda que apoiado em au- haviam presenciado no túmulo Nosso Senhor para com elas.
tores de grande importância. E de de Jesus. Apóstolos e discípulos Façamos uma breve recapitulação
fato o é. Acrescente-se a isto que não só não acreditaram na narra- dos fatos:
os próprios Apóstolos considera- ção, como atribuíram tudo à fértil 1. Por escolha de Jesus, a prece-
vam a situação com a gravidade imaginação feminina: Mas essas dência na pregação do Evangelho
que estamos descrevendo. As ter- notícias pareciam-lhes como um delí- cabia aos homens (os doze após-
ríveis notícias sobre os aconteci- rio, e não lhes deram crédito (Lc 24, tolos e 72 discípulos). Ora, o mais
mentos da Paixão do Senhor, que 11). Ao narrar o episódio dos dis- importante de todos os milagres,
se haviam propagado por todos cípulos de Emaús, São Lucas lhes o fundamento de nossa fé, a Res-
os lados, e o ódio que podiam coloca nos lábios um lamento so- surreição do Senhor Jesus, não é
sentir pairando no ar, haviam bre tais mulheres, que haviam comunicada aos homens em pri-
lhes incutido terror até o fundo assustado a todos no cenáculo meiro lugar, mas sim às mulheres.
da alma. Por isto estavam tranca- (Lc 24, 22). Elas são encarregadas pelo rabo-
dos no Cenáculo. Apenas São Pedro e São João ni de transmitir a Boa Nova para
Ora, é precisamente em meio a resolveram se mover para certi- os próprios apóstolos e discípu-
esse clima de tragédia e pânico ficar-se do que ouviram, e creram los, a fim de que estes a anunciem
que aquele grupo de piedosas em Santa Maria Madalena depois pelo mundo. Por cúmulo, eles
mulheres, sem muito refletir so- de examinarem o sepulcro de Je- nem sequer chegam a lhes dar
bre as conseqüências de seus atos, sus (Jo 20, 3-8). crédito... (Mc 16, 11).
16
2. Jesus manda dois Anjos gundo lugar, a Madalena (Jo 20, reza de coração, por não terem dado
(Lc 24, 4) para lhes comunicar o 16), com enorme ternura, cha- crédito aos que o viram ressuscitado
grande acontecimento (Lc 24, 6; mando-a pelo nome. E, em tercei- (Mc 16, 14). Sua primeira palavra,
Mc 16, 6; Mt 28, 6). É a primeira ro, às outras mulheres, também portanto, segundo o evangelista,
vez que no Evangelho deparamos com muita bondade, deixando é de censura para com eles. Que
com o termo ressurreição após que dEle se aproximassem e até diferença! Por quê?
a morte do Senhor. osculassem seus pés (Mt 28, 9-10). Não teria entendido nada des-
3. Elas não só não recebem a sa sublime lição quem afirmasse
menor recriminação da parte dos O amor puro por Jesus acaba que Jesus quis dar preeminência à
mensageiros celestes, mas são tra- compensando as imperfeições mulher sobre o homem. Não é
tadas com enorme bondade e de- este o caso. Na verdade, tais epi-
ferência. Um dos Anjos as recebe A esta altura nos perguntamos sódios deixam transparecer clara-
com palavras carinhosas, procu- por que essa diferença de atitude mente a essência do Evangelho,
rando logo de início desfazer-lhes de Jesus, para com elas, de um la- que Nosso Senhor havia resumi-
o medo e mostrar-lhes que co- do, e para com os Apóstolos, de do nos seguintes termos: Dou-
nhecia perfeitamente a alta razão outro. O trato do Senhor para os vos um novo mandamento: amai-vos
que as movia até ali. Apóstolos é bem descrito por São uns aos outros. Como eu vos tenho
4. Como ficou visto mais atrás, Marcos: Finalmente apareceu aos amado, assim também deveis amar-
Jesus apareceu a Maria, sua Mãe, onze, quando estavam à mesa, e cen- vos uns aos outros (Jo 13, 34). É no
logo após sair do sepulcro. Em se- surou-lhes a sua incredulidade e du- perfeito amor a Deus e ao próxi-
mo que está a síntese do Evange-
lho.
Era tão grande o amor que
aquelas mulheres tinham por Je-
sus que até seu instinto de con-
servação havia se definhado, no
que significasse ir ao encontro
dEle. Carregavam imperfeições,
mas o amor pelo Senhor era puro.
E quando esse amor é assim acri-
solado, Cristo mesmo toma sobre
si a tarefa de aperfeiçoar as ações
que a natureza humana decaída
venha a realizar.
Com essa afirmação, não é nos-
sa intenção fazer uma apologia da
imprudência enquanto tal, mas
ressaltar como as atitudes irre-
fletidas das santas mulheres do
Evangelho eram compensadas pe-
lo puro amor de Deus a cari-
dade.
É por demais exíguo o espaço
destas páginas para discorrer so-
bre a falsa e a verdadeira prudên-
cia. A primeira entrincheira a al-
ma no mero raciocínio e abafa o
fervor. Mas nesse episódio do
Christus Rex, Inc.
17
línguas, o de profecia, o de ciên-
cia, e outros, sem a caridade
(1Cor 13, 1-3).
O fervor é um tesouro
São Tomás transcreve este pen-
samento de Aristóteles: Os que
são movidos pelo instinto divino são
mais audazes... (1-2 q 45 a3c).
É oportuno lembrar que tam-
bém o coração do jovem costuma
mover-se pelo amor, sobretudo
quando arrebatado pelo fervor
primaveril. Tal como as santas
mulheres, muitas vezes não se
guia pela prudência, nem pela
razão, mas sim pela audácia. Se se
trata de um amor desinteressado
18
ESCREVEM OS LEITORES
Gostaria de receber o tamente pensava que o que estava fal- pornográficas, mas se a gente não bri-
primeiro exemplar tando era um bom marketing para gar para ter espaço, aí é que vai domi-
Recebi de vocês o segundo exemplar ela. Ótimo! veio mais rápido do que nar tudo. Não acham? É uma idéia.
da Revista Arautos do Evangelho, e imaginava... A. B. J. (São Caetano do Sul)
fiquei muito interessado, inclusive já Parabéns!
