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Curso de Engenharia Eletrônica Laboratório de conversão de

energia 1

DIEGO RODRIGUES DE BRITO SP3015301


HIGOR DOS SANTOS KULCZAR SP3021386

EXPERIMENTO 4
Transformador real de 1kW e a relação de corrente e regulação de tensão

São Paulo
2020
DIEGO RODRIGUES DE BRITO SP3015301
HIGOR DOS SANTOS KULCZAR SP3021386

Transformador real de 1kW e a relação de corrente e regulação de tensão

Relatório apresentado no instituto federal de São


Paulo como avaliação da matéria de laboratório de
conversão de energia 1

Professor: Dr.Paulo Dainez

São Paulo
2020
SUMARIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 2

1.1. Transformador real................................................................................................................ 2

1.1.1 Regulação de tensão............................................................................................................. 3

1.1.2 Relação de corrente .............................................................................................................. 3

2. OBJETIVO............................................................................................................................... 4

3. PROCEDIMENTO ................................................................................................................... 4

3.1. Lista de Materiais: ................................................................................................................. 4

3.2. Métodos .................................................................................................................................. 4

4. RESULTADOS ........................................................................................................................ 6

4.1. Medidas................................................................................................................................... 6

4.2. Discussão dos resultados .................................................................................................... 9

5. CONCLUSÃO........................................................................................................................ 13

REFERENCIA .................................................................................................................................. 14
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1. INTRODUÇÃO

1.1. Transformador real

Em um transformador real a potência aplicada no secundária terá valor menor


na aplicada no primário, existindo perdas principalmente em seu enrolamento, onde parte de
sua energia é convertida em calor devido à resistência dos fios. O núcleo, quando constituído
de material ferromagnético, estará sujeito a perda de origem magnética, e os fluxos, quando
estabelecidos pelas correntes, não serão confinados por completo ao núcleo, e assim, por serem
concatenados de forma individual com cada enrolamento, darão origem a ocorrência de fluxos
de dispersão em ambos os enrolamentos.
Entrando em contato com as referidas perdas, teremos o circuito eléctrico equivalente
do transformador

Figura 1 - Transformador ideal


Fonte - ttp://www.marioloureiro.net/tecnica/electrif/transformadoresEduPaiva

Rp-Resistência do enrolamento primário


Rs-Resistência do enrolamento secundário
Rc-Perdas por correntes de Eddy e por histerese
X-Reatância de fuga do primário
Xs-Reatância de fuga do secundário
Xm-Reatância de magnetização
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Figura 2 - Representação das perdas de energia


Fonte - http://www.marioloureiro.net/tecnica/electrif/transformadoresEduPaiva

1.1.1 Regulação de tensão

Os parâmetros do transformador relativos aos enrolamentos são constantes e


independem da corrente. Porém, a tensão de saída no secundário do transformador sofre
variações em função da carga. A regulação de tensão é, então, uma grandeza que mede a
variação da tensão em seus terminais devido à passagem do regime a vazio para o regime em
carga. Normalmente a regulação é expressa em porcentagem.

𝑉2𝑠𝑙 − 𝑉2𝐿
𝑅𝑒𝑔 = ∗ 100%
𝑉2𝐿

V2sL representa a tensão do secundário sem carga,


V2L representa a tensão do secundário com carga

A Regulação também depende da impedância equivalente do transformador que está


sendo usado. Quanto maior a impedância equivalente maior será a regulação. Outro fator que
interfere na regulação é o fator de potência da carga.

1.1.2 Relação de corrente

Em um transformador real, existem perdas no núcleo e dívidas da corrente de


magnetização em transformadores, contudo é possível desprezar esses valores pois a corrente
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IP possui valor baixo o suficiente para ser desconsiderado durante os cálculos de relação de
corrente deste experimento.
Projetos de transformadores geralmente usam ferro silício de boa qualidade no núcleo,
fazendo com que a relutância magnética do núcleo seja muito próxima de zero. Então, podemos
afirmar que a força magnetomotriz total é nula. Como consequência obtemos a relação entre as
correntes elétricas do primário e secundário do transformador.
𝐼2
𝑎=
𝐼1
2. OBJETIVO

Verificar a polaridade e características de um transformador real.

3. PROCEDIMENTO

3.1. Lista de Materiais:

- 4 Multímetros

- Regulador de tensão AC (Varivolt)

- Transformador de 1kW

- Reostato (300W/1,5A)

3.2. Métodos

Utilize no experimento o mesmo transformador utilizado nos experimentos passados,


cujo número foi anotado.
a) Transformador real com carga
Montar o circuito conforme a fig. 1, assim conectar uma carga na saída do secundário e
energizar o primário o transformador, medir tensão no primário e no secundário, com o
voltímetro em paralelo com o transformador, e medir a corrente no primário e no secundário,
com o amperímetro em série com o transformador.
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Figura 3 - Circuito para aferição de tensão e corrente


Fonte: roteiro experimental 4

b) Cálculos da relação de transformação do transformador ideal


● Com os valores obtidos calcule a relação transformação teórica e experimental
segundo os valores de tensão obtidos por meio da equação (1).
𝑉1
𝑎=
𝑉2
● Calcule a relação transformação experimental segundo os valores de corrente
obtidos por meio da equação (2).
𝐼2
𝑎=
𝐼1
c) Modelo do transformador real
O transformador real pode ser aproximado pela fig. 2, para isto é representada uma
impedância em paralelo com a entrada (Zm) e outra em série com a saída (Z2), sendo mantido
no circuito o transformador ideal (quadrado tracejado na fig. 2).