***
emiti o boleto para pagamento da assi- J. M. P. (São Paulo)
natura que estarei fazendo, mas eu Fiquei toda arrepiada, quando pas-
***
gostaria de saber como posso receber o sava de ônibus na Rua Pe. Luís Alves
primeiro exemplar, pois sou um eterno Arautos do Evangelho Revista Siqueira, e vi um outdoor com o Papa
colecionador e pelo que vi a revista de inédita de cultura católica. Até que enorme! dando a mão para beijar
vocês tem um ótimo conteúdo, por isso enfim! Há uma semana aguardava ir- a um arauto do Evangelho. Quando vi
gostaria de obter informações como ritado o tráfego deslanchar na Av. que era da revista de vocês, nossa! que
posso receber ou comprar este primeiro Brig. Faria Lima, quando cheguei na alegria! e disse para a senhora que es-
exemplar. altura do bairro de Pinheiros e ob- tava do meu lado:
R. V. (Via internet) servei um outdoor com o Papa, fazen- Eu assino essa revista, é bem
do propaganda da Revista de vocês. católica! Você viu ali um deles com o
Parabéns pelos outdoor Para minha alegria, durante toda a se- Papa?
Quase fui enganado! Ou melhor, mana pude constatar que em vários Ela arregalou os olhos e disse que
me enganei, quando passando pela Av. pontos da cidade havia o mesmo car- também era católica. Deixei com ela o
Rebouças deparei com um outdoor no taz. Já era hora! Ao contrário de ou- número de fevereiro... Agora pediria,
qual vi o Papa. À primeira vista pensei tras publicações profanas, a gente vê por favor, vocês me mandarem esse
ser um cartaz propagandístico de uma pouca propaganda de mensários cató- número, com um boleto, ou da forma
nova vinda de João Paulo II ao Brasil. licos. como vocês indicarem para pagar.
Mas, detendo-me mais, vi tratar-se da Por isso escrevo para sugerir que Não esqueçam, por favor, pois não
propaganda da recém-lançada Revista vocês, com o tempo, também ponham à quero deixar a coleção incompleta.
Arautos do Evangelho. Minha mãe venda a revista em bancas de jornal. Parabéns!
assina a revista e eu gosto muito. Jus- Sei que vai se misturar com coisas E. T. F. S. (São Paulo)
Entrega de Oratórios na
catedral de Franca, São Paulo
O charme grandioso e
materno de Maria
R
io de Janeiro, morro do Cantagalo, domingo
de manhã: uma pequena multidão se aglome-
ra, curiosa.
O que observam? Cena típica de violência?
As vítimas de alguma nova chacina?
Engano. Piedosos moradores dessa favela acompanham com
devoção os Arautos do Evangelho que, em cortejo, levam a
imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas tortuosas ruelas,
rumo à capela onde haverá uma Celebração Eucarística.
Nunca esteve tão cheia esta igreja, e há pessoas que nunca
vi por aqui!, exclamou surpreso o Padre Eugênio.
Roberto Kasuo Naquela ensolarada manhã, o ambiente no morro do Canta-
galo era outro. Cânticos religiosos cruzavam harmoniosamente
os ares, e o respeito pela imagem de Nossa Senhora era geral.
Da. Marlene Conte, dedicada coordenadora do Oratório do
Imaculado Coração de Maria, promovera essa visita Particularmente grandiosa foi a cerimônia de en-
à favela com certa apreensão. No entanto, agora es- trega de oratórios a 25 novos coordenadores na co-
tava radiante. Era um outro Rio que ela descobria nhecida Igreja de Nossa Senhora de Copacabana. O
naquele momento. Nada de violência, mas piedade entusiasmo do público com as apresentações musi-
e harmonia. cais de Os Cavaleiros do Novo Milênio foi conta-
Durante a Missa, os fiéis se encantaram com o giante.
coral feminino dos Arautos do Evangelho. Parecem Paternal, Mons. Abílio se mostrou surpreso pela
anjos cantando, dizia uma senhora. quantidade de famílias participantes do Apostolado
E que bela cena a das onze crianças vestidas de do Oratório em sua paróquia: Multipliquem 25 por
branco, para a Primeira Eucaristia! 30 [pois o oratório percorrerá a cada mês 30 lares],
Ao fim da celebração, todos queriam se aproximar qual é o resultado? É muito em tão pouco tempo! Es-
da imagem de Nossa Senhora para fazerem seus tão de parabéns!
mais prementes pedidos. E, em seguida, acompa- Quinzenalmente, essas famílias se reúnem na
nharam a saída da imagem, em peregrinação, morro paróquia para se aprofundarem na devoção a Nossa
abaixo. Senhora, estudando o Tratado da Verdadeira De-
A partida foi inesquecível. O povo, emocionado, voção, de São Luís Maria Grignion de Montfort. Pre-
se despedia de Nossa Senhora com um tocante pedi- param-se, assim, para se tornarem Cooperadores
do: Por favor, não nos abandone! dos Arautos do Evangelho.
E o Rio, terra do charme, vai sendo conquistado * * *
pelo encanto de Maria Santíssima. Já são milhares os Ainda do Rio nos vem outro belo exemplo de zelo
lares cariocas que recebem mensalmente o Oratório apostólico de uma coordenadora de Oratório. Mãe
do Imaculado Coração de Maria, desde as mais hu- de uma menina de 12 anos, resolveu ela voltar a es-
mildes moradas até esplêndidas mansões. tudar em uma universidade para ajudar jovens es-
tudantes vítimas de drogas. Incansável,
visita os pais de colegas, procurando
reatar laços familiares rompidos, crian-
do condições para a recuperação dos
jovens.
Admirados com essa atitude, os
alunos perguntaram a razão desse ges-
to, ou seja, de estudar apenas para lhes
dar o bom exemplo. A resposta os to-
cou profundamente: Terminado este
curso, se preciso for, começo a estudar
novamente, a fim de ajudar outras tur-
mas.
Em retribuição, no Natal, esses alu-
nos enviaram à sua colega uma co-
movida mensagem na qual a chamam
de mãe.
!
Mãe do Bom Conselho
Nossa Senhora do
Bom Conselho de
Genazzano (Itália)
N a igreja da Madonna del Buon Consi-
glio, na pequena e bela cidade de Ge-
nazzano, encontra-se um afresco de
mais de sete séculos de existência.
Até hoje se desconhece onde e por
quem foi pintado. Terá sido seu autor um anjo? Será
originário do Paraíso? São perguntas ousadas. Com-
preende-se que elas surjam, quando se conhece a
1467, por volta das quatro horas da tarde, uma celes-
tial melodia começa a se fazer ouvir pelos mais va-
riados recantos da cidade. Um grande número de
pessoas, reunidas na praça do mercado, se põem a
indagar maravilhadas de onde vêm os sublimes e ar-
rebatadores acordes. Eis que uma divina surpresa se
passa ante os olhos de todos: em meio a raios de luz,
uma pequena nuvem branca desce até uma parede
história dos efeitos produzidos por essa piedosíssi- da já mencionada igreja, cujos sinos começam a
ma imagem, ao longo dos tempos. bimbalhar fortemente e por si só. Prodígio ainda
O afresco causa a impressão de ter sido pintado maior: em uníssono, a totalidade dos sinos da cida-
há poucos dias, mesmo se observado de perto. Po- de tocam com energia.
rém, está há 535 anos junto à parede de uma capela Ao desfazerem-se lentamente os raios de luz e a
lateral da igreja. Mais ainda: segundo atestam os nuvem, o belíssimo afresco que até hoje ali se en-
documentos, tem-se mantido suspenso no ar duran- contra pôde ser contemplado pelo povo, e desde
te todo esse tempo! Foi ele transladado de Scútari, esse dia não cessou de derramar copiosas graças
Albânia, a Genazzano por ação angélica. sensíveis, fazendo jus à preciosa invocação de Mãe
Assim descreve esses sobrenaturais acontecimen- do Bom Conselho.
tos um dos maiores entendidos na matéria: A notícia de tão extraordinário acontecimento se
Trazida por mãos angélicas, encontrou-se [a ima- espalhou por toda a Itália, como um corisco. Dois
gem] suspensa ali na rústica parede da nova igreja, e com dias mais tarde, inicia-se uma verdadeira avalanche
três novos singularíssimos prodígios então acontecidos. de milagres: um possesso se livra dos demônios, um
(...) A celeste pintura estava sustentada por virtude divi- paralítico caminha com naturalidade, uma cega re-
na a um dedo da parede, suspensa sem nela fixar-se; e este cupera as vistas, um jovem empregado recém-faleci-
é um milagre tanto mais estupendo se considerarmos que do ressuscita... Nos cento e dez primeiros dias, Ma-
a referida Imagem está pintada com cores vivas em fina ria do Bom Conselho distribui cento e sessenta e um
camada de reboco, com a qual se destacou por si mesma da milagres aos seus fiéis devotos. Peregrinos de todo o
igreja de Scútari, na Albânia; como ainda pelo fato, com- país se movem para receber os benefícios da Mãe de
provado mediante experiência e observações feitas, de que, Deus.
ao tocar-se na Santa Imagem, esta cede (Frei Angelo Diante do santo afresco, uma constante se verifi-
Maria De Orgio, Istoriche di Maria Santissima del Buon ca: a nenhum dos pedidos que lhe são dirigidos dei-
Consiglio, nela Chiesa dePadri Agostiniani di Genazza- xa Ela de atender de alguma forma. Nas dúvidas,
no, 1748, Roma, p. 20). nas perplexidades ou mesmo nas provações, depois
No séc. XIX, outro renomado estudioso desse ce- de um certo tempo de oração maior ou menor,
lestial fenômeno observou: dependendo de cada caso Maria Santíssima faz
Todas essas maravilhas [da Santa Imagem] se re- sentir no fundo da alma em dificuldade seu sapien-
sumem, enfim, no prodígio contínuo que consiste em en- cial e maternal conselho, acompanhado de mudan-
contrarmos hoje esta Imagem no mesmo lugar e do mesmo ças de fisionomia e de coloração da pintura. É indes-
modo como ela aí foi deixada pela nuvem no dia de sua critível esse especialíssimo fenômeno.
aparição, na presença de todo um povo que teve então a fe- Foi em Genazzano, aos pés do santo afresco da
licidade de vê-la pela primeira vez. Ela pousou a uma pe- Mãe do Bom Conselho, que nasceram os Arautos do
quena altura do chão, a uma distância de aproximada- Evangelho. Ali, Ela os inspirou, orientou e fortale-
mente um dedo da parede nova e rústica da capela de São ceu. Por isso, a exemplo de tantos outros, os Arautos
Brás, e ali ficou, suspensa sem nenhum suporte (Raf- do Evangelho A consideram como sua padroeira.
faele Buonanno, Memorie Storiche della Immagine di Ademais, por privilégio concedido pelo Santo Padre,
Maria SS. del Buon Consiglio che si venera in Genaz- lucram no dia de sua festa, 26 de abril, uma indul-
zano, Tipografia dellImmacolata, Napoles, 20 ed., gência plenária.
1880, p. 44).
Na festa do batismo de Santo Agostinho e de São João Scognamiglio Clá Dias
Marcos, padroeiro de Genazzano, em 25 de abril de Presidente Geral dos Arautos do Evangelho
#
Arautos
D uc in altum! Faze-te ao la
Com esta exortação o Sa
lançarem com coragem na
(NMI).
Tendo suas velas enfunadas pelo
nau dos Arautos do Evangelho avan
trora a barca de Pedro no Lago de Ge
Em diversas cerimônias envoltas
renderam a Deus Ação de Graças pel
$
no Mundo
argo.