Figura 4 - Modelo do transformador real


Fonte: experimento simulado 4
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Note que para o modelo proposto a corrente de entrada será sempre diferente de zero,
mesmo para o transformador a vazio (sem carga no secundário). Assim a corrente de
magnetização (Im) será igual a corrente de entrada (I1) quando a corrente da saída (I2) for igual
a zero, ou seja, Im = I1 se I2 = 0. Assim é possível melhorar o cálculo da relação de
transformação pela corrente, removendo do cálculo a influência da corrente de magnetização:
𝐼2
𝑎=
𝐼1′
Onde: I1’ = I1 - Im

d) Cálculo da regulação
● Calcule a regulação RG por meio da equação (4), onde V20 corresponde ao valor
de V2 quando I2 = 0.
𝑉20−𝑉2
𝑅𝐺 = 𝑥100 [%]
𝑉2
e) Cálculo das impedâncias
● Calcular Zc por meio da equação (5)
𝑉2
𝑍𝑐 =
𝐼2

● Calcular Zc referido ao primário (Zc’), por meio da equação (6)


𝑍𝑐′ = 𝑎2 . 𝑍𝑐
● Calcular Z1 por meio da equação (7)
𝑉1
𝑍1 =
𝐼1′
4. RESULTADOS

4.1. Medidas

a) Configuração 110V/220V
● Medida de tensão e corrente conforme procedimento 4.a
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Tabela 1 - Medidas do transformador 110V/220V

Situação V1 V2 I1 I2

I2 = 0 110V 219V 0,7A 0A

I2 = 0,5 110V 217V 2A 0,65A

I2 = 1,0 110V 215V 2,7A 1A

I2 = 1,5 109V 211V 3,7A 1,5A

I2 = 2,0 109V 208V 4,7A 2A

Fonte: autores

b) Configuração 220V/110V
● Medida de tensão e corrente conforme procedimento 4.b

Tabela 2 - Medidas do transformador 220V/110V

Situação V1 V2 I1 I2

I2 = 0 220V 108V 0,35A 0A

I2 = 0,5 220V 108V 0,6A 0,5A

I2 = 1,0 220V 107V 0,8A 1A

I2 = 1,5 220V 106V 1,05A 1,5A

I2 = 2,0 218V 105V 1,3A 2A

Fonte: autores

Cálculos
a) Configuração 110V/220V
● Calcule o valor teórico de a = 0,5
● Indique o valor de Im = 0,7A
● Indique o valor de V20 = 219V
● Indique o valor de Vm = 157,143V
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Tabela 3 - Cálculos para o transformador 110V/220V

Situação 𝑽𝟏 𝑰𝟐 I1’ 𝑰𝟐 RG Zc Zc’ Z1


𝒂= 𝒂= 𝒂=
𝑽𝟐 𝑰𝟏 𝑰𝟏′

I2=0 0,502 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

I2=0,5 0,507 0,325 1,30 0,50 0,92 333,85 83,46 84,62

I2=1,0 0,512 0,370 2,00 0,50 1,86 215,00 53,75 55,00

I2=1,5 0,517 0,405 3,00 0,50 3,79 140,67 35,17 36,33

I2=2,0 0,524 0,426 4,00 0,50 5,29 104,00 26,00 27,25

Fonte: autores

b) Configuração 220V/110V
● Calcule o valor teórico de a = 2
● Indique o valor de Im = 0,35A
● Indique o valor de V20 = 108V
● Indique o valor de Vm = 628,57

Tabela 4 - Cálculos para o transformador 220V/110V

Situação 𝑽𝟏 𝑰𝟐 I1’ 𝑰𝟐 RG Zc Zc’ Z1


𝒂= 𝒂= 𝒂=
𝑽𝟐 𝑰𝟏 𝑰𝟏′

I2=0 2,037 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

I2=0,5 2,037 0,83 0,25 2,00 0,00 216,00 864,00 880,00

I2=1,0 2,056 1,25 0,45 2,22 0,93 107,00 528,40 488,89

I2=1,5 2,075 1,43 0,70 2,14 1,89 70,67 324,49 314,29

I2=2,0 2,076 1,54 0,95 2,11 2,86 52,50 232,69 229,47

Fonte: autores
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4.2. Discussão dos resultados

As análises a seguir são baseadas nos estudos em relação a corrente e regulação de


tensão em um transformador real, o primeiro dado a calcular foi a relação de transformação (a)
que nesse caso foi meio (1/2) e dois, meio pois tensão de entrada é a metade da saída e dois
pois o valor de entrada é duas vezes maior que o de entrada, da mesma forma que foi visto no
experimento 2. Nesse experimento foi possível calcular a relação de transformação das
correntes, da seguinte forma, com a corrente do secundário dividido pela corrente do primário:

𝐼2
𝑎=
𝐼2
Porém dessa forma não se obtém o verdadeiro valor da relação de transformação (a),
pelo fato desse I2 ser o valor da corrente total que passa no primário, mas no primário existe
um resistor paralelo ao mesmo e nesse caso a corrente se divide, como mostra na imagem
abaixo:

Figura 5 - Divisão de correntes no primário

Já no I2 os resistores estão em série e logo a corrente é a mesma que passa em ambos.