Luiz
anto Padre iniciou o terceiro milênio, convocando todos os católicos a se
Alexandre
a conquista de almas para Jesus Cristo, por meio de sua Mãe Santíssima
de Souza
Ao lado: solene
celebração de
Ação de Graças
realizada na
Catedral de
Madrid,
Nuestra Señora
de la Almudena
elebrada por
biano Sáenz,
á, Colômbia.
o na Sede dos
á, Colômbia.
Mons. Pedro
xiliar, Mons.
o Revmo. Pe. Acima: Celebração Eucarística presidida por
s Arautos do S. Excia. Revma. Mons. Dom Francisco Álvarez,
damente com Cardeal de Toledo, primaz da Espanha
naquele país
%
Este primeiro ano de laboriosa navegação, seguindo
o rumo indicado pela Cátedra de Pedro, foi coroado pela
Providência com pescas verdadeiramente milagrosas,
como atesta o relatório das atividades de 2001 envia-
do ao Pontifício Conselho para os Leigos.
Onze volumes onde fé, arte, cultura, esplendor da
liturgia, obediência a Deus e a seus ministros, ser-
viço à Igreja e ao próximo se unem e se abrasam no
mesmo amor, subindo aos Céus como incenso para manifestar
nossa comovida gratidão a Jesus Eucarístico, a Maria e ao Papa.
Meus queridos Arautos do Evangelho: O Coração de Maria Imaculada vos guarda em seu
coração de Rainha e de Mãe. Ela vos estende seu Rosário
Uno-me à alegria pela aprovação pontifícia dos Arautos para que o leveis no coração, nos lábios e nas mãos. No
do Evangelho. Um ano de vida no coração da Igreja como coração, gravando a fogo a lembrança meditada dos mis-
O braço do Papa. térios de Cristo, Filho de Maria Virgem. Nos lábios, repe-
Que este aniversário sirva para renovar o entusiasmo e tindo, à maneira de ladainha, as melhores orações que te-
a santidade. Ou seja: viver no dom da graça santificante mos: Pai Nosso... Ave Maria... e Glória ao Pai... Nas mãos,
pelos sacramentos, fortalecê-lo pela prática das virtudes in- como arma privilegiada para defender a pureza do coração
fusas, arejá-lo pela oração, estimulá-lo pela virtude da peni- e do corpo.
tência e testemunhá-lo no apostolado de vanguarda. E tudo isso, como filhos fiéis da Igreja às ordens do Papa,
A Eucaristia, sacrifício-comunhão-tabernáculo, é o cen- o doce Cristo na terra, que marca o caminho infalível da
tro de vossa vida. A renovação incruenta do Sacrifício do santificação e do apostolado. Por isso, a aprovação pontifícia
Calvário derrama em vossos corações o amor de Cristo para transforma vossa Associação em caminho certo de santifica-
comunicá-lo aos demais. A Comunhão vos faz experimen- ção e apostolado. A Igreja e o Papa esperam muito de vós.
tar o gozo íntimo do amor de amizade: Cristo em vós e vós Sobretudo esperam que sejais santos. O resto virá por acrés-
em Cristo para proclamá-lo ao mundo com o testemunho de cimo.
vossa vida e de vossa palavra oral e escrita, por todos os meios Recomendo-vos ao Senhor por meio de nossa Mãe e Rai-
possíveis. O Tabernáculo é vosso recanto de contínua ado- nha. Somos totalmente dEla, e tudo o que é nosso Lhe per-
ração para deixar-vos amar por Cristo, entregar-vos às suas tence. Que Ela seja, em tudo, nossa guia.
exigências e ser suas testemunhas. Abençôo-vos com fraternal afeto.
&
Acima, à esquerda e
direita: projeto de
formação da
juventude Futuro y
Juventud Chile
Ao lado:
peregrinação da
Vós sois o sal da imagem de Nossa
Senhora de Fátima
em colégios Peru
terra... vós sois a luz
do mundo (Mt 5,13-14).
Palavras de Nosso Senhor repeti-
das por SS João Paulo II aos jovens
do mundo inteiro (Mensagem de
25/07/2001).
Admirando nosso carisma, os
jovens são levados a compreender
e assumir a imensa responsa-
bilidade de construir o
Terceiro Milênio
Bem-aventurados os
que choram, porque
serão consolados!
(Mt. 5, 4)
Os Arautos do
Evangelho levam
às vítimas do
terremoto no Peru
(fotos 1 e 2), aos
3 idosos de um asilo
em Brasília
(foto 3) e a encarce-
rados na cidade de
El Salvador (foto 4),
a luz, o refrigério
e a paz emanados do
Imaculado
Coração de Maria
4
!
N uma cerimônia
realizada na
Agência Central dos
Correios de São Paulo,
a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos - ECT promoveu o
lançamento de um carimbo
comemorativo do batismo de
Os Cavaleiros do Novo Milênio. Na
foto à direita, a Sra. Thelma
Manzi Assessora Filatélica
de Ação Cultural e um
jovem Cavaleiro
inauguram
o novo carimbo.
A melhor forma de
propaganda
J á lhe aconteceu, ao fazer as compras da se-
mana, de levar produtos dos quais na reali-
dade não necessita? É quase inevitável. Por
vezes, quando isso acontece, fico até desagra-
dado comigo mesmo, e chego a perguntar-me:
Mas, como fui capaz de fazer esta despesa? Não era
preciso comprar isto...
A explicação do fenômeno, todos nós a conhece-
mos: é a força da propaganda. Essa arte, tão antiga
Eurico Correia Monteiro
quanto o comércio, alcançou em nossos dias um au-
ge de desenvolvimento.
!
Atualmente, muitos se perguntan se não seria útil pelo menos para conhecer os antecedentes. Do que se de-
aplicar as modernas técnicas de propaganda ao preende, mais uma vez, que a santidade é a melhor forma
apostolado, para atrair as pessoas à Igreja. Tanto de propaganda de um instituto.
mais que os fiéis se afastaram maciçamente da práti- Ensinando quais as regras a que se devem ater as
ca religiosa. O tema não deixa de ser fascinante, so- notícias, ressalta que a primeira de todas é a da
bretudo para quem se dedica à evangelização. Mas é clareza. Outra é a de não ocultar informações:
também muito escorregadio... Não há nada de mais danoso do que dar a impressão
O Pe. Ciro Benedettini, vice-diretor da Sala de Im- de querer esconder algo ou de manipular a realida-
prensa do Vaticano, lembrou uma grande verdade, de. Tal posição só serve para provocar a curiosidade
que em hipótese alguma podemos esquecer. Em de- do jornalista, que logo suspeitará o pior.
clarações à agência Vidimus Dominum, a propósito Qual o melhor estilo de apresentar as mensagens
dos desafios que os modernos meios de comunica- ao público, muito mais propenso aos testemunhos
ção trazem para as congregações ou institutos reli- ou depoimentos do que às declarações dos superio-
giosos, ele afirma: A santidade é a melhor forma de pro- res ou mestres? O Pe. Benedettini faz uma pergunta
paganda de um instituto. didática, que aponta de forma evidente a suprema so-
E, depois, acrescenta ele algumas recomenda- lução: Por que não ter presente o estilo de Jesus? As ver-
ções, nas quais transparece a sabedoria milenar da dades mais belas sobre Deus e seu Reino, comunicou-as
Igreja. Afinal de contas, que instituição, no mundo por meio de parábolas. Para os jovens, a música é impor-
de hoje, pode apresentar dois mil anos de expe- tantíssima. Faz falta a criatividade, que é fruto do estudo,
riência de propaganda da Fé, com eficácia compro- diálogo, colaboração, investigação e não de improvisação.
vada? Apoiar revistas, rádios e jornais católicos pode
Um princípio implacável da ciência da comunicação é ser, por exemplo, uma bela forma de propagar a san-
o de que aquele que não sabe comunicar-se está social- tidade dos carismas de qualquer instituto ou associa-
mente morto. Isto não nega o valor à humildade nem à vi- ção católica. Quantos não-católicos e seitas o fazem
da escondida. com sagacidade, insistência e prodigalidade de
Reforçando sua opinião, acrescenta: Pela Sala de meios!
Imprensa passam mais de dois mil jornalistas interna- Infelizmente, há certa falta de iniciativa nos
cionais em cada ano, pelo motivos mais diversos. Só em meios jornalísticos católicos. Enquanto o mal se dá
ocasiões particulares, como as beatificações e as canoniza- a conhecer por si só, o bem necessita de muitas iniciativas
ções de religiosos, o interesse se concentra nos institutos, e de um apoio contínuo conclui o Pe.Benedettini. ²
!!
M a d r e Pa u l i n a d o C o r a ç ã o
Agonizante de Jesus
Q
uem ainda não nos uma impressão da grandeza e da mesma fonte: o Divino Espíri-
experimentou a da majestade de Deus, que sem- to Santo.
agradável sensa- pre maravilhou os homens de to- Em breve, com uma fulguração
ção de, estando das as épocas. própria, uma nova estrela apare-
no campo ou à A Santa Igreja pode ser com- cerá nesse céu, para alegria e edi-
beira-mar, olhar parada, em muitos de seus aspec- ficação de todos os católicos, es-
para o esplen- tos, ao mais belo dos firmamen- pecialmente de nós brasileiros,
dor de um céu tos. Há nesse céu variadas luzes, pois será elevada à honra dos al-
totalmente estrelado? que são os santos. Todos eles são tares a Madre Paulina.
Aquela infinidade de luzeiros muito parecidos e, ao mesmo tem- Amábile Lucia Visintainer, em
formando constelações, que cinti- po, profundamente diferentes en- religião Madre Paulina do Cora-
lam cada qual à sua maneira, dá- tre si. Sua luminosidade provém ção Agonizante de Jesus, é a fun-
!#
Ao lado, a irmã
Maria da Glória,
superiora da
Casa Geral da
Congregação, mostra
o crucifixo-símbolo
da instituição.
Embaixo, detalhe do
altar que a Madre
Paulina costumava
ornar com seu
primor e seu zelo
característicos
!$
Testamento espiritual
Caríssimas filhas, hoje festejais o 50º aniversário da minha
saída da casa paterna; dia para mim maravilhoso. Reconheço,
na profundidade do meu nada, como Nosso Senhor abençoou a
Congregação. Apesar de tantas contrariedades, ela foi sempre
adiante (...). Sede bem humildes; é Nosso Senhor quem faz tudo;
nós somos seus simples instrumentos. Confiai sempre e muito na
Divina Providência; nunca, jamais, desanimeis, embora venham
ventos contrários. Novamente vos digo: confiai em Deus e em Ma-
ria Imaculada; permanecei firmes e adiante! Recomendo-vos muito e
muito a santa Caridade entre vós e especialmente para com os doentes
das Santas Casas, dos Asilos, etc. Tende grande amor à prática da santa
caridade. Está terminada a minha missão; morro contente e dou a vós to-
das, de todo o coração, a minha bênção.
carregada de dar catecismo às cri- do Pe. Marcello Rocchi, SJ, deixou giu então em várias pessoas que se
anças, fazer visitas aos doentes e a casa paterna e, juntamente com interessavam pela doente, a idéia de
cuidar da limpeza da capela, o uma companheira, foi morar num que éramos nós duas as únicas que
que fazia com esmero. pequeno casebre para cuidar de deviam sacrificar-se por ela tomando-
A região era desprovida de ca- uma senhora cancerosa. a conosco. Tendo esta idéia tomado
sas religiosas e urgia que alguém Madre Maltide (Virgínia Rosa vulto, foi-nos definitivamente ofere-
cuidasse dos doentes. Com 25 Nicolodi), sua companheira na cida a doente, e nós a aceitamos com
anos de idade, Amábile, tendo a fundação da Congregação, recor- grande consolação, esperando com
permissão de seus pais e o apoio da emocionada o episódio: Sur- certa segurança de que este era o meio
!%
Madre e doce Paulina, que é sujeita e
toda submetida a toda sorte de fadi-
gas pelo nosso Jesus, está vigilante, é
intrépida para sustentar a nossa san-
ta Congregação. Vede-a lá! Como ca-
pitão da Congregação, é sempre Ma-
dre! Mas vede como aparece em mil
artes e serviços, ora é hortelã, ora
lenhadora, ora vai capinar e plantar
milho e feijão, ora ocupada em muitos
outros trabalhos não só isto, (...)