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Figura 6- associação em série do secundário

Sabendo desses fatos logo se conclui que para obter o valor do verdadeiro é necessário
obter o I1’ pela seguinte forma; I1’ = I1 – Im, usando a lei dos nós. Assim chegamos a seguinte
fórmula próxima da real relação de transformação das correntes do transformador:

𝐼2
𝑎=
𝐼1′

Como temos ambos o cálculo dá para perceber a estabilidade da relação entre elas:

Tabela 5- Comparação de valores de transformação

Situação a= I2/I1 a=I2/I1'


I2=0 0,000 0,00
I2=0,5 0,325 0,50
I2=1,0 0,370 0,50
I2=1,5 0,405 0,50
I2=2,0 0,426 0,50

O valor de corrente de magnetização (Im) se determinou conforme a regra de I2 = 0 se


tem Im = I1, sendo assim se obteve 0,7A para 110/220V e 0,35A para 220/110V, nota-se que o
valor de corrente entre ambas é o dobro da outra, como se o valor de transformação
influenciasse.
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Valor de tensão V20 é o valor máximo fornecido pelo primário de cada transformador
que nesses casos foram respectivamente 108V e 219V, percebe que os valores tendem ao
máximo, ou seja, 110V e 220V.

Para a impedância de magnetização (Zm), só usar fórmula da resistência que nesse caso
foi:

𝑉2
𝑍𝑚 =
𝐼𝑚
Como temos o valor da corrente de magnetização de cada transformador foi necessário
apenas pegar a tensão de ENTRADA de cada e dividir pelas respectivas correntes de
magnetização. A tensão de entrada pois o resistor Zm fica paralelo ao primário do
transformador e nesse caso em paralelo a tensão é a mesma.

Tabela 6 - Valores de impedância de magnetização

V1 220 V1 110
Im 0,35 Im 0,7
Zm 628,57 Zm 157,143

Comparando as impedâncias Zc’ e Z1, notamos que os valores de impedâncias são


praticamente iguais como se pode ser visto abaixo:

Tabela 7 - valores das impedâncias Zc’ e Z1 dos transformadores e os erros percentuais

110/220V 220/110V
Zc' Z1 Erro % Zc' Z1 Erro %
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
83,46 84,62 1,36% 864,00 880,00 1,82%
53,75 55,00 2,27% 528,40 488,89 8,08%
35,17 36,33 3,21% 324,49 314,29 3,25%
26,00 27,25 4,59% 232,69 229,47 1,40%

Nota-se que o valores de Zc’ que é o resistor de saída do secundário tem praticamente
o mesmo valor do Z1 que é o resistor de entrada do primário. O erro percentual entre eles é de
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1,36% a 4,59% para o transformador de 110/220V e 1,82% a 8,08%, pode-se concluir que os
valores são baixos e por isso podem ser considerados parecidos.
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5. CONCLUSÃO

Este relatório teve como foco, o conceito já estudado anteriormente sobre a relação de
transformação em um transformador, e também o conceito de regulação de tensão, que em
suma, é um dispositivo, às vezes já integrado dentro do transformador, utilizado quando se
pretende manter a saída de um transformador, sob carga variável, um nível de tensão constante.
Sobre seu valor teórico e prático na relação de transformação, percebe-se que o valor
prático, medido através da razão entre as tensões, se distancia do teórico à medida que sua carga
aumenta, sendo assim, o momento onde o transformador está descarregado é quando ele mais
se aproximado do seu valor teórico. O oposto ocorreu quando foi medido o valor da relação de
transformação usando a razão entre as correntes, pois neste caso o valor tendia a se aproxima
do valor teórico à medida que sua carga aumentava.
Com a análise das medidas recolhidas de tensão e corrente comprovou-se que, mesmo
quando operando em vazio, é possível medir um determinado valor de tensão na entrada do
transformador. Foi atribuído a isso, uma possível impedância de magnetização em sua entrada.
Assim foi possível corrigir o valor da corrente na entrada do transformador, possibilitando
recalcular os valores antes já obtidos. Com isso, obtivemos valores de relação de transformação
um pouco mais próximos da teórica.
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REFERENCIA

KOSOW “MÁQUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES”, SÃO PAULO:

GLOBO, 2005. V

J.C. OLIVEIRA, J.R. COGO, “TRANSFORMADORES: TEORIA E ENSAIOS”, SÃO PAULO:

EDGAR. BLUCHER, 1984.

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