agora a vemos como capitão diante de
uma multidão de Filhas de Maria que
incita a fazerem bem os santos Exer-
Menino Jesus cícios Espirituais e tirarem fruto pa-
da devoção ra suas almas e conseguir a vida eter-
da Madre na. (...) Ora, irmãs caríssimas, que
Paulina coisa faremos? Podemos fazer-lhe
e suas pouca coisa, mas ao menos lhe ofere-
companheiras çamos estas poucas linhas em sinal de
gratidão e de reconhecimento para
de fundação.
com a Madre nossa e doce Paulina
(...) Por que dizemos doce Paulina?
Porque onde está, em geral as coisas
empregado por Deus para sairmos de A irmã Carmen M. de São Luís, vão otimamente. Se ela está em casa,
uma vez da casa de nossos pais, para que conheceu Madre Paulina de todas se afadigam em seu redor, e tra-
ficarmos unidas no exercício da ora- 1906 a 1947, afirma: A vida da Ser- balham e rezam sem tanta melanco-
ção e da santa caridade. va de Deus foi um exemplo e uma có- lia. Se está no campo, os trabalhos são
Estava plantada a primeira se- pia viva da alma inteiramente consa- logo terminados, e assim podemos ir
mente da obra de Madre Paulina. grada a Deus e de um ideal sublime dizendo de todos os outros ofícios...
Era o dia 12 de julho 1890. Dessa de perfeição. Em 1938 teve início sua via-sa-
data em diante, ela se deixaria Madre Paula Maria, Superiora cra com os sofrimentos causados
consumir pela caridade em favor na Casa Mãe, tendo conhecido pela diabetes que contraiu. So-
dos mais necessitados. Sempre igualmente Madre Paulina, de- freu amputações progressivas no
confiante na Providência, excla- põe: A Serva de Deus era uma alma braço direito. A doença levou-a
mava: Quantos penhores de amor privilegiada. Pelo seu modo de agir, o posteriormente à cegueira com-
nos dá o Senhor! Sinto-me empara- seu íntimo demonstrava alguma coi- pleta. A 9 de julho de 1942, com a
isada de contentamento! sa de diverso. (...) Com o transcorrer habitual jaculatória nos lábios:
A Congregação das Irmãzinhas dos anos, foi sempre considerada co- Seja feita a vontade de Deus, en-
da Imaculada Conceição tem ho- mo uma alma de virtude, alma de tregou a sua esplendorosa alma
je mais de 600 religiosas e se es- Deus, dedicando-se às obras de apos- ao Pai Eterno. Passou desta vida à
palha por todo o Brasil, atingindo tolado e cuidado dos enfermos. (...) Pátria Celeste, deixando em todos
também outros seis países lati- Tinha uma espiritualidade forte e ge- os presentes, a impressão de calma e
no-americanos e três africanos. A nuína. O seu progresso era evidente e de uma santa entrada na eternidade.
primeira casa da Congregação constante. Tinha uma personalidade Sua vida terrena durara 76 anos, 6
foi fundada no povoado de Vígo- que a caracterizava: nada a fazia do- meses e 24 dias... Santa Paulina,
lo, nos arredores de Nova Tren- brar. Por mais que sofresse, caminha- rogai por nós! ²
to (SC), a 100 quilômetros de Flo- va sempre avante, como costumava
rianópolis. dizer ela mesma: não olhava nem de
Sobre as virtudes da nova san- um lado, nem do outro, mas somente
ta, deixemos falar algumas teste- para o alto. Deus era tudo para ela. Mais informações a respeito da madre
munhas do processo de canoniza- Da Madre Maltide temos o se- Paulina podem ser obtidas no site
ção. guinte relato: A nossa caríssima http://www.ciic.org.br.
!&
A joelhado no confes-
sionário, o rosto ba-
nhado por um suor
frio, um homem ma-
duro desfiava hesi-
tante suas falhas e pecados diante
do confessor...
Na penumbra do confessioná-
rio apenas se distinguia uma figu-
ra imponente que infundia ao
mesmo tempo confiança e respei-
to. Era o ilustre Cardeal Mercier,
Arcebispo de Malines (Bélgica).
Depois de ouvir a confissão, o
Cardeal sussurrou ao ouvido de
seu penitente:
Contaste-me os segredos de
tua vida, agora eu vou te contar o
meu!
O homem ficou assustado!
Será que o cardeal vai con-
fessar-me os seus pecados?
Apurou o ouvido e prestou
atenção...
Vou te revelar um segredo
de santidade e de felicidade: to-
dos os dias, durante cinco minu-
tos, guarda a tua imaginação, fe-
cha teus olhos a todas as coisas
sensíveis, teus ouvidos aos ruídos
do mundo, e recolhe-te ao san-
tuário de tua alma batizada, que é
templo do Espírito Santo e fala
Cardeal Mercier
assim com Ele: Eu vos adoro, ó
Espírito Santo, alma de minha al-
O Cardeal
ma! Iluminai-me, guiai-me, forti-
ficai-me, consolai-me. Dizei-me o
que devo fazer e ordenai-me que
o faça. Prometo-vos submeter-me
a tudo que desejais de mim e acei-
que se confessou
com um leigo
Alexandre
de Hollanda
Cavalcanti
!'
tar tudo quanto permitirdes que Não se esqueça leitor, que o de primordial importância para
me suceda: fazei-me sempre con- santo é alguém como nós, que alcançarmos o progresso na vida
hecer somente a vossa vontade. quis cumprir com coerência o espiritual.
Mas... Sr. Cardeal, para mim, chamado de Deus, de acordo com O Espírito Santo é quem nos
será que isso dará certo? o seu estado, como dizia nosso concede os dons tão necessários
Se fizeres isso, tua vida querido Papa João Paulo II: Ir- para nossa santificação: a Sabedo-
transcorrerá feliz, serena e cheia mãos e irmãs... não tenhais medo de ria, o Entendimento, o Conselho,
de consolações, mesmo em meio ser santos! Construí uma era de ho- a Fortaleza, a Ciência, a Piedade e
às penas, pois a graça será pro- mens santos deste século, que se di- o Temor de Deus.
porcional à prova e receberás for- rige ao seu fim, e do novo milênio A Sabedoria é o dom pelo qual
ça para vencê-la. Assim chegarás (ACI, 16-6-99). conhecemos as coisas como Deus
às portas do Paraíso cheio de mé- Mas, como alcançar uma meta as conhece.
ritos; essa submissão ao Espírito tão alta? A resposta nos é dada Quantas vezes lemos a Bíblia,
Santo é o segredo da santidade! pelo Cardeal belga: a submissão ou alguma outra obra de vida es-
E... para mim que estou lendo ao Espírito Santo é o segredo da piritual e temos dificuldade em
esta revista, servirá este conse- santidade. entender o profundo significado
lho? Eu que sou uma pessoa co- É ao Espírito Santo que se das palavras divinas? O dom do
mum... que não tenho a virtude atribui a nossa santificação. A sua Entendimento nos auxilia a en-
dos santos? ação em nossas almas é, portanto, tender e viver aquilo que con-
hecemos através de nossos senti-
dos.
Como é útil um bom conse-
lho... Mas, como dar bons conse-
lhos? O Espírito Santo faz brotar
o conselho no coração e nos lá-
bios daquele que recebe este
dom. É um dom gratuito, que a
pessoa recebe não para si, mas
para auxiliar o próximo.
A Fortaleza é o dom que nos
sustentará nas duras lutas e afli-
ções que nos esperam nas curvas
da vida!
O dom da Ciência, é um conhe-
cimento da Criação por uma in-
fusão direta do conhecimento di-
vino.
O dom da Piedade nos dará o
gosto pelas coisas espirituais. E,
por fim, o dom do Temor de Deus,
nos faz ter sempre presente o res-
peito devido a nosso Criador, evi-
tando, assim, que nos afastemos
dEle.
Leitor amigo, devoto do Espíri-
to Santo, guarde para si este con-
selho de tão sábio e piedoso ho-
mem de Deus!
Talvez este segredo, que você
agora conheceu, venha a ser a
Na penumbra do confessionário apenas se distinguia uma figura chave de sua perfeição e o cami-
imponente, que infundia ao mesmo tempo confiança e respeito... nho de sua felicidade! ²
"
LOsservatore Romano
ACONTECEU
NA IGREJA E
NO MUNDO
"
ACONTECEU NA IGREJA E NO MUNDO
"
países mais descontrolados em Doutor Guido Barbujani, biólo- Igreja alemã concederá
matéria de permissivismo sexual. go da Universidade de Ferrara, ajuda financeira às
Mas a opinião pública está agora pôde afirmar, com 99% de certe-
mulheres grávidas que
sentindo as amargas conseqüên- za, que se trata dos restos mor-
cias dessa libertinagem. Por isso, tais de um sírio. Ora, São Lucas
renunciarem ao aborto
o presidente George Bush quer era dessa nacionalidade, confor- Foi o que declarou o Cardeal
aumentar em 33% os recursos fe- me a tradição católica. Karl Lehman, ao final do último
derais destinados aos programas As relíquias de São Lucas são encontro da Conferência Episco-
de educação sexual que estimu- conservadas no convento bene- pal daquele país. Para tal, o epis-
lam a abstinência de atos deste ti- ditino de Santa Justina, testemu- copado alemão lançará mão de
po fora do casamento. São os de- nhando que fé católica e ciência vários fundos caritativos de que
nominados abstinence-only pro- não se contradizem... dispõe. ²
grams. Esta foi uma de suas pro-
messas eleitorais, que a opinião
pública quer ver cumprida.
"!
São Francisco
de Paula.
Quadro de
P. Nogari,
Igreja de
SantAndrea
delle Fratte
dos Padres
Mínimos, em
Roma
O santo que
desejou
praticar a
mais extrema
humildade,
tornou-se
conselheiro
de três reis
da França.
""
Francisco desde criança deixou transparecer seu A profecia foi outro traço marcante de sua santi-
amor pela oração, recolhimento e mortificação. dade. Previu a tomada de Granada e a queda de
Quando fez treze anos, seus pais confiaram sua edu- Constantinopla em 1453.
cação aos franciscanos. Mesmo sem ter votos, cum- Após viver 25 anos na França, onde foi, por or-
pria as regras em todos os pontos, dando aos frades dem do Papa Sixto IV, diretor espiritual de três reis,
um vigoroso exemplo de virtude. morreu serenamente em 2 de abril de 1507 (uma sex-
Em 1435, aos 16 anos, retirou-se para uma pro- ta-feira santa), em Plessis-lès-Tours. Em sua humil-
priedade de sua família, onde passou a viver como dade, nunca aceitou ser ordenado sacerdote.
ermitão, impondo-se um regime tão austero que É difícil, especialmente nos dias de hoje, a prática
causou estupor. Mas não demorou para começarem dessas duas virtudes tão amadas por São Francisco
a se reunir em torno dele seus primeiros discípulos. de Paula: a austeridade e a humildade. Todavia,
Quando, em 1452, fundou a Ordem dos Mínimos, quão grande é aos olhos de Deus aquele que se sen-
quis que a penitência, a caridade e a humildade fos- te mínimo em sua pequenez e sustenta uma vida de
sem seus fundamentos. Fez da abstinência de carne sacrifícios na contemplação do Senhor.
e seus derivados um quarto voto, por ele chamado Pedindo o auxílio deste grande santo para seguir
voto da vida quaresmal, que deveria ser praticado seu exemplo, façamos nossa a última oração pro-
pelos Mínimos durante toda a vida. Desejava que o nunciada por São Francisco de Paula, na hora de sua
exemplo de sua Ordem fosse uma lição muda, mais morte:
eficaz do que todos os sermões. Amável Jesus, conservai os justos, justificai os peca-
Tomou a caridade como lema da Ordem, o caráter dores, tende compaixão de todos os fiéis vivos e defuntos e
marcante que uniria seus membros entre si, lem- sede-me propício, se bem que eu seja um indigníssimo pe-
brando as palavras do Salvador: Nisto conhecerão to- cador. ²
dos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns
aos outros. (Jo 13,35)
Embora conhecido por papas, reis, nobres e
príncipes, tinha-se como o último dos fiéis.
Movido pela humildade intitulava-se o míni-
mo dos Mínimos. O superior de cada uma de
suas casas devia lembrar-se de que era o servi-
dor de todos os outros. Se alguém quer ser o
primeiro, será o último de todos e o servo de todos
(Mc 9, 34), era a máxima por eles vivida.
Realizou vários milagres, dentre os quais
uma ressurreição: o Santo tinha um sobrinho
com vocação religiosa, mas a mãe (sua irmã),
negava-se a deixar o filho entrar para a Ordem
dos Mínimos. O rapaz morreu repentinamente.
Estando o cadáver para ser sepultado, São
Francisco de Paula ordenou que o levassem
para sua cela, onde obteve de Deus a res-
surreição do sobrinho. Sem saber de nada, a
mãe desolada, veio reconfortar-se com o irmão;
este fez-lhe ver o justo castigo recebido pela
culpa de seu apego, e perguntou-lhe se estava
arrependida. Respondendo afirmativamente, a
mãe viu o filho cheio de vida, porém vestido
com o hábito religioso.
"#
Arroz de Braga... ou do Brasil?
junte o arroz. Na metade do cozimento do arroz,
acrescente os pedaços de frango já assado, o paio e a
lingüiça cortados em rodelas e as folhas de repolho
(foto 3). Prove para ver se está bem de sal. Se ne-
Paula Carvalho Defanti da Silva cessário, acrescente mais, a gosto. Quando o arroz
estiver pronto, mas ainda um pouco úmido, retirar
do fogo e deixar repousar por 10 minutos, pois o Ar-
roz de Braga será mais gostoso com um pouco de cal-
"$
!
Os Santos de cada
1. Santo Hugo de Grenoble, apóstolo e converteu grande nú- se dele e fundou um mosteiro fe-
Bispo e Confessor. Século XII. mero de hereges e muçulmanos. minino do qual foi superiora. Séc.
Esforçou-se para restabelecer a VII.
2. São Francisco de Paula, Con- unidade da Igreja durante o cis-
fessor. Fundou a Ordem dos Mí- ma do Ocidente. Séc. XV. 10. Santos Terêncio e 39 Com-
nimos. Tornou-se célebre pelos panheiros, Mártires. Séc. III.
milagres que praticou e pelas 6. São Marcelino de Cartago,
profecias que fez acerca do futuro Mártir. Amigo de São Jerônimo e 11. Santa Gema Galgani, Vir-
da Igreja. Faleceu em 1508. Santo Agostinho, foi morto pelos gem. Mística que teve o privilégio
Santa Maria Egipcíaca, Peni- hereges donatistas, cujos erros de receber os estigmas da Paixão.
tente. Levou uma vida pecami- combateu tenazmente. Séc. V. Tinha aparições do Anjo da Guar-
nosa até os 29 anos quando, toca- da e de Nosso Senhor Jesus Cris-
da por uma graça, converteu-se. 7. 2º Domingo de Páscoa to, e também do demônio que
Viveu no isolamento durante 47 São João Batista de la Salle, por vezes a atormentava cruel-
anos, sem contato algum com Confessor. Fundador do Instituto mente, sendo depois confortada
criatura humana, sujeitando-se à dos Irmãos das Escolas Cristãs, pelo seu Anjo. Morreu aos 25
mais austera penitência. dedicados ao ensino dos meni- anos na cidade de Luca, Itália, em
nos. Morreu em 1719. 1903.
3. São Ricardo de Chichester, Santo Estanislau, Bispo e Már-
Bispo e Confessor. Viveu no sé- 8. Celebração litúrgica da fes-
tir. Polonês, foi morto em 1079.
culo XIII. Foi professor e reitor da ta da ANUNCIAÇÃO DO ANJO
Universidade de Oxford. E ENCARNAÇÃO DO VERBO.
12. São Vítor de Braga, (Portu-
São Guálter, Confessor. Séc.
gal) Mártir. Séc. VI. Jovem cate-
4. Santo Isidoro de Sevilha, XI.
cúmeno que ainda sem ser bati-
Bispo, Confessor e Doutor da
9. Santa Valdetrudes, Viúva. zado foi martirizado cruelmente
Igreja. Séc. VII.
Irmã de Sta. Aldegundes e mãe por recusar-se a cultuar deuses
5. São Vicente Ferrer, Confes- de quatro santos. De comum pagãos.
sor. Dominicano, foi brilhante acordo com seu marido, separou-
13. Santo Hermenegildo, Már-
tir. Séc. VI. Herdeiro do trono
visigótico, combateu o arianismo
sendo por isso mandado decapi-
São Luís Maria tar pelo próprio pai, o rei, que
Grignion de professava essa heresia.
50
Arte modelada na elevação de
espírito, na Fé e no amor a
Deus; repassada de
recolhimento e meditação, fonte
de alegria sobrenatural...
Ó Virgem,
ó Senhora, ó
toda Santa, com
que lindos nomes te
chamam em todas as
línguas! Tantos povos
se orgulham por
estar sob a tua
gentil proteção!
(Hinos Sagrados,
O Nome de Maria)